O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), rompeu relações com o líder do governo, deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO).

 

Com Folhapress

 

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), bateram boca nesta terça-feira (21).

 

Antes de encerrar reunião com líderes partidários, Maia afirmou que tem sido alvo de ataques constantes do governo e de seu líder na Câmara, e que havia excluído o deputado de suas relações pessoais.

 

 

"Vítor Hugo está excluído da minha relação porque ele compartilhou no grupo de deputados que negociar é entrar na Câmara com um saco de dinheiro", disse Maia, de acordo com a revista Época.

 

De acordo com relatos, o presidente da Câmara disse que, antes de encerrar a reunião, precisava expor um fato que havia ocorrido há alguns meses.

 

O presidente se referia a um episódio de março, em que o líder do governo criticou Maia e a "velha política". Na ocasião, o deputado enviou para correligionários postagens sobre supostas negociações de cargos nos governos Michel Temer (MDB) e Dilma Rousseff (PT) em troca do apoio do Congresso.

 

A primeira mensagem resgatava reportagem do jornal O Globo de novembro de 2017, cujo título é "Para aprovar mudanças na Previdência, Temer autoriza Maia a negociar cargos".

 

A segunda é uma charge que ironizava o diálogo do governo Dilma com o Congresso. Na imagem, a ex-presidente leva ao Congresso um pacote de cargos para garantir as conversas.

 

Na época, as mensagens chegaram ao grupo do presidente da Câmara, que entendeu como ataque. A relação entre os dois é tensa, e deputados dizem que o líder não é recebido por Maia há meses.

 

Vítor Hugo reagiu dizendo que as críticas nunca foram pessoais e que a mensagem foi tirada de contexto e que diversas vezes tentou buscar o contato com maia para estabelecer uma relação republicana.

 

"Não pretendo ser amigo de vossa excelência. A crítica pública que eu fiz e repito aqui foi uma crítica construtiva", afirmou.

 

O líder criticou ainda o fato de Maia reunir parte de líderes na residência oficial e disse que o presidente não quis "abrir as portas" para ele.

 

Maia reagiu: "Se o deputado considera que diálogo é um pacote de dinheiro, me desculpe".

 

Também segundo a Época, Vitor Hugo afirmo que tentou de todas as maneiras criar uma relação com Maia, mas nunca viu o mesmo esforço do outro lado.

 

“Tentei de todas as maneiras e o Maia fugiu. Fugiu de ter uma relação. Ele só me atende depois de fazer tudo que tem que fazer. Ele não pode determinar quem entra ou não na Residência Oficial da Presidência da Câmara. A residência oficial é da Câmara e não dele, isso não é democrático", teria dito o deputado segundo a revista.

 

A discussão aconteceu durante reunião de líderes da Câmara que discutia a pauta da semana na Casa. O governo precisa aprovar ao menos três medidas provisórias nesta semana para evitar que elas percam validade.

 

A mais importante delas é a MP 870, que reestrutura a Esplanada dos Ministérios. Caso ela não seja aprovada até o dia 3 de junho nas duas Casas do Legislativo, o número de pastas saltará para 29.

 

O centrão concordou em votar a medida provisória e o líder do PP, Arthur Lira (AL) propôs que a votação fosse feita nominalmente.

 

O PSL tinha intenção de fazer esse requerimento para constranger deputados do centro a votarem pela manutenção do Coaf no ministério da Justiça. Os líderes da maioria, no entanto, decidiram peitar a estratégia do governo e dizem ter votos para mudar o órgão para a Economia.

 

Posted On Quarta, 22 Mai 2019 01:24 Escrito por

Em entrevista à GloboNews, ministro também disse que envia nesta quinta-feira à Casa Civil texto de medida provisória que permitirá vender mais rapidamente bens confiscados de traficantes

Por Filipe Matoso, G1 — Brasília

 

O ministro da Justiça, Sérgio Moro, afirmou nesta quarta-feira (15) em entrevista à GloboNews que, se houver alguma "invalidade", caberá ao Supremo Tribunal Federal ou ao Congresso Nacional revisar o decreto do presidente Jair Bolsonaro que mudou regras sobre uso de armas e de munições.

