Em seguida, o Senado votou outro projeto, relatado por Sérgio Petecão (PSD-AC) em 2017. O projeto reduz de 25 para 21 anos a idade mínima para posse de arma de fogo em propriedade rural

 

Com Agência Senado

 

O Plenário do Senado aprovou, nesta quarta-feira (26), o projeto que define toda a extensão do imóvel rural como residência ou domicílio – o que permite ao proprietário ou gerente de uma fazenda andar armado em toda a área da propriedade e não apenas na sede (PL 3715/2019). A matéria foi aprovada mais cedo na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e enviada ao Plenário em regime de urgência. Agora, o texto será enviado para a análise da Câmara dos Deputados.

 

De acordo com o autor, senador Marcos Rogério (DEM-RO), o projeto corrige um equívoco do Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826, de 2016), que autoriza a posse de arma de fogo no interior das residências e no local de trabalho, mas não particulariza a situação dos imóveis rurais. Marcos Rogério ressalta que “não tem sentido deferir a posse ao morador da zona rural, mas não permitir que ele exerça seu legítimo direito de defesa fora da sede da fazenda”.

 

Necessidade
Para o relator na CCJ, senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), a proposição é conveniente e necessária, já que o morador rural, por viver em áreas remotas, não tem a mesma proteção ofertada pelo Estado aos que moram nos centros urbanos. Eduardo Braga (MDB-AM) defendeu o projeto, lembrando que a mudança pode ajudar na segurança de populações amazônicas, que vivem distantes das cidades. Os senadores Nelsinho Trad (PSD-MS), Kátia Abreu (PDT-TO) e Major Olimpio (PSL-SP) também manifestaram apoio à proposta.

 

— O projeto faz o óbvio, definindo toda a área da propriedade do imóvel rural como área para a posse [da arma] — registrou Major Olimpio.

 

O senador Marcelo Castro (MDB-PI) reconheceu que o tema é polêmico e divide a sociedade. Ele fez questão de destacar a diferença entre porte e posse de arma. Pela legislação, a posse é o direito de se ter uma arma em casa. Já o porte é o direito de carregar a arma nos deslocamentos. Para o senador, a arma é necessária nas zonas rurais, para proteção dos moradores.

 

— Não estamos tratando de porte de arma na zona urbana, que é uma coisa completamente diferente — afirmou Marcelo Castro.

 

O senador Humberto Costa (PT-PE) criticou a forma como o processo foi encaminhado, já que a proposta foi apresentada na terça-feira (25) e levada ao Plenário na quarta (26), por um acordo entre as lideranças. Ele disse que o projeto pedia mais tempo para ser discutido e sinalizou que até poderia apoiar a ideia, depois de mais debate. Humberto pediu o adiamento da votação e sugeriu uma comissão para tratar de assuntos correlatos. Apesar dos apelos, a matéria foi levada à votação e aprovada.

 

Emenda
O senador Angelo Coronel (PSD-BA) apresentou uma emenda em Plenário, prevendo a possibilidade de a arma registrada em nome de pessoa física ou jurídica responsável por propriedade rural ser utilizada por empregados previamente indicados que estejam a serviço no respectivo imóvel rural. A emenda também previa exigências para documentos, prazos e responsabilização criminal. O senador Alessandro Vieira, porém, rejeitou a sugestão. Na opinião do relator, a emenda fugia da natureza principal da matéria.

Posted On Quinta, 27 Junho 2019 02:51 Escrito por

"O Senado tirou da gaveta a proposta de mudar a legislação sobre abuso de autoridade – medida vista por integrantes da Lava Jato como uma tentativa de intimidar juízes e procuradores que combatem a corrupção. A presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, senadora Simone Tebet (MDB-MS), marcou para esta quarta-feira (25) a votação do projeto de lei das Dez Medidas de Combate à Corrupção.

 

Com Estadão Conteúdo

 

Apresentadas ao Congresso pela força-tarefa da Lava Jato, as Dez Medidas foram desfiguradas, em 2016, em votação no plenário da Câmara. Uma das mudanças feitas pelos deputados foi incluir mais rigidez contra o abuso de autoridade – o que não constava no projeto original.

