Gleisi Hoffmann e Aloízio Mercadante são parte da equipe
Por Bruno Bocchini
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou hoje (1º) que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, escolheu o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, para coordenar a equipe de transição para o novo governo. De acordo com Hoffmann, até o momento, só estão confirmados na equipe, além de Alckmin, o ex-ministro Aloizio Mercadante e ela própria, presidente do PT. Outros nomes serão definidos a partir da próxima quinta-feira.
“O Geraldo Alckmin é o vice-presidente da República e tem mais do que legitimidade e poder político e institucional para conduzir isso, então a decisão do presidente [Lula] foi nesse sentido”, disse, em entrevista coletiva. “Como o Mercadante foi coordenador de programa de governo e tem essa relação com os nossos programas, ele vai estar junto na equipe. E eu também vou estar junto na parte da política e na relação com os partidos”, disse Hoffmann.
A presidente do PT ressaltou que todos partidos que participaram da frente ampla formada em torno da candidatura de Lula terão participação na equipe de transição. “Quero deixar claro isso, nessa comissão, a participação de todos os partidos que tiveram conosco nessa caminhada. Os partidos que estiveram na coligação, que fizeram a disputa eleitoral, vão participar também do processo de transição”.
Hoffmann ressalvou, no entanto, que a participação na equipe de transição não significa que os escolhidos serão, necessariamente, futuros titulares dos ministérios. “Importante também deixar bem claro para vocês que quem participa dessa comissão de transição não quer dizer que vai ser ministro ou ministra”, disse. “O presidente Lula não abriu essa discussão”, acrescentou.
Orçamento
A presidente do PT ainda enumerou os principais pontos em que a equipe de transição deverá se debruçar inicialmente. Segundo ela, a preocupação inicial está relacionada ao orçamento para 2023 e a situação fiscal do governo.
“Nós queremos que seja assegurado no orçamento de 2023 o contrato que nós fizemos nas eleições, aquilo que nós dissemos que iríamos realizar para o povo brasileiro. Nós queremos que o auxílio Brasil seja de R$ 600, que tenha reajuste do salário, essas questões nós vamos discutir. Mas mais do que isso nós também queremos ver como é que está a situação fiscal, porque a gente tem poucas informações sobre isso. A ideia é ter um quadro geral”.
Segundo a presidente do PT, o ministro Chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, confirmou que o presidente da República, Jair Bolsonaro, determinou o início do processo de transição de governo. “Eu conversei ontem com o Chefe da Casa Civil, senador Ciro Nogueira. Ele me falou que está à disposição, que foi uma determinação do presidente [Jair Bolsonaro] de se instalar o processo de transição, que eu poderia passar a ele os nomes para eles fazerem as nomeações”, disse.
Presidente eleito prometeu ampliar o número de pastas e chega ao poder pela terceira vez com a missão de acomodar, em seu governo, aliados históricos e antigos adversários que apoiaram sua candidatura na reta final
Por Eduardo Morgado
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que venceu o segundo turno das eleições contra Jair Bolsonaro (PL) no último domingo, 31, deverá organizar nas próximas semanas como será a composição de seu novo governo que se inicia no dia 1º de janeiro. Durante a campanha, o petista evitou dar nomes de integrantes do seu eventual novo governo, mas a partir desta segunda-feira, 31, ao ser nomeado próximo chefe do Executivo federal, a expectativa é de que as negociações comessem. O ex-metalúrgico, inclusive, já havia prometido, em falas realizadas aos apoiadores durante suas agendas, que aumentaria o número de pastas e que realizaria um desmembramento no ‘superministério’ da Economia.
Caso cumpra com seu comprometimento, Lula terá ministros da Previdência Social, da Segurança Pública, da Pesca, do Desenvolvimento Agrário, da Pequena e Média Empresa, das Mulheres, da Cultura, dos Povos Originários, da Indústria e da Igualdade Racial, além dos cargos já existentes na Esplanada. A equipe de reportagem da Jovem Pan realizou um levantamento com os principais nomes e entrou em contato com os possíveis ministros que poderão chefiar as pastas à partir de janeiro do próximo ano.
Mesmo após abrigar apoios das mais diversas alas ideológicas e com a promessa de que deseja realizar um governo amplo, Lula deverá contar com uma base de apoio de confiança entre os ministros, com nomes que já caminham com o petista desde antes da concretização de sua vitória. Após não obterem êxito nas eleições aos cargos de governador de São Paulo e senador pela mesma região, Fernando Haddad (PT) e Márcio França (PSB) são nomes que encontram-se com o ‘caminho livre’ para comandar as pastas ministeriais. Haddad, por sua vez, já tem experiência no cargo por ter sido ministro da Educação de 2005 a 2012, durante os governos petista de Lula e Dilma Rousseff (PT), e há a chance de que o petista exerça a mesma função de outrora ou ocupe um vaga em um ministério da área econômica.
