Por Edson Rodrigues
Na última segunda-feira, chegou ao nosso conhecimento um verdadeiro imbróglio entre o governador Marcelo Miranda e seu líder na Assembleia Legislativa, Paulo Mourão.
A pendenga envolve a nomeação do diretor do Detran de Porto Nacional, um pedido pessoal de Paulo Mourão ao governador e que, na última edição do Diário Oficial do Estado, descobriu-se que não foi concedido.
Paulo Mourão é filho de Porto Nacional, cidade da qual já foi prefeito e que o elegeu deputado federal por quatro vezes. Ou seja, Paulo Mourão é um dos orgulhos da cidade que, mesmo com sua personalidade forte e posicionamentos pouco transigentes, vê tanto no cidadão quanto no homem público, um exemplo de honestidade e obstinação.
A pessoa indicada por Paulo Mourão para o cargo, chegou a mudar sua rotina e até mesmo mobilizar seu grupo de apoiadores, numa preparação para assumir um cargo tão importante e o baque com o nome que viu no Diário Oficial fez estragos que vão além da reputação pessoal.
Para piorar a situação, o nome do agraciado com o cargo foi indicado por outro deputado estadual, também filho de Porto Nacional, mas que está longe de ter o mesmo prestígio e projeção de Paulo Mourão – leia-se Waldemar Júnior.
ULTIMATO
O desconforto e a indignação de Paulo Mourão com o acontecido foi tamanho, que o deputado foi até o Palácio Araguaia e, ante a ausência do governador, despejou toda a sua ira sobre o chefe de gabinete de Marcelo Miranda, conhecido por “Cenourão”, e deu um ultimato simples e claro: “ou ele resolve essa questão da nomeação ou não tem mais líder na Assembleia legislativa”.
NOSSO PONTO DE VISTA
Marcelo Miranda encontra-se, hoje, em posição semelhante à da presidente Dilma Rousseff, refém de lideranças políticas e de joguetes políticos em nome de uma governabilidade inconsistente.
O governador do Tocantins precisa de um articulador político com postura de articulador, com conhecimento, credibilidade e habilidade para lidar com egos e, principalmente saber trabalhar sob pressão em momentos como o atual, de crise generalizada.
Paulo Mourão, enquanto deputado federal, conseguiu carrear somas significativas de recursos para obras importantes no Tocantins, assegurou a vinda para Porto Nacional da maior distribuidora de petróleo do Norte do País, de uma faculdade de medicina e de uma escola técnica. Ou seja, deve ser tratado por todos por “vossa excelência”, ante a folha de serviços prestados ao Tocantins e, não, ser motivo de galhofas e tratado como “bobo da corte” por seus pares na AL, por sua lealdade canina para com Marcelo Miranda.
Pois foi esse mesmo “bobo da corte” que teve a coragem de representar e defender o governo do Estado em audiências públicas com diversos órgãos de fiscalização e mostrar de forma crível, as dificuldades que o Tocantins vem enfrentando, assim como negociou e apaziguou os ânimos de servidores estaduais,. Como médicos e policiais civis quanto ao pagamento de suas progressões.
Isso tudo, em um ambiente em que Paulo Mourão é o único com cacife – e coragem – suficientes para enfrentar o líder da oposição, Eduardo Siqueira Campos que, com sua competente equipe de assessores, monitora em tempo real todas as ações e decisões que envolvem o governo do Tocantins.
Justamente em uma nomeação para a sua cidade, seu berço, onde seu nome é prestigiado e lembrado, ele é tratado dessa forma pelo governador.
Esperamos que Marcelo Miranda, que já perdeu sua grande avalista, a senadora Kátia Abreu, não vacile novamente e perca o apoio de Paulo Mourão, seu maior guerreiro, seu fiel escudeiro nesse governo e, ato contínuo, o apoio de grande parte da população portuense.
Por Edson Rodrigues
A cúpula nacional do PMDB acaba de aplica um nada sutil “cartão amarelo” ao governador do Tocantins, Marcelo Miranda, ao prorrogar e renovar a intervenção no diretório estadual do partido no Tocantins.
