O Paralelo 13 vem acompanhando a gestão da prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro, que assumiu o comando da prefeitura após a renúncia de Carlos Amastha, que pensou ter cacife suficiente para voar alto e comandar o Estado, mas “teve as asas cortadas logo no início do voo”, ao ser fragorosamente derrotado nas urnas

 

Por Edson Rodrigues

 

E ali estava Cinthia, sem experiência político-administrativa, em um “ninho de cobras”, cercada por uma equipe formada por Amastha e com zero por cento de gratidão ou compromisso com a vice que virou prefeita.

 

A maioria absoluta da equipe que estava no início da gestão de Cinthia, manteve obediência canina ao ex-prefeito, que insistiu em ficar rondando o Paço Municipal, como se ainda titular fosse.

 

Prefeita em visita a obras na Capital

Eis, então, que Cinthia resolveu se assumir prefeita de fato e de direito e demarcar seu território. Sem alterar o tom de voz, a ex-esposa do saudoso João Ribeiro enfrentou todas as resistências – e sabotagens, por que não? – de parte da equipe herdada do ex-prefeito, tomou para si a obrigação de terminar as obras já iniciadas, executou todas as obras licitadas e começou a dar forma e sentido à gestão que conduzia, iniciou uma exoneração seletiva dos insurgentes e foi, finalmente, mostrando que tinha capacidade e competência para gerir o lar do palmenses, como se fosse uma extensão da sua própria casa.

Inaugurou obras com pompa e circunstância, buscou apoio junto aos congressistas tocantinenses em Brasília, conseguiu mais recursos federais e, justamente quando estava pronta para anunciar obras em profusão, viu o mundo, o Brasil, o Tocantins e Palmas serem assolados pelo maior inimigo da humanidade na história moderna, o Covid-19, que tomou a humanidade de assalto e expôs a fragilidade do ser humano ante inimigos desconhecidos e o despreparo mundial para gerir uma crise de Saúde Pública.
E Palmas, por ser a Capital do Estado e uma cidade administrativa, com as portas abertas para cidadãos do Brasil e do mundo, entrou em uma espiral perigosa, que exigiria ação assertiva e imediata de sua gestora.

Foi aí que se sobressaíram as qualidades de mulher, mãe e gestora, que se fundiram na pessoa de Cinthia Ribeiro e impressionaram a todos.

O ENFRENTAMENTO E A CONSOLIDAÇÃO

Ao se ver ante uma ameaça tão cruel ao seu novo lar – Palmas – e aos seus novos filhos – a população da Capital –, Cinthia se revestiu de uma armadura e da força que só as mães conseguem reunir e foi à Brasília, ao centro do poder, atrás da ajuda necessária para salvar sua cidade e seus concidadãos. Foi lá que encontrou apoio dos parlamentares tocantinenses, em especial dos deputados federais, Dorinha Seabra e Carlos Gaguim e do senador mais bem votado do Estado e líder do governo de Jair Bolsonaro no Congresso nacional, Eduardo Gomes que, se mostraram conscientes de seus papéis e prestativos às necessidades do povo tocantinense e palmense e passaram a auxiliar Cinthia em suas demandas, que representavam as necessidades de todo um povo.

Cinthia se viu obrigada a tomar decisões impopulares, mas crucialmente necessárias, fechando o comércio não essencial e proibindo aglomerações e iniciou seu martírio político e pessoal, ao ser “esquartejada” politicamente nas redes sociais e a sofrer ataques pessoais, com xingamentos e agressões à sua pessoa e à pessoa do seu noivo, Eduardo Mantoan.

 

Seus detratores não lhe deram folga, com manifestações em frente ao edifício onde reside e chegaram à covardia de criticar até sua atuação como mãe de um filho especial que se encontrava em tratamento com profissionais no estado de São Paulo.

Ou seja, Cinthia teve que aprender a manter o equilíbrio mental e emocional como prefeita e como mãe, ao mesmo tempo, enquanto cuidava de seu filho e tomava decisões importantes para não deixar o povo da Capital desassistido. Nesse momento Cinthia mostrou a que veio, desempenhando com mérito as funções de mãe biológica, mãe por afinidade, chefe de família e prefeita.

