Na última semana, após acompanharmos inúmeras negociações, diálogos, propostas, e uma movimentação dos partidos, lideranças e alianças, já era possível prever muito do cenário que se formou neste domingo, 05.
Por Edson Rodrigues
De um lado, dezenas de candidatos que buscam a eleição ou reeleição, uma oportunidade de representar o Tocantins na Assembleia, no Palácio Araguaia, na Câmara dos Deputados e Senado. Do outro, encontra-se o eleitor, cansado, cabisbaixo, descrente da política brasileira e de seus participantes.
Evidências
O Estado mais jovem da Federação passa por um período delicado no que diz respeito à economia, o que reflete no desenvolvimento do Tocantins. Como se não bastasse, nossos políticos, com algumas ressalvas, respondem processos de prática de corrupção, má administração do erário público, operações da Polícia Federal em várias frentes investigativas e nenhuma conclusão, o que nos deixa em situação ainda mais desconfortável perante empresas, instituições financeiras, e investidores tanto no Brasil quanto no exterior.
Enquanto os processos são analisados, as denúncias investigadas, e nada muito além disso, o eleitor continua com a sensação de impunidade, principalmente quando se avalia a eficiência dos serviços públicos como saúde, educação, infraestrutura e segurança pública.
Nós que conhecemos a precariedade de anos que o Tocantins enfrenta precisamos protagonizar esta história e contribuir diretamente para qualquer mudança que desejamos, e esta só será possível por meio do voto, escolhendo os melhores e evitando Ficha Suja no Poder.
Comunicação
Os horários gratuitos de propagandas eleitorais do rádio e TV é uma oportunidade para que todos conheçam as propostas dos candidatos, anotem, questionem posteriormente quando houver debates e encontros. Uma coisa é fato, o eleitor tocantinense não pode reclamar de falta de informações, pois a gama de veículos que tem noticiado e acompanhado o passo a passo dos candidatos são imensos. Vão de blogs, impressos, rádios, redes sociais, TV, e tantos outros.
Neste período que antecede as eleições, O Paralelo 13, trará ao eleitor o currículo dos candidatos, seus feitos, processos, e toda a ficha técnica. Seguindo a nossa linha editorial em trabalhar e divulgar a verdade, em momento algum omitiremos questões sobre os políticos que se enquadram na Lei da Ficha Limpa, mas teimam em conquistar um mandato eletivo no nosso estado.
Grupos
Veja as composições dos grupos que buscam mandatos eletivos para os próximos anos:
O governadoriável, Carlos Amastha (PSB), realizou a convenção do seu partido neste domingo, 05, no Espaço Cultural Mauro Cunha. O candidato terá como vice-governador, o empresário Osvaldo Stival (PSDB), e nas disputas ao senado Ataídes Oliveira (PSDB) e Vicentinho Alves (PR). Os senadores vão a reeleição. Vicentinho Alves terá como suplentes Ednaldo Lucena, como primeiro e Homero Barreto como segundo suplente ao senado. Ambos do PR. Luiz Sérgio Antunes Prestes (PSDB), ocupa a função de suplente do senador Ataídes Oliveira.
O candidato César Simoni do PSL lançou o seu nome para a disputa ao Executivo, em que Farley Meyer (PSL) e Antônio Jorge (PSL) concorrem ao senado. O grupo, que já declarou apoio ao presidenciável, Jair Bolsonaro, não divulgou o nome dos candidatos a vice-governador e suplentes ao senado.
Marlon Reis, Rede Sustentabilidade, lança candidatura com Irajá Abreu ( PSD) e Paulo Mourão (PT) na majoritária. O nome dos suplentes e do candidato a vice-governador ainda não foi divulgado pelo grupo.
O governador Mauro Carlesse (PHS), foi o primeiro a realizar a convenção. O vice-governador Wanderlei Barbosa (PHS) continua na disputa com a mesma função. O ex-governador Siqueira Campos (PSDB) disputa a vaga ao senado, ladeado pelo deputado federal César Halum (PRB). O ex-deputado Eduardo Gomes do (SD) será o suplente de Siqueira na disputa, e Darci Garcia da Rocha (Patriota) ficou como suplente de Halum.
Proporcionais
Apesar de um cenário estável, tudo pode ou não acontecer. Nada ainda está fechado e em termos de coligação proporcional, as discussões passam por um filtro nas cúpulas dos partidos. Chapão x Chapinha, o último ajuste só acontece com o registro das candidaturas em 15 de agosto.
Agora o jogo é matemático, e todos estão de olho no coeficiente eleitoral. Todo cuidado é pouco!
VEJA DESTACA AS CONVENÇÕES E OS CANDIDATOS. ÉPOCA DIZ QUE JAQUES WAGNER PODE SER VICE DE CIRO E ISTOÉ REVELA QUE LULA NÃO TEM CHENCES DE SER CANDIDATO
VEJA
Alckmin, Lula, Marina e Dias são oficializados na disputa à Presidência
Convenções partidárias realizadas neste sábado, 4, em São Paulo, Curitiba e Brasília oficializaram mais seis nomes na disputa pela Presidência da República: o senador Alvaro Dias (Podemos-PR), o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a ex-ministra e ex-senadora Marina Silva (Rede), o empresário João Amoêdo (Novo) e o deputado federal Cabo Daciolo (Patriota).
Aprovados pelos delegados de cada legenda, os nomes se juntam a Ciro Gomes (PDT), Jair Bolsonaro (PSL), Henrique Meirelles (MDB), Manuela D’Ávila (PCdoB), Guilherme Boulos (PSOL) e Vera Lúcia (PSTU), que já haviam sido oficializados como postulantes ao Palácio do Planalto.
Com 288 votos favoráveis e um contrário à sua candidatura no diretório nacional do PSDB, Geraldo Alckmin chegou ao evento do partido, em um centro de convenções em Brasília, depois de participar das convenções de duas legendas aliadas, PPS e PR. Ao discursar, ao final da convenção tucana, ele exaltou a vice escolhida para sua chapa, a senadora Ana Amélia (PP-RS), confirmada na última quinta-feira na vaga, e disse que ela representa o “novo” na política.
A parlamentar também estava na convenção e, em sua fala, acenou ao agronegócio, setor da economia com o qual tem proximidade, defendendo a flexibilização do porte de armas no campo.
Na convenção petista, em São Paulo, que aprovou a candidatura do ex-presidente Lula, passou a ser aventada a possibilidade de um dos advogados dele ser indicado como vice em sua chapa. A estratégia seria designar alguém que possa ser trocado mais à frente sem causar problemas e, assim, cumprir o prazo limite determinado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que vence na próxima segunda-feira, 6, evitando possíveis questionamentos de impugnação.
Uma carta do ex-presidente Lula foi lida no fim da convenção nacional do PT que confirmou a sua candidatura à Presidência da República. Para que não houvesse nenhuma especulação sobre o possível escolhido de Lula para concorrer no seu lugar, caso ele não possa disputar por ser ficha suja, o texto foi lido pelo ator Sérgio Mamberti.
“Hoje nosso país está sendo vendido – a Petrobras, a Eletrobras, os bancos públicos. A nossa política externa voltou a ser ditada pelo governo norteamericano”, escreveu Lula na carta.