Ao manter o controle estadual da legenda sob a batuta da senadora e ministra Kátia Abreu por tempo indeterminado, os dirigentes nacionais praticamente “mostraram o caminho da porta de saída” para o governador tocantinense, pois a atitude abre a prerrogativa para a senadora e ministra renovar todas as comissões provisórias dos municípios e, consequentemente, indicar os candidatos a vereador e prefeito pelo PMDB nos 139 municípios do Estado, bem como decidir as coligações que bem entender.
DESCONFIÔMETRO LIGADO
Seguidores, simpatizantes e correligionários de Marcelo Miranda tomaram um susto com a forma vertical com que a medida foi comunicada ao partido e já ligaram os alertas para os eventuais “sangramentos” e para o “fogo amigo” vindo de Brasília.
Para os analistas políticos consultados pelo O Paralelo13, não resta outra opção a Marcelo Miranda senão deixar a legenda pois qualquer outra alternativa significaria se curvar e aceitar a soberania de Kátia Abreu.
Senadora, ministra da Agricultura e presidente da Confederação Nacional da Agricultura, Kátia detém muito poder de barganha em suas mãos, além de ser “bancada” pelo vice presidente e articulador político do Governo Federal, Michel Temmer, o que torna praticamente inócuas todas e quaisquer tentativas das deputadas federais do PMDB, Josi Nunes e Dulce Miranda em articular movimentos que venham a favorecer Marcelo Miranda no PMDB, já que o governador tocantinense enfrenta um momento de grande desgaste político e perda de prestígio dentro da legenda.
MAIS AÇÃO
Vale lembrar que podem ser esperadas muito mais ações com o objetivo de alijar Marcelo Miranda do comando do PM|DB no Tocantins, haja vista a movimentação iniciada com a saída do vereador palmense Iratã Abreu para dar lugar ao político experiente e sábio Carlos Braga na Câmara Municipal da Capital, num ganho de status considerável para o grupo de Kátia, que ainda conta com seu filho, Irajá na Câmara Federal, apontando para investidas pontuais visando um êxodo de vereadores, prefeitos, vice-prefeitos e lideranças políticas em todos os municípios do Estado, com destino ao novo grupo que começa a sob as “asas” de Kátia.
Nós, de O Paralelo 13, vislumbramos uma grande preparação para as eleições de 2016, quando Kátia Abreu mostrará seu poder de articulação atuando junto com o “novo” PL, criado pelo político paulista Gilberto Kassab e com o PSD, do qual faz parte seu filho e deputado federal Irajá Abreu.
Em Palmas, além de Carlos Braga, Kátia Abreu também se aproxima do ex-governador Carlos Gaguim, que tem muita identificação com os servidores estaduais e com a Polícia Militar e, inegavelmente, detém considerável força política.
Kátia conta, ainda, com o apoio de Jr. Coimbra, que foi um dos coordenadores da campanha vitoriosa do deputado Eduardo Cunha à presidência da Câmara Federal e que também detém significativa força política em todo o Estado.
Isso é apenas o começo de um embate que se horizonta histórico no cenário político tocantinense, com lances e jogadas de tirar o fôlego dos mais experientes espectadores da política do Tocantins.
Mais que nunca: quem viver, verá!
Mas só quem viver.....
O depoimento de Pedro Avancini amplia as investigações da Lava-Jato, que procura irregularidades em outro contratos além daquele firmados com a Petrobras, políticos do Tocantins, Goiás e Maranhão podem ser citados em novos depoimentos.
Por Edson Rodrigues
O presidente da Camargo Corrêa, Dalton Avancini, confessou à Justiça que a empresa pagou propina para executar obras na Ferrovia Norte-Sul, nos mesmos moldes das operações que foram feitas com os contratos da Petrobras, inclusive com formação de cartel entre as empresas. O executivo admitiu que o esquema irrigou os cofres de partidos políticos e agentes públicos.
As declarações foram feitas em depoimento de delação premiada aos investigadores da Operação Lava-Jato. Na Norte-Sul, a empreiteira participou de contratos no valor de R$ 1 bilhão, assinados em 2010 com a Valec, estatal ligada ao Ministério dos Transportes que administra as ferrovias brasileiras. As informações foram obtidas pelo GLOBO. Com essas revelações, as investigações podem chegar a novos executivos das empreiteiras.