 

O decreto foi assinado pelo presidente no último dia 7 e, entre outros pontos, facilitou o porte de armas e aumentou o número de cartuchos que podem ser comprados anualmente. O direito ao porte é a autorização para transportar a arma fora de casa. É diferente da posse, que só permite manter a arma dentro de casa.

 

Desde a publicação do texto no "Diário Oficial", ações contra o decreto têm sido apresentadas à Justiça. Todas apontam inconstitucionalidade do texto. Nesta terça-feira, o Ministério Público pediu à Justiça Federal para suspender a norma. O partido Rede Sustentabilidade pediu ao STF a anulação do decreto. A área técnica da Câmara dos Deputados informou que a medida tem ilegalidades, e, para técnicos do Senado, a norma "extrapolou o poder regulamentar".

 

"É natural que ele [o decreto] seja questionado. Dentro desse âmbito da política, sobre essa matéria específica, não existe ali nenhum problema em que haja esse tipo de questionamento. Se houver alguma invalidade, caberá ao Supremo Tribunal Federal ou eventualmente ao Congresso, que tem poder de editar decretos legislativos, fazer uma revisão", declarou Moro na entrevista.

 

Segundo o ministro da Justiça, ninguém "deliberadamente" editaria um decreto se entendesse que houvesse inconstitucionalidade. Na semana passada, Bolsonaro afirmou que, se o decreto ferir a Constituição, "tem que deixar de existir".

 

De acordo com Moro, o texto do decreto foi elaborado pelo Palácio do Planalto, e o Ministério da Justiça foi consultado. As conversas das equipes técnicas sobre as regras, acrescentou o ministro, duraram cerca de um mês.

 

Venda de bens de traficantes
Durante a entrevista, Sérgio Moro informou que deve enviar nesta quinta (16) ao Palácio do Planalto o texto de uma medida provisória (MP) sobre alienação de bens de criminosos.

 

Segundo Moro, na prática, o objetivo é fazer com que bens de traficantes adquiridos por meio de práticas criminosas possam ser vendidos mais rapidamente a partir de determinação judicial.

 

"Essa MP, que trata basicamente do produto do crime de tráfico de drogas, visa acelerar o processo de alienação dos bens sequestrados de grupos de traficantes de drogas. A legislação até autoriza a venda antecipada, mas temos que melhorar a cultura judiciária brasileira para o juiz se sentir mais à vontade para fazer a venda utilizando a lei", afirmou.

 

Conforme o ministro, caberá à Casa Civil fazer a análise do texto enviado pela Justiça para, então, o presidente Jair Bolsonaro editar a MP.

 

'Manipulação' em manifestações
Na entrevista à GloboNews, Moro também foi questionado sobre as manifestações que aconteceram nesta quarta-feira em todo o país contra o bloqueio de parte dos orçamentos das universidades federais.

 

Nos Estados Unidos, Bolsonaro disse que "idiotas úteis" foram usados como "massa de manobra" para participar das manifestações. Moro foi indagado se concorda com a declaração do presidente e respondeu:

 

"Eu acho que o que o presidente quis dizer nesse caso é que em algumas circunstâncias houve manipulação político-partidária dessa movimentação. É natural que as pessoas saiam às ruas protestando contra contingenciamentos na área da educação, é um motivo natural. Mas, em alguns momentos, houve, sim, uma manipulação político-partidária. Ouvi, por exemplo, discursos, de onde eu estava, que não tinham muito a ver com a questão da educação, mas, sim, bandeiras político-partidárias de partidos da oposição."

 

Outros temas
Saiba outros temas abordados por Moro na entrevista à GloboNews:

Transferência do Coaf do Ministério da Justiça para o Ministério da Economia:

"O que eu posso fazer como ministro é conversar com os parlamentares e buscar convencê-los de que o Coaf estaria melhor posicionado dentro do Ministério da Justiça do que no da Economia porque, na Economia ou na Fazenda, tende a ser negligenciado. Porque o ministro da área econômica, o ministro Paulo Guedes e os anteriores, tem outro foco de preocupações e não tanto a questão da lavagem de dinheiro. [...] Não interpreto isso [a eventual transferência] necessariamente como sendo retaliação [do Congresso]".

