Segundo pesquisa do Datafolha, apenas 7% da população considera o governo do peemedebista 'ótimo' ou 'bom'
Com Folha de São Paulo
A popularidade do presidente Michel Temer caiu para 7%, o pior número para um presidente nos últimos 28 anos, e 65% dos brasileiros querem a sua saída diante da crise política que o cerca por acusações de corrupção, segundo pesquisa do Datafolha publicada neste sábado.
Temer tinha 9% de aprovação antes de, em 17 de maio, ser revelada uma gravação em que parece dar o seu aval ao pagamento de propina ao ex-deputado Eduardo Cunha e de o Supremo Tribunal Federal (STF) abrir uma investigação por corrupção, obstrução da justiça e organização criminosa.
A gestão de Temer é considerada ruim ou péssima por 69% da população e regular por 23%. Em abril estes índices estavam em 61% e 28%.
Apenas o presidente José Sarney teve uma popularidade mais baixa do que a de Temer, 5% em setembro de 1989, em meio à crise da inflação no país.
Renúncia e eleições diretas Pela primeira vez desde que Temer assumiu o poder, o Datafolha analisou o apoio a sua possível saída.
Atualmente, 65% dos brasileiros acreditam que seria "o melhor" para o Brasil, enquanto 30% são a favor de sua permanência no cargo.
Embora Temer assegure ser vítima de um complô e tenha se negado a deixar a presidência, sua renúncia é defendida por 76% da população. Cerca de 20% é contra e 4% não soube responder.
Se Temer não renunciar, uma porcentagem ainda maior - 81% - é a favor da abertura de um processo de impeachment. O Congresso tem 20 solicitações nesse sentido, apesar de o procedimento ser longo.
E no caso do presidente deixar o poder por qualquer motivo, 83% dos brasileiros quer a realização de eleições diretas, enquanto somente 12% estão de acordo com eleições indiretas.
Se Temer cair, a Constituição estabelece que o Congresso deve escolher em um prazo de 30 dias a pessoa que irá substituí-lo para completar o mandato até o fim de 2018. E próxima semana será especialmente delicada para Temer.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve apresentar até terça-feira uma ou várias denúncias formais contra o presidente, que devem ser analisadas por dois terços da Câmara de Deputados. Se as denúncias forem validadas e aceitas pelo STF, Temer deverá se afastar do cargo por 180 dias.
A pesquisa do Datafolha foi realizada entre quarta-feira (21) e sexta-feira (23) com 2.771 entrevistados, com uma margem de erro de 2%.
A Presidência, ocupada por Michel Temer, tem muita confiança de apenas 3% da população
POR THAIS BILENKY - Folha de SP
As Forças Armadas são a instituição em que a população deposita mais confiança no país hoje, enquanto o Congresso, a Presidência e os partidos políticos caíram em descrédito.
Pesquisa Datafolha aponta que 40% da população diz confiar muito nas Forças Armadas e 43% confiam um pouco. Outros 15% não confiam e 2% não souberam responder.
Essa opinião ecoa mais entre os homens (49%) do que entre as mulheres (31%), entre os mais ricos (47%) e entre os eleitores do deputado Jair Bolsonaro (58%).
O possível candidato a presidente homenageou torturador da ditadura militar e já afirmou à Folha que metade de seu ministério, se eleito, seria composto por pessoas da carreira.
O discurso favorável à intervenção militar foi ouvido nas ruas do país ao longo do ano passado e deste em manifestações pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e contra a corrupção.
O instituto ouviu 2.771 pessoas de 21 a 23 de junho para realizar o levantamento, cuja margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
A Presidência da República viu a sua credibilidade despencar desde 2012. Em agosto daquele ano, 33% disseram confiar muito, 52% um pouco e 15% nem um pouco. Hoje, 3% disseram confiar muito na instituição, 31% um pouco e 65% não confiam.
O quadro espelha a impopularidade do ocupante da cadeira, Michel Temer (PMDB), cuja aprovação atingiu o menor nível em 28 anos, 7%, como mostrou pesquisa publicada neste sábado (24).