Em prisão domiciliar desde segunda-feira, Avancini detalhou a existência, na Norte-Sul, de um esquema similar ao “Clube das Empreiteiras”, que determinava quais empresas venceriam as licitações na Petrobras. Os investigadores querem saber se as regras do cartel eram idênticas ao esquema coordenado pelo presidente da UTC, Ricardo Pessoa, na estatal de petróleo. Além da Camargo, entre as empresas envolvidas estariam outras investigadas na Lava-Jato como Constran, ligada à UTC, Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão.
O executivo da empreiteira afirmou ainda que a distribuição de propinas seguia regras similares ao esquema montado na Petrobras. Durante as investigações da Lava-Jato, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal revelaram que 1% dos contratos da estatal com as empresas do cartel abasteciam partidos políticos e agentes públicos. Em caso de aditivos, os valores poderiam chegar a 5%.
O executivo será chamado a depor novamente para esclarecer como eram feitos os pagamentos e o valor das propinas. O testemunho específico sobre a Norte-Sul deverá ser marcado para antes do interrogatório sobre a Petrobras, agendado para maio.
As revelações de Avancini ampliaram as investigações da Lava-Jato para contratos além dos da Petrobras. Em março, O GLOBO revelou que o presidente da Camargo Corrêa confirmara o pagamento de R$ 100 milhões em propina para obter contratos de obras na usina de Belo Monte. Ainda segundo Avancini, o valor foi dividido entre PT e PMDB: cada um dos partidos receberia 1% do valor dos contratos.
Em outubro de 2010, a Valec anunciou os nomes dos consórcios de empreiteiras que venceram licitação para executar a construção de um trecho de 669 quilômetros da Ferrovia Norte-Sul, entre Ouro Verde (GO) e Estrela d'Oeste (SP) — um negócio de R$ 2,3 bilhões divididos em cinco lotes. A Camargo Corrêa se uniu à Queiroz Galvão através do Consórcio Ferrosul e venceu os lotes 2 e 3 que, somados, custaram R$ 1 bilhão. Mesmo vencedora, a Camargo teria aberto mão do contrato e, após a vitória, a obra do lote 2 foi assumida pelo segundo colocado na concorrência: o consórcio Pavotec/Ourivio/Tejofran/Fuad Rassi/Sobrado. Os investigadores vão apurar como se deu o pagamento de propina nesses dois contratos, inclusive com a saída da Camargo.
Além da Ferrosul, outros três grupos conquistaram os contratos para a construção do trecho Ouro Verde-Estrela d'Oeste. O primeiro lote foi vencido pelo grupo formado por Aterpa e Ebate, ao custo de R$ 387,7 milhões. O lote 4 ficou a cargo do consórcio Constran, Egesa e Carioca, por R$ 520 milhões. O quinto ficou com a Tiisa Triunfo Iesa Infraestrutura, por R$ 434,3 milhões.
Ano passado, um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) identificou superfaturamento e sobrepreço em obras referente ao trecho entre Porto Seco de Anápolis (GO) e Pátio de Uruaçu (GO). As irregularidades somadas chegam a R$ 176 milhões. Entre as obras executadas pela Camargo Corrêa, o montante superfaturado foi de R$ 45 milhões, segundo as contas do TCU.
EMPRESAS NEGAM CORRUPÇÃO
As construtoras citadas por Avancini em sua delação premiada repudiaram as acusações de formação de cartel nas obras da Ferrovia Norte-Sul e negaram o pagamento de propina a políticos. A Camargo Corrêa divulgou nota dizendo que “não tem acesso ao referido acordo de colaboração, desconhece seus termos e também o teor dos depoimentos. A empresa reitera que permanece à disposição das autoridades”.
Já a Andrade Gutierrez disse em nota que “repudia falsas acusações que vêm sendo feitas e reitera, como tem feito desde o início da Operação Lava-Jato, que não tem ou teve qualquer envolvimento com os fatos investigados”. “É importante ressaltar que não há qualquer tipo de prova sobre a participação da AG em pagamentos indevidos de recursos a políticos e ou a quaisquer outras pessoas. Todas as acusações equivocadas vêm sendo feitas em cima de ilações e especulações, sem qualquer fato ou prova concreta”, completa o texto da empreiteira.
A Queiroz Galvão também negou “veementemente qualquer pagamento ilícito a agentes públicos para obtenção de contratos ou vantagens”. “A companhia reitera que todas as suas atividades seguem rigorosamente à legislação vigente”, diz a empresa, em nota, ao GLOBO. A Constran/UTC disse que “não comenta investigações em andamento”.