E foi dessa forma que Cinthia se consolidou como prefeita, de fato e de direito, sendo mãe, gestora e se mostrando uma guerreira forja a ferro e fogo, ouvindo e agregando lideranças políticas, classistas, religiosas e comunitárias, não vacilando em nenhum desses papéis, vencendo as eleições do ano passado, deixando grupos políticos tradicionais relegados ao segundo plano dos eleitores.

Certamente não foi nada fácil, mas o número de vidas salvas em sua gestão, junto com a consolidação da sua posição política, a propiciaram chegar neste dia 20 de maio, aniversário de 32 anos da criação de Palmas, como a principal figura política da Capital do Estado mais ovo da federação, podendo olhar para um futuro promissor, olhando as batalhas e vitórias do passado pelo “retrovisor político”, com a certeza de que valera à pena todas as decisões impopulares, todas as articulações políticas que fez, e seu novo posicionamento, que a gabaritam a entregar mais obras e assinar novas ordens de serviço para muitas mais, fazendo o povo palmense a admirar e se orgulhar de ter lhe dado a permissão para continuar á frente da prefeitura da nossa Capital.

ESTADO E MUNICIPIO DE MÃOS DADAS

 

A prefeita Cinthia Ribeiro e o governador Mauro Carlesse

E Palmas começa essa nova idade podendo sonhar ainda mais, pois Cinthia Ribeiro buscou uma inteligente e proficiente e humilde aproximação com o Palácio Araguaia, na figura do governador Mauro Carlesse, firmando mais uma parceria política e administrativa que vai proporcionar novos acertos, novas obras e que pode ser considerada mais um “presente” para a população, que é, finalmente, a união entre o governo do Estado e o governo da Capital, como jamais houve, antes, numa demonstração de amadurecimento político dos dois principais líderes do Tocantins.

Só nos resta afirmar que Palmas está de parabéns não só pelo seu aniversário, mas por sua prefeita, pelo governador do estado e pelo povo eu tem.

Que Nossa Senhora Aparecida derrame suas bênçãos sobre a nossa Capital.

Porto Nacional, aos 20 dias do mês de maio de 2021

 

 

Posted On Quinta, 20 Mai 2021 06:09 Escrito por O Paralelo 13

Em entrevista ao Valor, ex-ministro disse que pode ir ao segundo turno das eleições de 2022 com o ex-presidente

 

Com Poder360

 

Ciro Gomes (PDT) afirmou que o seu alvo na corrida eleitoral de 2022 é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Eu vou pra cima dele [Lula], é o maior corruptor da história brasileira”, disse em entrevista publicada pelo jornal Valor Econômico nesta 2ª feira (17.mai.2021).

 

Para ele, o ex-presidente é “parte central da corrupção” e quer apenas voltar ao poder. “Lula se esforça para retomar o poder e eu, para recuperar o país. O povo vai arbitrar.”

 

Ciro também afirmou que existe a possibilidade de que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não chegue ao 2º turno das eleições. De acordo com ele, “vai faltar chão” para alavancar a candidatura de Bolsonaro.

 

“Hoje, a tendência consistente é que Lula está em seu máximo e Bolsonaro, em processo de derretimento”, avalia o pedetista.

Pesquisa do PoderData realizada de 10 a 12 de maio mostra que Bolsonaro e Lula estão numericamente empatados na intenção de votos para o 1º turno das eleições de 2022. Cada um tem 32%. Ciro registra 6%.

 

Foram 2.500 entrevistas em 489 municípios nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos. Saiba mais sobre a metodologia lendo este texto.

 

Mas, para Ciro, a probabilidade de um 2º turno entre ele e o ex-presidente está crescendo. Ele também afirma que o governador João Doria (PSDB), um dos possíveis nomes da sigla tucana, não conseguirá avançar na disputa.