Entre os nomes que conseguiram se eleger e que podem ser nomeados como ministros pelo presidente eleito, estão: deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP), que foi ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais durante o segundo governo Lula e a pasta da Saúde para sua sucessora; deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), que foi Ministra-Chefe da Casa Civil entre 2011 e 2014, é cotada para reassumir o cargo; Wellington Dias (PT-PI), ex-governador do Piauí e senador eleito, está no radar do petista e pode ser nomeado para comandar uma pasta da área econômica ou de articulação política; Flávio Dino (PSB-MA), senador eleito e postulante ao cargo de ministro da Justiça ou Segurança Pública, já teve um ‘chamado público’ por Lula durante agenda após o ex-metalúrgico dizer que o ex-governador conquistaria a cadeira no Senado, mas não seria congressista por muito tempo “porque vai ter muita tarefa nesse país”; Jaques Wagner (PT-BA), senador com mandato até fevereiro de 2027, também é tido como nome forte para comandar um ministério econômico; Reginaldo Lopes (PT-MG), atualmente líder do PT na Câmara, concorre ao cargo de ministro da Educação; Simone Tebet (MDB), terceira presidenciável mais votada no primeiro turno das eleições gerais, segue como uma aposta para integrar o governo na área da Educação ou da Agricultura após seu forte apoio à candidatura petista no segundo turno; Henrique Meirelles (União Brasil), que foi presidente do Banco Central nos governos Lula e comandou a Fazenda na gestão Michel Temer, é o principal nome do mercado financeiro para chefiar a pasta da Economia. Procurado pela Jovem Pan, porém, o ex-presidenciável afirmou que não houve convite por parte do petistas “até agora”.
Nos números nacionais do mesmo instituto, Bolsonaro está com 50,3% dos votos válidos, e o ex-presidente Lula tem 49,7%
Com Site EXAME
O presidente Jair Bolsonaro (PL) lidera a corrida pela presidência da República nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, segundo pesquisa eleitoral Futura Inteligência, encomendada pelo banco Modal e divulgada nesta sexta-feira, 28.
Nos números nacionais do mesmo instituto, Bolsonaro está com 50,3% dos votos válidos, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 49,7%. Veja abaixo o recorte por estado.
São Paulo
No maior colégio eleitoral do país, São Paulo, Bolsonaro tem 54,9% dos votos válidos, e o ex-presidente Lula aparece com 45,1%. Para os votos válidos, são desconsiderados brancos, nulos e as pessoas que dizem que não sabem. É desta forma que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) faz a contagem oficial da eleição.
Para a pesquisa, foram ouvidas 1.000 pessoas entre os dias 24 e 26 de outubro. A margem de erro é de 3,1 pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. A sondagem foi registrada no TSE com o número BR-05075-2022. Veja o relatório.
Votos válidos - SP
Bolsonaro (PL): 54,9%
Lula (PT): 45,1%
Minas Gerais
Em Minas Gerais, onde o ex-presidente Lula venceu no primeiro turno. O petista aparece em segundo lugar nas intenções de voto com 49,7% dos votos válidos. Neste recorde feito entre os eleitores mineiros, Bolsonaro tem 50,3%. O cenário é considerado empate técnico por estar dentro da margem de erro.
Para a pesquisa, foram ouvidas 1.200 pessoas entre os dias 24 e 26 de outubro. A margem de erro é de 2,9 pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. A sondagem foi registrada no TSE com o número BR-07804-2022. Veja o relatório.
Votos válidos - MG
Bolsonaro (PL): 50,3%
Lula (PT): 49,7%
Rio de Janeiro
No Rio de Janeiro, reduto eleitoral do presidente, Bolsonaro larga em vantagem segundo a pesquisa Modalmais/Futura, com 56,6% dos votos válidos. Neste recorte feito entre os fluminenses, Lula tem 43,4%.
Para a pesquisa, foram ouvidas 800 pessoas entre os dias 24 e 26 de outubro. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. A sondagem foi registrada no TSE com o número BR-09037-2022. Veja o relatório.
Votos válidos - RJ
Bolsonaro (PL): 56,6%
Lula (PT): 43,4%
Quem ficou na frente no 1º turno?
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) disputarão o segundo turno da eleição presidencial. Com 100% das urnas apuradas, Lula ficou com 48,43% dos votos válidos, e Bolsonaro, 43,20%, na votação do primeiro turno, realizado no domingo, 2.
O que explica a diferença entre pesquisa e resultado das eleições?
Indecisos e migração de eleitores. Essas duas variáveis são as hipóteses apontadas por institutos de pesquisas eleitorais para explicar a diferença entre o que as sondagens indicavam e o resultado das urnas no primeiro turno das eleições 2022.