A Valec disse que não foi notificada sobre o conteúdo da delação do executivo e que desconhece os fatos citados. Também destacou que a atual diretoria está à frente do órgão há dois anos.
Com informações da Revista Época, Portal Cenário e (Colaboração de Germano Oliveira e Sérgio Roxo).
Com mais de um ano após a Polícia Federal deflagrar a operação Lava Jato, no qual inúmeros políticos e empresários foram citados, as surpresas não param, e como é sabido e noticiado constantemente, personalidades do Tocantins podem estar envolvidas com o esquema de corrupção que envolve empresas e a Petrobrás.
Com delação premiada, a lista do doleiro Alberto Yousseff não para de crescer, cada dia mais envolvidos, sejam políticos, empresários, ou diretores de multinacionais.
Segundo foi apurado pelo O Paralelo 13, na tão famosa lista, pode haver nomes de personalidades tocantinense. Pessoas influentes e muito bem conhecidas por todos nós.
Conforme uma fonte, que por motivos de segurança identidade não será revelada, está chegando a vez de abrir a gaveta da Odebrecht. Por meio de uma radiografia superficial, de acordo com o que nos foi detalhado, tudo indica que tocantinense foi beneficiado por meio da Saneatins.
Yousseff em novo depoimento a Justiça Federal colocou as cartas na mesa, onde o fogo da discórdia já existente entre os envolvidos na Operação, pelo visto só tem aumentado.
Somando-se a isto o delator Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobrás entregou cópias de depósitos da constrututora Del sur que seria usada pela empreiteira para movimentar dinheiro de corrupção.
Segundo a fonte, o Juiz responsável pela investigação do escândalo da Petrobrás, um ano depois, já possui elementos suficientes para abrir a gaveta da empresa Odebrecht.
Odebrecht no Tocantins
No Estado, a empresa é detentora da concessão da Companhia de Saneamento – saneatins, que tem um dos maiores investimentos na capital. Paralelo a isso, por coincidência ou não, existe em andamento na Assembleia Legislativa uma CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga irregularidades na venda da Saneatins, bem como as cobranças na tarifa de água e taxa de esgoto.
A CPI é presidida pelo deputado estadual Eduardo do Dertins. No caso do envolvimento da Petrobras, o possível desvio de mais de 9 bilhões está sendo avaliado pelo juiz federal Sergio Moro, considerado pela classe um dos maiores especialistas em lavagem de dinheiro no País.
Ainda não foi confirmado o envolvimento de um político de Palmas como beneficiado na operação que envolve a Odebrecht, Petrobrás e possivelmente a Saneatins, mas conforme nos foi informado isso só será feito depois da quebra dos sigilos fiscais e bancários do envolvido, ou por uma delação, o que já virou rotina na Lava Jato.
Ao que tudo indica, e pelos rumores, vem uma bomba por o Tocantins na Rota da Lava Jato. Estamos de olho!
Box
Tendo em vista a CPI do Lavajato na Assembleia Legislativa e a possibilidade da operação de ter alimentado um “peixe grande” tocantinense, onde pelo que se foi apurado até o momento foram gastos injustificavelmente mais de 700 milhões em tratamento de esgoto e água no Estado, o competente e combatente vereador Lúcio Campelo requereu e foi aprovado por unanimidade pelos demais vereadores, para que o chefe do Poder Executivo da Capital ceda cópias de todos os contratos de obras executadas e a executar conforme acordo firmado entre a Odebrecht, Saneatins e Prefeitura.
Segundo o vereador, o objetivo é que se cumpra a Lei Orgânica do Município e ao Regimento Interno da Câmara no qual atribui aos vereadores à função de agente fiscalizador, função essa que para Campelo foi lhe dada pelo povo palmense no qual ele representa na Casa de Leis.
No artigo, publicado no Diário da Manhã e intitulado “Ronaldo Caiado: uma voz a procura de um cérebro”, Torres faz ataques à inteligência e ao caráter do senador. Em artigo-resposta, Caiado chama o desafeto de “psicopata e mal-agradecido”.
