"Tenho manifestado fortemente minha desaprovação, tanto publicamente quanto por meio da nossa política tarifária", escreveu o presidente norte-americano

 

 

Por Gabriel Garcia

 

 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enviou uma carta ao ex-presidente Jair Bolsonaro nesta quinta-feira (17) na qual expressa preocupação com o que chamou de “tratamento terrível” que o brasileiro estaria recebendo de um sistema político que, segundo o presidente americano, age de forma injusta.

 

A carta foi publicada por Trump em sua conta no Truth Social:

(Reprodução/X)

Bolsonaro é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) acusado de orquestrar uma tentativa de golpe de Estado que culminou nos atos de 8 de janeiro de 2023.

Trump diz que Bolsonaro é um líder “respeitado e forte”, destacando que “não se surpreende com sua liderança nas pesquisas eleitorais”.

 

Na carta, o presidente americano também afirmou que tem manifestado publicamente sua desaprovação ao tratamento dado a Bolsonaro, inclusive ameaçando tarifas como forma de pressão.

 

No último dia 9, Trump anunciou que os Estados Unidos vão impor uma tarifa de 50% sobre as importações do Brasil, em parte como retaliação à atual acusação contra o ex-presidente, a partir de 1º de agosto.

 
Além disso, Trump pediu que o governo brasileiro mude sua postura, suspendendo ataques a opositores políticos e encerrando o que chamou de “regime de censura ridículo”.

 

Ele finaliza a mensagem afirmando que acompanhará de perto os desdobramentos políticos no Brasil, reforçando seu apoio ao ex-presidente brasileiro em meio às controvérsias que cercam sua situação atual.

 

Leia a íntegra da carta, em português:

Ao Honrado

Jair Messias Bolsonaro

38º Presidente da República Federativa do Brasil
Brasília

Prezado Sr. Bolsonaro:

 

Tenho visto o tratamento terrível que você está recebendo pelas mãos de um sistema injusto que se voltou contra você. Este julgamento deve acabar imediatamente! Não me surpreende vê-lo liderando nas pesquisas; você foi um líder altamente respeitado e forte que serviu bem ao seu país.

 

Compartilho seu compromisso de ouvir a voz do povo e estou muito preocupado com os ataques à liberdade de expressão — tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos — vindos do governo atual. Tenho manifestado fortemente minha desaprovação, tanto publicamente quanto por meio da nossa política tarifária. É minha sincera esperança que o Governo do Brasil mude de rumo, pare de atacar opositores políticos e acabe com seu ridículo regime de censura. Estarei observando atentamente.

 

Atenciosamente,

DONALD J. TRUMP
PRESIDENTE DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA

 

“Imperador” x “Líder do mundo livre”

A carta é enviada no mesmo dia em que a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, respondeu à críticas feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à postura dos Estados Unidos na escalada da guerra tarifária contra o Brasil.

Em entrevista à jornalista Christiane Amanpour, da CNN Internacional, o presidente brasileiro afirmou que busca autonomia nas relações comerciais e que os EUA não podem agir como uma potência imperial. “Trump não foi eleito para ser imperador do mundo”, disse Lula.

 

Segundo Leavitt, o presidente Donald Trump “não está tentando ser o imperador do mundo”, mas sim exercer sua autoridade como líder de uma potência global.

 

A porta-voz defendeu a atuação de Trump, afirmando que sua liderança provocou uma “grande mudança em todo o globo” e reforçou a influência americana. “Ele é o líder do mundo livre”, declarou a porta-voz.

 

Posted On Sexta, 18 Julho 2025 05:17 Escrito por O Paralelo 13

Aposentados e pensionistas que tiveram descontos associativos não autorizados entre 2020 e 2025 começarão a receber o ressarcimento na próxima quinta-feira

 

 

Por Ana Vinhas

 

 

O INSS (Instituto Nacional do Serviço Social) liberou a consulta aos valores que serão devolvidos aos aposentados e pensionistas que tiveram descontos indevidos entre 2020 e 2025.

