Paranã é um dos maiores municípios do Tocantins com uma área de 11.260 km², na região sudeste do Tocantins

 

Por Thuanny Vieira

 

O governador do Estado do Tocantins, Mauro Carlesse, passou o fim de semana, sábado e domingo, 7 e 8, percorrendo o município de Paranã até a divisa com Goiás. Esta foi a primeira vez que um Governador do Tocantins andou pela região. O objetivo da viagem foi conhecer in loco uma região com potencial turístico inexplorado, mas também levar serviços públicos para os tocantinenses que lá vivem.

 

“O governo está visitando todas as cidades mais afastadas para identificar as necessidades dessas regiões. O nosso objetivo é fazer o Tocantins se desenvolver por igual e aproveitando o potencial de cada localidade. Também precisamos nos fazer presentes como Estado, trazendo para cá os serviços do Governo, por isso, trouxe vários secretários para que também conheçam a realidade e já estou determinando que as providências sejam tomadas de imediato”, disse o Governador.

 

Paranã é um dos maiores municípios do Tocantins com uma área de 11.260 km², na região sudeste do Tocantins. Dentro do município, está localizada a Serra das Traíras, que é o ponto mais alto do Estado, com altitude de 1.340 metros. A região possui belíssimos atrativos turísticos ainda não explorados e sofre com um longo período de estiagem.

 

O governador Mauro Carlesse foi verificar a situação de Paranã e região, e ouviu da comunidade local as prioridades. A principal demanda foi a melhoria nas estradas ligando o distrito de Campo Alegre aos principais pontos turísticos até a sede do município e também até a cidade de Cavalcante, em Goiás.

 

Com um alto potencial turístico ecológico e sustentável na região, o Governador garantiu que nos próximos dias, a equipe Adetuc estará na região para mapear os atrativos e propor estratégias de desenvolvimento

 

O prefeito de Paranã, Fabricio Viana, externou a satisfação em receber o governador e demais autoridades de Estado. “O governador Mauro Carlesse fez questão de vir de carro para conhecer a realidade da nossa região, conhecer as nossas estradas que hoje estão ruins, e fez mais, veio até o distrito de Campo Alegre para ouvir todas as demandas da comunidade. Sabemos como é a agenda de um Governador e nos honra muito tê-lo aqui, se preocupando com o nosso povo e vendo de perto as nossas necessidades. É a primeira vez que um Governador do Estado vem a Campo Alegre”.

 

Um dos líderes da comunidade, Conrado Ferreira, ressalta a presença de um Governador de Estado pela primeira vez na região. “A vinda do governador Mauro Carlesse para cá significa tudo o que nós não tivemos, porque é a primeira vez que recebemos um Governador em Campo Alegre. Eu, como filho da comunidade, fiquei muito emocionado e ao mesmo tempo, muito feliz ao saber que o Governador está tendo esse carinho de nos visitar. Com certeza, essa visita vai ser fruto de grandes obras para o nosso município de Paranã, eu acredito que vai resultar no desenvolvimento da região”.

Com um alto potencial turístico ecológico e sustentável na região, o Governador garantiu que, nos próximos dias, a equipe da Agência do Turismo, Cultura e Economia Criativa (Adetuc) estará na região para mapear todos os atrativos e propor estratégias de desenvolvimento. O Governador ressaltou ainda os potenciais, agrícola e de mineração, e garante que Paranã se transformará em uma das cidades mais atrativas do Tocantins.

 

Presença

Acompanharam o governador Mauro Carlesse, a secretária de Estado da Infraestrutura, Cidades e Habitação, Juliana Passarin; o secretário-executivo da Governadoria, Divino Allan Siqueira; o secretário-executivo da Casa Militar, coronel Alon Amaral; o secretário-executivo da Secretaria de Estado do Trabalho e Desenvolvimento Social, Tiago Costa; o secretário de Assuntos Parlamentares, José Humberto Pereira; e o presidente do Ruraltins, Thiago Dourado.

