“Como vamos administrar esse povo todo?”, disse Tancredo no auge da mobilização

 

O jornal Folha de São Paulo está publicando uma série de artigos em que jornalistas contam a sue experiência na cobertura política brasileira.  Esta semana, Ricardo Kotscho, conta como ficou próximo a Tancredo neves e à Ulysses Guimarães em meio à tentativa de retomada da democracia e a aprovação da “emenda Dante de Oliveira”.

 

Por se tratar de uma narrativa cronológica, não fizemos a síntese do texto e publicamos aqui, em O Paralelo 13, a íntegra do texto de Ricardo Kotscho.  Uma narrativa ritmada, que trás à tona os bastidores da redemocratização por um ponto de vista privilegiado:

 

“Em abril de 1984, poucos dias após a derrota da Emenda Dante de Oliveira, que restabelecia no país as eleições diretas para presidente da República, atendo o telefone em casa, já tarde da noite.

 

Era Ulysses Guimarães, o “Sr. Diretas”, inconformado com o que acontecera. Faltaram apenas 22 votos para a aprovação da emenda.

 

“Sabe o que descobri, Kotscho? Enquanto nós estávamos viajando pelo Brasil defendendo as eleições diretas, o Tancredo já estava se acertando com os dissidentes do PDS e mesmo com companheiros meus do PMDB para montar sua campanha no Colégio Eleitoral. Gastei meu verbo à toa.”

 

Ao ouvir o desabafo de Ulysses, que todos tratavam de doutor, me lembrei de um detalhe de três meses antes. No grande lançamento da Campanha das Diretas-Já, com 300 mil pessoas na praça da Sé, em São Paulo, no dia do aniversário da cidade, 25 de janeiro, tinha faltado só um convidado ilustre: Tancredo Neves.

 

Estavam no palanque todos os grandes líderes da oposição, de Fernando Henrique a Lula, ao lado dos governadores Franco Montoro, que organizou o comício, e Leonel Brizola, do Rio —menos ele, o governador de Minas Gerais.

 

Nunca se saberia ao certo por que Tancredo não foi, mas ao ligar os dois fatos me dei conta de que a reconquista da democracia se deu em dois atos, já nos estertores da ditadura, numa longa e tumultuada travessia.

 

Primeiro, sob o comando do Dr. Ulysses, o país assistiu às maiores manifestações contra o regime militar e em defesa das liberdades democráticas, inundando de gente, muita música e alegria as ruas e praças, de ponta a ponta do país, durante três meses frenéticos.

 

O segundo ato foi a campanha de Tancredo Neves nas eleições indiretas do Colégio Eleitoral, deflagrada logo após a derrota das Diretas na madrugada de 22 de abril de 1984, mas gestada bem antes, como Ulysses descobriria depois.

 

Meses mais tarde, já quase no fim do ano, depois de seguir Tancredo pelas mesmas praças por onde tinha passado a Campanha das Diretas-Já, encontro o governador mineiro sozinho, meio largado num sofá, vendo televisão no saguão do hotel.

 

Já se queixando de dores abdominais nessa época, Tancredo tinha seguido galhardamente até o fim a procissão do Círio de Nazaré, em Belém, Pará.

 

Sem assessores nem seguranças por perto, arrisquei puxar uma conversa com o futuro presidente que morreria antes de tomar posse. Como é que ele suportava essa maratona de viagens e comícios, sem hora para dormir nem comer? Queria saber qual era seu segredo.

 

“Dr. Tancredo, eu, que sou um pouco mais jovem, estou no bagaço. Como é que o senhor aguenta esta batida?”

 

Com a mão na barriga sob o paletó, um cacoete antigo, mas que agora tinha motivo, saberíamos depois, olhar desconfiado e um sorriso maroto, ele resolveu matar minha curiosidade:

 

“Eu sou movido a vitamina ‘P’, meu filho”.

