Por Edson Rodrigues

As eleições municipais de 2024, realizadas nos 139 municípios do Tocantins, com destaque para os principais colégios eleitorais e a capital, Palmas, já iniciaram um delinear o cenário político para a sucessão de 2026. Além de escolher os novos gestores municipais, esse processo terá profundos implicações para o Palácio Araguaia, impactando diretamente as alianças e estratégias políticas que definem o futuro.

Os companheiros "Mui Amigos" e o Palácio Araguaia

Durante o processo eleitoral das eleições municipais, que se encerrará no próximo dia 6 de outubro, muitos dos aliados do governo Wanderlei Barbosa, especialmente aqueles com mandatos, não se concentraram no fortalecimento do governador. Em vez disso, focaram em seus próprios interesses, deixando o Palácio Araguaia politicamente fragilizado.

Um exemplo claro ocorreu em Almas, onde o governador apoia seu cunhado Goianyr Barbosa para prefeito. No entanto, um candidato da oposição, anteriormente sem partido, foi filiado a uma legenda da base do governo, com o apoio dos aliados de Wanderlei na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados, criando um palanque para a oposição.

Esse cenário reflete uma dinâmica de "cada um por si", onde os interesses individuais prevalecem sobre a coesão política em torno do governador. Isso aponta para uma situação em que, após o resultado das urnas em 7 de outubro, o Palácio Araguaia poderá se encontrar ainda mais enfraquecido politicamente. Curiosamente, essa fragilidade não vem de uma oposição externa, que até então permaneceu adormecida, mas sim de dentro da própria base de apoio ao governador. Muitos desses aliados desfrutam das bênçãos do governo, com cargos de direção e contratos em diversos municípios, mas seguem os seus interesses pessoais.

Embora ocupem cargos estratégicas no governo, esses apadrinhados parecem mais comprometidos com suas alianças políticas do que com administração estadual. Em vez de apoiar os candidatos do Palácio Araguaia, eles seguem as orientações de seus padrinhos, a maioria deles detentores de mandatos na Assembleia Legislativa e no Congresso Nacional. Isso cria um ambiente de deslealdade que enfraquece a política de base do governador Wanderlei Barbosa.

"Ressuscitando das cinzas"

A oposição no Tocantins está ressurgindo, com muitos comparando esse movimento a uma "ressurreição das cinzas". O excesso de liberdade e abertura política adotada pelo governador Wanderlei Barbosa, em uma tentativa de promover irmandade e unidade, não foi compreendido por grande parte de seus aliados. Esse ambiente de flexibilidade acabou enfraquecendo a coesão dentro da base governamental.

Agora, o governador enfrenta a necessidade de tomar uma posição política mais firme, especialmente com a aproximação do dia 7 de outubro, quando as urnas municipais definirão o futuro do estado. Nos bastidores, já circularam informações de que alguns de seus aliados estão prestes a "pular do barco" e migrando para o palanque de Eduardo Siqueira, candidato a prefeito de Palmas. Segundo fontes políticas, há promessas de que um segundo turno na capital seja inevitável, o que poderá aumentar ainda mais a pressão sobre o Palácio Araguaia e a liderança de Wanderlei Barbosa.

Palmas: a disputa vital para o Palácio Araguaia

As eleições municipais em Palmas se tornaram a última chance do Palácio Araguaia se fortalecer para 2026. Com o governador Wanderlei Barbosa apoiando a candidatura de Janad Valcari, a vitória no próximo dia 6 de outubro é fundamental. Nos últimos dias de campanha, a estratégia é mobilizar todos os escalões do governo, incentivando a participação ativa nas ruas, periferias e em contato direto com os eleitores para garantir votos. Um segundo turno, com Eduardo Siqueira, seria um grande desafio.

Com apenas 11 dias até a votação, o foco do governo é total. A mobilização precisa incluir auxiliares de todos os escalões, nas ruas, bares e periferias, buscando votos para Janad. “Se houver um segundo turno, é quase impossível vencer Eduardo Siqueira”, afirmam analistas políticos. A decisão agora se dará no olho no olho, no contato direto com o eleitor.

Um novo tabuleiro sucessório em 2026

Independentemente do resultado de 6 de outubro, o panorama eleitoral de 2026 já começa a tomar forma. As eleições legislativas estão delineando as forças e fraquezas do atual governo e seus aliados, e é inegável que um novo tabuleiro sucessório se configure no horizonte político do Tocantins.

Wanderlei Barbosa: um homem de respeito

Apesar do cenário político, o governador Wanderlei Barbosa tem se comportado de maneira respeitosa durante o processo eleitoral. Em nenhum momento utilizou máquina pública para beneficiar os candidatos apoiados pelo Palácio Araguaia. Ele tem mostrado lealdade aos seus companheiros, participando de passeios e caminhadas. O governador Wanderlei Barbosa não deixou seus aliados de lado, mesmo com as dificuldades que enfrentam em seus municípios. Ele esteve presente, apoiando, e isso mostra o caráter e a gratidão que tem por aqueles que o ajudaram a ser reeleito.