 

A votação na CCJ vai ocorrer em meio à divulgação de supostas conversas do ex-juiz da Lava Jato e hoje ministro da Justiça, Sergio Moro, com outros integrantes da operação.

 

Críticos da Lava Jato dizem que os diálogos – cuja autenticidade ainda não foi comprovada – revelam que Moro abusou de sua autoridade ao dar orientações para o Ministério Público Federal (MPF) investigar e denunciar o ex-presidente Lula. Pela lei, juízes têm de ser imparciais e não podem favorecer nenhuma das duas partes (acusação e defesa).

 

Presidente do Senado critica Moro às vésperas da votação

Na noite de segunda-feira (24), durante jantar oferecido pelo site Poder 360, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), pela primeira vez subiu publicamente o tom contra Moro. Nos bastidores, isso foi visto como uma justificativa para a mudança na lei do abuso de autoridade.

 

"Em sendo verdade, são muito graves [as supostas conversas]. Muito graves. [Moro] ultrapassou o limite ético", disse Alcolumbre. "Não era para ter tido conversa naquele nível. Se isso for verdade, terá um impacto grande em relação a procedimentos."

 

O presidente do Senado também afirmou que, se Moro fosse um parlamentar, já estaria cassado pelo que supostamente disse. "Se fosse um deputado ou um senador [no lugar de Moro], ele já estava cassado, preso e nem precisava provar se tinha hacker ou não [que obteve as conversas de aplicativo de mensagens]."

 

Depois de criticar Moro, Alcolumbre buscou afagar p ex-juiz. O senador contou que trabalhou pessoalmente para convencer os colegas de casa a desistirem de propor uma CPI para investigar Moro. Argumentou que essa não é a agenda de um país que tem "desempregados, pessoas precisando de hospital, médico". "Convenci várias pessoas a não fazer isso."

 

PGR diz que novo abuso de autoridade favorece o crime

Também na segunda-feira (24), a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, se reuniu com dirigentes de associações do Ministério Público e do Judiciário para tratar das possíveis mudanças na lei sobre abuso de autoridade.

 

Ao fim do encontro, a Procuradoria-Geral da República informou que, "na avaliação da PGR e das associações, tais medidas, se aprovadas pelo Congresso, vão fortalecer o crime organizado, prejudicar o combate à corrupção e destruir o sistema penal acusatório".

Posted On Quarta, 26 Junho 2019 03:56 Escrito por

É preciso que fique bem claro o que o Senado fará amanhã ao tentar aprovar, em definitivo, o projeto de abuso de autoridade e o que essa medida, caso validada pelos parlamentares, poderá representar para o combate à corrupção no Brasil

Por Diego Amorim

 

Antes de mais nada, é preciso entender o contexto.

Políticos adoram falar em abuso de autoridade de magistrados e membros do Ministério Público. O assunto, de fato, é recorrente nas rodas de conversas em Brasília — e não é de hoje. Sempre aparece alguém para contar um caso de um juiz ou promotor, por exemplo, que excedeu suas prerrogativas e, por isso, deveria ser devidamente punido.

 

Mas a questão é mais profunda.

O tema, em discussão no Congresso há pelo menos uma década, está alicerçado em dois principais pilares: um deles é um projeto de lei apresentado em 2016 por Renan Calheiros, alvo de mais de uma dezena de procedimentos criminais e que hoje, aliás, poderá se tornar réu em um deles no STF. Condenar o que chama de abuso de autoridade sempre foi uma das bandeiras preferidas do senador.

 

Tendo o ex-senador Roberto Requião como relator, o projeto do alagoano que modificava a lei original sobre crimes de abuso de autoridade, datada de 2009, acabou sendo aprovado em abril de 2017 no Senado — por 54 a 19 votos — e a tramitação só parou ali graças à pressão da sociedade e dos alertas feitos pela Lava Jato, que seguia prendendo poderosos e desvendando esquemas espúrios em diversos níveis.

 

O segundo pilar do abuso de autoridade está associado ao projeto das 10 medidas contra a corrupção, que inclui esse debate. Tal projeto, de iniciativa popular, foi completamente desfigurado e aprovado na Câmara, em uma madrugada de 2016, no mesmo dia em que o país estava em choque após a queda do avião com o time da Chapecoense.

