O Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) e o Instituto FSB divulgaram nesta segunda-feira, 25, novas sondagens sobre intenção de voto para a corrida presidencial de outubro de 2022
Por Manoela Bonaldo
A previsão do Instituto Datafolha é o lançamento de duas pesquisas nesta semana: na quarta-feira, 27, será divulgado levantamento realizado com jovens de 15 e 29 anos e na quinta-feira, 28, outro cujo público é o eleitorado brasileiro convencional. Ainda na quinta-feira, outra pesquisa será lançada, a pesquisa da Modalmais/Futura Inteligência.
Na sondagem realizada pela FSB, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mantém tendência e segue na liderança. Ele aparece com 44% das intenções de voto, contra 31% do atual presidente, Jair Bolsonaro (PL). A margem de erro da pesquisa, encomendada pelo banco BTG Pactual, foi de 2 pontos percentuais.
Já o Ipespe apontou nesta segunda-feira uma menor distância entre Lula e Bolsonaro nos últimos meses. Lula recebeu 44% das intenções de voto, contra 35% de Bolsonaro.
Contratada pela XP Investimentos, a pesquisa Ipespe é a primeira a ser divulgada após a XP ter, no início de junho, cancelado um levantamento e alterado a periodicidade da coleta e divulgação de dados, mudando a frequência semanal para mensal.
A mudança foi feita após fortes protestos de grupos bolsonaristas, que fizeram críticas questionando a precisão dos resultados, ainda que pesquisas realizadas por telefone demonstrem tendência de desempenho melhor do presidente, Jair Bolsonaro (PL) quando comparadas com questionários face a face.
A nova pesquisa realizou 2 mil entrevistas por telefone, entre os dias 20 e 22 de julho, a partir de uma amostra que representa o eleitorado brasileiro com acesso à rede telefônica fixa e telefone celular. O levantamento está registrado no TSE pelo o número BR-08220/2022.
Nesta semana, novos levantamentos que apontam tendências sobre cenário eleitoral em outubro de 2022 serão lançados; Datafolha aponta como votam os jovens no Brasil. Foto: Ricardo Stucker, Clauber Caetano/PR, Reprodução e Paulo Sergio/Câmara dos Deputados
Uma novidade do Datafolha é o levantamento que busca compreender como vota o eleitorado jovem no Brasil. Foram entrevistados 1000 eleitores nos dias 20 e 21 de julho. As perguntas foram realizadas face a face em 12 capitais brasileiras - São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Salvador (BA), Fortaleza (CE), Recife (PE), Porto Alegre (RS), Curitiba (PR), Goiânia (GO), Brasília (DF), Manaus (AM) e Belém (PA) - e está registrada sob o número BR-05688/2022.
No dia seguinte, o Datafolha lança sua pesquisa convencional, desta vez com entrevistas que pretende realizar entre os dias 27 e 28 de julho, presencialmente, aplicando questionário com 2.556 eleitores. O levantamento está registrado no TSE sob o número BR-01192/2022.
Na quinta-feira ainda há o lançamento da pesquisa da Modalmais/Futura Inteligência, cuja previsão é realizar 2 mil entrevistas entre os dias 21 e 25 de julho, por telefone. Ela está registrada sob o número BR-07639/2022 no TSE.
Corrente de comércio, que serve como termômetro para a atividade econômica, avançou 22,6% ante junho de 2021
Por Anna Russida
A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 8,813 bilhões em junho. O número é 15,4% menor que o saldo do mesmo mês do ano passado.
Os números foram divulgados pelo Ministério da Economia apenas nesta sexta-feira (1º). A corrente de comércio, que serve como termômetro para a atividade econômica, avançou 22,6% ante junho de 2021. No total, a soma das exportações e importações brasileiros foi US$ 56,536 bilhões.
As exportações brasileiras avançaram 15,6%, totalizando US$ 32,675 bilhões em junho. Esse resultado foi puxado, principalmente, por uma alta de 38,5% na exportação de produtos da Indústria de Transformação brasileira. O setor da Agropecuária avançou 30,4%. Já a venda de produtos da Indústrias Extrativa recuou 24,3% no mês.
Ao mesmo tempo, as importações somaram US$ 23,861 bilhões, valor 22,7% maior que o resultado do mesmo mês do ano passado. O destaque foi na importação de produtos da Indústria Extrativa, que, no mês, subiu 144,4%. A compra de bens da Indústria de Transformação estrangeira subiu 27,9%, enquanto a importação de produtos da Agropecuária cresceu 22,8%.