 

Eventual indicação para o STF:
"Quando nós conversamos, bem, eu estava abandonando 22 anos de magistratura e aqui no Brasil é um caminho sem volta, é um certo sacrifício. [...] Eu acho que o presidente, tendo em vista essa situação, se sentiu com esse compromisso de oferecer essa vaga quando surgir no futuro. Mas eu jamais estabeleci isso como condição. Nem eu nem o presidente faltamos com a verdade, o que existe é outra forma de dizer a mesma coisa. [...] O meu foco hoje é outro, estou focado no ministério. Não existe vaga [no STF] no momento. Surgindo, se meu nome for lembrado, ótimo".

 

'Legado' da Lava Jato e combate à corrupção
"O principal motivo pelo qual aceitei o posto de ministro da Justiça foi preservar o legado da Lava Jato, uma operação que pode ter críticas pontuais, mas mudou o padrão de impunidade da grande corrupção que existia no Brasil. O que víamos no passado eram escândalos serem divulgados na imprensa e, com raríssimas exceções, poucas consequências na Justiça. [...] Se podia fazer tudo na administração pública, inclusive se corromper e desviar milhões, e nada acontecia. Isso vai gerando uma espécie de bola de neve, e outros se sentem à vontade para adotar o mesmo comportamento. O que tivemos foi chegar ao cenário de corrupção sistêmica".

 

Eleições de 2022 e de 2026
"Estou focado na minha política dentro do ministério, hoje em questão de segurança pública. Qualquer outra pessoa que esteja pensando em 2022, 2026, 2030 ou 2034 está pensando errado. Nós temos que preocupar em fazer um bom trabalho agora. Eu já disse anteriormente que não pretendo entrar para o ramo da política partidária e mantenho essa afirmação".

 

Situação de Flávio Bolsonaro
"O ministro da Justiça não é um 'super tira', ele não cuida de todas as investigações do país. Meu papel é estrutural, principalmente em relação aos órgãos afetos ao Ministério da Justiça: Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, claro que existe a questão das polícias estaduais. [...] Mas eu não cuido de casos concretos e específicos. Uma coisa que me recusei desde o início: eu não vou ser advogado, eu não sou advogado de ninguém. Se outros ministros da Justiça no passado se sentiam confortáveis em despir a pele de ministro e agir como advogados, acho que esse não é o papel do ministro da Justiça. Então, não cabe ficar respondendo a esse tipo de questão. Não estou criticando a pergunta, mas eu acho que não cabe a mim ficar respondendo a essas questões. Acredito que o senador vai ter plenas condições de esclarecer os fatos".

Posted On Quinta, 16 Mai 2019 04:31 Escrito por

Os governadores participaram de encontro ontem (8) com o presidente da República, Jair Bolsonaro, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia e líderes partidários. Eles apresentaram um pacote de demandas ao Executivo federal e ao Congresso.

 

Com Agência Senado

 

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, disse nesta quarta-feira (8) que a reforma da Previdência deve vir acompanhada de uma nova maneira de distribuição dos recursos da União, um desejo dos governadores dos estados. Ele promoveu um encontro com o presidente da República, Jair Bolsonaro, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, 21governadores e 4 vice-governadores para discutir o pacto federativo e as dificuldades financeiras enfrentadas por estados e municípios.

 

De acordo com Davi, a reunião ocorrida na residência oficial da Presidência do Senado "foi muito importante para pacificar e unir o Brasil em torno desta causa”. Também participaram do encontro o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e 15 líderes partidários.

 

— O presidente Bolsonaro e o presidente [da Câmara] Rodrigo estarem presentes nesse encontro com governadores é um gesto claro de apoiamento do governo central aos estados e da compreensão das dificuldades que eles estão vivendo. Lógico e evidente, o presidente da República pediu para os governadores o apoio na votação da reforma da Previdência. Ele precisa disso para dar o start em todos os outros projetos e até mesmo no pleito dos governadores de ter uma arrecadação. Então, para equilibrar as contas, precisamos da reforma — afirmou.

 

No entanto, Davi ressaltou a necessidade da contrapartida do Executivo.

 

— A gente tem que confiar também que é possível fazer uma legislação que possa redistribuir a arrecadação do governo. O motivo desse encontro é apresentar para o presidente [Bolsonaro] o desejo e o anseio dos governadores em ajudar na reforma. Mas os governadores, a Câmara e o Senado querem do governo federal a condição de terem, a partir do movimento de apoio, as condições da distribuição dos recursos arrecadados pela União, já que estão todos os estados dando sua parcela de contribuição.