 

Vindo da Câmara, vale lembrar o cronograma, esse projeto chegou ao Senado em 4 de abril de 2017. Somente em 14 de dezembro de 2018 foi distribuído, na CCJ, para a primeira relatora, senadora Simone Tebet.

 

Em 21 de março deste ano, com Simone já no comando da comissão, o projeto foi redistribuído para o novo relator, o ex-deputado mineiro e senador de primeiro mandato Rodrigo Pacheco, líder do DEM no Senado.

 

Pacheco ficou com a matéria durante 83 dias, até que recebeu a ordem de apresentar seu relatório. Quando? Exatamente dois dias depois dos primeiros vazamentos de mensagens envolvendo o então juiz Sergio Moro e integrantes da força-tarefa da Lava Jato. A leitura do parecer, favorável ao projeto, foi realmente feita no dia seguinte, como item extrapauta em sessão da CCJ. A ordem partiu de Davi Alcolumbre, presidente do Senado e seu correligionário.

 

Desde o início da legislatura, Pacheco vinha sendo cobrado por boa parte de seus colegas para apresentar logo seu parecer. O avançar da tramitação do tema também era do interesse de Rodrigo Maia, presidente da Câmara, e de outros líderes partidários.

 

Sim, embora estivesse analisando o assunto havia quase três meses, Pacheco precisou concluir às pressas seu relatório, levando em conta o projeto vindo da Câmara e o de Renan Calheiros. O entendimento era de que o Congresso precisava dar uma resposta ao conteúdo daquelas mensagens roubadas.

 

Na semana passada, a matéria só não foi votada, e muito provavelmente aprovada, diretamente no plenário do Senado porque este site e vocês, leitores, pressionaram os senadores a tempo. Caso contrário, o assunto seria apreciado no plenário sem votação prévia na CCJ e sem qualquer apresentação de requerimento de urgência.

 

Agora, está tudo pronto para que o projeto seja votado amanhã pela manhã na CCJ e, à tarde, no plenário do Senado. O texto final ainda não está concluído. Mas a forma como o assunto tem sido tratado até aqui sugere claramente qual a real intenção dos interessados nele.

 

Em instantes, O Antagonista publicará trechos de uma entrevista exclusiva feita na manhã de hoje com o relator da matéria, senador Rodrigo Pacheco.

Posted On Terça, 25 Junho 2019 16:04 Escrito por

Faltam confirmar adesão organizações de Sergipe, Piauí, Rondônia, Roraima, Acre e Amapá. Em Brasília, o ato começa, às 10h, no Museu Nacional. Informações foram dadas em entrevista coletiva de imprensa, convocada por entidades responsáveis pela manifestação nacional

 

Por Samara Schwingel

 

Representantes de entidades de trabalhadores da educação federal concedem coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira (13). O encontro conta com equipes de Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), Sinasefe (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica), UNE (União Nacional dos Estudantes), Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), ANPG (Associação Nacional de Pós-graduandos), Contee (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino) e Fasubra (Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil), que definiram ações conjuntas e unificaram o discurso em defesa das universidades e institutos federais.

 

Técnico-administrativos em educação, docentes e estudantes promovem, nesta quarta-feira (15), a “Greve nacional da educação”, em protesto contra os cortes anunciados para as universidades federais. Também há uma greve geral dos trabalhadores (não só da educação), marcada pelas centrais sindicais para 14 de junho.

 

Paralisação nacional em 15 de maio

“Sobre o dia 15, temos agendados atos nas capitais das 21 unidades da Federação que aderiram, além de outras grandes cidades. Será um dia bastante movimentado”, informa Heleno Araújo, presidente do CNTE. "Faltam confirmar Sergipe, Piauí, Rondônia, Roraima, Acre e Amapá, mas acreditamos que todos vão aderir."

 

“A educação está dando uma grande demonstração de força construindo esses atos unitários. É uma pauta que interessa a toda a sociedade. No dia 15, vamos parar nossas atividades e vamos para a rua”, afirma Antônio Gonçalves.

 

O ato em Brasília:

Em Brasília, os integrantes do movimento se reunirão em frente ao Museu Nacional, às 10h, da quarta-feira (15). De lá, caminharão até o Congresso Nacional, passando pelo Ministério da Educação (MEC), terminando a passeata na Rodoviária do Plano Piloto. Não há previsão de horário de término. O ato será acompanhado por carro de som. Haverá distribuição de panfletos.