 

Era “P” de política e poder, segredou-me o lendário político mineiro.

 

Mas essa vitamina não bastou para levar Tancredo ao poder, na passagem da ditadura para a democracia, ao fim de uma jornada que começara em janeiro de 1983, na abertura do ano legislativo, com a apresentação da emenda das eleições diretas por Dante de Oliveira, um desconhecido deputado federal do PMDB de Mato Grosso, em primeiro mandato.

 

A turma mais antiga do Congresso não botava muita fé na proposta, mas conversando com políticos e líderes da nascente sociedade civil, notei que a ideia começava a ganhar corpo.

 

A primeira manifestação pública em favor das Diretas-Já aconteceria já quase no fim daquele ano, no dia 27 de novembro, em frente ao estádio do Pacaembu, em São Paulo.

 

Em 27 de março, a Folha já havia publicado um editorial favorável ao pleito direto em todos os níveis, abrindo cada vez mais espaço para a cobertura das primeiras mobilizações populares na periferia de São Paulo, antes de chegarem aos grandes partidos, com o apoio da Igreja Católica e dos movimentos populares.

 

 “Diretas em todos os níveis, quer D. Paulo” foi a manchete do jornal no dia 3 de abril de 1983, com a entrevista exclusiva concedida por dom Paulo Evaristo Arns a mim e ao repórter Carlos de Oliveira. Nessa entrevista, o cardeal arcebispo de São Paulo defendeu a democratização do país, com eleições gerais, da Presidência da República às administrações regionais da Prefeitura de São Paulo.

 

Além de ter servido como um marco na campanha pública pelas eleições diretas, a festa-comício do Pacaembu revelou também as dificuldades para que os partidos e a sociedade civil pudessem subir nos palanques sob a mesma bandeira.

A partir do grande comício da praça da Sé, o PMDB de Franco Montoro, as manifestações foram num crescendo a cada semana, em todas capitais, uma batendo o recorde da outra.

 

De São Paulo, a caravana das diretas, comandada por Ulysses Guimarães seguiu rumo às regiões Nordeste e Norte, e foi-se embora, não parou mais até a votação da emenda pela Câmara dos Deputados.

 

Nos pequenos aviões fretados para a caravana, não havia espaço para disputas partidárias. Ulysses e Lula, as duas principais estrelas do palanque, tinham uma relação de pai para filho. No voo de Teresina para São Luís, o presidente do PMDB chegou a brincar com o então jovem líder do PT: “Lula, você acha que está certo isso? O PMDB monta o palanque, paga tudo, e você é sempre o mais aplaudido?”

 

A militância do PT era mesmo a mais presente e aguerrida em todos os comícios, levando suas bandeiras e gritos de guerra com o entusiasmo de um partido que estava ainda sendo organizado nacionalmente naquele momento.

 

No palanque em São Luís do Maranhão, os ataques de todos os líderes nacionais e estaduais miraram José Sarney, na época presidente do PDS, que sucedeu a Arena como braço partidário da ditadura militar.

 

O locutor oficial do comício, Cid Carvalho, do PMDB, mandou ver logo na abertura, dando o tom dos discursos: “José Sarney é o maior câncer que o Brasil já conheceu”.

 

Mal podiam saber eles, na sucessão de tragédias da política brasileira, que apenas um ano depois Sarney, já no PMDB, seria o vice que assumiria a Presidência da República com a morte de Tancredo Neves, em 21 de abril de 1985.

 

Como a Folha era o único veículo que mandava repórteres da sede em São Paulo para todos os comícios e dava destaque para a cobertura, passei a fazer parte da trupe, dar palpites nos discursos, sugerir caminhos para as etapas seguintes.

 

De São Luís, fomos para Rio Branco, depois para Macapá, Belém, e chegamos a Manaus. Em Belém, a atriz Dina Sfat leu um manifesto em nome do Sindicato dos Jornalistas do Pará: “como profissionais de imprensa, aproveitamos para repudiar o silêncio deliberado de certos meios de comunicação. Estes procuram ignorar fatos e a aspiração por eleições livres e diretas de mais de 90% da população brasileira.”