 

Pauta do encontro

Davi Alcolumbre explicou que, no contexto do pacto federativo, foram discutidos durante o encontro o Plano Mansueto, que trata do equilíbrio fiscal dos estados, e repasses federais a estados e municípios dos recursos provenientes da cessão onerosa da exploração do petróleo, além de outras pautas que estão sendo analisadas no Senado e na Câmara dos Deputados.

 

Esses pontos fazem parte de uma carta com seis reivindicações entregue pelos governadores aos chefes dos Poderes Executivo e Legislativo.

 

— O ponto principal da nossa reunião é compreender qual será o papel que os governadores, as governadoras e o Parlamento brasileiro cumprirão nessa longa travessia de reconstruir a sociedade brasileira, reconstruindo a legislação e priorizando a redistribuição dos recursos para as cidades e estados no nosso país — afirmou Davi.

 

Papel do Legislativo

 

Davi Alcolumbre declarou que o Senado e a Câmara se debruçarão sobre essas pautas com o objetivo de dar condições para que os estados possam, a partir da reforma da Previdência, ter a capacidade de investimento, que foi perdida nos últimos anos.

 

— Há uma pauta dos governadores dentro do processo legislativo e, se os deputados e senadores compreendem a importância dessa reforma, nós, o Parlamento brasileiro, compreendemos que temos que fazer a condução de um sonho dos estados e dos municípios há 30 anos, que é a rediscussão do bolo de arrecadação do Brasil. O governo entendeu a mensagem.

 

Segundo Davi, 70% da arrecadação dos impostos no Brasil ficam concentrados na mão do governo federal.

— A gente quer inverter a pirâmide. A gente quer que 70% dos recursos estejam na ponta, onde a vida das pessoas acontece, que é nos estados, nos municípios. Inverter a pirâmide vai dar tranquilidade para que os estados possam ter capacidade de investimento e os municípios também. Então, é uma coisa casada com a outra.

 

Impacto da reforma da Previdência

Davi alertou sobre o risco de o país entrar em colapso se perder por completo a capacidade de investimento, o que acontecerá sem a aprovação da reforma da Previdência.

 

— Se não tivermos capacidade de investimento, como fazer a redistribuição? Vamos redistribuir o quê se o Estado tem R$ 50 bilhões hoje para investir? Se não tivermos [mais recursos disponíveis] daqui a quatro ou cinco anos, não teremos nada mais para investir, vamos entrar no colapso total.

 

O presidente do Senado afirmou que esse valor para investimentos é muito pequeno para um país do tamanho do Brasil.

 

- [São] 5.500 municípios, todos ávidos, querendo recursos para pavimentação, para construção de hospitais, de escolas. Hoje a despesa do Estado está praticamente consumindo todo o recurso que o Estado brasileiro possa ter para investimento. Então, se a gente quer efetivamente redistribuir arrecadação, a gente primeiro precisa ter arrecadação, precisa ter caixa, equilibrar as contas. Por isso, a importância da reforma, mas que ela esteja como foco principal de um processo de reequilíbrio das contas do Estado — destacou.

 

Veja abaixo a carta divulgada pelos governadores ao Executivo federal e ao Congresso com os seis principais pontos de reivindicação discutidos no encontro desta quarta-feira.

 

Carta do fórum de governadores aos chefes do Executivo e Legislativo

Os governadores dos estados e do Distrito Federal, considerando a necessidade de assegurar a estabilidade financeira dos entes federados, visando à promoção do desenvolvimento social em todas as regiões do Brasil, decidem:

 

* Reivindicar a implementação imediata pelo governo federal de um plano abrangente e sustentável que restabeleça o equilíbrio fiscal dos estados e do Distrito Federal, a exemplo do já aventado Plano Mansueto;

 

* Reiterar a importância fundamental de assegurar aos estados e ao Distrito Federal a devida compensação pelas perdas na arrecadação tributária decorrentes da desoneração de exportações, matéria regulamentada na “Lei Kandir”;

 

* Defender a manutenção do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – Fundeb, permanente e dotado de status constitucional que atenda às reais necessidades da população brasileira no tocante à educação;

 

* Pleitear a regularização adequada da “securitização” de créditos dos estados e do Distrito Federal, visando ao fortalecimento das finanças desses entes federados;

 