O Congresso, que já não usufruía de tanta credibilidade, viu sua imagem se deteriorar ainda mais em meio à crise econômica e política instalada no país.
Hoje os índices de confiança são os mesmos da Presidência (65% não confiam, 31% confiam um pouco e 3% confiam muito). Em agosto de 2012, 8% confiavam muito, 40% um pouco e 52% não confiavam.
Os partidos políticos têm hoje muita confiança de apenas 2% da população; 28% confiam um pouco e 69% não confiam neles enquanto instituição.
Na comparação com cinco anos atrás, antes de a Operação Lava Jato revelar a corrupção sistêmica em partidos de diferentes matizes ideológicos, a imagem era um pouco melhor: 7% confiavam muito, 41% um pouco e 52% não confiavam.
A imprensa é a instituição de segunda maior confiança dos brasileiros, segundo o Datafolha: 22% disseram confiar muito nela, 49% um pouco e 28%, não, absolutamente.
Entre os mais novos, contudo, a desconfiança é maior. Dos entrevistados de 16 a 24 anos, 10% confiam muito na imprensa, 48% um pouco e 41% não confiam.
OAB: arquivamento do pedido de cassação de Aécio lança dúvidas sobre acordos
Com Agências
O senador João Alberto de Souza (PMDB-MA), presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado, informou nesta sexta-feira (23), que indeferiu o pedido de abertura de processo para cassação do mandato do senador Aécio Neves (PSDB-MG). A alegação dada por Souza foi a de que faltam provas para dar seguimento à ação na Casa.
O pedido de abertura de processo de cassação contra Aécio Neves foi apresentado pela Rede Sustentabilidade e pelo PSOL depois que o senador tucano foi citado na delação premiada do empresário Joesley Batista, um dos donos do grupo JBS. Os partidos oposicionistas argumentam que houve quebra de decoro parlamentar pelo parlamentar.
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia, criticou duramente a decisão do presidente do Conselho de Ética do Senado, senador João Alberto, de arquivar, nesta sexta-feira, 23, a representação que pedia a cassação do mandato do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG). Para Lamachia, essa determinação representa um "deboche da sociedade".
"A lamentável decisão do senador João Alberto, presidente do Conselho, frustra as expectativas de que o Congresso se paute pelos valores da transparência e da legalidade. O arquivamento também lança dúvidas e especulações sobre eventuais acordos que possam estar sendo feitos nas sombras", diz o presidente em comunicado à imprensa.
A OAB afirmou que, no contexto atual, era "imprescindível" que o processo tivesse curso para que o senador mineiro pudesse prestar os esclarecimentos necessários. Para João Alberto, no entanto, Aécio não agiu de má-fé ao pedir R$ 2 milhões ao dono da JBS, Joesley Batista.
"Esse cidadão (Joesley) era tido como um homem sério, um dos principais empresários do País, com trânsito em todas as áreas, e que nunca se pensou que era bandido. Ele, Aécio, entrou para conversar com um bandido pensando que era uma pessoa séria", defendeu o presidente do Conselho. Ele destacou que as gravações de Aécio com Joesley não o convenceram de que houve quebra de decoro parlamentar, nem as reportagens publicadas pela imprensa.
Apesar da decisão do Conselho de Ética do Senado, Aécio Neves continua sendo alvo de um total de nove inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF), sendo dois deles abertos a partir da delação da JBS.
Constatação é apontada em dados do Cadastro Nacional de Empregados e Desempregados, que revelam a manutenção de 441 postos de trabalho no Estado Lara Cavalcante
O Estado do Tocantins, de acordo com os dados do Cadastro Nacional de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nessa quarta-feira, 21, no mês de maio, registrou-se a admissão de 5.680 trabalhadores e o desligamento de 5.239, o que resultou em um saldo positivo de 441 empregos, número bem superior ao de abril, quando o saldo foi de 110 postos de trabalho. O resultado positivo já acontece pelo 4º mês consecutivo em 2017.
