Presidente também propôs discussão sobre economia biosustentável
Com Brasil Econômico
Na manhã desta terça-feira (16), às vésperas da assembleia anual do Banco Intramericano de Desenvolvimento (BID), os representantes do Fórum para o Progresso e Desenvolvimento da América do Sul (PROSUL) se reuníram para debater temas relacionados aos países integrantes do bloco.
Bolsonaro iniciou sua fala defendendo a democracia, e condenou a prisão da ex-presidente da Bolívia, Jeanine Áñez, sob alegação de participação em golpe. Para o presidente, acusação é "totalmente descabida".
O chefe do Executivo Federal disse estar em linha com instituições internacionais de crédito, e defendeu a decisão do governo de criar o auxílio emergencial. "A pandemia suspendeu as atividades da cadeia produtiva de nossos países, e teve impacto severo sobre os niveis de emprego e renda em todo o mundo. Por trás das estatísticas, nos solidarizamos com as famílias que, sem o amparo dos governos nacionais, perderiam seus meios de subsistência, e sua dignidade como seres humanos", disse ele.
"Nosso governo criou um dos maiores programas sociais do mundo, prestando auxílio emergencial a mais de 67 milhões de brasileiros em situação de vulnerabilidade. Os pagamentos totalizaram mais de 50 bilhões de dólares", completou.
Segundo o presidente, a União segue tentando estender por "mais alguns meses" o benefício, ou enquanto durar a situação de calamidade.
Além disso, ele acrescentou que a pandemia criou um rombo na dívida pública equivalente a 8,6% do Produto Interno Bruto nacional. E aproveitou para reafirmar o compromisso de manutenção do teto fiscal. "Estamos determinados a aprovar iniciativas que irão permitir o crescimento sustentável da nossa economia, como a reforma administrativa, a reforma tributária, a nova lei de falências e a privatização de empresas estatais."
Pesquisa ouviu 2.023 pessoas nos dias 15 e 16 de março; margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos
Com jornal da cidade
A rejeição ao presidente Jair Bolsonaro pela resposta à crise do novo coronavírus bateu recorde de rejeição de acordo com pesquisa do Datafolha divulgada nesta quarta-feira, 17. A gestão de Bolsonaro foi considerada ruim ou péssima por 54% dos entrevistados, o que representa o maior patamar negativo para a atuação do presidente desde o início da pandemia.
No levantamento anterior, realizado pelo mesmo instituto entre 20 e 21 de janeiro deste ano, a reprovação à gestão do presidente era de 48%. A pesquisa atual ouviu, por telefone, 2.023 pessoas entre os dias 15 e 16 de março. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos.
Além do aumento da rejeição, a pesquisa também identificou queda na aprovação a Bolsonaro, com 22% considerando a gestão da pandemia ótima ou boa - frente a 26% da pesquisa de janeiro. Consideraram a gestão regular 24% (contra 25% em janeiro) e 1% optou por não opinar.
A maior rejeição ao presidente vem de pessoas com ensino superior (65%), negros (61%), funcionários públicos (60%) e mulheres (58%). Enquanto isso, os principais grupos que mantêm apoio são os empresários (38%), evangélicos (27%) e pessoas com idade entre 45 e 59 anos (27%). A aprovação de Bolsonaro também é maior na região Centro-Oeste, onde 29% aprovam a gestão da pandemia.
Principal culpado pela pandemia
O presidente também foi considerado o principal culpado pela atual fase da pandemia. Para 43% dos entrevistados, Bolsonaro tem a maior parcela de culpa pelo agravamento da crise sanitária, frente a 17% que responsabilizam os governadores prioritariamente, e 9% que culpam os prefeitos.
Culpam o presidente prioritariamente pessoas espíritas ou kardecistas (66%) e quem ganha mais de 10 salários mínimos (57%).
Já os governadores são apontados como principais culpados, principalmente, por quem ganha entre cinco e dez salários mínimos (23%) e por empresários (29%).