 

Além do silêncio de grande parte da imprensa para esconder a grandiosidade da campanha, Ulysses começou a ficar preocupado também com o fato de outras lideranças, que não o acompanhavam nas viagens, terem deixado de falar das Diretas.

 

Temia que estivessem tramando algum acerto de gabinete, pressentimento que acabaria se confirmando, como o “Sr. Diretas” descobriria tarde demais.

 

Com o comício de Minas, já chegara a 1,2 milhão o número de pessoas que haviam se manifestado pelas Diretas-Já em praça pública, mas as maiores manifestações ainda estavam por acontecer.

 

Na véspera do comício do Rio, na Candelária, conversei longamente com o historiador Hélio Silva, que estava completando 80 anos. “Jamais, em toda a história do Brasil, houve um movimento em que houvesse tão grande participação do povo. Desta vez, não são apenas os líderes políticos, os intelectuais, a mocidade, a massa trabalhadora, isolados ou agrupados. Mas é o povo, o povão, nivelando tudo, avolumando a manifestação, porque este período de 20 anos de privação dos direitos políticos foi o cimento que solidificou nossa democracia.”

 

Era tanta gente chegando para o comício da Candelária, que Tancredo Neves ficou assustado:

 

“E agora, Ulysses? Como nós vamos fazer para administrar esse povo todo?”

 

Não ouvi a resposta do “Sr. Diretas”, mas é certo que já não havia mais como conter aquele povo dentro dos currais da velha política urdida nos gabinetes dos caciques. Assim pensava Ulysses, mas não Tancredo.

 

“O país grande reencontra a nação”, foi o título dado à minha matéria sobre o comício, que começava assim: “uma faixa feita à mão por algum brasileiro anônimo no meio da multidão, segurando a sua entre milhares de outras, talvez resuma melhor do que o repórter, já um pouco cansado das emoções desses últimos meses, o que aquele povo queria dizer: ‘Se alguns pediram 64, agora todos pedem diretas’”.

 

Para fazer a cobertura do grande dia da votação da emenda no Congresso Nacional, a Folha enviou a Brasília um batalhão de repórteres e comentaristas. Havia até um convidado especial, o jornalista, ex-guerrilheiro e futuro parlamentar Fernando Gabeira.

 

Do lado de fora do Congresso, quem comandava a tropa era o general Newton Cruz, montado num cavalo branco que ganhou do presidente João Figueiredo, sabre na mão, espantando os manifestantes.

 

Na mesma hora, Ulysses estava preparando o pronunciamento que faria pela aprovação da emenda Dante de Oliveira, “em nome da maioria do povo brasileiro”.

 

Ao sair do plenário, entre abraços e cumprimentos, esse senhor calvo, ereto aos 67 anos, se emocionou ao me dizer: “Esta é a recompensa máxima da minha vida pública”. Tinha sido uma consagração, todos em pé, de mãos dadas, braços erguidos, cantando o Hino Nacional, depois de Ulysses ter proclamado: “A pátria é o povo e o povo vencerá!”.

 

A caminho das galerias do plenário, onde foi agradecer pelo apoio dos anônimos, Ulysses lembrou e me contou o que ouviu de um matuto após um comício no Crato (CE), em 1976: “o senhor me desculpe, mas, com o perdão da palavra, vai falar bem assim na puta que o pariu!”.

 

Em seu gabinete, à espera da votação, Ulysses lembrou do dia em que a cantora Fafá de Belém ia soltar uma pomba guardada no meio dos seios.

 

Com problemas intestinais, a pomba sujou o vestido de Fafá, que não teve dúvidas: jogou o bichinho em cima do Dr. Ulysses.