A secretária de Estado do Trabalho e Assistência Social, Patrícia do Amaral, comemora os dados avaliando como sendo o fruto de trabalho do Governo do Estado para recuperar a economia, gerar mais empregos e capacitar os trabalhadores tocantinenses. “Somente no primeiro trimestre, o Sine [Sistema Nacional de Emprego] do Tocantins capacitou 1.746 pessoas em todo o Estado”, exemplificou a gestora.
Atualmente, o Tocantins está em 10° lugar entre os estados brasileiros que apresentaram saldo positivo de emprego. Os setores Construção Civil e Serviços foram os que apresentaram os melhores resultados. Em maio, a Construção Civil contratou 1.155 trabalhadores e demitiu 789, obtendo o saldo positivo de 366 postos de trabalho. Já o setor de Serviços abriu 1.614 vagas e fechou outras 1.382, ficando com saldo de emprego positivo de 232 postos. Os setores Extrativista Mineral, da Indústria da Transformação, e da Administração pública também apresentaram números positivos em um total de 110 postos. Os setores que apresentaram mais baixas na quantidade de vagas foram o Agropecuário, com saldo negativo de 139 postos; seguido pelo do Comércio, que fechou 121 vagas. Além do Serviços Industriais de Utilidade Pública, que apresentou saldo negativo de 7 vagas. Apesar das baixas, o saldo foi positivo pelo 4º mês consecutivo, fechando maio com um total de 441 novos postos de trabalho.
O Caged também apresentou o levantamento por municípios com mais de 30 mil habitantes. No Tocantins, dos sete municípios que se enquadram na categoria, somente dois apresentaram saldo negativo de postos de trabalho: Gurupi, com menos 73 vagas de emprego; e Colinas do Tocantins, com saldo negativo de 12 vagas. Nos outros cinco municípios, prevaleceram os números positivos: Palmas com 350 postos de emprego; Araguaína com 144; Araguatins com 1 vaga; Porto Nacional com 8; e Paraíso do Tocantins com 119 postos de trabalho de saldo positivo.
Sobre o Caged O Caged apresenta o levantamento do número de demissões e contratações que ocorrem no Brasil, e contabiliza aqueles que trabalham com carteira assinada, ou seja, regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Além do controle que o governo federal realiza no fluxo de demissões e contratações para medir o crescimento do emprego no país, o cadastro serve como base de estudos para que sejam revisados os programas de subsídio ao emprego em determinadas áreas.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestar sobre o inquérito aberto para investigar o presidente Michel Temer, a partir das delações da JBS. A partir da intimação, a PGR terá prazo legal de cinco dias para decidir sobre eventual denúncia contra o presidente e outros citados nas investigações, entre eles, o ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR).
André Richter
Na decisão, o ministro não se pronunciou sobre o pedido de Policia Federal (PF) para prorrogar por mais cinco dias o inquérito aberto para investigar o presidente e Loures. Com a decisão, a PF deverá anexar as diligências que ainda faltam, como o laudo das gravações feitas pelo empresário Joesley Batista com o presidente, nos próximos dias.
No início do mês, a investigação já foi prorrogada pela primeira vez a pedido da PF, que alegou necessidade de mais tempo para concluir as investigações, iniciadas a partir das citações do nome do presidente nas delações dos executivos da JBS.
Na sexta-feira (9), o advogado Antônio Mariz de Oliveira, representante de Temer, informou ao ministro que o presidente decidiu não responder às perguntas enviadas pela Polícia Federal no inquérito. Além disso, a defesa pediu o arquivamento das investigações e fez críticas ao teor do questionário enviado pelos delegados.
Para a defesa de Temer, o questionário é um “acinte à sua dignidade pessoal e ao cargo que ocupa” e atenta contra os “direitos individuais inseridos no texto constitucional”. “ O presidente e cidadão Michel Temer está sendo alvo de um rol de abusos e de agressões aos seus direitos individuais e à sua condição de mandatário da nação que colocam em risco a prevalência do ordenamento jurídico e do próprio Estado Democrático de Direito”, destaca o documento.