O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que existe “um jogo de interesses especulativos contra o real nesse país”. As declarações ocorreram nesta terça-feira (2), em entrevista à Rádio Sociedade na Bahia
Por Victor Nunes
“Obviamente me preocupa essa subida do dólar, é uma especulação. Há um jogo especulativo contra o real no país”, disse. “Tenho conversado com as pessoas [sobre] o que vamos fazer, estou voltando quarta [3/7] e temos uma reunião. Não é normal”.
“Semana passada dei entrevista no Uol. Depois da entrevista, alguns especialistas falaram que o dólar subiu ‘por conta da entrevista do Lula’. Fomos descobrir que o dólar tinha subido 15 minutos antes da minha entrevista”, destacou.
Lula também criticou a gestão de Roberto Campos Neto à frente do Banco Central: “Minha visão sobre o Banco Central não é teórica. É de um presidente que já foi presidente e teve um Banco Central sob meu domínio por oito anos, com total autonomia. Alguém pode dizer que Meirelles não teve autonomia? Ele ficou oito anos no meu mandato. Fernando Henrique Cardoso trocou três presidentes do Banco Central, e é normal. O que é anormal é o Lula trocar ou querer indicar alguém”.
“Definitivamente, eu acho que ele tem um viés político, e eu não posso fazer nada, eu tenho que esperar ele terminar o mandato e indicar alguém”, disse em entrevista à Rádio Sociedade, da Bahia, onde está para cumprir agendas. O mandato de Campos Neto termina em dezembro.
Segundo Lula, ele não indica alguém para uma estatal ou para o BC para fazer o que o presidente da República quer. “Quando a gente indica, a gente não indica para essa pessoa fazer o que quer, porque as empresas têm diretoria, conselho. O Banco Central a mesma coisa, o Banco Central tem uma função que é cuidar da política monetária e atingir meta de inflação”.
Em seguida, ele disse que o BC é “um banco do Estado brasileiro para cuidar da política monetária”, que “pode estar a serviço do sistema financeiro, do mercado”.
Alta no dólar
Na segunda-feira (1), o dólar à vista ultrapassou os R$ 5,65, encerrando a sessão no maior valor em dois anos e meio.
A cotação final foi de 5,6538 reais na venda, uma alta de 1,13%.
Gastos públicos
Na entrevista, o atual chefe de estado do Brasil também destacou a preocupação com os gastos públicos, mas afirmou que não fará ajuste fiscal em cima da população mais pobre ou alterará a atual política do salário-mínimo.
“Muita gente fala que é preciso cuidar dos gastos públicos, e ninguém cuidou melhor do que eu. Não posso aceitar a ideia de que é preciso acabar com benefício de pobre, que o Bolsa Família está custando muito caro, ou que a política de investir em faculdade está custando caro”, ressaltou.
Fórum reúne os chefes do Executivo estaduais nesta quarta-feira (24), no Centro de Convenções Brasil 21, a partir das 10h
Por Ian Ferraz
Temas de relevância nacional, como a reforma tributária e o pagamento do piso dos profissionais de enfermagem, serão discutidos pelos governadores e governadoras nesta quarta-feira (24), em mais um encontro dos chefes do Executivo na capital do país.
O debate ocorre pelo Fórum de Governadores, no Centro de Convenções Brasil 21, a partir das 10h. O evento será aberto com uma fala do governador do Distrito Federal e coordenador do Fórum, Ibaneis Rocha.
“O Fórum de Governadores é extremamente importante porque nós conseguimos conversar diretamente uns com os outros e buscar uma sinergia nos assuntos que afetam diretamente a população. É assim que nós temos trabalhado nos grandes temas que impactam os estados, e vamos continuar. A reforma tributária é essencial, bem como a recuperação do caixa dos estados”, pontua o governador do DF.
Logo após Ibaneis Rocha, o ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, James Cleverly, fará um pronunciamento, seguido dos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. Relator da reforma tributária na Câmara dos Deputados, o deputado federal Aguinaldo Ribeiro também falará aos presentes. Ainda sobre esse tema, haverá exposição do governador do Piauí, Rafael Fonteles, que é o coordenador das discussões sobre reequilíbrio fiscal entre os chefes do Executivo.
Após discutir a reforma tributária, os governadores vão tratar do Estatuto Social do Fórum, com exposição do tema pelo presidente do Colégio Nacional de Procuradores-Gerais dos Estados e do Distrito Federal (Conpeg), Eduardo Cunha da Costa.
Por fim, será discutido o piso dos profissionais de enfermagem. Sobre esse assunto falará a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra. Entre um tema e outro, haverá discussão entre os chefes do Executivo para a tomada de decisões e encaminhamento junto aos órgãos competentes.
Sobre o Fórum de Governadores
O Fórum de Governadores é o espaço onde os chefes do Executivo de todo o país se reúnem em Brasília para tratar assuntos de interesse comum aos entes federativos. O DF é o anfitrião desses encontros.