* Requerer a garantia de repasses federais dos recursos provenientes de cessão onerosa/bônus de assinatura aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios;

 

* Apoiar o avanço urgente da Proposta de Emenda à Constituição nº 51/2019 que “altera o art. 159 da Constituição para aumentar para 26% a parcela do produto da arrecadação dos impostos sobre a renda e proventos de qualquer natureza e sobre produtos industrializados destinada ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal e dá outras providências. ”

Posted On Quinta, 09 Mai 2019 15:00 Escrito por

Presidente flexibiliza regras para atiradores, caçadores e colecionadores

 

Com Agências

 

O presidente Jair Bolsonaro assinou nesta terça-feira (7) um decreto que flexibiliza as regras de transporte de armas para colecionadores, atiradores esportivos e caçadores, conhecidos pela siga CAC.

 

O ato foi feito no salão nobre do Palácio do Planalto, na presença de ministros, parlamentares e de representante de caçadores e colecionadores.

 

O porte de armas para atiradores esportivos já foi flexibilizado em março de 2017, quando uma portaria do Exército estabeleceu que essas pessoas podem eleger uma de suas armas para ser transportada municiada entre o seu local de guarda e o local de treinamento ou competição e vice-versa.

 

Um outro ponto que será alterado com o texto é maior possibilidade de importação de armas, antes restrita.

 

O presidente disse ainda que o governo atuou "no limite da lei" para elaborar o decreto.

 

"Fomos no limite da lei, não inventamos nada e nem passamos por cima da lei. O que a lei abriu possibilidade fomos no limite", afirmou.

 

Em todas as outras situações, os CAC devem levar a arma separada da munição, de forma que ela não possa ser prontamente usada na rua para disparar.

 

Ao assinar o texto, Bolsonaro disse que "ninguém está liberando a caça no Brasil, antes que peguem isso para dizer", afirmou, acrescentando que caça no país só está autorizada mediante a lei.

 

O Palácio do Planalto ainda não divulgou a íntegra do decreto. Em seu discurso, o presidente falou sobre alguns pontos que foram revistos como o aumento de munição de 50 para 1000 cartuxos por ano, a autorização para que caçadores possam ir e voltar à prática de tiro com a arma municiada e autorização para que praças das Forças Armadas possam ter direito ao porte de arma de fogo.

 

Esses pontos não foram esclarecidos pelo governo.

O presidente criticou ainda gestões anteriores por incentivarem o desarmamento, argumentando que essa política não contribuiu para melhoras na segurança pública do país. Segundo ele, o decreto em si não é uma política voltada à segurança pública.

 

"Eu sempre disse que a segurança pública começa dentro de casa", afirmou. "É com muita satisfação, muito orgulho, que assinei esse decreto na presença de pessoas maravilhosas quanto vocês."

 

O presidente disse ainda que a elaboração do texto contou com a participação dos ministros Fernando Azevedo (Defesa), Sergio Moro (Justiça) e Onyx Lorenzoni (Casa Civil), a quem se referiu como alguém que chegou "meio perdido" à discussão.

 

A flexibilização para a posse de armas é uma bandeira antiga de Bolsonaro, que foi eleito com forte apoio da bancada da bala.

 

Depois de assumir a Presidência da República, um de seus primeiros atos como presidente foi a edição de um decreto para facilitar a posse de armas de fogo, uma promessa de campanha.

 

Na última terça (30), o porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, já havia anunciado que o presidente preparava um decreto sobre o tema para esta semana.

 

"Desde a campanha, o presidente vem imaginando permitir uma certa abertura no transporte [das armas] para caçadores, atiradores e colecionadores de armas. Especialmente dos atiradores, da sua casa para o estande de tiro, onde ele vai realizar o seu treinamento esportivo", disse o porta-voz.

 

A confirmação foi feita pelo próprio Bolsonaro no último domingo (5).

Para o especialista em segurança pública Renato Sérgio de Lima, presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o decreto presidencial vem para ser uma norma mais forte do que a portaria do Exército, e representa um passo na direção da legalização do porte de armas no país.

 

"É uma flexibilização no controle de armas, é um passo para o porte e, o mais preocupante, cria um privilégio, um atalho [para algumas categorias]. Pode ser questionado na Justiça, porque, no fundo, isso viola o espírito do controle de armas que está previsto no Estatuto do Desarmamento", disse Lima.

