Governo israelense enxerga poder bélico iraniano como ameaça e diz que ataque vai durar "quantos dias forem necessários"; EUA negam envolvimento
Com SBT
Israel atacou bases nucleares no Irã no fim da noite desta quinta-feira (12), com explosões sendo ouvidas em diferentes pontos de Teerã.
O ataque ocorre em meio ao aumento das tensões entre os dois países e ao avanço do programa nuclear iraniano.
Ainda não há informações sobre feridos ou a extensão dos danos provocados no território iraniano. A televisão estatal iraniana afirma que o chefe da Guarda Revolucionária do Irã, Hossein Salami, pode estar morto. Além disso, dois cientistas nucleares também foram mortos.
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, afirmou que os país não têm ligação com o ataque.
#URGENTE | Mísseis de Israel sobrevoam o espaço aéreo do Irã e atingem a capital Teerã. Colunas de fumaça são vistas ao longe e aviões comerciais desviam do país; veja VÍDEO pic.twitter.com/bQM3anXVXr
— BLOG ALDO ALMEIDA (@BLOGALDOALMEIDA) June 13, 2025
Em comunicado divulgado, Rubio afirmou que a prioridade do governo norte-americano é proteger as forças americanas na região e que, segundo Israel, o ataque foi necessário para sua autodefesa.
O presidente Donald Trump deve se reunir nesta sexta-feira (13) com seu gabinete para avaliar a situação.
Prevendo retaliações iranianas, o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, declarou estado de emergência no país e determinou o fechamento do espaço aéreo como precaução contra possíveis retaliações.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que a ofensiva durará “quantos dias forem necessários”.
O governo israelense alega que o Irã mantém um programa secreto para desenvolver armas nucleares, possui milhares de mísseis balísticos e fornece armamento a grupos como Hezbollah e Hamas.
Após as explosões, o governo iraniano publicou uma mensagem no X que pode ter sido direcionada a Israel: “Lembre-se, nós não iniciamos isso”.
*com informações da Associated Press
PIB trimestral do estado será divulgado pelo governo após o final de cada período, permitindo um monitoramento frequente da economia
Por Rafael de Oliveira e Guilherme Lima
O Governo do Tocantins, por meio da Secretaria de Estado do Planejamento e Orçamento (Seplan), apresentou, pela primeira vez, nesta quinta-feira, 12, em evento na sede do Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), o Produto Interno Bruto (PIB) trimestral referente aos primeiros meses de 2025. O resultado aponta um crescimento estimado de 3,1% em comparação ao mesmo período do ano de 2024. No acumulado dos últimos 12 meses, o levantamento apresenta uma taxa de crescimento estimada de 7,1%.
A partir de agora, o PIB trimestral do estado será divulgado assim que encerrar o período equivalente, permitindo um monitoramento frequente da economia. Com a iniciativa, o Tocantins passa a integrar o seleto grupo de 16 estados que já realizam o cálculo do PIB trimestral, fortalecendo a transparência, o planejamento estratégico e o desenvolvimento socioeconômico.
Evento marca um novo ciclo de gestão pública com base em dados econômicos atualizados e acessíveis
O secretário de Estado do Planejamento e Orçamento, Sergislei Moura, destacou que a divulgação trimestral do PIB permitirá um acompanhamento mais preciso e contínuo dos indicadores econômicos, representando um marco na gestão do governador Wanderlei Barbosa. “Hoje [quinta-feira, 12], lançamos o PIB trimestral do Tocantins. Estamos disponibilizando à comunidade dados confiáveis e estimativas de uma realidade próxima e palpável. O PIB é divulgado pelo IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística] com uma defasagem de dois anos, e com PIB trimestral, o Estado apresenta uma estimativa eficiente para a melhoria das políticas públicas, o direcionamento de investimentos e a atração de investidores. Tenho a segurança de afirmar que seguimos entre os estados com maior crescimento econômico do país e esse desempenho se mantém também este ano. O IBGE reconheceu o Tocantins como referência e, atualmente, estamos entre os estados brasileiros que já produzem o PIB trimestral. Essa é uma ação que integra o projeto de planejamento proposto pelo governador”, ressaltou o secretário.