Nas edições presenciais organizadas pela atual gestão, os representantes dos estados discutiram assuntos como o equilíbrio fiscal, o pacto federativo, medidas de segurança, a busca por mais recursos para a educação e a distribuição de vacinas. O marco legal do saneamento básico e questões ambientais também já foram pautas.
As reuniões também contaram com a presença de especialistas nas áreas de economia e segurança pública e integrantes dos poderes Executivo, Legislativo ou Judiciário. Antes de cada edição, os temas são discutidos pelos governadores. A seguir, são escolhidos relatores sobre assuntos de acordo com a afinidade ao tema.
Uma das medidas tomadas pelo Fórum foi a ação junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para evitar grandes perdas no orçamento devido às mudanças do ICMS incidente sobre combustíveis e do corte de 25% no valor do IPI.
Os encontros já ocorreram em diferentes locais, como o Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), o Palácio do Buriti, a sede do Banco do Brasil e, mais recentemente, o Centro de Convenções Brasil 21. Também foram feitas reuniões virtuais em virtude da pandemia de covid-19.
Relação de governadores e governadoras confirmados para a XIV Reunião do Fórum Nacional de Governadores, nesta quarta-feira (24):
1) Governador do Acre, Gladson Cameli
2) Governador de Alagoas, Paulo Dantas
3) Governador do Amapá, Clécio Luis
4) Vice-Governador do Amazonas, Tadeu de Souza
5) Governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues
6) Governador do Ceará, Elmano de Freitas
7) Governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha
8) Governador do Espírito Santo, Renato Casagrande
9) Governador de Goiás, Ronaldo Caiado
10) Governador do Maranhão, Carlos Brandão
11) Governador de Mato Grosso, Mauro Mendes
12) Governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel
13) Vice-Governador de Minas Gerais, Mateus Simões
14) Governador do Pará, Helder Barbalho
15) Governador da Paraíba, João Azevêdo
16) Governador do Paraná, Ratinho Junior
17) Governadora de Pernambuco, Raquel Lyra
18) Governador do Piauí, Rafael Fonteles
19) Governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro
20) Governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra
21) Governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite
22) Vice-Governador de Rondônia, Sérgio Gonçalves
23) Governador de Roraima, Antonio Denarium
24) Governador de Santa Catarina, Jorginho Mello
25) Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas
26) Governador de Sergipe, Fábio Mitidieri
27) Governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa
Relação de autoridades convidadas confirmadas:
1) Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira
2) Presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco
3) Deputado federal Aguinaldo Ribeiro
4) Deputado federal Reginaldo Lopes
5) Presidente do Colégio Nacional de Procuradores-Gerais dos Estados e do Distrito Federal (Conpeg), Eduardo Cunha da Costa
6) Presidente do Comitê Nacional de Secretários de Fazenda dos Estados e do DF (Comsefaz), Carlos Eduardo Xavier
7) Diretor institucional do Comsefaz, André Horta
8) Coordenadora administrativa do Comsefaz, Marcela Batista
9) Economista do Comsefaz, Carolina Michelman
10) Economista do Comsefaz, Flávio Arantes
11) Presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Fábio Baccheretti
12) Secretário-executivo do Consórcio Brasil Central (BrC), José Eduardo Pereira Filho
13) Ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, James Cleverly
14) Embaixadora do Reino Unido no Brasil, Stephanie Al-Qaq.
A medida vale também para outros pagamentos pós-pagos, como o cheque especial
Com Site Terra
A resolução do Banco Central (BC) e do Conselho Monetário Nacional (CMN) sobre a portabilidade do rotativo do cartão de crédito começa a valer nesta segunda-feira, 1º. A norma havia sido definida em dezembro do ano passado, estabelecendo a possibilidade do consumidor com dívidas no cartão de crédito migrar para uma outra instituição com cobrança mais atrativa do débito.
A medida vale também para outros pagamentos pós-pagos, como o cheque especial.
Veja o que determina a norma:
A proposta da instituição proponente deve ser realizada por meio de uma operação de crédito consolidada, que reestruture a dívida acumulada;
A instituição credora original que realizar uma contraproposta deve apresentar ao cliente, no mínimo, uma proposta de operação de crédito consolidada de mesmo prazo da operação proposta pela instituição proponente, para fins de comparabilidade dos custos.
Caso aconteça, o Banco Central determina que a portabilidade do crédito deva ser feita de forma gratuita. A portabilidade está dentro da mesma resolução que determinou, já com início em janeiro deste ano, que os juros dos cartões de crédito não poderiam ultrapassar 100% do valor da dívida inicial.
“Para assegurar a transparência concernente à portabilidade do saldo devedor da fatura de cartões de crédito e de demais instrumentos de pagamento pós-pagos, as informações referentes a cada operação de crédito contratada também deverão ser detalhadas no Demonstrativo Descritivo do Crédito”, explica Otávio Damaso, diretor de Regulação do Banco Central.