 

“Acho que [Sérgio] Moro e [Luciano] Huck não são candidatos. Nem Doria. Se ele for, será fragilizado porque está muito mal em São Paulo e nunca teve entrada no Brasil. O único organizado, com o partido harmônico, sem confusão, sou eu.”

 

Para isso, Ciro avalia que é necessário uma aliança com o centro. O pedetista afirma que está conversando com o DEM, apesar dos problemas internos do partido, como o rompimento do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ). Ele afirmou também que existe uma disputa entre o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, e o presidente do partido, ACM Neto.

“Bolsonaro tenta apropriar-se do DEM em hostilidade ao ACM Neto. É disputa que está acontecendo. Onyx é do DEM. Vamos ver quem ganha“, afirma.

 

Além disso, Ciro afirma que já tem propostas para uma aliança com outros partidos.

 

“O PSD tem proposta formal para nossa aliança, além do PSB, PV e Rede. É com essa aliança que estou trabalhando“, afirmou. E completou: “Mas o Brasil não cabe na esquerda, nunca coube. Mas também não cabe na direita. O que precisamos é de uma aliança de centro-esquerda.“

 

Posted On Segunda, 17 Mai 2021 15:35 Escrito por O Paralelo 13

Após quatro anos preso, ex-presidente da Câmara concedeu entrevista a revista Veja

 

Por Sofia Cerqueira

 

De terno bem cortado, abotoaduras Hermès e cabelos penteados para trás, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, 62 anos, lembra muito mais os tempos de mandachuva em Brasília do que de ex-detento da Lava-Jato. Ele cumpriu quatro anos e meio de prisão — um deles em casa — dos quinze a que fora condenado. Recém-revogada a medida que o impedia de sair às ruas, Cunha, nesta primeira entrevista cara a cara, gira sua metralhadora com força renovada contra o ex-juiz Sergio Moro, o ex-presidente Michel Temer e outros. Peça-chave do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, sente certa afinidade com ela na maneira como ambos caíram em desgraça. “No fim, morremos abraçados”, diz. Durante a conversa, acompanhada por sua filha e herdeira política Danielle, Cunha conta que escreve um segundo livro sobre os bastidores da República e, sim, planeja retornar à arena política.

 

A esta altura, esperava ter sua prisão revogada? Era uma injustiça. Fiquei esse tempo todo cumprindo medida preventiva mesmo estando num país onde a presunção da inocência é parte da Constituição e só se pode executar a pena depois de a ação transitar em julgado. Me tornei um troféu para o Moro.

 

De onde vem essa convicção? Para mim, está claro que fui usado como contraponto para não parecer que ele perseguia unicamente o PT.

 

O senhor está dizendo que houve abuso de poder na Lava-Jato? Sem dúvida. Na prisão de Curitiba, presenciei as alegações finais de um caso serem entregues tarde da noite e, às 6 da manhã, já haver sentença. A decisão estava pronta e o processo era mero detalhe. No meu caso, a sentença saiu em 36 horas. Há, sim, réus confessos e comprovados na Lava-Jato, mas uma coisa é certa: muitos mentiram sobre atos de terceiros para atender à operação. E eu era a encomenda número 1.

 

Acusaram o senhor de manter contas no exterior e mentir na CPI da Petrobras, o que culminou na sua cassação. Procede? Não tenho conta nenhuma no exterior. Sou mero usufrutuário de um trust (fundo que administra bens) na Suíça, que eu só podia movimentar conforme as instruções do contrato. Ele era constituído com recursos, cerca de 2,3 milhões de dólares, que possuía antes de entrar na política (agora repatriados). Já havia trabalhado com comércio exterior e mercado financeiro.

 

Nunca mesmo se beneficiou de dinheiro público de forma ilícita? Essa pergunta é ofensiva, mas a respeito pela situação em que me encontro. Em outra circunstância, nem responderia. Mas não, não me beneficiei de dinheiro público. Talvez tenha cometido o mesmo erro que outros brasileiros, que, com a inflação alta, mantiveram dinheiro no exterior sem declarar à Receita Federal.