O desenvolvimento da metodologia que permite a equipe econômica do Estado calcular o PIB trimestral mostra o cuidado do governo com o acompanhamento da evolução dos setores econômicos, auxiliando na tomada de decisões rápidas e melhores, já que os dados mostram quais setores estão se desenvolvendo ou enfrentando dificuldades.
O superintendente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no Tocantins, Paulo Ricardo Amaral, enfatizou que a iniciativa representa para o órgão uma contribuição estratégica e o compromisso do governo com o desenvolvimento do Tocantins. “Para além de um dado específico, a elaboração do PIB trimestral oferece informações atualizadas e representa a preocupação do governador Wanderlei Barbosa e dos gestores da Seplan com o planejamento bem estruturado e com o futuro do Tocantins. Trata-se de um compromisso que vai além da informação técnica, é um compromisso com a sociedade tocantinense e também com os próximos anos. Planejar é, acima de tudo, pensar no que o estado precisa para continuar se desenvolvendo”, pontuou o superintendente Paulo Ricardo Amaral.
O titular da Seplan, Sergislei de Moura, enfatizou que a divulgação trimestral do PIB permitirá um acompanhamento mais preciso e contínuo dos indicadores econômicos
Para o levantamento, a projeção considera três setores: agropecuária (lavouras permanentes, temporárias e pecuária); indústria (construção civil, indústria de transformação e eletricidade, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação); e serviços (comércio, transporte, administração pública e outros). Os dados são produzidos com base em um sistema de cálculos que analisa variações nos dados econômicos ao longo do tempo. Por isso, os resultados divulgados são considerados preliminares e podem passar por revisões posteriores, especialmente quando há atualizações na base de dados utilizada, como a publicada pelo IBGE.
A economista e gerente de contas regionais da Seplan, Grazielle Azevedo, explicou que essas atualizações são comuns em indicadores e fazem parte do processo de refinamento das estimativas. “Estamos analisando os dados e desenvolvendo o cálculo há dois anos para que a estimativa deste primeiro PIB trimestral reflita de forma precisa o dinamismo dos setores econômicos no estado. Neste levantamento, o setor agropecuário aparece com um maior crescimento no primeiro trimestre de 2025, por conta da colheita da soja que ocorre nos primeiros meses do ano. Já no setor de serviços, o de maior participação no nosso PIB, o destaque ficou com o comércio. O setor industrial, que mais cresceu no ano de 2024, apresenta um crescimento da construção civil, mas um decréscimo no setor como um todo. Esse dinamismo é natural da economia e mostra como o Tocantins se comporta a cada trimestre, sendo o PIB trimestral uma ferramenta importante de planejamento e política pública”, detalhou a economista.
PIB trimestral
A gerente de Contas Regionais da Seplan, Grazielle Azevedo, apresentou a metodologia e os resultados do primeiro PIB trimestral do Tocantins
O PIB trimestral do Tocantins em 2025 totalizou R$ 24,2 bilhões. Desse montante, R$ 11,2 bilhões vieram do setor de serviços; R$ 9,1 bilhões da agropecuária; e R$ 1,7 bilhão da indústria. Houve ainda a adição de R$ 2 bilhões referentes a produtos líquidos de subsídios. Desta forma, o PIB do Tocantins registrou crescimento de 3,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. O Valor Adicionado a preços básicos também avançou 3,1%, enquanto os Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios tiveram alta de 3,3%.
A agropecuária foi o setor com maior crescimento no Tocantins, no primeiro trimestre de 2025, com alta de 4,7% em relação ao mesmo período de 2024. O desempenho positivo foi impulsionado, principalmente, pela produção de soja, favorecida por boas condições climáticas, aumento da área plantada e maior produtividade. A criação de bovinos e a produção de banana e do coco-da-baía também contribuíram para o resultado.
O PIB trimestral do Tocantins em 2025 totalizou R$ 24,2 bilhões
O setor de serviços cresceu 3,3% no período, fortalecido pelas atividades de comércio (móveis, eletrodomésticos e materiais de construção), além do setor de transportes, com destaque para serviços voltados à hospedagem, logística, alimentação e outros serviços prestados às empresas. Já o setor da indústria, apesar do bom desempenho das atividades de construção civil e da indústria de transformação (produtos alimentares e produtos químicos), obteve recuo de -1,6%.