Há um ainda um terceiro elemento, menos determinante, mas também com algum grau de impacto: a falta de um Censo atualizado. A metodologia das pesquisas eleitorais leva em conta os dados oficiais para retratar, proporcionalmente, a cara do Brasil.
O último Censo demográfico foi realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2010. Em 2020 havia a previsão de uma nova rodada de entrevistas para entender o perfil dos brasileiros, mas a realização da pesquisa foi suspensa por conta da pandemia de covid-19. Em 2021, cortes orçamentários suspenderam a realização, mas o Supremo Tribunal Federal obrigou o governo a fazer o Censo, cuja coleta começou neste ano.
Presidente participou de carreata de Belford Roxo a São João do Meriti; petista comemora 77 anos na quinta, 27
Com Agências
Na última semana de campanha das eleições de 2022, os dois candidatos que disputam a Presidência da República intensificaram agendas eleitorais, com programações em mais de um Estado do país. O presidente Jair Bolsonaro (PL), por exemplo, participa de compromissos nesta quinta-feira, 27, no Rio de Janeiro. A visita ao atual mandatário a região acontece dois dias após seu adversário Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participar de comícios e caminhadas com apoiadores fluminenses. O primeiro evento de Bolsonaro foi participação de uma carreata, às 11h, de Belford Roxo até São João do Meriti, na Baixada Fluminense, onde realizou um comício.
Em rápido discurso, o presidente pediu que cada um de seus apoiadores conquistem “pelo menos mais um voto” para a sua campanha e falou sobre a possibilidade de recepcionar a equipe do Flamengo no aeroporto Galeão, no Rio, após final da Libertadores contra o Athletico Paranaense. “Vamos ganhar a Libertadores e vamos receber o Flamengo”, disse Bolsonaro, que afirma ser palmeirense. No período da tarde, o chefe do Executivo também fez comício em Campo Grande, onde adotou tom mais ameno e ignoro caso sobre inserções de rádios.
Por sua vez, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que faz aniversário nesta quinta-feira, iniciou sua agenda na manhã com entrevista a uma rádio. Durante conversa de cerca de meia hora, o petista voltou a afirmar que a educação será prioridade do seu governo, se eleito do próximo domingo, 30. Em suas falas, Lula defender melhora no ensino fundamental público do Brasil e, para isso, falou sobre aumento de salário dos profissionais da educação. “Precisamos aumentar o salário dos professores, dar condições. E as escolas precisam ter multifuncionalidade, para que as crianças gostem de ir pra aula”, afirmou.
Na conversa, o ex-presidente também criticou o adversário, afirmando que “não existe previsibilidade com Bolsonaro” e prometeu investimentos em saúde, educação, e a retomada de conferências nacionais. Como a Jovem Pan mostrou, Luiz Inácio divulgou na tarde desta quinta uma carta aos brasileiros. No documento, ele elenca 13 áreas prioritárias de seu plano de governo e promete, se eleito, trabalhar “com um política fiscal responsável”. Em data que comemora 77 anos, o petista também recebeu vídeo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que novamente declarou apoio à candidatura de Luiz Inácio no segundo turno das eleições.
O Datafolha ouviu 4.592 pessoas, entre 25 e 27 de outubro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos
Por Daniela Santos
A nova pesquisa do Datafolha, divulgada nesta quinta-feira (27/10), a três dias do segundo turno, aponta o candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, à frente com 53% dos votos válidos. Jair Bolsonaro (PL), que disputa a reeleição, pontuou 47%.
Trata-se da quarta consulta de intenções de voto do instituto após o primeiro turno, no dia 2 de outubro. Desde então, os números têm mostrado uma estabilidade no cenário. Nos levantamentos de 7 e 14 de outubro, o petista teve 53% dos votos válidos e, na última semana, variou um ponto percentual para baixo, ficando com 52%.
Bolsonaro pontuou 47% nas duas primeiras sondagens e oscilou um ponto positivo na última pesquisa, chegando a 48%. A margem de erro para os levantamentos é de dois pontos percentuais para mais ou menos.
Pela legislação brasileira, um candidato a governador ou a presidente é considerado eleito se obtiver maioria absoluta dos votos; ou seja, metade dos votos válidos mais um – excluídos os votos em branco e os nulos.
O Datafolha ouviu 4.592 pessoas, entre 25 e 27 de outubro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. O levantamento está registrado no TSE com o número BR-04208/2022.
Pesquisa estimulada
No cenário estimulado, com votos totais, e no qual o entrevistado responde em quem vai votar com base numa lista de postulantes, 49% disseram escolher Lula no próximo domingo, enquanto 44% votarão em Bolsonaro.
Os que afirmam votar em branco ou nulo são 5%. Outros 2% estão indecisos.
Depois de novas pesquisas, Lula diz que disputa está muito acirrada
O petista manteve o mesmo percentual, de 49%, nos três primeiros levantamentos. O candidato à reeleição pontuou 44% nos dois primeiros e variou para 45% na semana passada.