No acumulado do ano, o saldo da balança comercial totalizou superávit de US$ 34,246 bilhões. O valor representa baixa de 8,2% em relação ao primeiro semestre do ano passado. O resultado foi puxado por altas de 19,5% e 29,8% nas exportações e importações, respectivamente.
A reação da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que chamou Michel Temer (MDB) de "golpista" após ele descrevê-la como "honestíssima", incomodou o emedebista e deteriorou o clima entre ele e o PT
Com Estadão
O ex-presidente é peça fundamental nas negociações para que seu partido apoie Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no primeiro turno. Foi com ele que a ala pró-Lula do MDB, encabeçada pelo senador Renan Calheiros, se reuniu para tentar adiar a convenção nacional da legenda e, consequentemente, a formalização da candidatura de Simone Tebet.
O incômodo de Temer com a resposta de Dilma foi noticiado pelo blog da jornalista Andreia Sadi e confirmado pelo Estadão. O ex-presidente considerou a manifestação da petista "grosseira e violenta". Um interlocutor do emedebista afirmou que a declaração soou como a "incompetência e a grosseria" se apresentando novamente.
Para o ex-presidente, a dificuldade nas negociações é anterior à declaração de Dilma. Ele vê comprometimento do MDB nacional com a candidatura da senadora e já fez declarações públicas defendendo levá-la até o fim. Não escondeu, contudo, o descontentamento com a forma como é tratado pelo PT. "Querem apoio e me chamam de golpista?", disse ao blog da jornalista.
Dias atrás, Temer afirmou que o impeachment de 2016 teve razões "extremamente técnicas", afastando a possibilidade de ter havido corrupção no governo de Dilma. "Ela é honesta, honestíssima", disse, em entrevista ao UOL. Em resposta, a petista publicou uma carta em seu blog afirmando que o emedebista articulou "uma das maiores traições políticas dos tempos recentes".
Nos próximos dias, as conversas entre PT e MDB podem selar o destino da pré-candidata à Presidência Simone Tebet (MDB). Ela enfrenta resistência dentro do próprio partido devido à divisão histórica da sigla e vê diretórios estaduais do PSDB, cujo plano nacional é apoiá-la, desembarcando de seu palanque, a exemplo do candidato tucano em Minas, Marcus Pestana.
Na semana passada, a ala pró-Lula do MDB se reuniu com Temer na tentativa de adiar a convenção do partido, prevista para a próxima quarta-feira, 27, na qual o nome da senadora deve ser formalizado na disputa. Calheiros argumenta que os recursos da legenda deveriam ser usados para fortalecer a presença no Congresso e defende apoio ao candidato do PT já no primeiro turno. Ele ameaça ainda ir à Justiça para impedir a escolha do partido esta semana.
Por Marcus Pestana
Aproximam-se as eleições. Talvez, as mais importantes, decisivas, radicalizadas, perigosas e dramáticas do Brasil pós-redemocratização. A apresentação de uma candidatura competitiva do polo democrático, a chamada terceira via, mais do que um desejo subjetivo, é uma necessidade histórica para oferecer à sociedade brasileira a percepção que existe vida possível e inteligente fora da polarização entre Bolsonaro e Lula. Um ano atrás, as pesquisas indicavam que 32% dos brasileiros queriam votar numa terceira via. Este sentimento se esmaeceu, diante da condução errática e equivocada da construção política de uma candidatura do centro democrático, entendido como um espectro que abrange desde o social-liberalismo até a esquerda democrática. Hoje apenas 19% apostam nesta perspectiva em função da falta de uma candidatura unitária forte deste campo que conquiste corações e mentes e gere expectativa de poder. Fomos deixando pelo caminho candidaturas com grande potencial: Luciano Huck, Mandetta, Eduardo Leite e João Dória. Não dialogamos com Ciro Gomes e deixamos escapar Luciano Bivar (União-PE).
O PSDB renunciou, pela primeira vez, a ter protagonismo e candidatura própria desde a sua fundação, da qual participei, quando lançamos a candidatura de nossa referência política, Mário Covas, em 1989, cujo a campanha coordenei em Juiz de Fora e na Zona da Mata mineira, como primeiro presidente do PSDB na cidade. O PSDB optou pelo apoio à Senadora Simone Tebet. Figura encantadora, carismática, boa parlamentar e líder consciente de seu papel neste momento difícil da vida nacional.