 

Cunha e ex-presidente Dilma

 

Pode dizer com todas as letras que jamais roubou um centavo? Nunca roubei. Para ser sincero, não tenho um centavo sequer. Todo o meu dinheiro foi bloqueado. Hoje sou sustentado pela família. Agora, com a liberdade, preciso arranjar um jeito de sobreviver. Penso em um canal no YouTube sobre política. Também tenho espaços de lojas e talvez vá empreender. Estou ainda às voltas com meu segundo livro, que já tem até título: Querida, Eu Voltei.

 

Descobriram gastos de sua família com cartão de crédito que superam 500 000 dólares, entre 2013 e 2015. De onde vieram esses recursos, que bancaram, entre outras coisas, aulas de tênis na Flórida e um guarda-roupa de grife? Ao contrário do que se divulgou, essas despesas começam em 2007. Os gastos com a academia de tênis, na realidade, eram do high school (ensino médio) do meu filho. Tem uma escola naquela unidade. Quanto às roupas de grife, qual o problema? Faz parte do padrão de vida de uma pessoa de classe média alta. É injusto colocarem tudo na conta da minha mulher (Cláudia Cruz). Ela comprava para a família inteira. O dinheiro vinha do trust na Suíça.

 

“Nunca roubei. Para ser sincero, não tenho um centavo sequer. Todo o meu dinheiro foi bloqueado. Sou sustentado pela família.”

 

A gravação em que Temer diz ao empresário Joesley Batista “Tem que manter isso aí, viu” dá a entender que o senhor era favorecido. Recebeu dinheiro da JBS? Esse foi o dia mais difícil em todo esse processo. A história de que eu recebia para não delatar não procede. Ninguém cita dinheiro, foi só uma suposição. O que entendo dessa frase é: “Estou de bem com o Eduardo, tem que manter isso aí” — queriam ficar bem comigo. O silêncio que estava sendo comprado não era o meu, mas sim o do doleiro Lúcio Funaro.

 

Qual foi o pior momento na prisão? Quando vazou a delação do Joesley. Como a gente era obrigado a andar pela cadeia, onde havia presos comuns e membros do PCC, sofri ameaças sérias. Esse tipo de informação faz com que bandidos achem que você tem dinheiro e aí tentam extorqui-lo. Existia o medo de que um grupo invadisse a ala da Lava-Jato para fazer de refém um de nós.

 

Circulou que o senhor se portou como um detento encrenqueiro. Nada disso. Sou do tipo que se adapta às circunstâncias. Não me recusei a nada: varri chão e entreguei refeições.

 

O que ficou desse período? Sou temente a Deus e acredito que ele tem um propósito. Até hoje, a Danielle (sua primogênita) não pode ter cartão de crédito; outra filha foi perseguida na faculdade; e todos tiveram contas bancárias encerradas e dificuldade de conseguir emprego em razão do sobrenome. Na prisão, quase morri de hemorragia decorrente de uma hemorroida e descobri um pólipo no intestino.

 

No presídio, o senhor esteve próximo de nomes de peso do PT. Fizeram amizade? Amigo, amigo, não. Mas dividi por um período cela com José Dirceu (ex-ministro-chefe da Casa Civil). Também convivi com o João Vaccari Neto (ex-tesoureiro do PT) e o André Vargas (ex-deputado federal). Falamos sobre tudo, inclusive política. Mesmo sendo petistas, não reclamaram de nada comigo. Garanto que lá não tinha nenhum fã da Dilma. Todos mostraram seus processos e cheguei a palpitar, mas não posso comentar. Existe um código de honra para não expor quem está ali.

 

Alguém quebrou essa regra? Havia queixa frequente entre os presos de Curitiba sobre o Fernando Baiano (lobista). Diziam que ele montou sua delação com base em conversas na cadeia.

 

O senhor tentou uma delação premiada. Alguém lhe pediu para ser poupado? Não, mas perderiam tempo. Se fosse realmente fazer uma delação, não teria recado que resolvesse. A tentativa de negociação desse acordo partiu de meus advogados para mostrar que era falsa a versão de que eu estaria recebendo dinheiro da JBS para não delatar. No fundo, não queria fazer delação. Como já disse, não cometi crime.