Enquanto isso, o PT tenta convencer Manuela D’Avila (PCdoB) ou Ciro Gomes (PDT), ambos presidenciáveis, a abrirem mão de suas candidaturas e aderirem à chapa petista. Condenado em segunda instância, preso e enquadrado na Lei da Ficha Limpa, Lula deve ter o registro de candidato negado pelo TSE. Caberá ao PT, então, nomear um “plano B”. O nome mais cotado no momento é o do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad.
Lançada como candidata por aclamação na convenção da Rede, em Brasília, ao lado do vice, Eduardo Jorge (PV), Marina Silva usou seu discurso para atacar a aliança entre Geraldo Alckmin e o Centrão, mencionando “projetos de poder pelo poder”. Ela defendeu ainda a necessidade de reformas da Previdência, tributária e também política.
Evangélica, Marina afirmou que ao longo dos 16 anos em que esteve na função de senadora não “existe uma prática política que atente contra o Estado laico”. Ela também desacreditou previsões que apontam desidratação de sua campanha e defendeu que a candidatura dela e de Eduardo Jorge é viável.
Na convenção do Podemos, em Curitiba, Alvaro Dias anunciou que pretende convidar o juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato em Curitiba, para ser seu ministro da Justiça. O senador afirmou ainda que a divisão a ser feita no Brasil não é entre extrema esquerda e extrema direita, mas sim entre “honestos” e “ladrões”.
“O muro de Berlim já caiu. O muro que queremos separando os brasileiros de bem dos bandidos é o de Pinhais”, disse o presidenciável, em referência ao Complexo Médico de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, onde estão detidos os alvos da Lava Jato.
ÉPOCA
Jaques Wagner diz a Haddad que articula para ser vice de Ciro, caso candidatura de Lula seja impedida
O ex-governador da Bahia Jaques Wagner comunicou ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, caso a candidatura do petista seja rejeitada pela Justiça, pretende se apresentar como candidato a vice-presidente, endossando cabeça de chapa de outro partido. Wagner refutou a possibilidade de ser o candidato alternativo do PT, o chamado plano B, com o provável impedimento de Lula em razão da Lei da Ficha Limpa — que veda a inscrição na disputa eleitoral de candidatos condenados em segunda instância. Wagner defende que, na impossibilidade legal do que chama de plano L, o PT deveria abraçar o plano C — de Ciro Gomes, candidato do PDT à Presidência.
Aos 67 anos, Wagner é formalmente candidato ao Senado pelo PT da Bahia. Pesquisas apontam que atinge 35% das intenções de voto, liderando a disputa das duas vagas para o cargo no estado. Só abriria mão de eleição em que lidera em nome de uma coalizão ampla à Presidência, com possibilidade real de chegar ao segundo turno. Acredita que o prazo de transferência de votos de Lula para um candidato indicado por ele — na reta final da campanha — seria apertado demais. O apoio a um nome fora do PT limitaria danos do desgaste sofrido pela legenda com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e com o escândalo do petrolão apurado pela Operação Lava Jato.
Na semana passada, Jaques Wagner telefonou ao coordenador do programa de governo petista, Fernando Haddad, informando-o de sua decisão. Pediu que o ex-prefeito paulistano reforçasse com Lula a estratégia que defende, de se postar como candidato a vice, com o PT abrindo mão da cabeça de chapa. Formado em Direito, Haddad foi incluído no rol dos defensores legais do ex-presidente. Ele tem acesso livre à cela em que Lula cumpre pena de 12 anos de prisão, condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Surpreso com o telefonema do ex-governador baiano, Haddad sugeriu que o próprio Wagner tratasse do tema com Lula. Avaliou que não seria o canal adequado, porque parte do PT — em especial lideranças mais jovens — acredita que o ex-prefeito deve ser o plano B. Wagner, no entanto, é o candidato alternativo de lideranças petistas mais tradicionais e importantes, como o ex-ministro José Dirceu. Haddad preferiu se manter neutro diante da articulação que Wagner sinalizou iniciar.
“A tese é que, não sendo Lula, o PT não deve indicar o substituto. A discussão não inclui necessariamente a questão de vice, a menos que o PT queira estar na chapa. Não estou tratando de Ciro, mas do conceito”, disse Wagner a ÉPOCA.
Interlocutores de Wagner afirmaram que o ex-governador se preocupa com desdobramentos policiais caso assuma a disputa à Presidência. Ele é investigado em inquérito da Polícia Federal por supostamente ter recebido R$ 82 milhões das empreiteiras OAS e Odebrecht pelo superfaturamento do contrato de reconstrução e gestão do estádio Fonte Nova, em Salvador. Wagner nega as acusações, mas teme que, ao assumir-se candidato a presidente, estimule o que considera “perseguições judiciais” contra si e o PT.
O PT faz a convenção neste sábado, dia 4, para confirmar Lula como candidato a presidente. Deve transferir para a Executiva Nacional a escolha do nome do vice na chapa do partido. Registrará então sua chapa completa em 15 de agosto, podendo sofrer impugnação a partir dessa data, mas com possibilidade de múltiplos recursos ao TSE e ao STF. No cenário mais otimista dos petistas, os recursos podem postergar a avaliação do mérito da situação de Lula até dezembro. No cenário mais pessimista, já em agosto a candidatura de Lula seria indeferida e sua participação no horário eleitoral gratuito impedida. Nesse caso, aumentaria a pressão para que Lula anunciasse de imediato seu plano B, porque a disputa de 2018 será a mais curta da história. O horário eleitoral gratuito — marco da popularização dos candidatos — será de 31 de agosto a 4 de outubro, totalizando apenas 34 dias de campanha e seis horas de transmissão política na TV.
Petistas com acesso a Lula afirmam que são pequenas as chances de o ex-presidente aceitar a ideia de o PT abrir mão da cabeça de chapa na disputa presidencial. Na quarta-feira, PT e PSB fizeram acordo em que os socialistas se apresentarão como neutros na disputa presidencial em troca de alianças com os petistas em 11 estados. O acordo isola Ciro Gomes, enfraquece-o e o afasta ainda mais do PT.
Petistas apontam que Ciro Gomes poderia receber o apoio de Lula como plano B se tivesse se oferecido ao ex-presidente como candidato a vice-presidente. Assim, com o impedimento legal de Lula, o movimento natural seria o petista apoiar Ciro como candidato a presidente. Desde 2003, Lula e Ciro mantinham relação próxima e de confiança. No decorrer da pré-campanha deste ano, petistas apontaram declarações erráticas de Ciro como motivo do desencanto de Lula com o agora candidato do PDT.
Quando o nome de Lula aparece na lista de candidatos, o petista atinge 30% dos votos, de acordo com pesquisa Datafolha, mantendo-se à frente da corrida sucessória. A taxa daqueles que afirmam que o apoio de Lula a um candidato pode levá-los a escolher esse nome está em 46% dos entrevistados. Essa parcela de eleitores é cobiçada tanto por Ciro Gomes como pela candidata da Rede à Presidência, Marina Silva — nomes que as pesquisas mostram com chances de herdar votos lulistas, no caso da ausência do ex-presidente.