Essa postura louvável é uma marca do homem público e do cidadão Wanderlei Barbosa, que acredita na importância da gratidão e do respeito nas relações políticas. No entanto, é evidente que, para manter a governabilidade e se preparar para 2026, o governador precisará tomar medidas mais firmes para garantir a fidelidade de sua base e reorganizar sua estratégia política.

O futuro do Palácio Araguaia: resistir ou renovar?

Com os resultados das urnas se aproximando, resta ao Palácio Araguaia, e ao governador Wanderlei Barbosa, lutar pela vitória em Palmas e reorganizar sua base para os desafios que virão em 2026. A possibilidade de um segundo turno na capital traz incertezas, mas também oferece uma última oportunidade para o governo reafirmar sua força política. A fragilidade atual não veio de fora, mas de dentro, e o futuro político de Wanderlei Barbosa dependerá de sua capacidade de unir seus aliados e fortalecer sua liderança frente aos desafios que surgem.

Ministro diz que governo investiga se retorno da rede foi intencional ou decorrente de problema técnico

Da Agência Brasil

O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, disse nesta terça-feira (24) que a volta temporária da rede social X no Brasil, em 18 de setembro, está sob investigação para saber se o retorno foi intencional ou decorrente de problema técnico.

Segundo ele, em caso de descumprimento deliberado da decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, que ordenou o bloqueio da plataforma, a pasta pode entrar com processo para suspender a permissão de operação da empresa Starlink no Brasil, empresa provedora de internet de alta velocidade via satélites de propriedade do bilionário Elon Musk, dono também da plataforma X.

“Estamos apurando se foi algo que foi provocado por eles [da rede X] ou se foi alguma falha técnica para poder ter certeza nos encaminhamentos a serem tomados [pelo Ministério das Comunicações]”, afirmou.

“Dependendo da apuração, se tiver qualquer afronta em torno do não cumprimento de uma decisão judicial, da não obediência à legislação brasileira, as providências necessárias serão tomadas. Uma delas é, inclusive, é a abertura de um processo de cassação de outorga”, completou o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, em entrevista coletiva à imprensa após lançamento do programa Acessa Crédito Telecom, para incentivar ampliação da infraestrutura de banda larga fixa no país.

Suspensão

A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) notificou, no dia 30 de agosto, todas as operadoras de internet do país para cumprirem a decisão de Moraes, que foi respaldada pela 1ª Turma da Suprema Corte.

Na noite de 18 de setembro, Alexandre de Moraes determinou que a rede social X suspendesse imediatamente o uso de novos acessos pelos servidores de internet CDN, Cloudflare, Fastly e Edgeuno e outros semelhantes, criados para burlar a decisão judicial de bloqueio da plataforma em território nacional, sob pena de aplicação de multa diária de R$ 5 milhões ao X Brasil e ao Twitter (antigo X).

Juscelino Filho destacou que a plataforma voltou a cumprir o bloqueio. “Nós estamos acompanhando o caso e vamos estar sempre seguindo a legislação brasileira e cumprindo as decisões judiciais que são cabíveis no caso.”

Levantamento do Banco Central mostra que mais de 5 milhões de pessoas que recebem o programa já fizeram apostas com uso de Pix

Por Lis Cappi, Márcia Lorenzatto

Beneficiários do programa Bolsa Família gastaram R$ 3 bilhões com empresas de apostas no mês de agosto de 2024. Os valores foram empregados por cinco milhões de pessoas nas chamadas “bets”, de acordo com levantamento do Banco Central (BC) divulgado nesta terça-feira (24).

Pela análise do BC, cada pessoa gastou em média R$ 100, em transferências feitas pela modalidade Pix. O levantamento ainda mostra que a grande maioria dos apostadores foram os próprios beneficiários do programa - 70% dos chefes de família.

O Banco Central ainda destaca que em comparação com outros levantamentos, as famílias de baixa renda são apontadas como as mais prejudicadas em apostas esportivas.

A avaliação recente foi feita a pedido do senador Omar Aziz (PSD-AM), que é contrário ao funcionamento de sites de apostas no país.

Pela manhã, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse que a informação levantada pela autarquia é preocupante e tem pesado em dívidas familiares.

Influenciadores e bets

As polêmicas envolvendo apostas on-line alcançaram recentemente famosos e influenciadores digitais. Deolane Bezerra ficou presa por 20 dias pela suspeita de envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro em jogos eletrônicos.

O envolvimento com empresas apostas também foi associado ao sertanejo Gusttavo Lima, que chegou a ter um mandato de prisão emitido, mas o pedido foi revogado.