 

Posted On Segunda, 09 Março 2020 15:15 Escrito por

Área de conforto de Cínthia Ribeiro é coisa do passado

A prefeita Cínthia Ribeiro e o seu Quartel General pode preparar para enfrentar uma das maiores trovoadas já vista. Com pancadas de chuva e alagamentos em sua área de atuação política.
Ou Cínthia entra de corpo e alma nas articulações políticas ou de outro modo estará literalmente frita. O Governo do Tocantins não ficará de fora da sucessão municipal de Palmas. No momento os auxiliares de Carlesse e os principais nomes do Palácio Araguaia estão escolhendo e convocando a dedo quem quer participar da disputa sucessória. Tudo indica que o jogo será duro! Trocando em miúdos: o Governo tem candidato a prefeito de Palmas e este nome já foi definido.
Aguardem...

 

Quebra de mito

O governador Mauro Carlesse sempre gostou de desafio e ganhar eleição em Palmas será mais um deles e, diga-se de passagem, um grande desafio, até porque o Governo do Tocantins há mais de três ou quatro governos não conseguiu eleger seu candidato à prefeito da Capital. Mas o histórico do governador neste quesito é muito bom, conseguiu derrotar as oposições juntas por três vezes consecutivas em um mesmo ano quando disputou o Palácio Araguaia. Vale lembrar que, na disputa pelo segundo turno, seu concorrente tinha o apoio de 89 dos 139 municípios.

De fato eleger o futuro prefeito de Palmas com o apoio do Palácio Araguaia será mais um desafio na vida política de Carlesse. Se ele sairá vitorioso mais uma vez, não sabemos. O tempo nos dirá!

 

Silêncio de Gaguim e Carlesse pode trazer novidades em abril

O governador Mauro Carlesse e o deputado federal Carlos Gaguim, ambos filiados ao DEM se mantêm em silêncio sobre as movimentações isoladas da professora Dorinha, presidente da Sigla no Tocantins, em articular várias filiações de vereadores e pré-candidatos ao DEM, tanto na Capital quanto no interior.

Até o momento, professora Dorinha não tem agido com a participação do governador e do parlamentar que estão, de certo modo, isolados dentro do grupo. Dos 44 prefeitos que iriam se filiar ao DEM, com a articulação de Gaguim e Carlesse, até o momento não concretizou nenhuma. Aliados do Palácio Araguaia garantem que a partir do dia 04 de abril novidades irão surgir. Estamos de olho.

 

Porto Nacional: Ronivon Maciel x Joaquim Maia

Caso confirme o rompimento do vice-prefeito de Porto Nacional, Ronivon Maciel (PT) com o atual gestor, o prefeito Joaquim Maia (PV), e seja seu opositor na disputa pela prefeitura, há uma mudança no cenário com grandes chances de complicar o projeto de reeleição de Joaquim Maia.

Se a candidatura de Ronivon tornar-se uma realidade, certamente ainda escolherá uma Sigla para concretizar à sua participação na disputa.

 

Podemos de Dimas pode ter plano B para Porto Nacional

O Podemos, presidido pelo prefeito de Araguaína no Tocantins, Ronaldo Dimas, aguarda para esta semana a resposta do empresário Agamenon sobre sua confirmação como candidato a prefeito de Porto Nacional. Caso a decisão do pré-candidato decline, o Partido já tem um plano B, é o que garante os aliados de Dimas no município.
Tudo indica que o eleitor terá muitos nomes para efetuar sua decisão.

 

MDB filia Datena e garante ressurgir com força no cenário eleitoral

A filiação do jornalista José Luiz Datena ao MDB é a primeira de uma série que promete fazer com que uma das legendas marcadas pela velha política ressurja com força no cenário eleitoral. São, pelo menos, dois fatores que levam a isso: o primeiro deles é que, no MDB, cabe um pouco de tudo, desde aqueles que lideram o governo de Jair Bolsonaro, e simpatizam com o presidente, até ex-ministros da presidente Dilma Rousseff, caso dos senadores Eduardo Braga (AM) e Marcelo Castro (PI).