Lula tem lembrado a petistas que por duas vezes cogitou a possibilidade de apoiar um não petista na cabeça de chapa presidencial. No começo do segundo mandato, em 2007, discutiu com peemedebistas a possibilidade de estimular a filiação de Aécio Neves ao MDB. O tucano era então visto como líder jovem, com quem Lula tinha boas relações e que poderia ser sua opção como candidato presidencial em 2010. Não passou de uma sondagem, com Lula escolhendo, já em 2008, investir na candidatura de Dilma, então ministra da Casa Civil.
Em 2014, ainda durante a pré-campanha, reuniu-se com o então governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). Diante de Renata Campos, mulher do pessebista, prometeu que apoiaria Campos em 2018 caso este desistisse de disputar a Presidência em favor de Dilma Rousseff, candidata à reeleição. Campos rejeitou o acordo, saiu candidato, mas morreu em um acidente aéreo em agosto de 2014, quando estava em terceiro lugar nas pesquisas.
Meses atrás, Lula chegou a conversar sobre a possibilidade de uma chapa com Jaques Wagner candidato a presidente e o dono da Coteminas, Josué Gomes, como vice.
Nos últimos dias, aumentou a pressão para que os tribunais superiores antecipem sua decisão sobre a candidatura de Lula. O petista segue preso e repetindo o mantra que adotou: “Afaste de mim esse cale-se”, inspirado na canção “Cálice”, parceria de Chico Buarque e Gilberto Gil. No final da semana passada, os artistas interpretaram a música no festival Lula Livre, realizado na Lapa, no Rio de Janeiro. O encontro gerou imagens que emocionaram Lula, segundo interlocutores. Mas pode não ter outra utilidade além dessa.
ISTOÉ
Lula fora do páreo
Nos últimos dias, a Justiça Eleitoral e o Ministério Público Eleitoral associaram-se numa estratégia para tentar evitar o que consideram um grande risco para o País: a desmoralização do processo democrático brasileiro, com a imposição de candidaturas que, por infringir frontalmente a lei, não poderão chegar às urnas em outubro. O conceito se aplica a todos os candidatos, mas carrega em seu bojo um objetivo principal: evitar a candidatura ilegal do ex-presidente Lula, preso na sede da Polícia Federal em Curitiba. O potencial de estrago de Lula é considerado maior por suas características bem peculiares. Mesmo preso, inapelavelmente condenado em duas instâncias por crime de corrupção, o petista aspira à Presidência da República. Convencido de sua influência sobre o PT, da sala-cela de 15 metros quadrados, Lula segue como uma espécie de morubixaba da legenda, a orientar advogados e militantes a promover, sem qualquer pudor, chicanas das mais variadas a fim de prolongar ao máximo a aura de candidato que orbita em torno dele. A narrativa de vítima interessa politicamente a Lula e ao candidato a ser escolhido por ele. O ungido é quem irá personificá-la nas urnas. É esse jogo tão óbvio quanto indecente, por flagrantemente ilegal, que o TSE quer barrar no nascedouro. Conforme apurou ISTOÉ com ao menos três integrantes da corte eleitoral, o Tribunal, com o apoio do Ministério Público Eleitoral, está convencido de que Lula não pode ser candidato. E julgará nessa direção, impugnando a candidatura, sem dar margem para contorcionismos na lei. O que tanto o TSE como o MP Eleitoral estão determinados a fazer, agora, é antecipar ao máximo essa decisão. A ideia de membros do Tribunal Eleitoral é que, até o fim de agosto, Lula esteja oficialmente impedido de concorrer ao Planalto, de modo que ele não chegue sequer a aparecer na tela da propaganda eleitoral, marcada para começar no dia 31. “Um candidato que não pode ser eleito não pode concorrer”, afirmou o presidente do TSE, ministro Luiz Fux. “A inelegibilidade de Lula é chapada”, acrescentou na quarta-feira 1. A expressão “chapada” é usada no meio jurídico para definir “sem reversão”, “consolidada”.
Passo a passo
A estratégia está pronta para ser deflagrada a partir do momento em que o PT registrar oficialmente a candidatura. O partido realiza sua convenção no sábado 4, em São Paulo. Pelo cronograma já estabelecido, o partido tem até o dia 15 de agosto para fazer o registro. Por meio eletrônico, em um sistema chamado Candex, até a 0h do dia 15, ou presencialmente no TSE até às 19h desse mesmo dia. O TSE não tem dúvida: o PT vai usar a segunda opção. Na última hora aparecerá no tribunal com a maior claque possível para transformar o ato em evento político. Nesse mesmo momento, porém, o TSE já irá marcar a sua posição. É da competência do tribunal verificar administrativamente se as candidaturas cumprem os requisitos exigidos pela legislação. Não ter condenação por órgão colegiado em segunda instância é um desses requisitos, previsto na Lei da Ficha Limpa. Assim, o TSE irá informar através de um edital claro e conciso, sem margem para dúvidas, que Lula “não reúne condições de elegibilidade”. “Se não for possível publicá-lo já no dia 15, por conta do horário, do dia seguinte não passará”, garantiu uma fonte graduada do Tribunal à ISTOÉ. É esse edital que abre prazo para a apresentação dos recursos e requerimentos de impugnação. O PT certamente recorrerá da decisão. A lei lhe garante um prazo de cinco dias para isso. Mas, segundo apurou ISTOÉ, o MP Eleitoral se antecipará, pedindo a impugnação da candidatura do petista tão logo Lula entre com seu pedido e o TSE publique o edital – provavelmente no dia 16 de agosto. Para agir de maneira célere, os procuradores eleitorais vão se valer de um sistema desconhecido da maioria da população. Chama-se Processo Judicial Eletrônico, que lhes permite peticionar ações praticamente em tempo real.
Antes da propaganda
Como partidos e coligações também podem recorrer, é preciso respeitar o prazo de cinco dias, que se conclui na terça-feira 21. Em reuniões internas, ministros do TSE já planejaram uma data para julgar em definitivo o caso Lula: quarta-feira 22. A decisão irá confirmar que Lula estará impedido de concorrer ao Planalto. Uma ala do TSE vai defender inclusive que, por se tratar de questão eleitoral, a decisão da corte já determinará a suspensão definitiva do registro de Lula. Nesse caso, a candidatura estaria oficialmente suspensa no dia 23 de agosto – portanto, antes da propaganda eleitoral. Consolidado esse cenário, mesmo que o petista recorra ao STF, ele teria de aguardar um posicionamento da instância suprema sem poder se portar como aspirante ao Planalto, o que implodiria de vez com a manobra petista de levar a candidatura até 15 de setembro. “Candidaturas sub judice são aquelas cujas condições não estão claras do ponto de vista jurídico e precisam ser julgadas. Não é o caso de Lula”, argumenta um integrante da corte.