“Ronaldo Caiado: uma voz à procura de um cérebro
Fiz uma opção íntima, à partir das turbulências que enfrentei , de permanecer em silêncio até que a justiça desse o veredito final e me aclamasse inocente, como de fato sou. Já obtive duas liminares no STF e uma no STJ, suspendendo os processos contra mim, porque, na verdade, fui vítima de um grande complô, que , ao final, será desnudado. Jamais desejei vir a público expor meu enredo antes que houvesse uma decisão definitiva sobre a licitude da prova contra mim forjada e mesmo sobre o conteúdo desta ,ou seja, não me recuso a enfrentar o mérito das escutas, ainda que elas sejam ilegais.
Sofri toda espécie de acusação, pilhagem intelectual e moral, deserções e contrafações, a tudo resisti porque as esvaziarei.
Mais que as decisões de instâncias superiores, há várias verdades iniludíveis. Jamais fui acusado de desviar qualquer centavo público: ninguém diz que roubei valores de estradas, pontes, hospitais, escolas… Nada.
Uma perícia realizada pelo próprio Ministério Público, e jamais oficialmente divulgada, assevera que eu poderia ter um patrimônio 11 por cento maior do que possuo; prova de que não há enriquecimento ilícito, que o apartamento que financiei junto ao Banco do Brasil teve todas as parcelas pagas em débito de conta corrente, cujo único abastecimento é o salário que percebo e com mais 27 anos de prestações restantes. A insinuação de que tinha conta corrente no exterior sucumbiu, nada sequer passou perto de ser comprovado e nas garras da imprensa continuo, vez por outra, sendo arranhado. Aliás, todos os membros do Ministério Público que me molestam têm um padrão de vida superior ao meu e muitos com gostos idênticos. Não os acuso de nada, mas por que então o que eles possuem é legal e o que eu tenho não?
A acusação que pesava contra mim era ser amigo de Carlos Cachoeira. Era não, sou. Não vivo como Lula e José Dirceu, nem como um monte de hipócritas. Não devo e não temo.
Clamei da tribuna, que me investigassem, que me dessem o direito de defesa e do contraditório, tudo em vão. Em um processo sumário fui execrado e humilhado, o que não acontece com os parlamentares envolvidos na operação lavajato , que contribuíram para o desvio de bilhões de dólares dos cofres da Petrobras. O PT e os governistas me enxovalharam no intuito de melar o julgamento do mensalão. O PSDB resolveu salvar Marconi Perillo, que gastou uma fortuna dos cofres públicos para custear sua absolvição. Os “éticos” do Senado viram uma oportunidade para se livrarem de quem os retirava do noticiário cotidiano nacional. O Judas Ronaldo Caiado reinventou a tese de que não existem traições de pessoas e sim de princípios e que para isso estava autorizado a qualquer coisa com algum alcance moral, inclusive trair, à semelhança de Hitler, Mussolini, Stalin e tantos outros degenerados. Viu aí uma oportunidade para soerguer-se politicamente. Bastava afundar-me no buraco e, prazenteiramente, o fez.
Hoje, lamentavelmente, saio do ostracismo a que me tinha recolhido para enfrentar declarações dadas ao “painel” da revista Veja, em que o senador por Goiás, Ronaldo Caiado, afirma que sou uma grande decepção em sua vida e um traidor.
Confesso que surpreendi-me. Ronaldo fez uma campanha em que aproveitou meu número, 251, e o meu slogan “defender Goiás”. Jamais fez qualquer pronunciamento sobre mim, mesmo na presença de correligionários seus que às vezes me atacavam entendendo que isso granjearia votos junto à claque.
Nesse período, mandou vários recados na tentativa de “tranquilizar-me”, sem obter resposta e num dia, quando não era ainda candidato, encontrou-me num estabelecimento comercial chamado “Jerivá”, quando eu saía do banheiro, e tentou conversar comigo, bem risonho, o que mereceu uma esquiva de minha parte.
Ronaldo é um mitômano e tem um comportamento dúbio, às vezes tíbio, às vezes dissimulado. Na tribuna oscila. É sintomático o caso Garotinho. Ronaldo o acusa de formação de quadrilha, é o que está unicamente nas redes sociais; Garotinho o acusa de ser traíra por ter me abandonado; Caiado volta à tribuna e pede arreglo à Garotinho. Os dois últimos vídeos desapareceram das redes sociais.
Mas, enfim, Caiado se passava como uma espécie de irmão mais velho pra mim, falava da afinidade de nossas teses, que era um conservador não beligerante, pra isso não poupando sequer seus antepassados, e que desejava um futuro liberal para o Brasil.