O segundo fator é que, num cenário de não coligação para as eleições deste ano, situação que se repetirá em 2022, o melhor é buscar um grande partido, que tem recursos e tem a cara da estabilidade. E que ninguém se espante se o partido começar a bater bumbo na atual gestão. Afinal, dizem os emedebistas, esperava-se mais do atual governo.

 

Mulheres manifestam em protesto no Dia 8 de Março

Os eventos que marcam o Dia Internacional da Mulher acontecem com protestos no mundo inteiro. Na Cidade do México o número de participantes bateu recorde. O feminicídio no país mais do que dobrou nos últimos cinco anos. Em Bagdá, no Iraque, organizadoras do 8 de março usam máscaras para se proteger do coronavírus Mulheres indianas realizaram um evento em Mumbai para conscientizar a importância dos exames que detectam câncer de mama.

Em São Paulo elas se reuniram na Avenida Paulista para protestar contra a violência de gênero no Brasil e em favor da igualdade de direitos. Com cartazes pedindo o fim dos feminicídios e estupros, as mulheres enfrentaram chuva forte durante o protesto.

 

OMS alerta que coronavírus está fora de controle no mundo

O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde alertou os governos que a disseminação internacional contínua do novo coronavírus “não é uma simulação” e exigirá uma ação significativa para que as autoridades de saúde pública contenham o surto mortal. A chamada à ação ocorre quando o número global de pessoas infectadas pelo vírus passa de 100.000 – um marco sombrio que agora parece inevitável, com grupos autossustentáveis continuando a se expandir na Coréia do Sul, Japão, partes da Europa, Irã e Estados Unidos.
O chefe da OMS, Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que, embora as autoridades de saúde pública em todo o mundo tenham a capacidade de combater com sucesso a propagação do vírus, a organização está preocupada com o fato de que em alguns países o nível de compromisso político não corresponde ao nível de ameaça.
O vírus se espalhou para mais de 80 países e territórios, inclusive o Brasil, desde que foi identificado pela primeira vez na cidade chinesa de Wuhan em dezembro do ano passado.

 

Posted On Segunda, 09 Março 2020 08:35 Escrito por O Paralelo 13

Porto Nacional, aos nove dias do mês de março de 2020-03-08

 

Por Edson Rodrigues

 

O próximo dia quatro de abril será o “Dia D” da política em todo o Brasil, principalmente no Tocantins, pois é o último prazo para filiações em agremiações políticas de todos os pré-candidatos a prefeito e a vereador que ou estão sem partido ou estão sem espaço ou descontentes nas suas atuais legendas.

 

Quaisquer previsões sobre as pré-candidaturas, diante de tantos “se” que precisam ser adicionados a todas as análises, beiram, hoje, o puro palpite, o simples achismo, quando tratamos do assunto “filiações”.

 

A chamada "janela partidária" para vereadores que disputarão a eleição municipal deste ano – seja em busca da reeleição, seja como candidatos a prefeito – começou na  última quinta-feira (5) e termina no próximo dia 3 de abril, segundo determina resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Nesse período, vereadores podem mudar de partido sem correr o risco de perder o mandato por infidelidade partidária.

Por sua vez, também os pré-candidatos a prefeito aguardam o fim desse prazo para, na hora que acharem mais pertinente, anunciarem suas escolhas e seus novos caminhos.  As articulações e costuras políticas varam madrugadas, abrindo espaço para que diversas fake news, positivas e negativas, circulem pelas redes sociais e até em sites de notícia, fazendo com que os próprios dirigentes partidários guardem segredos sobre suas possibilidades, para que não tenham problemas com as novas filiações.

 

O certo é que até o dia quatro de abril, o “Dia D”, várias decisões políticas e muitas novidades em termos de filiações e mudanças de partido sejam anunciadas. Só a partir dessa data é que conheceremos a “ponta do iceberg”. Iremos poder avaliar quem acertou, quem errou, quem ganhou, quem perdeu.