Como irão participar do julgamento, os ministros evitam falar abertamente sobre o caso. Mas prevalece no TSE a visão de que Lula não poderá manter a candidatura sub judice até a palavra final do STF. O ministro Admar Gonzaga, por exemplo, é um dos defensores da tese de que candidaturas ficha suja devem ser negadas assim que houver o registro junto à Justiça Eleitoral. Motivo: é impossível para um candidato considerável inelegível apresentar todos os “nada consta” criminais necessários para requerer uma candidatura. Já o ministro Jorge Mussi considera que “a Ficha Limpa precisa ser aplicada independentemente do candidato”. Outro aspecto que tem sido ponderado pelos integrantes do TSE para defender o indeferimento do registro de Lula é a própria segurança jurídica do processo eleitoral em todo o país. Uma mudança de jurisprudência agora criaria um efeito cascata em decisões que foram tomadas desde a promulgação da Ficha Limpa. Somente nas últimas eleições em 2016, 2,3 mil candidaturas foram barradas com base na Lei da Ficha Limpa. “Na verdade, essa não é uma questão nova. Ela só ganha agora mais relevo porque envolve Lula e sua candidatura à Presidência”, reforça o advogado especialista em Direito Eleitoral e professor do Instituto de Direito Público (IDP), Rafael Araripe Carneiro. O ex-presidente do TSE Carlos Veloso destaca que a Lei da Ficha Limpa está consolidada e não há que se falar, neste momento, em mudança de entendimento da Corte sobre o tema. Nem mesmo no Supremo, ele acredita que possa haver uma possibilidade de mudança. “Essa jurisprudência será mantida porque não há alternativa. A lei é expressa”, disse à ISTOÉ.
Apesar do tom assertivo do timbre de Fux, não será ele o condutor da estratégia já amarrada pelo tribunal para impedir que Lula apareça na cédula eleitoral. Seu mandato no comando do TSE acaba no dia 15 de agosto, prazo final para o registro das candidaturas. Assim, a questão ficará para sua sucessora, Rosa Weber. E para a nova composição que ela vai comandar que, na verdade, é mais rigorosa que a atual no seu caráter punitivo e contrário à corrupção. O vice-presidente na gestão Rosa Weber será Luiz Roberto Barroso. Os dois compõem no Supremo Tribunal Federal (STF) a Primeira Turma, que os advogados batizaram de “Câmara de Gás” por seu rigor. A eles se somarão o ministro Edson Fachin. Outra mudança importante envolve um dos membros oriundos do STJ. Sai Napoleão Nunes Maia, um “garantista”, entra Og Fernandes, um jurista mais sensível aos anseios da opinião pública.
O PT, é claro, já age para evitar o sucesso do intento do TSE e do MP. Quer tumultuar. Fazer o diabo para ver o retrato de Lula na urna eletrônica, mesmo que ao fim e ao cabo o ex-presidente não se lance à Presidência. Intramuros, advogados do partido dizem que pretendem afrontar o TSE, mesmo que a corte impeça Lula de aparecer no horário eleitoral. Quanto maior a confusão para o eleitor, melhor para o PT. O partido pretende apelar para o artigo 26 C da Lei Complementar 64/90, que diz que a Corte deve “suspender a inelegibilidade sempre que existir plausibilidade da pretensão recursal”. Uma desfaçatez, por óbvio. A questão fundamental e inexorável é que tais recursos ultrapassam a segunda instância. Ali, a discussão se encerrou. E é a segunda instância o patamar que a Lei da Ficha Limpa define como impeditivo para a candidatura. Como não consegue vencer nos argumentos jurídicos, o PT parte para o seu esporte predileto desde que alcançou o poder: promover manobras diversionistas. Direto da cadeia, em Curitiba, Lula mobiliza a militância para o teatro do absurdo. Depois de receber bilhetinhos fotografados, distribuídos por advogados autorizados a visitá-lo, petistas orientados pelo ex-presidente encenam a pantomima. A mais recente foi uma greve de fome pela libertação de Lula, que reuniu meia dúzia de gatos pingados em frente ao STF. Aderiram à greve os apaniguados de sempre: integrantes do MST e da Central dos Movimentos Populares. “A ideia é só sair no dia em que Lula for solto”, afirmou Jaime Amorim, do MST. A conferir.
Em reuniões internas, ministros do TSE já planejaram a data para julgar Lula: 22 de agosto. O pleno irá confirmar que ele não poderá concorrer
Nem setores da esquerda acreditam mais na candidatura Lula, fato reconhecido até pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann: “É surpreendente que algumas vozes do nosso campo político aceitem a premissa falsa de que Lula está inelegível”, afirmou.
Quem quer ver o petista na urna eletrônica talvez não saiba que o termo “candidato” vem de “cândido”, que o dicionário define como alguém ou algo “imaculado”. E uma condenação em duas instâncias da Justiça é, sem dúvida, uma mácula indelével. Até a semântica, portanto, desautoriza uma candidatura ilegal como a de Lula.
A ESTRATÉGIA DO TSE PARA BARRAR A CANDIDATURA ILEGAL DE LULA
>Para tentar ganhar tempo, o PT pretende registrar a candidatura de Lula ao Planalto no limite do prazo final, dia 15 de agosto. Para evitar que sejam intensificadas as pressões políticas, no dia seguinte, 16 de agosto, o TSE vai publicar um edital dizendo expressamente que Lula não reúne as condições para concorrer à Presidência, por contrariar a Lei da Ficha Limpa.
> No mesmo dia 16, o Ministério Público Eleitoral ingressará com uma ação de impugnação da candidatura do petista. A partir de então, são contados cinco dias de prazo para que partidos e coligações se posicionem. Esse prazo se encerra na terça-feira, dia 21 de agosto.
> O TSE deve convocar para a quarta-feira, dia 22 de agosto, a sessão de julgamento de ação de impugnação da candidatura de Lula
> Uma ala do TSE vai defender que, por ser questão eleitoral, a decisão da corte já poderia determinar a suspensão da candidatura de Lula. Nesse caso, a candidatura já poderia ser suspensa no dia 23 de agosto.
> O objetivo é encerrar a questão antes do início do horário eleitoral, já que a propaganda de uma campanha sub-júdice aumentaria a insegurança do eleitor quanto ao pleito. A campanha eleitoral começa no dia 8 de setembro.
> Como é o próprio TSE que julga, não haveria mais muita possibilidade de recurso no tribunal.
> Lula até poderia recorrer ao Supremo Tribunal Federal, mas com a candidatura já suspensa. Ela só seria retomada caso o STF decidisse em contrário.Em último caso, decisões sobre candidaturas sub-júdice têm de ser tomadas no máximo até o dia 15 de setembro. Era até essa data que o PT tentava levar a candidatura ilegal de Lula. O TSE e o MP Eleitoral trabalham justamente para evitar isso, para que não haja nem um dia de campanha eleitoral com dúvida jurídica sobre quem será o candidato.
Prazo para realizar convenções termina neste domingo (5). Os partidos devem registrados os escolhidos até o dia 15, segundo calendário do TSE
Da Redalção
PSDB confirma Alckmin como candidato a presidente da República
Em convenção nacional, o PSDB confirmou hoje (4) a candidatura do presidente do partido e ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, à Presidência da República nas eleições de outubro.
Dos 290 votantes, 288 aprovaram a candidatura de Alckmin. Houve um voto contra e uma abstenção. A senadora Ana Amélia (PP-RS) é a vice na chapa.
No primeiro discurso como candidato, Alckmin disse que quer ser presidente para unir o país. “A situação é séria. Treze milhões de desempregados e corrupção endêmica debilitaram a crença do povo na política e na democracia. Não há tempo a perder”.