PIB acumulado ao longo de 12 meses cresceu 7,1%
O PIB acumulado nos últimos 12 meses (de abril de 2024 a março de 2025) apresentou crescimento de 7,1%, o que resultou no avanço de 7,3% do Valor Adicionado a preços básicos e de 5,5% nos Impostos sobre Produtos Líquidos e Subsídios. Com isso, o resultado nesta comparação foi de um crescimento de 10,5% para a agropecuária; 10,4% para a indústria; e 5,3% para o setor de serviços.
O impulsionamento da agropecuária no período também foi motivado por investimentos do Governo do Estado, resultando em tecnologia, abertura de novas áreas agrícolas e melhorias na infraestrutura logística. Os destaques são o aprimoramento na produção de soja, bovinocultura, milho e arroz. As atividades industriais tiveram um bom desempenho, destacando a construção civil, fortalecida principalmente pelos investimentos públicos em infraestrutura e habitação. Já dentro dos serviços, evidenciam-se o comércio e outros serviços, como os prestados às empresas e à população.
“Com o PIB trimestral, temos os dados estimados de 12 meses, contando com esse trimestre de 2025 e nove meses de 2024 e, neste acumulado, o Tocantins cresce 7,1%, comparado ao âmbito nacional. No mesmo período de 12 meses, o Brasil cresceu 3,5%, ou seja, o Tocantins cresceu mais que o dobro do Brasil. É um dos melhores números que já alcançamos. Esse desempenho mostra a força da nossa economia, com destaque para o agronegócio, a indústria e o setor de serviços. Podemos comemorar um crescimento expressivo, colocando o Tocantins em evidência no cenário nacional, especialmente entre os estados das regiões Norte e Nordeste”, salientou o titular da Seplan, Sergislei de Moura.
Parcerias
A elaboração do PIB trimestral é efetuada pelo Governo do Tocantins, por meio da Seplan, e a empresa de Consultoria e Pesquisa Econômica LTDA (Econsult), de Pernambuco, que também foi responsável pela elaboração do PIB trimestral em Goiás, Mato Grosso, Sergipe, Pernambuco, Alagoas e Ceará. Além disso, para a obtenção dos dados, conta com a parceria de secretarias estaduais, órgãos, institutos, agências e empresas, seguindo o padrão do IBGE e regras internacionais.
Presenças
Também participaram do evento de apresentação do PIB trimestral do Tocantins o secretário de Estado da Indústria, Comércio e Serviços, Carlos Humberto Lima; o vice-presidente do Ruraltins, Rafael Massara; o presidente da Agência de Defesa Agropecuária (Adapec), Paulo Lima; representantes do grupo Energisa, da Federação das Indústrias do Estado do Tocantins (Fieto), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), instituições acadêmicas como a Universidade Estadual do Tocantins (Unitins), o Instituto Federal do Tocantins (IFTO), a Universidade Federal do Tocantins (UFT), representantes de empresas privadas como a VLI, entre outros empresários e autoridades.
Reportagem da revista Veja aponta que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro violou ordens judiciais
Por BandNews
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), é acusado pela defesa do ex-presidente de ter violado ordens judiciais do Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito da suposta trama golpista. Segundo reportagem da revista Veja, Cid omitiu informações sobre o uso de um perfil em rede social para manter contato com pessoas próximas à Bolsonaro, mesmo estando proibido de se comunicar por ordem do ministro Alexandre de Moraes.
Durante o interrogatório, Cid afirmou que não usou redes sociais no período em que esteve sob medidas restritivas e negou conhecer o perfil “@gabrielar702”, apontado por investigadores como o canal utilizado por ele para se comunicar clandestinamente. A revista Veja teve acesso a capturas de tela de mensagens trocadas por esse perfil, nas quais o interlocutor — supostamente o militar — revela bastidores de audiências e versões distintas das que prestou no acordo de colaboração premiada.
As mensagens obtidas pela publicação teriam sido trocadas entre 29 de janeiro e 8 de março de 2024, cinco meses antes da homologação do acordo de delação. Nos diálogos, o perfil relata pressões de investigadores, críticas ao Supremo e à Procuradoria-Geral da República, além de comentários sobre articulações políticas. Em uma das conversas, o ex-ajudante de ordens afirma que apenas o ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, ou o deputado Arthur Lira poderiam “salvá-los” das investigações conduzidas pelo STF.