 

Teremos que conviver, até lá, com muitas fake news de bastidores e de noticiários tendenciosos, mas é preciso saber avaliar a “dança das cadeiras”, pois muitas pré-candidaturas tidas como inviáveis poderão, enfim, decolar enquanto outras, tidas como vencedoras, podem dar com os burros n’água.

 

Até hoje, na política, só não se viu “boi voar”!

Posted On Segunda, 09 Março 2020 05:11 Escrito por

Com mais de 17 horas de programação ao vivo e presença em diferentes plataformas, a chegada da franquia brasileira da emissora americana revoluciona o mercado de notícias televisivas no País

 

Por Luisa Purchio e Luís Antônio Giron

 

No próximo domingo 15, o jornalismo brasileiro assistirá ao início de um novo e importante capítulo em sua história: a estreia do canal de notícias CNN Brasil, em português, nas principais operadoras de televisão, redes sociais e plataformas digitais do País. O projeto é audacioso, e vem sendo preparado com um ano de antecedência para chegar com poder ao mercado de notícias. Exemplo disso é a quantidade de acontecimentos ao vivo que o canal enfrentará logo em sua data de estreia. No dia 15 de março o Brasil estará fervendo com as manifestações a favor do governo Bolsonaro e contra o Congresso Nacional e o STF. As condições do dia escolhido mostram o quanto a equipe se sente preparada para a proposta de comentar e reportar os principais acontecimentos do dia com uma programação em tempo real, e 100% digital, em diferentes plataformas.

 

O investimento é estrondoso. Por trás dele, está Rubens Menin, principal acionista da franquia do canal americano. Cofundador e CEO da MRV, maior construtoras do Brasil, Meni ocupa a lista dos bilionários do mundo da Forbes. Considerado o responsável por trazer a CNN para o Brasil, Menin já é o mais novo figurão do time dos poderosos empresários midiáticos brasileiros. A estrutura com a qual a CNN Brasil estreará é algo nunca antes visto no País: nove toneladas de equipamentos, quatro mil metros quadrados de estúdio e 450 profissionais contratados, sendo 160 deles jornalistas, com cerca de dez meses de antecedência à estreia do canal. A sede principal será em São Paulo, mas já tem um braço em Brasília e se prepara para inaugurar um escritório no Rio de Janeiro. Diante da crise financeira pela qual passa o Brasil, a chegada do canal é um respiro e abre novas oportunidades para os profissionais do mercado de comunicação. Mesmo começando apenas esse mês, desde o primeiro semestre do ano passado jornalistas de peso vêm sendo contratados. Com remunerações altas, a CNN Brasil conseguiu tirar de outras emissoras grandes nomes de seu quadro de funcionários. Da Rede Globo, por exemplo, vieram a apresentadora Monalisa Perrone e os repórteres Phelipe Siani e Mari Palma. Diante de propostas irrecusáveis e a oportunidade de ingressar em um canal de prestígio internacional, eles não pensaram duas vezes. Muitos eram também apostas da RecordTV, e seu desligamento incomodou a emissora de Edir Macedo. Douglas Tavolaro, por exemplo, foi vice-presidente de Jornalismo da Rede Record por dez anos e a deixou para ser um dos sócios, CEO e founder da CNN Brasil. Levou consigo nomes importantes principalmente no comando de uma grade ao vivo de programação, como o jornalista Reinaldo Gottino, que estava à frente do “Balanço Geral”, um sucesso que foi capaz de desbancar a Globo em audiência.

 

A vinda da CNN Brasil também fez com que o mercado se movimentasse em busca de novos formatos de conteúdo. Na quinta-feira 5, a RecordTV fechou uma parceria com a Fox News para intercambiar séries e documentários. Já a Globo News aumentou a sua programação ao vivo para 17 horas e 30 minutos, meia hora a mais que a proposta anunciada pela CNN Brasil.