 

A consulta ao extrato de pagamento pode ser feita pelo site e aplicativo Meu INSS. Para isso, basta acessar e colocar a senha dogov.br, clicar em consultar descontos de entidades associativas e extrato de pagamento, para checar o valor.

 

Também pode ser feita presencialmente nas agências dos Correios.

 

O pagamento começará em 24 de julho, com depósitos diários para 100 mil pessoas a cada dia, diretamente na conta do beneficiário. Quem já assinou o acordo receberá nos três primeiros dias úteis da operação.

 

O pagamento dos benefícios normais do INSS começa no dia 25 e também já pode ser consultado pelo Meu INSS.

 

Como consultar o extrato de pagamento

Acesse o site ou aplicativo Meu INSS

Informar seu CPF e senha

Clicar no campo “Do que você precisa?”

Escrever “Consultar Descontos de Entidades Associativas” e“Extrato de Pagamento”

Selecionar o serviço e baixar o documento

Contestação e reembolso

Desde o dia 14 de maio, quando o INSS começou a receber os pedidos de reembolso, até esta quarta-feira (16), já foram registrados 4.105.871 beneficiários, que não reconheceram os descontos, o que representa 97,4% do total de 4.212.806 pedidos abertos.

Além de contestar o desconto de associações, os beneficiários precisam também aderir ao acordo de ressarcimento, por meio do Meu INSS ou presencialmente, pelas agências dos Correios. O telefone 135 não faz adesão, apenas a contestação.

 

Da contestação à adesão ao acordo

O beneficiário registra a contestação do desconto indevido;

Aguarda o prazo de 15 dias úteis para que a entidade responda;

Se não houver resposta, o sistema abre automaticamente a opção para adesão ao acordo de ressarcimento.

Como fazer a contestação

Os canais de atendimento para consulta e contestação dos descontos feitos pelas entidades ficarão disponíveis até, pelo menos, 14 de novembro de 2025.

Aplicativo Meu INSS

Central de atendimento 135

Agências dos Correios, em mais de 5 mil unidades pelo país

Como fazer a adesão

A adesão pode ser feita pelo aplicativo Meu INSS ou presencialmente nas agências dos Correios em todo o país (veja passo a passo abaixo).

 

Pelo aplicativo Meu INSS

Acesse o aplicativo Meu INSS com seu CPF e senha.

Vá até “Consultar Pedidos” e clique em “Cumprir Exigência” em cada pedido (se houver mais de um).

Role a tela até o último comentário, leia com atenção e, no campo “Aceito receber”, selecione “Sim”.

Clique em “Enviar” e pronto. Depois é só aguardar o pagamento.

A adesão é gratuita e não exige o envio de documentos.

 

 

Posted On Sexta, 18 Julho 2025 05:14 Escrito por O Paralelo 13

Um dos principais investigados, chamado de “Professor” e “Rei do Benefício”, ensinava aos outros membros como praticar as fraudes

 

 

Por Camille Couto

 

 

 

Policiais federais cumprem oito mandados de busca e apreensão nas cidades do Rio de Janeiro (3), Armação dos Búzios (2), Cabo Frio, São Gonçalo e Casimiro de Abreu. As ordens judiciais em questão foram expedidas pela 8ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.

Durante o monitoramento do grupo investigado, a Polícia Federal identificou os principais integrantes e a dinâmica operacional da organização, além de obter acesso a conversas, documentos e outros elementos que comprovaram a formalização de 415 requerimentos fraudulentos, os quais resultaram na concessão indevida dos benefícios e geraram um prejuízo de R$ 1.622.879,86 apenas no período analisado, de seis meses.

 

As investigações revelaram que a quadrilha era composta por uma rede estruturada de profissionais que incluía gerentes bancários, servidores públicos, correspondentes bancários e até profissionais gráficos. Todos usavam seus conhecimentos técnicos e acessos privilegiados a sistemas restritos para obter dados pessoais de terceiros e dar início às fraudes.