“Sou candidato para buscar um mandato que pode ser resumido em uma frase: vamos mudar o Brasil e devolver aos brasileiros a dignidade que lhes foi roubada”, acrescentou. Também defendeu a reforma política, a diminuição do tamanho do Estado e a simplificação tributária para destravar a economia e promover a retomada do crescimento.
O tucano destacou que aceita ser o candidato dos partidos que acreditam no caminho do desenvolvimento e “não na rota da perdição do radicalismo”.
“Que acreditam na união que constrói e amplia e não na divisão que paralisa e diminui. O momento é grave mas um futuro de prosperidade está aberto a todos os brasileiros'”, afirmou.
Em seu primeiro mandato, a senadora Ana Amélia, 73 anos, escolhida como vice, disse que esse é o maior desafio de sua carreira e defenderá a participação das mulheres na política e a questão de gênero.
A campanha tucana terá o apoio do DEM, PP, PRB, PR e Solidariedade, que compõem o chamado Centrão, e do PTB, PPS e PSD.
Os presidentes nacionais do DEM, ACM Neto, e do PPS, Roberto Freire, além do ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, pelo PSD, estiveram presentes na convenção.
Também participaram representantes do PRB e do PP. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também participou da convenção.
O senador Aécio Neves, do PSDB de Minas, não compareceu à convenção.
Por aclamação e sem vice, PT oficializa candidatura de Lula
Sem vice e por aclamação, o PT oficializou, neste sábado, 4, a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso e condenado na Lava Jato, à Presidência da República. O partido organizou um encontro nacional na Casa de Portugal, em São Paulo, para sacramentar a decisão.
A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), reforçou que o partido vai registrar a candidatura de Lula no dia 15 de agosto. "Essa é a ação mais confrontadora que fazemos contra esse sistema podre por parte da Justiça, que não faz outra coisa a não ser perseguir Lula", discursou Gleisi.
Gleisi atacou, em seu discurso, o governo de Michel Temer, a mídia tradicional e o sistema financeiro. "Em alto e bom som", disse a dirigente, o partido faz questão de falar que Lula é candidato e que será registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "Não vão conseguir, de jeito nenhum, tirar Lula do jogo. Não existe política no Brasil sem falar de Lula e sem falar do PT."
Nos bastidores, o partido se movimenta para definir um vice na chapa da campanha presidencial. Enquanto Lula transmitiu um recado com a preferência que o nome seja anunciado só na véspera do registro da candidatura no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 15 de agosto, advogados e dirigentes petistas defendem que o nome seja definido até segunda-feira, 6, quando o partido deve oficializar o que decidiu na convenção, de acordo com entendimentos na Justiça Eleitoral.
O encontro nacional teve um tom de negar que o partido tenha um "plano B" à candidatura de Lula e que a eleição do ex-presidente representa um combate ao governo do presidente Michel Temer.
Marina se apresenta como opção para "unir" o Brasil
Em um longo discurso, com recados para seus principais oponentes, a candidata à Presidência da República pela Rede, Marina Silva, se apresentou como o "projeto mais preparado" para "unir o Brasil". Ela falou aos militantes do seu partido na convenção que oficializou sua candidatura neste sábado, 4, em Brasília.
"O povo brasileiro não vai ser substituído por centrões de direita e esquerda. No centro está o povo brasileiro", disse, arrancando aplausos e gritos de "Brasil para frente, Marina presidente". Em uma fala de quase 50 minutos, Marina afirmou não ser a dona da verdade e destacou ter o compromisso necessário para governar o Brasil em um momento crítico tanto econômica quanto socialmente.
A candidata rebateu as críticas feitas por adversários de que seu eventual governo não teria viabilidade por ela não ter conseguido realizar alianças com partidos de expressão no Congresso Nacional. A Rede se uniu ao PV, uma sigla com pouca representatividade no País, que tem uma capilaridade bastante limitada.
"Estão dizendo que não temos viabilidade mesmo quando as pesquisas nos colocam de forma favorável. Mas o que me assusta é não termos a viabilidade porque não substituímos a população pelo centrão, é porque não trocamos o futuro dos brasileiros por tempo de televisão", disse.
Marina fez referência direta ao candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, que agregou os partidos do chamado centrão (DEM, PP, PR, PSD e Solidariedade) à sua campanha. Para ela, esse tipo de negociação é puramente fisiológica.
Em contrapartida, ela destacou sua aliança com o PV como uma junção programática. "Eu sempre disse que meu vice deveria ter um perfil complementar. É um encontro programático, não é por conveniência, não é por televisão, não é por dinheiro para pagar marqueteiro para enganar os brasileiros como vimos na eleição passada. É uma aliança para ajudar a transformar o Brasil", disse.
Marina afirmou ainda que as eleições de 2014 foram uma "guerra sem parâmetros e sem ética" em que ela foi atacada em todas as frentes. Ela relembrou a morte de Eduardo Campos, que era candidato à Presidência pelo PSB e Marina era sua vice, e a proibição do registro da Rede Sustentabilidade a tempo da disputa das eleições.
Ao falar das propostas que pretende apresentar, Marina defendeu a realização de três principais reformas: política, tributária e trabalhista. Ela também prometeu não tentar a reeleição e disse que proporá um mandato de cinco anos a partir de 2022.
"Nosso projeto é para um governo de transição. Não queremos um projeto de 20 anos até porque acho que foi aí que muita gente se perdeu. Vamos ficar quatro anos", disse.
Álvaro Dias é oficializado candidato à Presidência pelo Podemos
Com discursos contra a corrupção e os privilégios, o senador Álvaro Dias foi escolhido pelos convencionais do Podemos para ser candidato à Presidência da República. A candidatura do parlamentar pelo Paraná foi oficializada neste sábado (4) em Curitiba, durante convenção nacional do partido. Na primeira fala como candidato, Álvaro Dias anunciou que, se eleito, vai convidar o juiz federal Sérgio Moro para ser ministro da Justiça, e repetiu os pilares de sua pré-candidatura resumidos na promessa de "refundar a República".
Ele vai compor chapa com o ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello de Castro, cujo partido, o PSC, havia decidido lançar candidatura própria à Presidência, mas desistiu em favor de uma aliança com o Podemos na última quarta-feira (3). Castro tem 69 anos, é doutor em economia e presidiu o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nos primeiros meses do governo Michel Temer. Além do PSC, fazem parte da coligação até agora os partidos PTC e PRP.
Ao anunciar nomes que comporão o seu eventual governo, Álvaro Dias disse que convocou uma "seleção para derrotar a impunidade, a injustiça e a corrupção nesse país". Em diversos momentos, ele fez menção às operações de combate à corrupção como a Lava Jato. Ao dizer que faria uma "homenagem à República de Curitiba", ele antecipou o convite público a Moro, chamado por ele de "símbolo da esperança do nosso povo" e o nome "para completar a tarefa da limpeza", mas ainda ainda não fez o convite diretamente ao magistrado.
Em entrevista, após ser escolhido, Álvaro Dias afirmou: “A refundação da República é a substituição desse sistema perverso, fábrica de escândalos, loteamento de cargos públicos e relação promíscua entre os poderes. A ideia básica é que os brasileiros cumpram as leis”. Ele fez críticas aos privilégios das autoridades e ao sistema político que se coliga "simplesmente" com o objetivo de ter mais tempo de campanha na televisão.