Confira a programação da manifestação em Brasília, de acordo com Luis Antonio Pasquetti, presidente da ADUnB (Associação dos Docentes da Universidade de Brasília):

10h — Concentração no Museu Nacional
11h — Marcha em direção ao Congresso Nacional (usando as três faixas à esquerda no mesmo sentido da direção dos veículos, para não atrapalhar o trânsito)
12h — Chegada à “Rua das Bandeiras”, próxima ao Congresso Nacional (permanência de uma hora e 30 minutos), onde o ministro da Educação, Abraham Weintraub, deve estar no momento
13h30 — partida em direção à Rodoviária
14h30 — dispersão, usando as faixas à esquerda
Confira orientações da ADUnB para a manifestação de quarta (15), em Brasília:
"Para garantir a segurança de todos e todas, manifestantes e da sociedade, repassamos as seguintes orientações:
1. A manifestação é pacífica em defesa da educação pública e do direito à aposentadoria;
2. Combine de ir à manifestação em grupo. Ande SEMPRE junto ao grupo. Nem na saída da manifestação saia separado;
3. Não aceite provocações, tampouco provoque;
4. Não incite a violência;
5. Não deprede o patrimônio público;
6. Não use máscaras, nem nada que cubra o rosto;
7. Não solte bombinhas ou fogos de artifício durante a manifestação;
8. Siga as orientações da coordenação do ato;
9. Leve seus documentos de identificação pessoal. O policial não pode prender você por estar sem documento. No entanto, na ausência de documento, você pode ser levado à delegacia para fins de identificação;
10. Você tem o direito de filmar e registrar tudo;
11. Você tem o direito de permanecer calado diante de qualquer pergunta, de qualquer autoridade;
12. Leve água e lanche para consumo próprio;
13. Sapatos confortáveis ajudam caso você precise sair do local da manifestação por causa de alguma confusão;
14. A manifestação faz parte de um movimento democrático assegurado pela Constituição Federal. Você pode levar faixas, bandeiras e cartazes. Manifestar é um direito seu! Sem violência!"
O ato no resto do país
Confira onde se concentrarão os manifestantes em todas as unidades da Federação que aderiram ao movimento até agora em diferentes locais do país no link.
Veja as instituições que terão atividades acadêmicas interrompidas por adesão ao dia de paralisação pela educação de quarta-feira (15), de acordo com a Fasubra.
No entanto, o número total de institutos e universidades que vão aderir pode ser muito maior, pois a lista abaixo cita apenas as entidades filiadas à Fasubra:
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
Universidade Federal de São Carlos (Ufscar)
Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes)
Universidade Federal de Itajubá (Unifei)
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG)
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)
Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Minas Gerais (IFMG)
Universidade Federal de Lavras (UFLA)
Universidade Federal de Viçosa (UFV)
Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop)
Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Universidade Federal do Tocantins (UFTO)
Universidade Federal de Alagoas (Ufal)
Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ)
Universidade Federal do ABC (UFABC)
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Universidade Federal do Paraná (UFPR)
Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UFTPR)
Universidade Federal de Pelotas (UFPEL)
Universidade Federal do Rio Grande (FURG)
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA)
Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS)
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Paraná (IFPR)
Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS)
Universidade Federal do Pampa (Unipampa)
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio)
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)
Greve geral em 14 de junho

“Depois do dia 15, só temos programada mobilização para o dia 14 de junho. Entre esses dois dias, estaremos trabalhando, nos preparando para a greve do dia 14”, completa Heleno Araújo. “Dia 14 vamos parar tudo: transporte, educação, toda a classe trabalhadora”, observa Marcelino Rodrigues, coordenador geral da Fasubra.

Os porta-vozes não souberam informar detalhes da programação de 14 de junho. "Ainda não tem uma programação certa. Só sabemos que vão paralisar o dia todo e talvez, à tarde, tenha uma passeata", diz.

 

 

Questionado sobre a possibilidade de greves prolongadas, que durem mais de um dia, Antônio Gonçalves rebate: “Nacionalmente, não pensamos em outra atividade, mas cada local pode ter uma articulação nesse meio tempo”. Ou seja, o movimento de algumas universidades e institutos federais pode até decretar greve, mas não será nacional ou geral.