A defesa de Mauro Cid nega a autenticidade das mensagens e afirma que as capturas de tela divulgadas pela revista são falsas. Segundo os advogados, Cid não se comunica da forma como está retratado e os prints não apresentam dados como data e horário. Ainda assim, se confirmada a autenticidade das mensagens, o conteúdo pode comprometer o acordo de colaboração premiada, já que o militar não poderia mentir, omitir ou alterar versões dos fatos sob pena de perder os benefícios concedidos pela Justiça.
Reportagem de Veja revelou prints de perfil supostamente utilizado por ex-ajudante de ordens de Bolsonaro para se comunicar enquanto havia ordem expressa contrária de Moraes; Defesa do militar fala em montagem
Por Leonardo Ribbeiro
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), teria mentido ao Supremo Tribunal Federal (STF) e violado a ordem do ministro Alexandre de Moraes de não se comunicar no âmbito da investigação, segundo reportagem da revista Veja.
No interrogatório a que foi submetido nesta semana no STF, Cid afirmou que não usou redes sociais no período em que estava sob medidas restritivas.
Cid, ao ser questionado pelo advogado Celso Vilardi, que representa Bolsonaro, se fez uso de um perfil no Instagram que não está no nome dele, respondeu desconcertado que “não”. “Todos os meus celulares foram apreendidos”, completou.
Vilardi então pergunta se Cid “conhece um perfil chamado @gabrielar702?”. Cid responde: “Esse perfil, eu não sei se é da minha esposa”.
Nesta quinta-feira (12), a reportagem de Veja traz prints do que seria uma troca de mensagens entre o militar usando justamente um perfil de nome “Gabriela R” com alguém do círculo próximo do ex-presidente. De acordo com a publicação, o conteúdo aponta jogo duplo do delator. Relatava ao interlocutor versão diferente das dadas nos depoimentos do acordo de colaboração premiada.
Por ser réu colaborador, o militar se comprometeu a falar a verdade, sob pena de ter a delação anulada e perder benefícios.
Ao fazer as perguntas, ainda segundo a revista, Vilardi sabia que Cid havia desrespeitado ao menos duas determinações impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no STF -- e as provas de que isso de fato aconteceu estão no conjunto de mensagens.
Enquanto fornecia à PF informações sobre a movimentação antidemocrática, contava a pessoas próximas uma versão completamente diferente do caso. Nessas conversas, revelou a terceiros o teor de seus depoimentos à PF e bastidores do que se passava durante as audiências.
O perfil supostamente usado pelo militar fala em pressões, conta que o delegado responsável pelo inquérito tentava manipular suas declarações e diz que Alexandre de Moraes já teria decidido condenar alguns réus antes mesmo do julgamento.
As mensagens obtidas por VEJA teriam sido trocadas entre 29 de janeiro e 8 março de 2024, segundo a revista, cinco meses antes de o acordo de colaboração premiada ter sido homologado por Alexandre de Moraes.
Nos diálogos, segundo a revista, o militar fala abertamente das longas oitivas que estava tendo de enfrentar -- “Foram três dias seguidos” -- e do desconforto em relação ao trabalho dos investigadores -- “Toda hora queriam jogar para o lado do golpe... e eu falava para trocar porque não era aquilo que tinha dito”.
De acordo com a reportagem, Cid se mostra resignado com o futuro. “Eu acho que já perdemos… Os Cel PM (coronéis da Polícia Militar do Distrito Federal) vão pegar 30 anos… E depois vem para a gente”, diz. Uma das alternativas naquele momento para evitar as prisões de todos, na avaliação dele, seria um movimento conduzido pela cúpula do Congresso. “Só o Pacheco ou o Lira vai (sic) nos salvar. O STF está todo comprometido. A PGR vai denunciar”, acrescenta.
O acordo de colaboração tem cláusulas rígidas. Para ter direito a benefícios, Cid não pode mentir, omitir, desviar a investigação com versões conflitantes nem proteger ninguém.
No interrogatório do STF, ladeado de Bolsonaro e outros cinco integrantes da alta cúpula do antigo governo, ele reafirmou ter presenciado reuniões entre o ex-presidente e militares nas quais foram discutidas medidas que poderiam ser implementadas para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT); disse também que Bolsonaro acreditava em fraude nas urnas eletrônicas e confirmou ter ouvido que então comandante da Marinha, Almir Garnier, teria colocado suas tropas à disposição do ex-presidente.