Por fim, os prefeitos são apontados como responsáveis pelo agravamento da pandemia sobretudo por jovens entre 16 e 24 anos (14%) e assalariados sem registro (15%).
Avaliação geral
A rejeição a Bolsonaro também afetou a percepção geral sobre seu governo. Na mesma pesquisa, 44% disseram reprovar o governo, em comparação aos 40% de janeiro. O número é o mesmo de junho do ano passado, até então pior já registrado para o presidente.
Aprovam o presidente 31% (em comparação a 30% em janeiro) e 26% consideram regular (24% em janeiro).
A aprovação ao governo é maior entre empresários (55%), moradores da região Sul (39%), evangélicos (37%) e homens (35%).
Enquanto isso, a rejeição é maior entre quem tem ensino superior e negros (55%), entre quem ganha mais de dez salários mínimos (54%) e moradores do Nordeste (49%).
Em São Paulo, grupo ocupou trecho da Avenida Paulista; entre ataques ao governador João Doria
Por iG Último Segundo
Neste domingo (14), manifestantes pró-Bolsonaro foram às ruas em algumas capitais brasileiras para criticar as medidas de lockdown, atacar o STF e pedir intervenção militar.
Veja este, Júlio.
— ?? Cláudio Barreto ?? (@ClaudioPBarreto) March 14, 2021
Copacabana hoje! pic.twitter.com/Zsl10tJTNb
Em São Paulo, o protesto contava com faixas contra o governador João Doria e exaltando o trabalho de Bolsonaro no combate à pandemia da Covid-19.
Brasília! Distrito Federal.
— Julio Schneider ???? (@juliovschneider) March 14, 2021
14/03/2021
Esse dia fica marcado como o início do #DiaDoBasta, pois forças maiores precisam agir em nome da Democracia e de nossas Liberdades!#PatriotasNasRuas#SomosTodosBolsonaro @jairbolsonaro
SOCORRO! pic.twitter.com/qZXzcrBs1C
Já no Rio de Janeiro, o grupo se reuniu na praia de Copacanaba para protestar contra as medidas de isolamento impostas por diversos governadores após o aumento dos casos e óbitos causados pelo novo coronavírus.
Mais Recife neste dia 14/03/2021 #DiaDoBasta, é suficiente pra você @diogomainardi?#PatriotasNasRuas#SomosTodosBolsonaro @jairbolsonaro ?? pic.twitter.com/daj59Z3cOG
— Julio Schneider ???? (@juliovschneider) March 14, 2021
Capital do estado de Minas Gerais, Belo Horizonte também teve protesto favorável ao presidente Bolsonaro . Segundo informações da Polícia Militar, mais de 2 mil veículos participaram do ato realizado na região Centro-Sul de Belo Horizonte. Vestidos com roupas verdes e amarelas, os manifestantes gritavam mensagens de apoio a Bolsonaro enquanto o Hino Nacional ecoava nos alto-falantes dos veículos.
Manifestantes fazem protesto pró-Bolsonaro e contra Lula neste domingo no DF
Dentro de carros, apoiadores do governo protestam neste domingo (14/3) contra a decisão do ministro do STF que tornou Lula novamente elegível. Carreata segue pela Esplanada dos Ministérios.
Manifestantes em São Paulo
Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) realizam uma carreata na manhã deste domingo (14/3) na Esplanada dos Ministérios. O protesto é uma ação pró-governo e contra a decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que tornou Lula novamente elegível. Os manifestantes se colocam ainda contra as medidas restritivas de lockdown e toque de recolher no DF.
A pesquisa XP/Ipespe divulgada hoje, com entrevistas realizadas entre os dias 9 e 11 de março, mostra o impacto fulminante da decisão do STF, de anular os processos contra Lula, restituindo-lhe seus direitos políticos, sobre as chances de Bolsonaro se reeleger em 2022.