Ronaldo, fazia sim, parte da rede de amigos de Carlos Cachoeira, era , inclusive, médico de seu filho. Mas não era só de amizade que se nutria Ronaldo Caiado, peguem as contas de seus gastos gráficos, aéreos e de pessoal, notadamente nas campanhas de 2002, 2006 e 2010, que qualquer um verá as impressões digitais do anjo caído. Siga o dinheiro.
Caiado não ousou me defender, me traiu, mas, em relação a Agripino Maia, figura pouquíssimo republicana, disse que ele merece o benefício da dúvida. Poucos sabem, mas o político potiguar e seus companheiros de chapa em 2010 foram beneficiados pelo “esquema goiano”, com intermediação de Ronaldo Caiado.
Ronaldo Caiado é chefe de um dos mais nocivos vagabundos de Goiás, o delegado de polícia civil aposentado, Eurípedes Barsanulfo, que era o melhor amigo de Deuselino Valadares, o delegado de polícia federal que fez um “relato”, segundo “Carta Capital”, onde me acusava de ser beneficiário do jogo do bicho. Esse relato jamais apareceu oficialmente, mas serviu para que o PSOL dele se utilizasse para representar-me perante o conselho de ética do Senado. No final do ano passado, o jornal Diário da Manhã de Goiânia , publicou uma matéria assinada em que acusa o dito delegado de ter forjado o documento a mando de um seu chefe político. Quem era ele? Ronaldo Caiado, todos sabem. Aliás, Eurípedes Barsanulfo, este sim, era prócer das máquinas caça-níqueis em Goiás. Ronaldo uma vez, inclusive, me pediu para interferir junto a Carlos Cachoeira para ampliar a atividade de Eurípedes no jogo ilícito. Simplesmente, disse a ele, como era verdade, que desconhecia a prática de ilicitudes por parte de Cachoeira.
Ronaldo Caiado é um oportunista. Muitos que vivem fora de Goiás devem imaginar que ele é um coerente, uma figura emergida dos anseios das ruas, um puritano. Qual o quê! Na atividade política é um profissional de lupanar. Dois fatos podem elucidar seu caráter de Fouché. No primeiro, em 2006, Caiado me incentivou a ser candidato a governador. Quando minha candidatura fez água, ainda em agosto, ele pode ser visto acompanhando tanto o candidato Maguito ,quanto o outro, Alcides. No pior declínio moral, chegou a ser filmado no palanque da candidata Vanusa Valadares, mulher do hoje prefeito Eronildo Valadares em Porangatu. Portanto, quadrúpede que é, tinha suas patas, simultaneamente, em 3 canoas.
Ano passado sua degradação se expandiu. Ronaldo Caiado ,no afã de ser candidato a Senador ao lado de Marconi Perillo, foi atrás de Aécio Neves e Agripino Maia(este dependente financeiro de Perillo) para que eles compusessem a chapa com coerência nacional, apesar de todo histórico de desavenças com o carcamano. Um pouco mais vexatório, mandou a própria esposa num evento na cidade de Americano do Brasil, onde a apedeuta, além de usar a palavra, pregou o voto em Perillo, alegando que ele era um grande estadista e que esperava sua reeleição para o bem de Goiás. Relembre-se: quem teve negócios com Cachoeira foi Perillo, eu não.
Resumo da ópera: o tenor recusou os apelos da mezzosoprano e mandou o barítono procurar rumo. Ronaldo acabou nos braços de Iris Rezende a quem tinha acusado ,toda a vida, de ser um corrupto diante do qual os demais se afigurariam “trombadinhas”.
Nessa sua linha vesga de assinalar uma coisa e fazer outra, Ronaldo Caiado deseja a extinção do DEM a fim de se filiar ao PMDB de Íris Rezende por um motivo muito simples: ambiciona estar em uma agremiação que lhe dê estrutura para disputar o governo de Goiás. Na fusão do DEM com o PTB irá para o PMDB, possibilidade constitucionalmente aceita de adesão partidária. Irá, oficialmente, se opor. Parecerá até o fim um coerente, um habanero puro. Seguirá as ordens de seu chefe político ACM Neto, que financiou sua última campanha em Goiás e que lhe assegurou, caso perdesse a eleição, o confortável posto de secretário de saúde em Salvador, em cuja região Caiado costuma passar suas férias às expensas da empresa OAS.