O Demonstrativo Descritivo do Crédito deverá, portanto, discriminar cada operação de crédito rotativo e de parcelamento de fatura concedida; ter informações referentes a cada operação de crédito contratada, segregadas por conta de pagamento pós-paga, de forma individual e consolidada; informar taxa média ponderada de juros anual, nominal e efetiva; ser ofertado também a pessoas jurídicas etc.
Outras informações que devem estar claras para eventuais casos de portabilidade são saldo devedor da fatura e saldo consolidado em aberto das operações de crédito rotativo de parcelamento de fatura vinculada à respectiva conta de pagamento pós-paga.
O partido Reunião Nacional, de direita radical, está a caminho de se tornar o maior partido na Assembleia Nacional francesa
Por Hugh Schofield
O partido Reunião Nacional (RN), de direita radical, conseguiu mais uma vitória — e está agora mais perto de alcançar seu objetivo de virar do avesso a política francesa.
Nos próximos dias, vai se falar muito sobre candidatos de centro e de esquerda que podem desistir da disputa no segundo turno, a fim de concentrar o voto anti-RN — e muita lamentação sobre o desaparecimento da antiga Frente Republicana (quando os partidos costumavam se unir para impedir a chegada da direita radical ao poder).
Mas seria necessária uma reviravolta de proporções monumentais para reverter a única conclusão que pode ser tirada deste primeiro turno da eleição: que o RN é agora indiscutivelmente a força política dominante na França.
No entanto, o que falta decidir nesta semana ainda é bastante significativo.
É a diferença entre um governo de direita radical com carta branca devido a uma maioria absoluta na Assembleia Nacional, e um governo de direita radical incapaz de fazer muita coisa porque a Assembleia está dividida.
No momento, as projeções indicam que o RN teria algo entre 260 e 310 assentos na Casa. Como seriam necessárias 289 cadeiras para garantir maioria absoluta, obviamente o resultado ainda está em aberto.
Para limitar os danos à sua causa, os centristas do presidente francês, Emmanuel Macron, e a aliança de esquerda Nova Frente Popular vão fazer um apelo aos seus eleitores para que votem estrategicamente no segundo turno, marcado para 7 de julho. Mesmo que seu candidato tenha sido eliminado da disputa, os eleitores serão instados a escolher quem quer que seja em seu círculo eleitoral que seja contra o RN.
O desaparecimento da vergonha que acompanhava votar no RN foi um processo longo, mas que agora pode sem dúvida ser declarado encerrado.
A outra dificuldade para os oponentes do RN é o alto número de votações triangulares no segundo turno — em outras palavras, círculos eleitorais em que três candidatos, e não dois, vão se enfrentar no próximo domingo. Normalmente, um de centro, um de direita radical e um de esquerda.
A razão para o alto número de eleições triangulares é a elevada participação eleitoral, que por si só é resultado do alto risco que está em jogo.
Isso acontece também porque a campanha relâmpago tornou impossível para os partidos pequenos atuarem juntos, então a votação se concentrou nos três blocos.
Evidentemente, se houver três partidos competindo em um círculo eleitoral, será mais difícil concentrar o voto anti-RN. Em muitos lugares, haverá candidatos centristas ou de esquerda desistindo da disputa — mas isso está longe de acontecer em todos os círculos eleitorais.
Em geral, o país parece estar agora tomado por uma sensação de que a vitória da direita radical é inevitável. O que antes era visto como algo absurdo que nem sequer deveria ser contemplado, é agora um fato tangível à espreita.
Isto deprime e irrita muitas pessoas, especialmente nas grandes cidades, como Paris — onde a melancolia se abateu.
Em outros lugares, longe dos centros urbanos, as pessoas provavelmente pensam diferente.
Presidente participou do lançamento de unidades habitacionais em Santa Cruz
Com Agências
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva dedicou o domingo (30/6) para visitar o Rio de Janeiro e fortalecer seu aliado no estado, o prefeito Eduardo Paes. Ambos participaram de cerimônias de inauguração das primeiras unidades do Morar Carioca na favela do Aço, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio. O presidente tem intensificado as visitas pelo país para fortalecer nomes do PT e aliados para o pleito deste ano.
Em seus discursos, Lula teceu elogios para Paes. "Eu tenho muita amizade com prefeitos, mas queria dizer que estou aqui diante do possível melhor gerente de prefeituras que esse país já teve, que é o Eduardo Paes. O Rio de Janeiro é a cara do Brasil. Ou lembram de Ipanema, de Copacabana, do Cristo Redentor, e agora lembram do Dudu”, disse ele.
O presidente fez referência ao ex-governador Sérgio Cabral, investigado em dezenas de processos. Sem citar diretamente o político, ele comentou que Cabral foi o responsável por apresentar ele e pedir votos para Eduardo Paes nas eleições anteriores.
"Eu e esse moço, a gente não se dava bem. Eu não conhecia o Eduardo, mas sabia que como deputado ele batia muito em mim. Em 2008, eu já presidente da República, me aparece o governador do Rio de Janeiro com essa figura e pede pra mim: 'presidente Lula, eu tô aqui com o candidato Eduardo Paes. Seria importante a gente ajudar ele a ganhar as eleições ", afirmou Lula.