Fizemos um gesto radical, renunciando ao nosso protagonismo histórico nas eleições presidenciais. No entanto, o MDB nem abraçou a candidatura de Simone Tebet (MDB-MS), nem revelou qualquer apreço e sentimento de reciprocidade ao PSDB. Nenhum gesto coletivo e majoritário foi feito de apoio a Simone, a não ser manifestos frios e burocráticos. Não houve um evento sequer para fortalecer a candidatura. Ao contrário, o que assistimos é uma forte luta interna de contestação. Inúmeros diretórios do MDB apoiam abertamente Lula ou Bolsonaro. E os independentes, como o de Minas Gerais, lavam as mãos e não fazem nenhum esforço para construir uma sólida base de apoio. Tendo contato semanal por telefone e mensagens com Simone, Baleia e Newton Jr, soube da adesão do MDB de Minas ao governador Zema, pelos jornais mineiros, em um sábado, sacrificando inclusive o candidato a Senador do MDB, o ex-deputado e ex-prefeito de Uberaba, Paulo Piau. Até hoje não recebi sequer um telefonema de qualquer um dos três justificando a opção. Talvez os motivos não sejam confessáveis.
O PSDB renunciou ao protagonismo e fez um gesto forte de apoio a Simone. No entanto, temos apenas nove candidaturas a governador. Em sete estados, o MDB está em outro palanque (MG, GO, PE, MS, PB, SE, DF). Em um, Rio Grande do Sul, vivemos uma verdadeira novela, um verdadeiro conflito geracional, aonde a ala mais jovem quer apoiar Eduardo Leite, mas a velha guarda resiste. E em São Paulo, estado estratégico para o PSDB, Baleia Rossi já era da coordenação de Rodrigo Garcia, antes mesmo da vinda dele para o PSDB e da aliança nacional se consolidar. Infelizmente, o PSDB terceirizou seu destino e futuro. Nada podemos fazer a não ser assistir da arquibancada o processo interno do MDB. No Ceará de Tasso Jereissati, o MDB estará em outro palanque em favor de Lula. O candidato do MDB no Mato Grosso do Sul, estado de Simone Tebet, tangenciou a pergunta sobre apoio à candidatura presidencial, desejando boa sorte à Lula e Bolsonaro. Em Minas, aprendemos que as omissões têm maior valor que as palavras.
O maior líder do MDB, o ex-presidente Michel Temer, revela dúvidas sobre o rumo a seguir e apoiou o adiamento da Convenção Nacional. Dilma resiste. Renan vai judicializar a data e a dinâmica da Convenção Nacional. É a “Crônica da Morte Anunciada”, para homenagear o grande escritor, Prêmio Nobel de Literatura, Gabriel Garcia Marquez. O MDB desenvolveu um competente “now how” de como “cristianizar” seus candidatos. Aconteceu com Ulysses, Quércia, Meireles. Não quero participar de uma farsa, quando uma política da qualidade de Simone será levada ao “altar da traição”.
Por que Ciro Gomes é o melhor candidato da terceira via? No meu ponto de vista são quatro as razões centrais que justificam meu apoio:
Ciro é o mais experiente. Foi prefeito de capital, governador e ministro de Estado;
Tem um programa claro para o futuro do país expresso em seu livro “Projeto Nacional: o dever da esperança”; pode-se concordar ou discordar de alguns pontos, mas Lula e Bolsonaro, nem de perto explicitaram suas propostas para a economia e as principais políticas públicas;
Tem resultados concretos a mostrar que mudaram a vida da população: das 100 escolas mais bem avaliadas no ensino fundamental do Brasil, mais de 70 estão no Ceará, fruto das sementes plantadas por Ciro e Tasso. Fui secretário de saúde de Minas por oito anos, o Ceará nos inspirou na construção do SUS em Minas. Foram Tasso e Ciro que criaram os agentes comunitários de saúde, entre outros avanços.
Faltam 70 dias para a eleição. A campanha será curta. O programa de rádio e TV que é decisivo, que no passado ocupava 60 dias e foi reduzido para 45 dias, terá agora apenas 35. As redes sociais estarão poluídas com o impulsionamento de milhares de candidatos no primeiro turno. O polo democrático não tem rede social poderosa como o lulopetismo e o bolsonarismo. As rádios e as TVs serão essenciais. Ciro parte de um patamar de 9%. Com a experiência que tenho de coordenação de oito campanhas majoritárias, tenho a convicção de que poderá atingir 15% até o 7 de setembro, e aí haverá um deslocamento grande em seu favor de indecisos e de polarizados não convictos, que votam em Bolsonaro para derrotar Lula e votam em Lula para evitar Bolsonaro. Mas que, na verdade, gostariam de votar em outra alternativa.