 

De acordo com a PF, o grupo agia de forma coordenada para implementar, sacar, manter e até reativar os benefícios fraudulentos. Os criminosos demonstravam amplo domínio da plataforma Meu INSS, essencial para os cadastros e movimentações dos requerimentos falsificados.

Segundo os investigadores, um dos principais líderes do esquema foi identificado como o “Professor” ou “Rei do Benefício”. Ele foi apontado como responsável por treinar os demais membros da organização sobre como executar os golpes. A atuação era tão intensa que os fraudadores chegavam a protocolar dezenas de requerimentos por dia. Em muitos casos, o volume de benefícios concedidos era tão alto que o grupo não conseguia abrir todas as contas bancárias necessárias para o saque, o que levava à suspensão automática por falta de movimentação.

 

Os lucros da organização também chamaram a atenção das autoridades. Enquanto os gerentes bancários recebiam cerca de R$ 500 por cada conta aberta para os benefícios indevidos, o grupo revendia os próprios benefícios por valores próximos a R$ 2.500, ou então mantinha o controle das contas para continuar usufruindo dos valores mensalmente.

 

A operação, batizada de 'Fraus', teve início com base em um relatório elaborado pelo Núcleo Regional de Inteligência Previdenciária e Trabalhista do Estado do Rio de Janeiro, vinculado à Coordenação-Geral de Inteligência da Previdência Social (CGINP), do Ministério da Previdência Social, que identificou indícios de fraudes na concessão de benefícios assistenciais, concedidos e mantidos na Agência da Previdência Social de Arraial do Cabo/RJ.

 

Os investigados poderão responder por diversos crimes, entre eles estelionato previdenciário, corrupção ativa, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

 

 

Posted On Quinta, 17 Julho 2025 14:34 Escrito por O Paralelo 13

Decisão foi tomada após governo e Congresso não chegarem a acordo

 

 

POR ANDRÉ RICHTER 

 

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta quarta-feira (16) manter a validade do decreto editado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para aumentar as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

 

No mês passado, o decreto foi suspenso após votação do Congresso. Após a deliberação, o PSOL, o PL e a Advocacia-Geral da União (AGU) entraram com ações na Corte e levaram a discussão do caso para o Supremo.

 

O decreto fazia parte de medidas elaboradas pelo Ministério da Fazenda para reforçar as receitas do governo e atender às metas do arcabouço fiscal. No fim de maio, o presidente Lula editou um decreto que aumentava o IOF para operações de crédito, de seguros e de câmbio.

 

Diante da pressão do Congresso, o governo editou, no início de junho uma medida provisória com aumento de tributos para bets (empresas de apostas) e para investimentos isentos.

 

A medida provisória também prevê o corte de R$ 4,28 bilhões em gastos obrigatórios neste ano. Em troca, o governo desidratou o decreto do IOF, versão que foi derrubada pelo Congresso.

 

Decisão

Na mesma decisão, Moraes decidiu manter suspensa uma regra prevista do decreto do IOF que prevê a incidência do imposto sobre operações de risco sacado. Contudo, o restante do decreto permanece válido.

 

A decisão do ministro também confirma a suspensão do decreto legislativo do Congresso que derrubou o decreto de Lula.

 

Ao manter a maior parte do decreto do IOF válido, Moraes disse que o trecho que prevê a incidência do imposto sobre entidades abertas de previdência complementar e entidades financeiras está de acordo com a Constituição.

 

“Não houve desvio de finalidade e, consequentemente, não há mais necessidade de manutenção da cautelar, pois ausente o risco irreparável decorrente de eventual exação fiscal irregular em montantes vultosos”, afirmou.

 

No entanto, o ministro entendeu que a parte que trata da incidência de IOF sobre operações de risco sacado extrapolou os limites da atuação do presidente da República e deve ser suspensa.