 

No suposto esquema de corrupção na Petrobras, um delator afirmou que o senhor recebeu 5 milhões de dólares de propina. Outro disse que era sua a última palavra nas indicações políticas na área internacional da empresa. Confirma? Essas acusações surgiram exclusivamente na palavra de delatores, na base do “ouvi dizer”.

 

O senhor foi condenado pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. É tudo uma orquestração do sistema? O processo relativo à CPI da Petrobras ainda não transitou em julgado. Fui condenado em primeira instância por um juiz incompetente (Moro) e alvo, sim, de uma orquestração contra mim feita pelo Rodrigo Janot (ex-procurador-geral da República) e pelo José Eduardo Cardozo (ex-ministro da Justiça). Tudo por causa dos atritos iniciados no processo de impeachment.

 

Comenta-se que o impeachment teria sido uma resposta à falta de apoio do governo a sua reeleição na Câmara. O que tem de verdade aí? A tese da vingança não é compatível com a cronologia dos fatos. A decisão de instaurar o processo se deu antes da representação contra mim no Conselho de Ética. É óbvio que a ofensiva do governo para tentar me afastar contribuiu para a minha decisão. O episódio estaria superado não fosse a disposição do governo em me destruir, usando a Lava-Jato como escudo. No final, morremos abraçados, eu e o PT.

 

O senhor já disse que a queda de Dilma não foi golpe, mas em seu livro Tchau, Querida — O Diário do Impeachment, escreveu: “Quem com golpe fere, com golpe será ferido”, numa referência irônica ao PT, que defendeu o afastamento de outros presidentes. Afinal, foi golpe? Não. Se for ver por aí, o PT foi muito mais golpista. O impeachment do Collor acabou sendo aceito com base em um Fiat Elba. Aquilo não era crime de responsabilidade.

 

A queda da ex-presidente Dilma teve teor mais técnico ou político? Não existe impeachment que não contenha um componente político. O processo passa pela Câmara e pelo Senado. Agora, a Dilma, além das pedaladas fiscais, desrespeitou a lei orçamentária.

 

Com o Ex-presidente Michel Temer 

 

O senhor afirma que a deposição de Dilma não aconteceria se Temer não tivesse agido nos bastidores. Como é a relação entre vocês hoje? Não nos falamos desde 2016. Poderia até conversar com ele porque sou educado, mas não há motivos. Ao contrário do que o Michel fala, de que só soube do impeachment na véspera e que caiu do céu em seu colo, não é verdade. Ele foi parte ativa da estratégia.

 

Sente-se traído pelo Temer? Sim. Renunciei à presidência da Câmara após uma articulação iniciada por ele e Michel não cumpriu o combinado, que era evitar ou diminuir a carga do processo de cassação contra mim. Mas não foi surpresa. Ele não é dado a entrar em bola dividida, a não ser quando é por interesse próprio.

 

“Ao contrário do que Temer fala, de que só soube do impeachment na véspera e que caiu do céu no colo dele, não é verdade. Ele foi parte ativa.”

 

Houve outras traições? Sim. Uma delas veio do Rodrigo Maia (ex-presidente da Câmara), que foi praticamente o responsável pela minha cassação.

 

O senhor revela no livro que alguns deputados tentaram extorqui-lo para que votassem a seu favor no Conselho de Ética. Como aconteceu? Reforço que fiz política honestamente. A maioria que votou a meu favor o fez sem interesse algum. Claro que teve quem tentasse se locupletar. No livro, cito três casos (os ex-deputados Wladimir Costa, José Carlos Araújo e Fausto Pinato).

 

Em suas memórias, o senhor dá a entender que apoia o presidente Jair Bolsonaro. Apoia mesmo? Como eu vou ficar contra quem foi colocado para ser o anti-PT? A discussão não é apoiar ou não. Não quero é o PT de volta.