Por Miguel do Rosário
Importante notar que os efeitos da decisão do STF ainda estão se espraiando. A coletiva de Lula, que teve ampla cobertura dos grandes meios de comunicação (notadamente no Jornal Nacional), aconteceu no dia 10 de março. Uma grande parte dos eleitores de Lula vive em lugares isolados do país, e a notícia de sua vitória judicial ainda deve estar sendo processada.
Segundo a pesquisa, Lula teria 25% das intenções de voto, o que o coloca em empate técnico com Bolsonaro, que pontua 27%. Neste cenário, Ciro tem 9% e outros candidatos somados tem 16%.
Importante destacar que Lula já havia empatado com Bolsonaro antes na mesma pesquisa, ao final de 2019, mas as circunstâncias hoje são bem diferentes. O Lula do final de 2019 havia acabado de sair da prisão e se mantinha condenado. O Lula de hoje teve todos seus processos anulados.
Além disso, o Bolsonaro de hoje é muito mais reprovado do que em qualquer momento anterior.
Segundo a mesma pesquisa, a reprovação ao desempenho de Bolsonaro no enfrentamento ao coronavírus bateu o recorde de 61%.
Como a pandemia ainda não tem data para terminar, e, ao contrário, tem experimentado uma escalada assustadora nas últimas semanas, a percepção de que Bolsonaro foi irresponsável e incompetente tende a aumentar.
Segundo a mesma pesquisa, 63% dos entrevistados consideram que a economia brasileira, no momento, está no “caminho errado”.
Esse dado é uma bomba no colo de Paulo Guedes, sobretudo se considerarmos que ele não deu nenhum sinal, até agora, de mudar as diretrizes econômicas do governo, sobretudo no sentido de ampliar investimentos públicos e promover políticas mais audaciosas de geração de empregos.
As perspectivas de um eventual segundo turno também estão ficando mais difíceis para Jair Bolsonaro. Segundo a pesquisa, ele tem 41% X 40% de Lula.
A pesquisa também traz um cenário com Haddad, na qual o petista teria 11% das intenções, mesmo número de Ciro e Sergio Moro.
Conclusão: se as próximas pesquisas começarem a trazer Bolsonaro atrás de Lula, isso poderia representar um acontecimento simbólico muito expressivo, levando a um colapso do bolsonarismo, ou seja, deflagrando um processo de migração de votos do presidente para o próprio Lula (por causa do efeito psicológico de votar no “líder”), e, no caso dos eleitores que ainda sào movidos por rejeição ao PT, para outros candidatos.
O ex-presidente Lula (PT) vai viajar o país para tentar se apresentar como uma alternativa a Jair Bolsonaro. A ideia, segundo a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, é que o partido espere o petista receber a vacina contra a covid-19 e depois disso percorra o Brasil. Gleisi e Fernando Haddad, candidato presidencial petista em 2018, também vão compor a comitiva.
Por Lauriberto Pompeu
A dirigente partidária afirmou que a programação de reuniões e visitas a estados ainda não está definida e vai começar a ser desenhada a partir da próxima segunda-feira (15). Gleisi declarou que a prioridade é conversar com os partidos de esquerda, mas disse que também estão no radar diálogos com partidos de centro e centro-direita, como MDB e PSD.
Lula voltou ao cenário político nesta semana após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin de anular as condenações dele na Lava Jato no Paraná. A anulação permitiu ao petista a possibilidade de ser candidato em 2022, algo que antes estava barrado por conta da Lei da Ficha Limpa.
"Queremos que Lula vá viajar também. Estamos só esperando ele tomar a vacina, ele vai tomar a primeira dose na semana que vem, acho que na segunda, depois tem os dias para a segunda dose e assim que tivermos a autorização do médico dele queremos fazer a viagem. Sem prejuízo das viagens com Haddad, que vamos continuar. Vamos fazer essas conversas para viajar o Brasil, conversar com lideranças, não só da política, sociais, artísticas, conversar com todos aqueles que estejam na posição de enfrentar a desconstrução do Estado brasileiro, enfrentar o Bolsonaro", explicou a dirigente partidária.