 

A maior do mundo

Quando, em 1980, o empresário Ted Turner fundou A Cable News Network em Atlanta, sul dos Estados Unidos, não havia concorrência para as três grandes emissoras abertas americanos: CBS, NBC e ABC, que operavam de Nova York. Turner detectou um nicho de mercado: a televisão a cabo e por assinatura começava a engatinhar e a morder parcelas de um público que exigia um serviço de notícias mais intenso em um mundo que passava por transformações. No início, o canal teve dificuldades de se afirmar. Muitos espectadores desistiam de assiná-lo, pois, apesar de anunciar 24 horas de notícias, repetia o conteúdo de notícias. Tanto que o público passou a chamar a CNN de “chicken noodle network” (rede da sopa de macarrão) porque era repetitiva e insossa como sopa caseira. Havia pouca notícia em 1980 para tanto tempo de exposição. Mas o mundo mudou, a globalização acelerou a quantidade e a necessidade de notícias. A partir dos anos 1990, a televisão por assinatura ganhou impulso e a CNN ampliou sua programação e gerou canais que fizeram história, como a CNN International. Os fatos impulsionaram as coberturas extensivas mundiais, a partir da eclosão da primeira Guerra do Golfo, em 1991. No fim do século XX, surgiram subsidiárias como a CNN en Español e franquias, como a CNN Türk, que opera em inglês em Istambul e segue uma agenda pró-governo local. O ápice da cobertura ao vivo se deu com o 11 de setembro, quando os repórteres da CNN cobriram o atentado às Torres Gêmeas em Nova York para o mundo inteiro.

 

 

ESTRUTURA DE PESO Nove toneladas de equipamentos, quatro mil metros quadrados de estúdio e sede em São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro (Crédito:Divulgação)

Uma nova mudança aconteceu em 2005, com a saída de Ted Turner do comando da rede. Ela passou a produzir notícias em multiplataformas: a partir de um núcleo de produção, todas os canais eram alimentados com conteúdo. Foi este método de hub noticioso que serviu como modelo para outras mídias, principalmente para os canais de YouTube no início do século XXI. Um dos pilares da emissora sempre foi a isenção jornalística e a não ingerência de pautas de governos na sala de redação. Essa tendência foi perdendo a eficácia a partir da campanha de Donald Trump, em 2016, quando todas as mídias começaram a tomar partido. Trump deu início a uma campanha contra a CNN e passou a apoiar a concorrente Fox News. A situação obrigou a emissora a se posicionar à centro-esquerda do espectro político americano. No Brasil, ela irá tropicalizar a pauta e pretende buscar isenção jornalística. Pelo menos essa é a proposta do Conselho Editorial independente que comporá o canal. Com jornalistas brasileiros e internacionais, entre eles a ex-correspondente da CNN Internacional do Rio de Janeiro Shasta Darlington, e um advogado que tirará as dúvidas sobre as questões legais do noticiário, o objetivo é manter a autonomia: “Não seremos nem de direita, nem de esquerda”, disse Douglas Tavolaro, CEO e founder do canal. “Nosso negócio é o jornalismo profissional: isento, transparente e rigoroso.”

Posted On Segunda, 09 Março 2020 05:04 Escrito por

Uma lembrança habita como fantasma a memória de Heloísa de Carvalho. O gotejar na banheira da Escola Júpiter funciona como um clique em sua cabeça. Instantaneamente, a imagem da mãe submersa em um amálgama de sangue e água se faz presente. “Acordei e ela não estava na cama. Quebrei a janela do banheiro com o cotovelo e a vi desacordada. O guru, como de costume, estava na sala com Silvana, a aluna que mais tarde seria sua esposa”. É assim, com muita mágoa, que Heloísa relembra a convivência com seu pai, o astrólogo Olavo de Carvalho, ideólogo do governo e guru do presidente Jair Bolsonaro. Ela o define como “megalomaníaco” e uma fraude, já que ele vivia de dar golpes em amigos. “Está claro que ele tem problemas psíquicos”, diz. Abandonada à própria sorte quando criança, foi vítima de abuso sexual por um parente, não frequentou a escola até os 12 anos de idade e conviveu com a poligamia escancarada do pai, tudo isso antes dos 18 anos. Em depoimento à ISTOÉ, ela destrói Olavo.