 

Como vê o retorno do ex-presidente Lula ao tabuleiro político? O Lula precisa ser derrotado no voto para que a polarização seja superada e esse esqueleto, enterrado. Tirá-lo do jogo é um erro, porque ele fica mais forte. Aliás, esses nomes de centro que apareceram por aí — Mandetta, Doria, Huck — são a turma dos 3%, com chance zero de ganhar.

 

Tem medo de voltar para trás das grades? Ainda vou enfrentar nove ações penais. Eram dez, mas fui absolvido na semana passada em uma delas, na qual era acusado de organização criminosa. Só volto à prisão se for vítima de nova covardia.

 

Cogita um retorno à política? A candidata nas próximas eleições a deputada federal é a minha filha Danielle Cunha. Mas me aguardem: com certeza, eu vou voltar.

 

 

Posted On Domingo, 16 Mai 2021 06:27 Escrito por O Paralelo 13

Fiocruz utilizará ingrediente farmacêutico ativo produzido no país

 

Com Agência Brasil

 

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) deverá começar a fabricar a vacina da Universidade de Oxford/AstraZeneca contra a covid-19 com o ingrediente farmacêutico ativo (IFA) produzido no Brasil em 15 de maio. A previsão foi feita pelo vice-presidente da instituição, Mario Moreira, em entrevista coletiva do Ministério da Saúde, em Brasília, nesta sexta-feira (7).

De acordo com o dirigente, a fundação está em condições de produzir e obteve a certificação de boas práticas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas ainda há procedimentos de avaliação a serem realizados, além do processo do registro definitivo do imunizante.

 

— Vamos ter que produzir lotes de validação acertados com procedimentos internacionais e a partir daí a gente já começa a produzir em escala industrial. Os testes deverão aguardar o registro definitivo da Anvisa. A expectativa é que em outubro tenhamos a liberação para entregar estes lotes produzidos de maio em diante — disse Moreira.

 

A produção com o IFA nacional é resultado de um acordo de transferência de tecnologia entre a Fiocruz e o consórcio formado pela Universidade de Oxford e pela farmacêutica AstraZeneca. Até o momento, as doses produzidas dependem de IFA importado da China.

 

A lentidão no envio dessas substâncias tem dificultado o andamento da imunização no Brasil. Na entrevista coletiva, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, foi perguntado sobre as ações para acelerar a liberação dos IFAs pela China diante do quadro da previsão do Instituto Butantan de cessar a produção da CoronaVac na semana que vem pela falta da matéria-prima, anunciada pelo diretor da instituição, Dimas Covas.

 

— O governo federal trabalha sempre junto com o Instituto Butantan. Estamos sempre junto com eles para monitorar o recebimento dos insumos. O ministro (Marcelo Queiroga) esteve presente hoje com o embaixador chinês (Yang Wanming). Estamos sempre conversando, quer com embaixada em Pequim ou com embaixador chinês no Brasil — disse o secretário executivo.

 

Contudo, Cruz acrescentou que o Ministério da Saúde não tem, ainda, informações do governo chinês quanto ao envio de mais IFAs.

 

 

Posted On Domingo, 09 Mai 2021 08:18 Escrito por O Paralelo 13

O processo sucessório de 2022 já está presente na bancada federal do Tocantins, em Brasília, nos 139 municípios tocantinenses, mais notadamente na Capital, onde já é o assunto dominante nas esquinas, reuniões familiares e, principalmente nas cúpulas partidárias, nos bastidores políticos, na Assembleia Legislativa e no Palácio Araguaia

 

Por Edson Rodrigues

 

Palmas é o maior colégio eleitoral do Estado e a cidade administrativa, onde estão sediadas as principais emissoras de Rádio e TV e as sedes dos portais e blogs de notícias, sendo o único colégio eleitoral que pode decidir uma eleição majoritária estadual como a de 2022 que se aproxima.