Para o Ministério Público, essas informações, aliadas a documentos e outros depoimentos colhidos durante a investigação, não deixam dúvidas de que Bolsonaro e seus auxiliares tentaram um golpe de Estado no fim de 2022.
O Poder Executivo encaminhou ao Congresso Nacional uma medida provisória que padroniza a tributação sobre aplicações bancárias. A matéria foi publicada nesta quarta-feira (11) em edição extra do Diário Oficial da União e precisa ser votada por senadores e deputados até 28 de agosto. O governo espera arrecadar R$ 10,5 bilhões com as mudanças em 2025 e R$ 20,6 bilhões em 2026
Da Agência Senado
A Medida Provisória (MP) 1.303/2025 foi editada como forma de compensar a revogação do decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que previa a alta do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Soluções alternativas ao aumento do IOF haviam sido discutidas no domingo (8) pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, após reações contrárias do Congresso ao decreto.
A nova MP prevê a incidência de Imposto de Renda para novas emissões de títulos hoje considerados isentos. É o caso de LCA (Letra de Crédito Agrícola), LCI (Letra de Crédito Imobiliário), CRI, CRA e debêntures incentivados. A alíquota é de 5%.
Em relação aos demais títulos, que já são tributados com Imposto de Renda, o Poder Executivo propõe uma “harmonização tributária”. Independentemente do tempo de investimento, a alíquota é fixada em 17,5%. A mesma taxa de IR valerá para criptoativos, que não terão mais isenção nas operações até R$ 35 mil. De acordo com o Ministério da Fazenda, não há mudança na tributação sobre a caderneta de poupança, que segue isenta.
A MP 1.303/2025 trata ainda da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) paga por instituições do sistema financeiro. Pela regra anterior, as alíquotas eram de 9%, 15% e 20%. A medida provisória acaba com a cota mais baixa.
Seguradoras, instituições de pagamento, casas de câmbio e sociedades de crédito imobiliário, por exemplo, vão pagar 15% de CSLL. A alíquota prevista para bancos de qualquer espécie, assim como para sociedades de crédito, financiamento e investimentos, é de 20%.
De acordo com o Ministério da Fazenda, a MP tem o objetivo de “corrigir distorções, construir isonomia tributária e manter o equilíbrio fiscal do Brasil”.
A medida deverá ser analisada inicialmente por uma comissão mista do Congresso, ainda não designada. Depois, passará por votação nos Plenários da Câmara e do Senado.
Apostas esportivas
A medida provisória também eleva a carga sobre as apostas esportivas. A tributação sobre o faturamento das bets sobe de 12% para 18%.
A alíquota não incide sobre os prêmios pagos aos apostadores, mas sim sobre o GGR (Gross Gaming Revenue, na sigla em inglês) pago pelas empresas. O GGR é a diferença entre o total de apostas e o total pago em prêmios e demais impostos.
Compensação tributária
Outros dispositivos da MP 1.303/2025 pretendem coibir compensações abusivas de crédito tributário. O texto considera como indevidas declarações feitas com documento de arrecadação inexistente, no caso de suposto pagamento indevido. Também é considerado indevido o crédito de PIS/Cofins que não tenha relação com a atividade econômica do contribuinte.
Gastos Públicos
Segundo o Ministério da Fazenda, a MP 1.303/2025 faz ajustes nas despesas públicas para fortalecer o arcabouço fiscal. Entre as medidas previstas, estão a inserção do Programa Pé-de-Meia no piso constitucional da educação.
A medida prevê um limite máximo de 30 dias para o auxílio-doença, quando o benefício for concedido sem exame médico pericial. A MP também limita as despesas com seguro-defeso de pescadores artesanais à dotação orçamentária prevista no início de cada ano.
IOF
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva editou um novo decreto nesta quarta-feira para recalibrar as alíquotas do IOF. A cota fixa aplicável ao crédito à pessoa jurídica cai de 0,95% para 0,38%. O IOF sobre a operação de crédito conhecida como risco sacado não tem mais alíquota fixa, apenas a diária, de 0,0082%.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
Fonte: Agência Senado