 

Teve o dia também, em Teresina, no Piauí, que ele gostava de lembrar nessas horas. Foi quando telefonou da portaria do hotel para Tancredo (ainda não havia celular) para saber como andavam as coisas em Brasília.

 

Tancredo devolveu com outra pergunta, querendo saber se Ulysses tinha levado calção para tomar um banho de mar. Só se esqueceu que o mar mais próximo de Teresina ficava a uns 200 km.

 

Mineiro de almanaque, Tancredo evitava assuntos políticos porque tinha certeza que seu telefone estava grampeado.

 

A emenda das Diretas acabaria derrotada, já na madrugada de 26 de abril, pelos 112 deputados que se abstiveram da votação para não dar o quórum de dois terços necessário à sua aprovação. Foram 298 votos a favor e 65 contra, e três deputados se abstiveram. Faltou muito pouco para o Brasil poder comemorar a volta à democracia: apenas 22 votos.

 

Só conseguimos mandar a última matéria para a Redação às três e meia da madrugada, um absurdo para os padrões da Folha, que se orgulhava de ser sempre o primeiro jornal a chegar às bancas. Mas valeu a pena, o jornal esgotou logo cedo. Nosso principal concorrente, o Estadão, fechara no horário normal com a manchete que virou folclore: “Faltam votos para a aprovação das Diretas”.

 

No verão de 1985, tive que interromper minhas férias para cobrir o último capítulo desta história, a eleição de Tancredo Neves, que passou como um trator no Colégio Eleitoral pelo candidato do antigo regime, Paulo Maluf, ex-prefeito de São Paulo.

 

Por 480 votos a 180, Tancredo seria eleito o primeiro presidente civil após o golpe de 1964.

 

A posse foi marcada para o dia 15 de março de 1985. Na véspera, fui para Brasília e estava jantando no restaurante Piantella, como a maioria dos repórteres e políticos, quando entrou esbaforido o correspondente do Le Monde, Charles Vanhecke, para avisar que Tancredo tinha sido internado no Hospital de Base de Brasília.

 

Corri para lá e fiquei sabendo que o presidente eleito fora diagnosticado com diverticulite, palavra de que eu nunca tinha ouvido falar.

 

O único orelhão perto do hospital era disputado a tapa pelos repórteres, o tempo corria rápido, com o jornal já fechando a edição do dia. Do Hospital de Base, Tancredo seria levado para o Incor em São Paulo, onde cobri seus primeiros dias de agonia, até ser chamado por “seu” Frias, o dono do jornal, para viajar a São João del-Rei, em Minas Gerais, onde Tancredo nascera e vivia sua família.

 

“O quadro dele é irreversível”, disse-me ele, e lá fui eu, na certeza de que o desenlace se daria em poucas horas.

 

Os dias foram passando, eu já entrevistara todos os amigos de infância e parentes de Tancredo, já não tinha mais o que escrever; e nada.

 

Só na noite de 21 de abril, na hora do Fantástico, quando o porta-voz Antonio Brito leu a nota oficial comunicando a morte do presidente eleito, os sinos começaram a repicar em São João del-Rei.

 

A cerimônia do enterro no dia seguinte só acabaria às onze da noite, tamanho o capricho do pedreiro encarregado de fechar a cova. Minha última matéria da cobertura começava assim:

 

“O toque de silêncio. Uma salva de 21 tiros de canhão. Apenas 200 pessoas no cemitério. A cidade recolhida, calada. Foi o ato final destes 40 dias que abalaram o Brasil. Tancredo de Almeida Neves, o primeiro presidente civil depois de 21 anos de regime militar, que morreu antes de tomar posse, foi enterrado às 22h54 de ontem, na sepultura número 84 do pequeno cemitério da Venerável Ordem Terceira de São Francisco de Assis, em São João del Rey, Minas Gerais”.

 

Começava desta forma trágica a transição da ditadura para a democracia.”