A eleição para presidente da Câmara em fevereiro permitiu uma reaproximação do PT com partidos fora da esquerda. Os petistas resolveram apoiar Baleia Rossi (MDB-SP), presidente nacional da legenda, contra Arthur Lira (PP-AL), aliado de Bolsonaro que venceu e hoje coordena a Casa Legislativa. PT e MDB estavam totalmente rompidos desde 2016, quando Dilma Rousseff (PT) foi afastada da Presidência da República em um processo que teve como protagonistas o seu vice Michel Temer (MDB) e o então presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB-RJ).
"Com o Baleia a gente tem falado sempre, até pela relação construída em razão da chapa, a gente tem conversado com ele, conversado sobre legislação eleitoral, projetos, mas nada sobre projeto maior, de eleição, isso aí, não temos conversado", afirmou Gleisi.
A presidente do PT admite que Lula deve procurar integrantes do MDB que são próximos a ele como o senador Renan Calheiros (MDB-AL) e o ex-senador Roberto Requião (MDB-PR). "De conversar com esses setores tem o Requião, o Renan, algumas personalidades do MDB que têm maior proximidade na relação política. Vamos procurar conversar também".
Renan Calheiros elogiou o discurso que Lula fez nessa quarta-feira (10) em São Bernardo do Campo (SP) e relatou que conversou nesta quinta-feira (11) com o ex-presidente por telefone. "Ele hoje ligou para mim, nós combinamos uma conversa quando ele vacinar e eu vacinar também".
"O Lula fez ontem um pronunciamento competente, contactou o centro, desfez as ameaças ao mercado e permitiu uma comparação impossível, que é com Bolsonaro. Acho que ele foi muito bem", afirmou o ex-presidente do Senado ao Congresso em Foco.
No entanto, o alagoano prega cautela e afirma que é cedo para avaliar uma posição sobre 2022. "Eu acho que tem que aguardar um pouco, deixar essas coisas decantarem, o MDB é um partido grande, complexo, plural, é preciso ter muita calma."
No final de fevereiro, a presidente da PT e Haddad foram a Minas Gerais. Uma das agendas foi uma reunião com o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, do PSD.
"Não foi uma conversa sobre questão eleitoral, foi uma conversa sobre o momento político do Brasil, a gente entregou para ele nosso projeto de reconstrução e transformação do Brasil, falamos sobre esse momento crítico, a necessidade de todos aqueles que têm críticas com Bolsonaro estarem juntos para fazer um enfrentamento e garantir que a gente possa ter saídas para a crise, os prefeitos, governadores, foi nesse sentido", declarou a paranaense.
Apesar da busca pela aliança com partidos distantes ideologicamente, a petista reconhece que uma aproximação com PSD é difícil e lembra que o partido apoia Jair Bolsonaro na Câmara. "O PSD hoje está na base de apoio de Bolsonaro. Não vamos nos recusar a conversar com ninguém, se o PSD quiser conversar com a gente, não tem problema, vamos conversar, sentar à mesa e ver o que estão pensando, mas nós não procuramos, não marcamos nada ainda."
A presidente do PT já começou a procurar colegas presidentes de outros partidos de esquerda. Gleisi já conversou com Carlos Siqueira, que coordena nacionalmente o PSB, e deve se reunir nos próximos dias com o presidente do PDT, Carlos Lupi. O PDT é o partido de Ciro Gomes, que quer ser candidato em 2022 e tem feito fortes críticas ao Lula e ao PT. "Com o Lupi fiquei de conversar na semana que vem se ele vier a Brasília, ele não confirmou ainda", disse Gleisi.
"Eu conversei com Siqueira na semana passada, foi uma boa conversa, mas também avaliamos que entrar agora nessa questão eleitoral, definição de nomes, é muito ruim. O que a gente tem que fazer com esses partidos é discutir um projeto que unifique para colocar como alternativa ao que está aí. Achamos que uma mesa tem que ser nesse sentido. Estamos construindo essa possibilidade".