 

Por   Guilherme Henrique

 

 

Residindo atualmente em Atibaia, na Grande São Paulo, Heloísa de Carvalho não sabe dizer com exatidão quantos endereços teve na vida. “Quando eu morava com o guru, a gente não tinha casa. Não existia essa coisa de sentar à mesa, dividir sentimentos e problemas”, recorda. Ela passou um período morando nos fundos da Escola de Astrologia Júpiter, fundada por Olavo em 1979, em parceria com Marylou Simonsen, filha de Mário Wallace Simonsen (um dos sócios da Panair), e que foi palco da tentativa de suicídio da mãe. Na sua lembrança, esse tempo tenebroso ficou como um dos muitos momentos em que a personalidade e as vontades de Olavo de Carvalho se sobrepuseram às necessidades familiares.

 

PREMONIÇÃO Durante viagem a Paris, na década de 1990, Olavo faz o gesto que anos depois caracterizaria o bolsonarismo

 

A experiência nefasta na escola durou até meados de 1980. “Aquilo não ia dar certo. Os sócios tentavam dar as aulas, mas a escola era uma bagunça, crianças correndo pelas salas, uma gritaria danada. Morávamos no fundo da Júpiter, colchão no chão, roupa jogada para todo lado. Uma baderna”, relembra. A decisão de morar na Júpiter partiu da mãe de Heloísa e primeira esposa de Olavo de Carvalho, Eugenia, que mudou-se para lá com os filhos do casal – além de Heloísa, os meninos Luiz Gonzaga de Carvalho e Tales de Carvalho, enquanto que Davi de Carvalho, recém-nascido, foi para a casa da avó materna. “Para colocar a Júpiter em funcionamento, o guru alugou um sobradinho no Tremembé, na zona Norte de São Paulo. Mas, como era de se esperar, ele deu calote no dono do imóvel e não pagou o aluguel. Fomos despejados”.

 

Pai ausente

Raramente Heloísa chama Olavo de pai. Guru é o termo escolhido por ela. “Eu e meus irmãos fomos criados para idolatrá-lo. Eles seguiram seus passos. Eu, como sempre, nunca dei muita bola para ele”, brinca. Mais velha dos oito filhos do astrólogo, ela recorda-se com desenvoltura das peripécias do atual mentor de Bolsonaro. “Vivíamos sem regra nenhuma. Eu só fui descobrir que precisava tomar banho todos os dias já na adolescência, quando passei um tempo com minha tia Julia”. Ir à escola tampouco era uma preocupação de Olavo. A educação tardia, feita pelo método Mobral, prejudicou o desenvolvimento de Heloísa. “Eu só sabia escrever meu nome e as quatro operações básicas da matemática. Meus irmãos não concluíram os estudos, graças ao desleixo de Olavo”. Já na fase adulta, ela conseguiu finalizar o bacharelado em Direito.

 

Quando o projeto da Escola Júpiter acabou, Olavo de Carvalho já estava em um outro relacionamento, com Silvana, sua segunda esposa e mãe de Maria Inês e Percival. Entre 1981 e 1982, Heloísa viveu com a madrasta, a irmã mais nova e o pai em uma casa da zona sul de São Paulo. “Era uma mansão, com piscina, duas suítes, closets”, detalha. Nessa época, ela conta que foi matriculada em uma escola particular pelo pai, mas a rotina de estudos durou pouco. “Eu não tinha alimentação, roupa limpa, material escolar, nada. O guru viajava para o Rio de Janeiro e Belo Horizonte e nos abandonava à própria sorte. A Silvana ia para a casa da avó com a filha, porque lá tinha motorista, comida, empregada. Eu ficava sozinha”.

 

A casa virou um mausoléu irreconhecível, com a piscina suja e a grama tomada pelo mato. Uma noite em que estava sozinha no quarto, Heloísa ouviu passos no quintal. Ao perceber a presença de dois homens forçando a porta da cozinha, escondeu-se no armário. “Só saí do esconderijo quando ouvi a sirene policia. O guru, medroso e cagão como sempre, estava lá fora e não entrou nem para saber como eu estava”.