Em longa entrevista, gestor detalha planos para os próximos quatro anos e rebate inverdades de adversário; veja

Da Assessoria

Prefeito de Porto Nacional e candidato à reeleição, Ronivon Maciel (União Brasil) reafirmou que, nos próximos quatro anos, todas as ruas da cidade estarão asfaltadas. Durante essa sua primeira gestão, a prefeitura pavimentou ou recapeou mais de 400 ruas e avenidas do município, atingindo pelo menos 120 quilômetros. Além disso, até o final do ano outros 12 quilômetros já estão licitados.

“Isso a gente faz com o apoio dos nossos congressistas, dos convênios e dos empréstimos. Captamos quase R$ 300 milhões o que garantiu investimentos para melhorar a qualidade de vida da população. Quando a gente investe em infraestrutura, beneficia toda a população”, ressaltou o prefeito durante entrevista ao jornalista Moacir Caetano, da TVN (Televisão Nacional).

Sobre o futuro, Ronivon foi claro. “O compromisso que estou fazendo com vocês é que Porto Nacional será 100% asfaltada, inclusive o Imperial. Sei que o Imperial é grande, mas o prefeito é gigante para resolver isso”, frisou, ao destacar que na primeira administração problemas de 60 anos, como a drenagem no Jardim Brasília, foram resolvidos.

Durante a entrevista, o prefeito ainda falou da geração de empregos em Porto Nacional – 2,6 mil postos de trabalho formais -, investimentos na juventude, melhorias na educação, na saúde e rebateu inverdades do principal adversário.

Confira a entrevista na íntegra aqui: https://www.youtube.com/watch?v=W2iktcMnNds

O titular da 19ª Promotoria de Justiça da Capital, promotor de Justiça Thiago Ribeiro Franco Vilela, realizou nesta segunda-feira, 23, vistoria no Laboratório Municipal, após receber denúncias de falta de reagentes, que estaria causando atrasos na realização de exames laboratoriais no município de Palmas

Da Assessoria

O promotor visitou os espaços do Laboratório, na 108 Norte, na Capital tocantinense, constatando equipamentos e espaços sem funcionamento devido à ausência de reagentes. De acordo com informações do presidente do Conselho Municipal de Saúde, Antônio Saraiva, que também acompanhou a vistoria, constantemente a população deixa de realizar os exames por conta da ausência de diversos insumos e também por atraso no pagamento de fornecedores.

Segundo ele, é frequente que apenas alguns exames sejam feitos no local e o paciente é encaminhado para concluir seus exames em laboratórios particulares conveniados com o Município. O problema, denuncia Saraiva, é que os laboratórios pararam de fazer o atendimento pelo SUS por falta de pagamento pela prefeitura. Em um dos laboratórios, constata-se a demora de até três meses para entrega do resultado dos exames, segundo apurado na visita ao local.

Laboratórios paralisados

A vistoria constatou um caso grave no laboratório de Imunologia e Hormônio, onde são feitos, por exemplo, testes de gravidez, exames de câncer de próstata (PSA), exames de tireoide e análise de hormônios sexuais masculino e feminino. A máquina está parada por falta de reagentes e a demanda que poderia ser ali atendida acaba sendo terceirizada, gerando custos para o SUS.

A situação se agrava com a paralisação dos laboratórios terceirizados, devido a atrasos no pagamento, conforme foi relatado ao promotor de Justiça. Outro espaço sem funcionamento por falta de insumo e de pessoal é o Laboratório de Microbiologia.

No laboratório de Hematologia, o promotor constatou que um moderno equipamento para realização de hemograma será devolvido ao prestador de serviço, por falta de pagamento, segundo as informações apuradas. A retirada do item está prevista para os próximos dias e o local passará a contar apenas com um outro equipamento, de tecnologia inferior, que demandará muito mais uso de mão de obra. Muitas dessas tarefas hoje são feitas pelo aparelho mais moderno. Com apenas uma máquina, o local fica sem uma opção de backup. Se acontecer algum problema, esse tipo de serviço será interrompido no local.

Infraestrutura inadequada

A vistoria constatou que o espaço, de propriedade de uma universidade privada, é usado pela prefeitura com adaptações e não atende a diversos requisitos para laboratórios daquela espécie. Normas legais determinam, por exemplo, o espaçamento necessário para circulação e distanciamento mínimo entre equipamentos e bancadas. Isso garantiria maior segurança para os trabalhadores do local, que manipulam materiais perigosos, como sangues contaminados com HIV, hepatite e outras doenças graves.

Cobrança de solução

Será agendada para os próximos dias uma audiência administrativa com a Secretaria de Saúde de Palmas para que sejam apresentadas soluções para a situação. “A população merece ter um bom atendimento de saúde e cabe ao Ministério Público fiscalizar e cobrar a correta prestação de serviço à população”, comenta o promotor Thiago Vilela.