Reclamações

“O governo fala de contingenciamento, mas não vai haver recomposição desses recursos. E as instituições públicas são as que mais produzem conhecimento no pais”, reclama Antônio Gonçalves, presidente do Andes.

“De fato, 95% da pesquisa brasileira é feita no ambiente das universidades públicas. Essas pesquisas fazem diferença na vida das pessoas. Fomos surpreendidos com a suspensão de verbas. É um cenário de apagão da ciência brasileira”, critica Manuelle Marques, da Anpg. “É um ataque à soberania brasileira e à universidade, que tem sido produtora do senso crítico. A justificativa é que essas bolsas estariam ociosas, mas sabemos que não é verdade”, diz Manuelle Marques, da Anpg, sobre os cortes aos benefícios da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).

Manifestação da Ubes
Confira artigo de Pedro Lucas Gorki, presidente da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes) sobre a movimentação do dia 15:

"Cortes na educação: A gota d’água vai virar um tsunami
Na segunda-feira (6/5), eu estava junto às centenas de estudantes que protestavam do lado de fora do Colégio Militar do Rio de Janeiro, no bairro da Tijuca. Dentro, o presidente Jair Bolsonaro, cujo governo anunciou, recentemente, o corte de 30% do dinheiro da educação. Enquanto Bolsonaro estava fechado, cercado por alto esquema de segurança, com medo da reação popular e de encarar os jovens que lá estavam, o protesto dos secundaristas ganhava o apoio da população, das pessoas que passavam a pé, nos carros, dos trabalhadores, de quem escutava as reivindicações e concordava com elas.

 

A reação popular contra os cortes na educação, liderada pelo movimento estudantil secundarista e universitário, pode resultar nas maiores manifestações do Brasil desde a posse presidencial em janeiro. Até Bolsonaro já sabe que essa foi a gota d’água que vai virar um tsunami. Bolsonaro não gosta muito de estudar e não é lá muito bom de história – a ponto de falar que a ditadura no Brasil não existiu ou que os ditadores assassinos de países como o Chile e o Paraguai foram pessoas importantes. Mas ao ignorar ou desconhecer que, neste mesmo continente, foi a juventude que enfrentou e derrubou os regimes mais autoritários, pode ter cometido um erro que as ruas não vão perdoar. Nós vamos para cima.

O movimento estudantil está protagonizando, nas diversas regiões do país, um levante unificado contra a tentativa de destruição do nosso ensino. Toda essa força vai desaguar, no dia 15 de maio, em uma jornada nacional nas ruas, nos institutos federais, nos colégios, construindo uma grande paralisação nacional da educação.

 

A mobilização dos atos foi rápida. Em poucos dias, o movimento se espalhou em assembleias, debates, protestos, ações diretas. Os jovens têm acompanhado com preocupação a transformação ideológica covarde de um Ministério da Educação que vira as costas para alunos e professores, voltando-se apenas para o fanatismo de extrema direita e para os lucros do setor educacional privado. A declaração do ministro Abraham Weintrub de que as universidades públicas devem ser punidas por promover “balbúrdia” foi a gota d’água.

 

Ao atacar o ensino superior, o governo mentiu, dizendo priorizar a educação básica. Mas o MEC cortou recursos da educação infantil, do ensino fundamental e do ensino médio. Um bloqueio de pelo menos R$2,4 bilhões de reais.

 

Enquanto publica decretos de posse de arma para enriquecer a indústria do tiro e tenta emplacar a reforma da Previdência e o fim das aposentadorias para agradar aos bancos e a previdência privada, Bolsonaro tira dos salário dos professores, da merenda, dos laboratórios, das bibliotecas, da reforma das quadras e das salas de aula das escolas públicas. E é por isso que a UBES e o movimento estudantil secundarista estão no centro desse debate e vão conduzir os milhões de estudantes da educação básica para resistir a esse governo. Vamos ensinar ao ministro da Educação que as escolas e universidades brasileiras devem ser prioridade, inclusive para garantir o crescimento econômico.