 

CARLESSE PREPARADO PARA O EMBATE EM 2022

 

O governador Mauro Carlesse surge nesse cenário como um dos mais fortes cabos eleitorais em 2022, trazendo consigo mais de 20 deputados estaduais, um pacote de obras a ser anunciado para os 139 municípios do Estado, progressões para o funcionalismo público, promoções aos militares e outras benfeitorias a serem anunciadas.

 

O enfrentamento a pandemia do Covid-19 dentro das especificações e orientações das autoridades de Saúde e o dinheiro em caixa, que servirá para pavimentar as antigas e abrir novas rodovias, juntando a isso a ampliação do Hospital Geral de Palmas que estará sendo entregue em breve, o colocarão em uma situação tranquila para, se assim decidir, renunciar ao mandato de governador para ser candidato ao Senado, com o apoio dos deputados estaduais e de prefeitos e ex-prefeitos, como Cinthia Ribeiro, de Palmas, e Josi Nunes, de Gurupi, entre outros de importantes colégios eleitorais.

 

Wanderley Barbosa e Mauro Carlesse

 

No momento, não é possível medir a popularidade dos possíveis candidatos a governador e senador, mas sempre é bom lembrar que dois nomes citados como prováveis candidatos ao governo têm seus maiores patrimônios políticos justamente em Palmas. Estamos falando do vice-governador, Wanderlei Barbosa e do senador Eduardo Gomes. Os dois começaram suas carreiras políticas como vereadores, em Palmas.

 

Gomes foi eleito vereador e presidente da Câmara Municipal.  Foi a Capital, também, que o elegeu deputado federal por três mandatos e senador, há dois anos e meio. Eduardo Gomes soube capitalizar muito bem seus mandatos e é, hoje, o recordista em envio de recursos federais – dentre todos os congressistas eleitos por votos da Capital e dos municípios do interior – para Palmas, além de outras benfeitorias.

 

Humilde, Gomes não faz alarde desses repasses, e boa parte da sociedade palmense desconhece seu trabalho como representante do povo da Capital.

 

Já Wanderlei Barbosa, vice-governador, passou, também, pela Câmara Municipal de Palmas, foi deputado estadual e junta ao seu patrimônio eleitoral as figuras de seu pai, primeiro prefeito da Capital, da sua mãe, a saudosa Dona Maria Rosa, o seu irmão, Marilon Barbosa, ex-presidente da Câmara Municipal e vereador reeleito, o seu sobrinho, Leo Barbosa, deputado estadual e sua irmã, Berenice Barbosa, ex-secretária municipal de Educação.

 

ESTRANHO NO NINHO

 

Mas, entre os postulantes ao cargo de governador em 2022, está o ex-prefeito de Araguaína, segundo maior colégio eleitoral do Tocantins, Ronaldo Dimas, do Podemos, que tenta trazer para si alguns votos da Capital.

 

O aniversariante, Ronaldo Dimas, a Presidente nacional do Podemos, deputada federal Renata Abreu (SP), seu filho, deputado federal Tiago Dimas, o ex-prefeito de Gurupi, Laurez Moreira, o ex-senador Vicentinho Alves, Carlos Amastha e o prefeito de Araguaína, Wagner Rodrigues no jantar comemorativo à data

 

Embora tenha sido considerado um dos melhores prefeitos da última gestão, Dimas tentou emplacar um candidato a prefeito, nas eleições passadas, o ex-reitor da UFT, Alan barbeiro, mas acabou colhendo um resultado pífio, em que seu candidato obteve menos votos que a atual presidente da Câmara de Vereadores, Janad Valcari, o que, para o apoio e a estrutura que recebeu durante a campanha, acabou se configurando em um completo vexame.

 

A insistência de Dimas em relação ao eleitorado palmense faz dele um “estranho no ninho”, que bate cabeça em busca de votos para si que, simplesmente, não existem em Palmas.

 

Enquanto isso, Dimas recebeu, na comemoração do seu aniversário, em Araguaína, o ex-prefeito de Palmas Carlos Amastha, derrotado três vezes consecutivas nas eleições para governador, vencidas por Mauro Carlesse, e que também teve seu candidato a prefeito de Palmas, Thiago Andrino, com votação pífia nas eleições municipais, o ex-senador Vicentinho Alves, também derrotado fragorosamente por Mauro Carlesse para o cargo de governador, e um punhado de prefeitos e candidatos a prefeito derrotados nos municípios da Região Norte do Estado.