O encontro teve a presença da presidente nacional do Podemos, Renata Abreu, de deputados federais e do senador Elmano Férrer (PI). Além de prefeitos da região, compareceu também o candidato ao Senado por São Paulo, Mário Covas Neto. O jurista Miguel Reale Júnior, um dos autores do pedido de impeachment de Dilma Rousseff, foi anunciado como parte da equipe para tratar de alterações na Constituição.
"Estamos defendendo um pacto nacional de governabilidade. Todas as pessoas do bem de todos os partidos, um governo suprapartidário envolvendo instituições, religiões, academia, sindicatos, federações, associações, as forças vivas da sociedade brasileira unidas para promover a mudança e refundar a República", disse Álvaro Dias.
Partido Novo se prepara para oficializar Amoêdo candidato
Uma Volkswagen Brasília laranja "recebe", na entrada do auditório da Amcham em São Paulo, filiados e pré-candidatos na convenção nacional do Partido Novo, que formalizou na tarde deste sábado, 4, a candidatura de João Amoêdo à Presidência.
O carro ano 1974, com adesivos 'Vamos renovar Brasília', não é o único adereço que remete ao passado na convenção do partido. As primas Ana Vitória e Letícia Santos, naturais de Araxá (MG), estavam vestidas com trajes de época para tirar fotos com candidatos do Novo antes do início da convenção.
No auditório, com a tradicional camisa laranja do Novo, Letícia lamentou não estar mais com as roupas do século 19. "Eu estava representando Chica da Silva e minha prima, Dona Beja de Araxá, que é a terra do nosso candidato em Minas", disse, em referência ao empresário Romeu Zema.
Lúcia Helena, assessora do candidato a deputado estadual por Minas Gerais Adriano Pimenta, disse que partiu dela a ideia. "As meninas deram um show em Belo Horizonte", comentou.
Estes elementos contrastam com o discurso de renovação dos líderes do partido.
Ao tirar o blazer azul para colocar por cima da camisa social a camiseta branca o logotipo em laranja do partido e a inscrição "candidato", o escolhido para ser vice de Amoêdo, Christian Lohbauer, disse ter orgulho de vestir peça. "Você consegue ver alguém com coragem de vestir a camisa do MDB?", questionou.
Lohbauer disse que a meta do partido é participar dos debates e explorar as redes sociais. "Esta é a renovação. Na TV, vamos ter no máximo 7 segundos. Temos de ir por este caminho", afirmou.
Ele disse também que acredita que o Novo deve conseguir eleger este ano uma bancada de seis deputados federais. "Não temos alianças e não somos nanicos. Somos novos entrantes", disse.
O técnico de vôlei Bernardinho, um dos mais famosos nomes do Novo e que foi aventado como postulante ao Planalto, usou uma metáfora esportiva para justificar a candidatura de Amoêdo. "É do jogo perder ou ganhar. Não vamos fazer alianças com pessoas que não compartilham as ideias conosco", disse.
O candidato do Novo ao governo de São Paulo, Rogério Chequer, negou que haja conversas para apoiar o candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro. "Isto está fora de cogitação", disse.
A advogada Janaína Paschoal sugeriu a aliança com Amoêdo, que descartou este acerto. A coautora do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff recusou neste sábado a vaga de vice na chapa de Bolsonaro.
Cabo Daciolo (Patriota)
O Patriota oficializou a escolha de Cabo Daciolo como o candidato da sigla à Presidência da República em sua convenção nacional neste sábado (4). A vice na chapa é a pedagoga Suelene Balduino Nascimento, também filiada ao Patriota.
Benevenuto Daciolo Fonseca dos Santos, de 42 anos, foi eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro nas eleições de 2014. Ele disputará a Presidência pela primeira vez.
Ciro Gomes (PDT)
O PDT definiu o nome de Ciro Gomes como candidato à Presidência em convenção partidária em 20 de julho, em Brasília. O candidato a vice ainda não foi definido.
Atual vice-presidente do partido, Ciro Gomes foi ministro da Fazenda entre setembro de 1994 e janeiro de 1995, período do final do governo de Itamar Franco e início do governo Fernando Henrique Cardoso. Foi também ministro da Integração Nacional, entre janeiro de 2003 e março de 2006, no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva.
Disputou a Presidência duas vezes (1998 e 2002, derrotado em ambas). Foi governador do Ceará, prefeito de Fortaleza e deputado estadual e federal pelo Ceará. Já se filiou a sete partidos (PDS, PMDB, PSDB, PPS, PSB, PROS e PDT).
Guilherme Boulos é o candidato do PSOL
O PSOL confirmou em convenção nacional em 21 de julho, em São Paulo, a escolha de Guilherme Boulos como candidato à Presidência da República. A candidata a vice-presidente é a ativista indígena Sônia Guajajara, também do PSOL.
Boulos tem 36 anos e é coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST). Ele disputará a Presidência pela primeira vez. Antes de se tornar líder do MTST, Boulos foi militante estudantil na União da Juventude Comunista e se formou em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP).
Filiou-se em março ao PSOL. No mesmo mês, foi lançado como pré-candidato após receber maioria dos votos em disputa com outros três nomes do partido.
Henrique Meirelles vem como o nome do MDB
O MDB oficializou a candidatura de Henrique Meirelles nesta quinta-feira (2), em convenção em Brasília. O ex-governador do Rio Grande do Sul Germano Rigotto será o vice na chapa, anunciou o presidente nacional do partido, Romero Jucá, em decisão que deve ser confirmada neste domingo (5).
Ex-ministro da Fazenda do governo Michel Temer, Meirelles fez carreira como executivo da área financeira. Ocupou a presidência do Bank of Boston no Brasil entre 1984 e 1996, quando foi escolhido para presidente mundial da companhia.
Em 2002, Meirelles se elegeu deputado federal pelo PSDB de Goiás. Em 2003, assumiu a presidência do Banco Central, escolhido pelo então presidente Lula. Comandou o BC até 2010, quando terminou o governo Lula. Em abril deste ano, trocou o PSD pelo MDB. Voltou a integrar o governo em 2016, como ministro da Fazenda, convidado Temer, que assumiu após o afastamento e posterior impeachment de Dilma Rousseff.
Jair Bolsonaro é aclamado pelo PSL
O PSL confirmou o deputado federal Jair Bolsonaro como candidato da legenda à Presidência da República em 22 de julho, no Rio de Janeiro. O candidato a vice ainda não foi definido.
Militar da reserva, Bolsonaro cumpre o sétimo mandato consecutivo como deputado. Em 5 de janeiro, o parlamentar deixou o Partido Social Cristão (PSC) e anunciou que se filiaria ao PSL. Pouco depois, anunciou que pela sigla seria pré-candidato à Presidência, nona legenda à qual se filiou.
Atualmente o parlamentar é réu em ação penal no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposto crime de apologia ao estupro e injúria, por afirmar que não estupraria a deputada Maria do Rosário (PT-RS) porque ela "não merece". A defesa nega que Bolsonaro tenha feito apologia ao estupro.
José Maria Eymael repete candidatura pelo DC
O DC confirmou em convenção nacional em 28 de julho, em São Paulo, a escolha de José Maria Eymael como candidato à Presidência da República. O candidato a vice-presidente é o pastor Helvio Costa.