 

A ELEIÇÃO DE 1985

Data

15 de janeiro de 1985

Candidatos a presidente (indireta)

Tancredo Neves (PMDB) - 72%

Paulo Maluf (PDS) - 27%

Candidatos a vice-presidente

José Sarney (PMDB)

Flávio Marcílio (PDS)

Slogan do vencedor

“Tancredo já”

População à época

136 milhões

PIB

alta de 7,8%

Inflação

223,90%

Urbanização

67,7%

Expectativa de vida

62,5 anos

Músicas

“Olhar 43” (RPM)

“Um Dia de Domingo” (Gal Costa e Tim Maia)

Escola vencedora do Carnaval do Rio

Mocidade Independente de Padre Miguel.

Posted On Segunda, 10 Setembro 2018 06:59 Escrito por

Deputado Rocha Miranda (PHS) declara apoio a Eduardo Gomes para o senado

 

Com Assessoria

 

Ex-deputado federal e candidato a senador pela coligação Governo de Atitude, Eduardo Gomes cumpre longa agenda de compromissos no Bico do Papagaio, onde condenou nesta sexta-feira, 7, todo e qualquer tipo de extremismo político.

 

Eduardo reforçou essa sua posição em virtude do atentado sofrido pelo deputado Jair Bolsonaro, candidato a presidente da República, seu amigo pessoal, com quem conviveu por três legislaturas na Câmara dos Deputados.

 

No Bico do Papagaio o candidato a senador visitou os municípios de São Miguel, Sítio Novo, Augustinópolis, Araguatins e Buriti, recebendo apoio de importantes lideranças. Neste sábado, 8, Eduardo Gomes encerrará as atividades do dia participando do lançamento da candidatura do deputado Amélio Caires (SD) em Augustinópolis.

 

O deputado estadual Rocha Miranda (PHS), declarou na manhã deste sábado, 8, apoio à candidatura de Eduardo Gomes (SD) ao Senado da República. A declaração aconteceu durante visita do candidato a senador ao deputado, em sua residência.

 

Tendo exercido o mandato de prefeito de Araguatins por dois mandatos, Rocha Miranda destaca que Eduardo Gomes é um vencedor e que o Estado do Tocantins tem muito a ganhar com sua eleição para o Senado. Veja o vídeo.

Posted On Domingo, 09 Setembro 2018 04:11 Escrito por

Os advogados de Adélio Bispo sustentam que a agressão à Jair Bolsonaro foi um ato solitário, movido pelo “discurso de ódio” do candidato

 

Com Agência Brasil

 

Os advogados que representam o agressor Adelio Bispo de Oliveira sustentam que a agressão de seu cliente ao candidato Jair Bolsonaro foi um ato solitário, movido pelo que classificaram de “discurso de ódio” do próprio candidato.

 

Quatro advogados acompanharam Adelio na audiência de instrução com a juíza Patrícia Alencar, na Justiça Federal, na tarde desta sexta-feira (7), que determinou a transferência do criminoso para um presídio federal.

 

“Esse discurso de ódio de Bolsonaro é que desencadeou essa atitude extremada do nosso cliente”, disse o advogado Zanone Manoel de Oliveira Júnior. Um dos motivos, segundo a defesa, foi a referência pejorativa aos negros quilombolas, já que seu cliente se identifica como negro.

 

O advogado informou que a defesa concordou com a transferência do cliente para um presídio federal, para garantir sua integridade. O advogado também disse concordar com o indiciamento de seu cliente pelo Artigo 20 da Lei de Segurança Nacional, que fala em “praticar atentado pessoal ou atos de terrorismo, por inconformismo político”. Ele disse ainda que vai requerer exame de sanidade mental em seu cliente.

 

O autor da facada é esperado, ainda nesta sexta (7), para prestar depoimento à Polícia Federal em Juiz de Fora.