 

OUTROS GRUPOS

 

Além de Dimas, tudo caminha para a união de vários dirigentes e líderes políticos, na formação de uma frente de partidos de esquerda, englobando PDT, PT, PSB, PP e PSD, tendo como expoentes os senadores Kátia e Irajá Abreu, o ex-prefeito Carlos Amastha, o ex-deputado Paulo Mourão, Donizete Nogueira, deputado Célio Moura, diversos prefeitos e ex-prefeitos, vereadores e ex-vereadores.

Os ex prefeitos Raul Filho e Paulo Mourão

 

Esse grupo une, estranhamente, aliados e adversários tanto do presidente Jair Bolsonaro quanto de Luiz Inácio Lula da Silva.

 

Desta frente política deve sair uma chapa de candidatos majoritários e proporcionais para disputar as eleições estaduais em 2022, incluindo o governo do Estado, uma vaga para o Senado, oito para deputado federal e 24 para deputado estadual, consolidando a construção de uma “colcha de retalhos” de esquerda.

 

Outra frente, esta de centro-direita, já está em formação, com conversações adiantadas entre as lideranças partidárias e diversos prefeitos e ex-prefeitos, incluindo os dos principais colégios eleitorais, como Laurez Moreira, de Gurupi, o pré-candidato a governador e ex-prefeito de Araguaína, Ronaldo Dimas, Moisés Avelino, de Paraíso, e os atuais prefeitos dessas cidades, além de dezenas de prefeitos de outros municípios que, no momento, focam suas atenções no combate à pandemia. As tratativas eleitorais só devem ganhar corpo a partir do primeiro trimestre de 2022.

 

DEMARCANDO TERRITÓRIO

 

Este grupo de centro-direita tem em seus quadros o senador Eduardo Gomes, líder do governo de Jair Bolsonaro no Congresso Nacional e campeão no carreamento de recursos para o Estado e para os municípios, independente de cor partidária, que ainda não definiu se será candidato ao governo, mas que vem recebendo apelos e chamamentos de dezenas de municípios para que entre nessa disputa.

 

Senador Eduardo Gomes e  Ronaldo Dimas

 

Eduardo Gomes, inclusive, gravou um vídeo exclusivamente para parabenizar Ronaldo Dimas, a quem chama de “amigo irmão”, onde ressalta que os dois trabalharam juntos para a reconstrução de Araguaína e que caminharão, sempre juntos, na sucessão estadual, sem determinar de qual forma e quem concorrendo a qual cargo.

 

Traduzindo em miúdos, de forma curta e grossa, Eduardo Gomes não se coloca como candidato ao governo, nem ao próprio Ronaldo Dimas, mas faz questão de ressaltar que os dois “caminharão juntos” em qualquer situação, ou seja, sem definir qual dos dois será candidato ao governo, deixando isso para a hora certa, mas ressaltando que o trabalho conjunto será ininterrupto e a união entre os dois é verdadeira e marcada pela lealdade.

 

Mas, Dimas, com suas movimentações na Capital e os “aliados” que vem buscando, pode colocar tudo isso a perder e ficar sem o apoio de Eduardo Gomes.  Como ainda faltam 15 meses para a realização das eleições, os futuros panoramas políticos podem trazer “fotografias” diferentes, revelando, talvez, um alinhamento da candidatura de Dimas, afinal, não se pode desprezar o seu “titulo” de melhor prefeito do Tocantins nos últimos oito anos.

 

Por enquanto, essa é a fotografia deste fim de abril.  Em maio, muita coisa pode mudar ou tudo pode permanecer como está, pois, em política, nada é definitivo.  Ainda mais faltando 15 meses para as eleições estaduais.

 

 

Posted On Quinta, 29 Abril 2021 07:57 Escrito por O Paralelo 13
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