Quem pensa que Ronaldo Caiado é espontâneo se engana. Tudo é meticulosamente calculado. Por que ele não veio para as ruas de Goiânia na passeata e preferiu São Paulo? Porque em Goiânia seria vaiado. E por que São Paulo? Porque era mais fácil de mentir. O desafio a mostrar uma filmagem dele no meio dos manifestantes na avenida Paulista em São Paulo. Só aparecem coisas periféricas. Tirou uma fotografia com uma camiseta fascista – não porque Lula não mereça vaias, as merece mais que os demais- e deu motivos para uma gritaria justa em favor de um injusto. Como é do seu caráter, estava simulando caminhar na passeata. Nesse aspecto , se assemelha ao Deputado Federal goiano Giuseppe Vecci que participou da passeata em Goiânia por ser um ilustre desconhecido, apesar de eleito. Ironia: Vecci desfilou porque é uma nulidade da sombra, Caiado se absteve por ser uma do sol. Parece que o tesoureiro-mor,Jaime Rincon, chefe da agência goiana de obras públicas, também fez evoluções pela passarela.
Ronaldo Caiado foi um dos relatores da reforma política na Câmara dos Deputados, sempre alegou que sua motivação era a coerência política, que a prática demonstrou não ser o seu forte. Ele diz que gostaria de ter um embate com Lula na eleição pra presidente da república. Eu acho que seria ótimo, os dois se equivalem moralmente. Um já foi desmascarado , o outro poderá sê-lo amanhã.
Um dia, no meu escritório político no setor sul, em Goiânia, houve um telefonema entre Ronaldo Caiado e o hoje conselheiro do Tribunal de contas dos municípios de Goiás, Tião Caroço. Este trazia uma notícia que transtornou o Senador, que disse então aos berros: “avisa ao Marconi que eu vou resolver com ele da forma que ele quiser, no braço, na faca, no revólver”. Esse episódio se tornou público e gerou os maiores desgastes para o fanfarrão, que pra minha surpresa repeliu tudo. Um dia, me contando a história, negou que havia falado isso, se esquecendo que eu era a testemunha ocular.
Pois agora, Ronaldo Caiado, quero ver se você é homem mesmo. Nos mesmos termos que você mandou oferecer ao frouxo Marconi Perillo, eu me exponho.
Me lembro da veneração ,que quando criança, meu pai tinha pelo grande Emival Caiado e pelo seu pai o advogado Edenval Caiado, que se envergonharia de ver que um filho seu foge à luta.
Você diz em seus discursos que Caiado não rouba, não mente e não trai. Você rouba, mente e trai.
Talvez o meu silêncio tenha sido entendido por você como um sinônimo de covardia, de pusilanimidade. Essas palavras não existem no meu dicionário. Não posso dizer que você seja um mau-caráter, pois você simplesmente não o possui. É , na verdade, um espécie de Zelig oportunista e bravateiro.
Você deveria ir pra Brasília em seu cavalo branco, estacioná-lo na chapelaria do Senado e subir à tribuna para fazer o que já faz: relinchar, relinchar.
Me deixe em paz Senador. Continue despontando para o anonimato. É o seu destino. Não me move mais interesses políticos. Considero vermes iguais a você Marconi Perillo e Íris Rezende. Toque sua vida, se fizer troça comigo novamente não o pouparei. Continue fingindo que é inocente e lembre-se que não está na sarjeta porque eu não tenho vocação para delator. Tome suas medidas prudenciais e faça-se de morto.
Ano passado deu-se o centenário do nascimento de Carlos Lacerda e uma horda de hipossuficientes passou a rotular a qualquer um de lacerdista, que para eles é apenas alguém estridente e barulhento. Ronaldo Caiado diz que se inspira em Lacerda.Mentira, Lacerda foi tradutor de Shakespeare, foi o primeiro brasileiro a romancear um quilombola, falava e escrevia como um clássico. Demoliu presidentes e adversários. Eleito governador foi sem sombra de dúvidas o melhor gestor da Guanabara. Ronaldo Caiado jamais conseguiu terminar de ler um livro. Por sua formação francesa, o mais perto que chegou do fim foi” o menino do dedo verde” , mas o achou muito “profundo”. Ronaldo Caiado é só uma voz à procura de um cérebro.”