 

“As equiparações normativas realizadas pelo decreto presidencial das operações de risco sacado com operações de crédito feriram o princípio da segurança jurídica, pois o próprio poder público sempre considerou tratar-se de coisas diversas”, completou.

 

Conciliação

A decisão final do ministro foi proferida após o governo federal e o Congresso não chegarem a um acordo durante audiência de conciliação promovida ontem (15) pelo STF.

 

No início deste mês, Moraes decidiu levar o caso para conciliação e suspendeu tanto o decreto de Lula como a deliberação do Congresso que derrubou o ato do presidente.

 

 

 

Posted On Quinta, 17 Julho 2025 03:33 Escrito por O Paralelo 13

A imposição de uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros por Donald Trump, explicitamente ligada à situação judicial de Jair Bolsonaro, gera forte reação unificada no Brasil, isola o ex-presidente e seus filhos e coloca a economia nacional sob ameaça

 

 

Por Edson Rodrigues e Edivaldo Rodrigues

 

 

O que começou como uma manobra da família Bolsonaro para pressionar o Brasil se transformou em uma crise diplomática e comercial de grandes proporções. A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor um "tarifaço" de 50% sobre produtos brasileiros abalou o cenário econômico, mas, paradoxalmente, unificou o espectro político nacional, da esquerda à direita, em uma rara demonstração de defesa da soberania, aprofundando o isolamento político de Jair Bolsonaro e seus filhos, Flávio e Eduardo.

 

A justificativa de Trump para a medida protecionista não deixou dúvidas sobre sua natureza política. Em uma postagem, o líder americano afirmou que o Brasil estaria "fazendo uma coisa horrível" com o ex-presidente, a quem chamou de inocente e vítima de perseguição. A declaração é o resultado direto do lobby intenso de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos, onde busca apoio contra as investigações do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a trama golpista que mira seu pai e aliados.

 

 Os presidentes  do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB)

 

A tentativa de usar a maior economia do mundo para chantagear o sistema de justiça brasileiro, no entanto, teve o efeito oposto. Os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), reuniram-se com o vice-presidente Geraldo Alckmin e colocaram o Congresso Nacional à disposição do governo Lula (PT). "Vejo nesse momento agressão ao Brasil e aos brasileiros", afirmou Alcolumbre, elogiando a firmeza do governo e a liderança de Alckmin no processo.

 

A fala dos chefes do Legislativo enterra a principal moeda de troca dos Bolsonaro, a promessa de reverter a sobretaxa em troca de uma anistia para os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro. A proposta foi ignorada pela cúpula do Congresso, que fechou filas com o Executivo em defesa dos interesses nacionais.

 

 

A opinião pública acompanha o movimento político. Uma pesquisa Genial/Quaest revelou que 72% dos brasileiros consideram um erro a atitude de Trump, enquanto 53% apoiam a resposta do presidente Lula de reagir com reciprocidade.

 

O governo brasileiro, sob a coordenação de Alckmin, traçou uma estratégia clara de negociar o que é negociável e se manter irredutível quanto à soberania. A mensagem é que o Brasil buscará uma solução diplomática e comercial baseada nos 200 anos de relações bilaterais, mas não cederá a pressões que visem intervir em suas decisões internas. Setores vitais para a economia, como o aeronáutico, de máquinas, têxtil e calçados, seriam duramente afetados, tornando a resolução do impasse uma prioridade nacional.

 

A crise atual deixa uma lição clara ao tentar atrelar seus interesses políticos pessoais aos do país, a família Bolsonaro não só fracassou em obter o que desejava, como também provocou uma crise que prejudica empresas e trabalhadores brasileiros. Em resposta, assiste a um movimento de união nacional que reafirma que a soberania do Brasil não está à venda.

 

 

Posted On Quarta, 16 Julho 2025 14:49 Escrito por O Paralelo 13
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