 

Mais cedo, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, informou que a Polícia Federal investiga outros dois suspeitos por envolvimento com o ataque contra o presidenciável.

 

Jungmann explicou que as informações disponíveis até o momento dão conta de que Bispo teria agido sozinho como um "lobo solitário". Ainda assim, outras duas pessoas que não tiveram a identidade divulgada são investigadas. Uma delas chegou a ser detida ainda na noite dessa quinta-feira (6), foi interrogada e posteriormente liberada pelos policiais.

 

"Pelo o que nós temos de informação até agora, o fato está concentrado naquele que cometeu o atentado [ Adelio ]. Existem outros que estariam envolvidos, mas que até agora não se tem uma comprovação fática, embora eles permaneçam como investigados. Um deles prestou depoimento e foi liberado. O outro ficou ferido durante o processo e está também hospitalizado", informou o ministro.

* Com informações da Agência Brasil

 

Posted On Sábado, 08 Setembro 2018 07:52 Escrito por

Chapa vai recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral. As informações são do jornal O Globo

 

Com O Globo

 

Por unanimidade, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) indeferiu o pedido de registro da chapa de AnthonyGarotinho (PRP) ao governo do Estado. A decisão toma como base a sentença da 15ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio que, em julho, o condenou por improbidade administrativa em um processo no qual é acusado de envolvimento em um esquema que desviou R$ 234,4 milhões da Secretaria Estadual de Saúde. O caso aconteceu quando Garotinho foi secretário de estado de Governo na gestão da mulher, Rosinha Matheus entre os anos de 2005 e 2006. Com a condenação em segunda instância, Garotinho foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa.

 

Na decisão, a relatora do processo, desembargadora Cristiane de Medeiros Brito Chaves Frota determinou que Garotinho suspenda imediatamente os atos de campanha e que, se desejar, o PRP substitua o candidato a governador. Advogados especializados em direito eleitoral ouvidos pelo Globo, no entanto, explicaram que a medida não tem efeitos imediatos. Isso porque cabe recurso ao Tribunal Superior Eleitoral. O advogado de Garotinho, Carlos Azeredo, que chegou no início do julgamento, disse que está certo que reverterá a decisão no TSE.

 

Os desembargadores não analisaram na sessão a decisão desta semana do Tribunal Regional Federal que condenou Garotinho em segunda instância por formação de quadrilha armada

 

CAMINHADA EM BANGU Minutos antes do TRE-RJ julgar sua candidatura, Garotinho fez uma caminhada no calçadão de Bangu. O ex-governador criticou o tribunal e disse que seus advogados já têm uma apelação pronta a ser enviada ao TSE.

 

Se fosse um tribunal normal, e julgasse de acordo com a lei (TRE-RJ), eu esperaria o deferimento do meu registro. Porque o pedido do MPE não existe no ordenamento jurídico, que é enriquecimento ilícito de terceiros. Seria um caso inédito na história. Mas como o TRE RJ tem tomado medidas complicadas, e minha candidatura ameaça a interesses que vão além daqueles que já denunciei, eu já estou pronto para recorrer em Brasília, meus advogados estão com a apelação pronta. Temos certeza que vamos vencer em Brasília, como em outras vezes.

 

A agenda dessa quinta foi a primeira de Garotinho na rua desde a sua condenação por formação de quadrilha. Em um rápido discurso, ele usou um tom enérgico contra seus adversários, principalmente a "quadrilha do PMDB", e agradeceu o "apoio do povo". Ele foi bastante assediado durante a caminhada. Além disso, o candidato prometeu retomar o prograna de clínicas para tratamento de usuários de drogas em Santa Cruz.

 

Um fato que chamou a atenção no evento foi a presença de bandeiras do candidado a deputado estadual Jorge Felippe Neto, que faz parte da coligação de Indio da Costa, e inclusive já fez agenda com o candidato, adversário de Garotinho. Mas Neto, que não esteve presente, faz dobradinha em algumas áreas da cidade, incluindo Bangu, com Clarissa Garotinho, candidata a deputada federal e que estava ao lado do pai.