Presidente nacional do DC, Eymael já disputou quatro vezes a Presidência da República (1998, 2006, 2010 e 2014, derrotado em todas). Deputado federal constituinte em 1988, o candidato exerceu dois mandatos na Câmara dos Deputados (entre 1987 e 1995).
PCdoB vem com Manuela D'Ávila
O PCdoB oficializou em convenção, nesta quarta-feira (1º), em Brasília, a candidatura de Manuela D'Ávila à Presidência da República. Será a primeira vez que o partido tem candidatura própria desde 1989. Até então, o PCdoB tinha integrado coligações encabeçadas pelo PT. O candidato a vice ainda não foi definido.
Jornalista, Manuela tem 36 anos e iniciou a carreira política no movimento estudantil. Foi vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) em 2003. Em 2004, se elegeu vereadora em Porto Alegre.
Dois anos depois, em 2006, foi eleita deputada federal, reeleita em 2010. Desde 2015, é deputada estadual no Rio Grande do Sul. A pré-candidatura à Presidência da República foi anunciada em 5 de novembro de 2017 pelo PCdoB. Ela disputou ainda duas vezes a prefeitura de Porto Alegre, em 2012 e 2016, mas não foi eleita.
PSTU traz Vera Lúcia
A candidatura de Vera Lúcia pelo PSTU foi confirmada em 20 de julho em convenção do partido. O professor Hertz Dias, da rede pública do Maranhão, foi anunciado como vice na chapa. Não haverá coligação no PSTU.
Vera Lúcia tem 50 anos e militou no PT, mas foi expulsa do partido em 1992 junto com integrantes do grupo político Convergência Socialista, que anos depois fundou o PSTU. Ela foi candidata a prefeita de Aracaju em 2012 e é graduada em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Sergipe (UFS).
Hertz Dias, de 47 anos, é militante do movimento negro e integrante do grupo Gíria Vermelha, que compõe canções de protesto.
Aclamado por um grande público presente na convenção do Partido Humanista da Solidariedade (PHS), neste sábado, 3, na Assembleia Legislativa, Mauro Carlesse confirmou seu nome à reeleição ao Governo do Tocantins. Também foi confirmado o nome de Wanderlei Barbosa como candidato a vice-governador. Também compõem a chapa majoritária Siqueira Campos (DEM) e César Halum (PRB) como candidatos ao Senado Federal. O ex-deputado federal Eduardo Gomes (SD) será o primeiro suplente de Siqueira Campos, e o empresário Darci Garcia da Rocha, o primeiro suplente de César Halum.
Da Assessoria
A convenção iniciou com um momento ecumênico comandado pelo deputado estadual e pastor Eli Borges (Pros) que abençoou o palco composto por prefeitos, vereadores, lideranças políticas, candidatos a deputado estadual e federal, além do secretário nacional do PHS, Osmar Dias. “A minha candidatura vem oferecer à população um caminho seguro. Não vou prometer nada que não seja possível fazer. Vamos cuidar da infraestrutura, manter a segurança pública, a saúde em dia e a educação funcionando bem. Venho para oferecer um caminho que vai oferecer ao povo a opção de uma vida melhor”, disse o governador Mauro Carlesse, agora candidato à reeleição.
Mauro Carlesse também falou de seu maior desafio como governador nos próximos 4 anos que é industrializar o Tocantins. “Vamos dar as condições e os incentivos necessários para as empresas se instalarem aqui. Com mais indústrias teremos mais empregos e mais riquezas para a nossa gente. Condições que darão dignidade para as famílias e é por isso que estou aqui me colocando mais uma vez a disposição de vocês”, disse o governador.
Vice-governador
Wanderlei Barbosa, confirmado candidato a vice-governador de Mauro Carlesse, disse que a confirmação da chapa para a eleição de outubro é o resultado da grande vitória na eleição suplementar, quando a dupla obteve 75% dos votos válidos, e também o grande do trabalho feito em tão pouco tempo. “Nós temos a credibilidade do povo tocantinense. É um projeto com as portas do gabinete abertas e nós vamos para as ruas dizer que o que queremos é melhorar a vida do povo”, disse o vice-governador lembrando as melhorias conquistadas na saúde, na infraestrutura e no funcionalismo público em pouco tempo de gestão.
Perfil Mauro Carlesse
Mauro Carlesse tem 58 anos e nasceu no município de Terra Boa (PR). No Tocantins, ocupou-se como empresário e agropecuarista. Iniciou a carreira política ao se filiar ao Partido Verde (PV) em 2011, quando então já exercia a presidência do Sindicato Rural de Gurupi. Foi candidato a prefeito daquela cidade nas eleições de 2012. Em 2013, filiou-se ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e candidatou-se a deputado estadual em 2014, conquistando uma vaga para a 8ª Legislatura. Em 2016, Mauro Carlesse se filiou ao PHS e foi eleito presidente da Assembleia Legislativa para o biênio 2017/2019.
Com a cassação do governador e vice-governadora do Tocantins pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Carlesse foi oficiado para assumir interinamente o Executivo estadual no mês de março deste ano. Após eleição suplementar, realizada no mês de junho, Mauro Carlesse foi eleito em segundo turno com uma ampla vitória de mais de 75% dos votos válidos. Atualmente é governador eleito do Tocantins com mandato até 31 de dezembro de 2018.
Perfil Wanderlei Barbosa
Wanderlei Barbosa Castro é natural de Porto Nacional (TO), onde se elegeu vereador em 1989. Em 1996, foi eleito vereador na Capital, sendo reeleito em 2010. Foi presidente da Câmara Municipal de Palmas nos biênios de 2003/2004 e de 2009/2010. Foi, também, subprefeito de Taquaruçu na época de sua emancipação. Em 2010, conquistou seu primeiro mandato de deputado estadual, sendo reeleito em 2014. Atualmente é filiado ao PHS e vice-governador do Estado do Tocantins, tendo sido eleito no pleito suplementar de junho deste ano na chapa de Mauro Carlesse.
Candidatos ao Senado, Siqueira e Halum apontam Carlesse como “líder extraordinário” e “exemplo de governador”
Oficializados por suas respectivas siglas partidárias como candidatos ao Senado na coligação que se forma em torno da candidatura à reeleição de Mauro Carlesse (PHS) ao Governo do Estado, o ex-governador Siqueira Campos (DEM) e o deputado federal Cesar Halum (PRB) foram oficialmente apresentados na composição majoritária durante a convenção do Partido Humanista da Solidariedade (PHS) no início da noite deste sábado, 4, na Assembleia Legislativa, em Palmas.
Aos milhares de militantes e apoiadores que lotaram o auditório e o hall do Parlamento ao longo de todo o dia, os candidatos ao Senado enfatizaram seu empenho na defesa do desenvolvimento do Tocantins e a união entre si para, no Congresso, ver aprovados os projetos de interesse do Estado.
Em seu discurso, Siqueira Campos defendeu bandeiras de fortalecimento da infraestrutura logística, como as ferrovias Norte/Sul e Leste/Oeste e o derrocamento do Pedral do Lourenço, fundamentais para interligar, pelos modais ferroviário e hidroviário, o Tocantins às demais regiões do Brasil e ao mundo, facilitando o escoamento da produção e, consequentemente, atraindo investimentos.