 

Mais de 100 institutos federais já deram o seu recado, aderindo à campanha #TiraAMãodoMeuIF. O movimento já conta com paralisações e protestos em todos os 26 estados brasileiros e no Distrito Federal. Com roupas pretas e palavras de ordem, os secundaristas denunciam que, devido aos cortes no orçamento das instituições, muitos alunos não poderão, sequer, concluir o ano letivo. Não bastasse promover a perseguição nas escolas, a censura de alunos e professores; a tentativa de obrigar todos os estudantes do Brasil a repetir o seu slogan partidário de campanha eleitoral no pátio das instituições, Bolsonaro agora quer estrangular a juventude da forma mais direta e cruel: tirando os poucos recursos do setor educacional e tentando matar de fome o sistema de ensino brasileiro.

 

O que o governo não sabe é que essa mesma juventude já resistiu a momentos tão ou mais duros que esse, ao longo dos últimos 70 anos. E tem uma força invencível quando está unida. Já derrubamos presidentes e ditadores quando conseguimos contagiar a sociedade e ela ficou do nosso lado. Cada estudante secundarista também tem uma mãe, um pai, um vizinho que não concorda com a retirada de dinheiro da educação e que precisa de muito pouco para ser convencido a ir às ruas conosco. E se isso acontecer, já seremos numericamente um movimento incontrolável e incontornável. Um governo que perde popularidade de forma inédita nos seus cinco primeiros meses, deveria ter mais sabedoria ao escolher seus inimigos. Mexer com a juventude brasileira é coisa séria. Não aos cortes. Vamos à luta!" *Estagiária sob a supervisão da subeditora Ana Paula Lisboa

 

Posted On Segunda, 24 Junho 2019 07:39 Escrito por

Veja destaca a liderança de Rodrigo Maia na articulação política. IstoÉ mostra a caça ao Hacker de Moro e Época expões as críticas do general Santos Cruz, demitido do ministério

 

Veja

O Calendário Maia

Em meio à desarticulação política do governo, o Congresso vai apresentar uma agenda de propostas para o país. Liderado por Rodrigo Maia, o pacote inclui mudanças no FGTS, autonomia do Banco Central, simplificação de impostos e redução dos juros bancários. No vácuo da desarticulação política do Executivo, o Congresso prepara uma agenda que será implementada após a aprovação da reforma da Previdência .

Maia acha que, se seu plano der certo, atingirá dois objetivos: terá sido responsável pela recuperação da economia e pavimentará o caminho para alçar voos maiores na eleição de 2022. Em 2018, ele chegou a cogitar uma candidatura à Presidência. Cauteloso, o deputado arma que não quer ocupar o espaço do governo, mas apenas colaborar.

 

Istoé

No rastro do hacker de Moro

Desde que o site The Intercept Brasil revelou as trocas de mensagens privadas entre o ministro da Justiça, Sergio Moro, e os procuradores da Lava Jato em Curitiba, o Brasil acompanha apreensivo à divulgação, em doses homeopáticas, do teor das interceptações – fruto da violação de celulares de autoridades brasileiras. O constrangimento ao qual foram expostos os integrantes da Lava Jato e o ex-juiz que se tornou símbolo do combate à corrupção no País pode mudar de lado.

A Polícia Federal planeja-se para, nas próximas semanas, tentar emitir uma contundente resposta ao que classifica de ação orquestrada perpetrada por criminosos de alto calibre. Sob a coordenação do diretor-geral Maurício Valeixo, a PF acredita ter se aproximado dos hackers que invadiram a privacidade dos procuradores e expuseram as vísceras da Lava Jato.

 

Época

'É um show de besteiras', diz general Santos Cruz sobre gestão Bolsonaro

Uma semana após sua demissão da Secretaria de Governo da Presidência da República, o general Carlos Alberto dos Santos Cruz criticou o governo de Jair Bolsonaro por perder tempo com “bobagens” quando deveria priorizar questões relevantes para o país.

“Tem de aproveitar essa oportunidade para tirar a fumaça da frente para o público enxergar as coisas boas, e não uma fofocagem desgraçada. Se você fizer uma análise das bobagens que se têm vivido, é um negócio impressionante. É um show de besteiras. Isso tira o foco daquilo que é importante.

Posted On Domingo, 23 Junho 2019 22:48 Escrito por
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