Sou fundador do PSDB desde a fundação em 1988. Fui presidente municipal, estadual e secretário geral nacional do PSDB. Tenho 34 anos de partido, num país onde mudar de partido é como mudar de camisa. O PSDB, por absoluta maioria, renunciou ao protagonismo nacional. Aprendi desde o movimento estudantil que vida partidária é liberdade de pensamento e unidade de ação. A maioria decide e a minoria segue. Juro que tentei. Mas a decisão não oferece horizonte ao partido e ao país.
O PSDB de SP fará palanque duplo para Simone e Bivar. O MS apoiará Bolsonaro. No Rio, estamos no palanque de Freixo e Lula. Em Minas, apoiaremos Ciro Gomes. O Rio Grande do Sul apoiará Bivar e aguarda a decisão do MDB regional. O que reflete a vida real e seria o mais indicado era não dar o vice ao MDB, liberar o partido e ficar independente na eleição presidencial. Ou melhor, aos 43 do segundo tempo, recuperar o protagonismo e capitanear uma tentativa de unificação das candidaturas Ciro Gomes, Simone Tebet, Luciano Bivar e Luiz Felipe d’Ávila, para a construção de uma candidatura única do centro democrático. Ou algum pacto de apoio recíproco na reta final, nos últimos 15 dias. Eu, FHC e Cristovam Buarque lideramos um manifesto e uma mobilização neste sentido, em 2018. Particularmente, gostaria de patrocinar a aproximação de Ciro Gomes e Luciano Bivar, que tem demonstrado disposição para apoiar as grandes reformas que o Brasil necessita.
Desde cedo, tenho um lema ensinado por um velho dirigente partidário: “Política se faz com o coração quente e a cabeça fria”. É com esse espírito que reafirmo: Ciro Gomes é a verdadeira terceira via.
Atenciosamente,
MARCUS PESTANA
Pré-candidato do PSDB ao Governo de Minas
Economista, foi deputado federal e estadual e presidente do PSDB de Minas Gerais. Também foi secretário estadual da Saúde e professor da Universidade Federal de Juiz de Fora.
Anúncio foi feito pelo diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom
Por Marcelo Brandão
A Organização Mundial da Saúde (OMS) decidiu hoje (23) declarar que a varíola dos macacos configura emergência de saúde pública de interesse internacional. O anúncio foi feito pelo diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus, durante coletiva de imprensa.
“Temos um surto que se espalhou rápido pelo mundo, através de novas formas de transmissão, sobre as quais entendemos muito pouco, e que se encaixa nos critérios do Regulamento Sanitário Internacional. Por essas razões, decidi que a epidemia de varíola dos macacos representa uma emergência de saúde pública de preocupação internacional”, disse Tedros.
A decisão não foi consensual entre membros do Comitê de Emergência da OMS, mas o diretor-geral decidiu ir adiante com a declaração. Ele destacou que o vírus tem se espalhado rapidamente por diversos países, o que aumenta o risco de disseminação internacional. Outra preocupação expressada por Tedros diz respeito ao potencial do vírus de interferir em viagens de um país para outro, como ocorreu com a covid-19. No entanto, a OMS ainda considera o risco baixo.
A varíola dos macacos é uma causada por um vírus e transmitida pelo contato próximo com uma pessoa infectada e com lesões de pele. O contato pode se dar por meio de abraço, beijo, relações sexuais ou secreções respiratórias. A transmissão também ocorre por contato com objetos, tecidos (roupas, roupas de cama ou toalhas) e superfícies que foram utilizadas pelo infectado.
Uma das preocupações da OMS é com o estigma que a doença pode provocar, uma vez que a maioria dos contaminados são homens que se relacionam sexualmente com outros homens, especialmente aqueles com múltiplos parceiros.
“Em acréscimo às nossas recomendações aos países, também chamo as organizações da sociedade civil, incluindo aquelas com experiência no trabalho com pessoas HIV positivo, para trabalhar conosco na luta contra o estigma e a discriminação”, disse Tedros.