De modo enfático, o ex-governador defendeu sua candidatura a senador e também a reeleição de Carlesse. “Eu quero dizer para vocês que eu ainda estou bastante competitivo, graças a Deus! Governador, espere sempre a minha colaboração, estarei de coração aberto, com a melhor boa vontade, porque eu lhe conheci pelos seus atos. Esse é um líder extraordinário, que veio de presente de Deus para o Tocantins”, disse a Carlesse.
César Halum, por sua vez, considerou que o eleitor que votou em Carlesse ao Governo na eleição suplementar, no final do mês de junho, deve votar novamente no pleito de outubro, para manter a estabilidade conquistada, e que não pode ser ameaçada, principalmente, por ser uma candidatura que representa o desenvolvimento. “Ele será um exemplo de governador. Um exemplo de gestão eficiente e boa para o Tocantins”, destacou.
O candidato também frisou a importância de sua eleição e da eleição de Siqueira Campos ao Senado. “Estamos nessa caminhada juntos. Quero dizer a vocês que lá no Senado, eu e o Siqueira seremos, além de companheiros, unidos para o trabalho. Eu quero pedir a cada um dos meus amigos, aos meus eleitores, o voto ‘casado’: Cesar, Siqueira e Carlesse”.
Ele se coloca como "diferente" se posiciona sobre polêmicas em sabatina. Candidato do PSL à Presidência deu entrevista à GloboNews. Ele é líder das pesquisar sem a presença de Lula, deputado federal do Rio de Janeiro foi o último entrevistado pelos jornalistas do canal de assinatura globo
Com iG e Estadão
Deputado federal pelo Partido Social Liberal (PSL), Jair Bolsonaro foi o quinto e último candidato nas eleições presidenciais sabatinado pelos jornalistas do canal pago GloboNews . Antes dele, Álvaro Dias, Marina Silva , Ciro Gomes e Geraldo Alckmin já haviam participado da entrevista.
Primeiro colocado nas pesquisas que não consideram a participação do ex-presidente Lula (PT), que teve ter a candidatura impugnada, Jair Bolsonaro procurou se colocar como um candidato diferente, se desentendeu com os jornalistas após perguntas sobre economia e ainda falou sobre suas declarações polêmicas.
A mesa abriu a entrevista perguntando sobre uma possível falta de governabilidade, uma vez que aprovou apenas três projetos em 26 anos na Câmara dos Deputados, o candidato disse que não terá dificuldade em dialogar. "O Brasil está afundando e os parlamentares vão precisar votar para salvar o país", disse.
Sobre os escândalos de corrupção envolvendo o PP, se ex-partido e o PR, partido procurado pelo candidato para fazer aliança, o deputado minimizou: "Eu respondo apenas por mim e tenho história de infidelidade de votos contra meus partidos. Nunca segui orientação". Ele ainda atacou o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin. "Se ele for eleito, ele vai para o Palácio da Planalto, vai reunir as lideranças e distribuir cargos no governo. Eu vou escolher o meu ministério", falou.
Questionado sobre sua constante negação de falar sobre assuntos como economia, o deputado federal defendeu sua decisão. "Eu sei o que povo precisa. É uma inflação baixa, um dólar que não atrapalhe a importação, desburocratização, abertura de comércio, mas é o Paulo Guedes, que será o ministro da Fazenda", disse.
Ao assistir um vídeo em que seu assessor econômico, Paulo Guedes, critica as estatizações no governo militar, Bolsonaro defendeu as práticas do ditadura, mas disse que não pretende repeti-las. "Em nossos cinco presidentes militares, o Brasil passou da 49ª para a oitava economia do mundo. Naquela época, a iniciativa privada não conseguiria fazer investimentos. Hoje, nos evoluímos", explicou o deputado, que também prometeu cortar subsídios.
O deputado também disse que pretendia diminuir impostos. Questionado pelos jornalistas sobre quais tributos pretendia cortar, ele não soube responder. "A responsabilidade está na mão das pessoas que estão elaborando os projetos", se defendeu. A mesa insistiu, ao lembrar que o próprio Paulo Guedes, assessor econômico de Bolsonaro, já havia dito que estava discutindo detalhes sobre impostos com o candidato. "Isso vai ser revelado no plano de governo. Não vou entrar nesse jogo de vocês", respondeu o deputado.
Sobre a greve dos caminhoneiros, o candidato disse que considera o preço dos combustíveis muito alto, e disse se tratava de um "problema sem solução". "Se não houver acordo, posso sugerir inclusive privatizar a Petrobras", disse. "Não podemos quebrar o cidadão que trabalha para pagar as dívidas do estado", completou. Sobre o Banco da Brasil e a Caixa, ele disse que pretende manter sob o controle do governo. Em relação aos Correios, ele sugeriu a privatização.
Questionado sobre uma declaração dada ao jornal Zero Hora em que teria dito que concorda com salários maiores para homens do que para mulheres, o candidato afirmou que havia falado isso: "Nunca falei isso, colocaram palavras na minha boca. Assim como o jornalista que falou que minha solução seria 'metralhar a rocinha', outra coisa que nunca falei", disse. O deputado ainda atacou a lei do feminicídio. "Quem mata tem que puxar 30 anos de cadeia, independente que quem for a vítima", afirmou.
Ele ainda falou sobre outros assuntos polêmicos nos quais foi envolvido nos últimos anos. "Eu nunca foi homofóbico, só sou contra o kit gay nas escolas. Eu diria, inclusive, que entre os homossexuais, eu ganharia a eleição", disse.
Quando a mesa lembrou que Jair Bolsonaro recebeu auxílio moradia como deputado apesar de ter um imóvel em Brasília, o deputado voltou a se irritar. "Está na lei. Eu tenho despesas com o meu apartamento, como IPTU. Você acha isso imoral?", questionou. "Ainda bem que esse é meu grande problema como deputado, e não vender meus votos", completou.
Em mais um assunto espinhoso, o deputado voltou a negar que houve ditadura no Brasil: " Houve um período de exceções, mas quem defende a controle da mídia é o PT e não eu. Tancredo Neves foi eleito de forma indireta, assim como nossos presidentes militares". Sobre a possibilidade de repetir atos do governo militar, ele negou. "Era um período diferente, viviamos a Guerra Fria. No meu governo essas coisas não vão acontecer", afirmou.
Sobre educação, Bolsonaro sugeriu militarizar os colégios. "Nas escolas militares, não há celular nas salas de aula, os professores são respeitados e os alunos tem alta aprovação em concursos e vestibulares. A implementação de um colégio como esse nas nossas comunidades mais pobres daria muito mais resultado do que uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora)", explicou "O objetivo da educação é formar um bom profissional, mas os nossos colégios estão formando militantes de esquerda", continuou.
No bloco final, Jair Bolsonaro respondeu perguntas rápidas feitas pelos jornalistas. Disse que o crime organizado preocupa mais que as milícias, que não acredita numa intervenção russa na eleição russa e falou que é contra as cotas raciais. Ele ainda falou que pretende manter o Bolsa Família e colocou o presidente norte-americano Donald Trump como modelo de líder mundial.