 

"Vou assinar [o decreto] na terça-feira, às 16h, pode ficar tranquilo. CAC não vai ter quantidade de munição. Vai poder transportar arma municiada. Quebrando o monopólio também", disse Bolsonaro ao apoiador.

 

 

 

Posted On Quarta, 08 Mai 2019 07:41 Escrito por

Críticas indiretas ao general foram feitas inclusive no perfil oficial do presidente; Guerrilha contra o militar começou com Olavo de Carvalho

 

Com Agências

 

Após um dia de artilharia pesada nas redes sociais contra o ministro da Secretaria de Governo, Santos Cruz, inclusive com críticas indiretas ao general publicadas em sua conta no Twitter, o presidente Jair Bolsonaro disse, nesta segunda-feira (6), que há uma “guerra” e que os militares “estão preparados” para ela.

 

“Estamos em uma guerra. Eles, melhor do que vocês, estão preparados para a guerra”, disse Bolsonaro, visivelmente incomodado com as perguntas dos jornalistas sobre os ataques.

 

Um pouco antes, no entanto, ele tinha negado que haja uma divisão. “Não existe grupo de militares nem grupo de olavos aqui. Tudo é um time só”, disse.

 

Mais cedo, ele havia dito que apoia Santos Cruz e que conversou com o ministro na noite de domingo, mas negou que o militar tenha pedido demissão.

 

“Essas coisas menores o pessoal sabe que eu não perco tempo com isso, que nosso objetivo é outro e que temos que despender nossa energia em outras áreas”, disse.

 

Não foi o que se viu no fim de semana - e nem nas últimas semanas, quando se intensificaram os ataques dos olavistas, inclusive os filhos do presidente, ao vice-presidente, general Hamilton Mourão.

 

No domingo (5), após críticas diretas do guru do bolsonarismo Olavo de Carvalho contra Santos Cruz, com base em uma entrevista dada pelo ministro há mais de um mês, olavistas e apoiadores de Bolsonaro conseguiram colocar a hashtag #ForaSantosCruz nos assuntos mais comentados do Twitter.

 

Na entrevista à Jovem Pan, de Boston, Santos Cruz havia dito que o uso das redes sociais deveria “ser disciplinado”. “Até a legislação tem de ser aprimorada, e as pessoas de bom senso têm de atuar mais para chamar as pessoas à consciência de que a gente precisa dialogar mais, e não brigar”, afirmou, na época.

 

“Controlar a internet, Santos Cruz? Controlar a sua boca, seu merda”, escreveu Olavo de Carvalho em seu perfil no Twitter no domingo. No dia anterior, tinha chamado o general de “apenas uma bosta engomada”.

 

Por trás dos ataques, está a disputa de poder entre Olavo e sua trupe e os militares no governo, que já se tornou mais evidente no Ministério da Educação, na Apex e no próprio Planalto.

 

No domingo, após a hashtag pedindo a saída de Santos Cruz, os filhos do presidente, Eduardo e Carlos, e o próprio perfil de Bolsonaro publicaram tuítes em que falavam da importância de não regulamentar as redes sociais, numa crítica clara à fala do general, mas sem citá-lo. “Quem achar o contrário recomendo um estágio na Coréia do Norte ou Cuba”, diz o texto postado no perfil de Bolsonaro.

 

Nesta segunda-feira, vários militares saíram em defesa de Santos Cruz, inclusive o vice, Mourão.

 

“Esses ataques são totalmente sem nexo. Se nós ignorarmos, será muito melhor para todo mundo”, disse o vice-presidente.

 

Já o ex-comandante do Exército general Eduardo Villas Bôas disse, pelo Twitter, que Olavo de Carvalho é um “Trótski de direita”, que, “a partir de seu vazio existencial, derrama seus ataques aos militares e às Forças Armadas demonstrando total falta de princípios básicos de educação, de respeito e de um mínimo de humildade e modéstia”.

“Eu não tenho nada a ver com o Villas Bôas, é um comandante que eu respeito. O nosso Brasil está no caminho certo e os ministros estão todos fazendo o que é determinado”, disse Bolsonaro, ao ser questionado também nesta segunda sobre as declarações do ex-comandante do Exército.

 

 

Posted On Terça, 07 Mai 2019 07:59 Escrito por
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