 

Traumatizada, Heloísa foi morar com uma tia em Atibaia, mas em meados de 1985 sua mãe foi buscá-la para que ela voltasse ao convívio com o guru. Ao chegar a um sobrado no centro de São Paulo, ela não entendeu nada. Seu pai, cristão e frequentador das missas de domingo no Brás, havia se convertido ao islamismo. “Umas 15 pessoas moravam na casa. Dormíamos em quadriliches. Minha mãe, que já não tinha relação marital com o Olavo, era tida como a matriarca”. Olavo já havia assumido um casamento com Roxane, com quem vive até hoje nos Estados Unidos. Nem por isso se furtava em continuar se relacionando com outras mulheres que freqüentavam a casa, então transformada numa espécie de templo islâmico. Além de Roxane, o guru tinha relações sexuais também com Meri Harakawa e Tereza, que frequentavam o local.

 

 

Heloísa conta que Olavo só se converteu ao Islamismo para se beneficiar da bondade alheia. ”As pessoas achavam que ele trabalhava pelo Islã, mas era papo furado. Comerciantes árabes nos mandavam comida, bebidas, roupas. Tinham pena da nossa família e ele se aproveitou disso”. A relação com o islamismo durou até o início 1986, quando a casa “começou a degringolar”. Na mesma época, Heloísa se casou, teve um filho e deixou de viver com o pai. A ida do astrólogo para os EUA, em 2005, foi uma fuga. “Ele me ligou um dia e disse para encontrá-lo em Curitiba. Chegando lá, me disse que precisava sair do país”, afirma. “Ele estava disposto a viver xingando as pessoas, como faz, sem a preocupação de ser processado”. Heloísa está convencida de que ele “sempre odiou o Brasil” e alimentava o sonho de tornar-se americano. Ela diz que a vida de pequenos trambiques que o guru aplicava nos amigos no Brasil, continua na Virgínia. “Quando fica doente, como aconteceu recentemente, ele faz vaquinhas na internet. Aí é fácil ser guru”, brinca.

 

Desgaste e crises

As desavenças entre Olavo e a filha começaram em 2017, após o lançamento do filme “Jardim das Aflições”, que relata a vida do guru. Heloísa conta que o pai se aproveitou de Daniel Aragão, produtor do filme, excluíndo-o dos créditos e da divisão dos lucros do documentário. “Ele usou o mesmo modus operandi da vida toda: sacanear os outros”, acusa. Uma carta aberta escrita por ela, contando os podres do astrólogo, publicada no mesmo ano, azedou ainda mais a relação.

 

A guerra familiar, agora, continuará na CPMI das Fake News. Convocada pelo deputado Alexandre Frota (PSBD-SP), Heloísa afirma ter um dossiê contra Olavo e os seus seguidores. “Investiguei durante muitos anos como essas pessoas funcionam. Elas são doentes: vivem na ‘olavosfera’ e fazem de tudo para defendê-lo. Conheço meu pai melhor do que ele: por isso, ele morre de medo de mim”. Por tudo que sabe, Heloísa diz temer pelo futuro do Brasil, já que Bolsonaro não abre mão de ouvir os conselhos do guru. “Por onde ele passa, o caos aparece”. Ainda não há uma data para o depoimento na CPMI, mas ela acredita que os documentos que apresentará em Brasília podem mudar os rumos da vida do astrólogo. Ainda que sofra ameaças de morte e seja perseguida por seguidores do guru, como já acontece, ela não pretende ceder nas denúncias que envolvem os métodos do pai. “Ele tem um velho amigo que o acompanha em todas as suas ações subterrâneas na Internet e que não deixa rastros nos ataques que promove. Se depender de mim, essa pessoa será desmascarada”, afirmou Heloísa. Ela, contudo, diz que só vai revelar quem é essa pessoa na CPMI das Fakes News. A máscara de Olavo está caindo.

 

Posted On Segunda, 09 Março 2020 04:58 Escrito por