Posted On Quinta, 06 Setembro 2018 17:11 Escrito por

Por Cinthia Abreu

 

Um total 17 monitores de oxímetro continuam com defeito no setor de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Geral de Palmas (HGP). A Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO) constatou a continuidade dessa falha, que já havia sido detectada ainda no ano passado, em vistoria realizada nesta segunda-feira, 3, pela equipe do Núcleo Especializado em Defesa da Saúde (Nusa) da Instituição.

 

Coordenador do Nusa, o defensor público Arthur Luiz Pádua Marques esteve nos leitos de UTI e foi informado que dos 26 aparelhos existentes, 17 (65%) estão com defeito desde que foram instalados.

 

A falta dos oxímetros prejudica a monitorização dos pacientes, uma vez que o aparelho mede a quantidade de oxigênio no sangue, fornecendo dados essenciais para avaliação e conduta procedimental respiratória para sucesso do acompanhamento clínico-funcional de pacientes. “Isso é muito prejudicial aos pacientes, que já estão neste setor em situação gravíssima, pois não podemos atendê-los com excelência sem os aparelhos necessários”, disse um dos profissionais do Hospital.

 

A falta do monitor de oxímetro é um problema antigo do setor, detectada pela DPE-TO em vistoria ainda no mês de agosto do ano passado. Na época, 14 monitores de oxímetros estavam com defeitos, o que motivou Ação Civil Pública, proposta por Arthur Pádua. A Ação está na Justiça e aguarda julgamento.

 

Setor de UTI

A falta de manutenção de aparelhos é um dos principais problemas do setor de UTI, conforme identificou o Nusa na vistoria desta segunda-feira. No local há apenas dois cardioversores (direcionados para a liberação de estímulos elétricos no coração), porém, um está quebrado. “Se dois pacientes derem parada cardíaca ao mesmo tempo, só temos como dar assistência a um”, denunciou outro profissional do Hospital.

 

O Defensor Público lembrou que muitas cirurgias de urgência e eletiva do HGP são canceladas por falta de UTI, quando – em muitos casos – o que falta é apenas manutenção de aparelhos, prejudicando a assistência aos pacientes.

 

Os funcionários da UTI reclamaram, ainda, sobre a sobrecarga de trabalho dos profissionais da Enfermagem. De acordo com eles, de 11 profissionais indicados em cada escala, uma média de cinco atuam por plantão. “Por conta da falta de equipe, muitos pacientes passam até mais de um dia sem banho porque não dá tempo de atender todo mundo. Sem falar que a sobrecarga de trabalho acarreta em problemas de saúde e há muitos enfermeiros de atestado”, revelou um membro da equipe.

 

Vistoria

A vistoria identificou outros problemas já antigos, como a falta de leitos de UTI, de insumos, materiais básicos e roupas adequadas para equipe médica, falta de cobertor, lençóis e déficit na assistência médica. “Minha mãe é uma idosa e, como ela quebrou o fêmur, não tem nenhuma condição de mobilidade. Viemos de Natividade e já estamos há dois dias no corredor porque não tem vaga em nenhum quarto. Estou muito preocupada, minha mãe está sentindo muita dor e eu já nem sei mais a quem procurar”, disse Edna Araújo à Defensoria.

 

A equipe do Nusa também identificou que Geneci Gomes Bonfim, 72 anos, está há dois meses internada aguardando cirurgia por conta de um aneurisma. “Já me prepararam umas três vezes para a cirurgia com o jejum e tudo que precisava, mas em cima da hora cancelam. O que os médicos falam pra gente é que não tem UTI, mas não temos nem sequer uma previsão de quando vai acontecer”, declarou a paciente.

Posted On Quinta, 06 Setembro 2018 07:39 Escrito por