A dez dias do início das convenções partidárias, o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dão suas últimas cartadas para atrair novos apoios e unificar palanques nos estados.

 

POR JOÃO PEDRO PITOMBO

 

Levantamento do jornal Folha de S.Paulo aponta que Bolsonaro já tem palanques definidos em 21 estados, sendo que haverá palanque duplo em 5 deles e tripla candidatura ao governo em Santa Catarina. Ainda há negociações em curso para unificação e palanques em 5 estados e no Distrito Federal.

Já o ex-presidente Lula encaminhou seus palanques em 19 estados e no DF, com palanques duplos em 4 deles. Agora, atua na costura para unificar candidaturas aliadas a governos de outros 8 estados.

 

As principais pendências de Bolsonaro estão no Paraná e em Minas Gerais, onde ele se desdobra para unir os governadores que disputam a reeleição e o núcleo duro do bolsonarismo nos estados.

 

Bolsonaro se encontrou na última semana em Brasília com o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). Mas não houve acordo, e o presidente reforçou a pré-candidatura do senador Carlos Viana (PL) ao governo mineiro. Ambos participam juntos de um ato em Uberlândia neste sábado (8).

 

Para aderir a Zema, o presidente quer o ex-ministro Marcelo Álvaro Antônio como candidato ao Senado na chapa do governador, mas este prefere o deputado federal Marcelo Aro (PP).

 

A união de Bolsonaro e Zema, com a retirada da candidatura de Viana, aumentaria as chances de vitória do governador ainda no primeiro turno. De acordo com pesquisa Datafolha, Zema tem 48% das intenções de voto, contra 21% de Alexandre Kalil (PSD) e 4% de Viana.

 

Um acordo ainda não está 100% descartado, mas se tornou uma possibilidade mais remota depois das conversas desta semana.

 

O cenário é semelhante no Paraná. O governador e candidato à reeleição Ratinho Júnior (PSD) é alinhado a Bolsonaro, mas o PL lançou o deputado federal Filipe Barros ao governo.

 

A expectativa, contudo, é de um alinhamento com o governador até as convenções partidárias. Dois nomes disputam a vaga na chapa para o Senado: o deputado federal Paulo Martins (PL) e o senador Álvaro Dias (Podemos).

 

A segunda alternativa é considerada mais competitiva em caso de candidatura ao Senado do ex-juiz Sergio Moro (União Brasil). Apesar de não ser alinhado ao bolsonarismo raiz, Dias é considerado um nome mais competitivo para tentar derrotar o ex-ministro e desafeto de Bolsonaro.

 

Paulo Martins, contudo, diz que segue no jogo. Na quinta-feira (7), ele se reuniu com Bolsonaro em Brasília e publicou em suas redes sociais uma mensagem na qual critica quem planta fake news para desestabilizar sua pré-candidatura ao Senado.

 

Filipe Barros, por sua vez, afirmou em junho que vai aguardar o prazo final das convenções partidárias para se manifestar sobre sua candidatura ao governo: "Reafirmo que sou um soldado do presidente Bolsonaro", disse.

 

O Ceará é outro estado que está na mesa de negociações. O deputado federal Capitão Wagner (União Brasil) tem a simpatia do presidente, mas busca desnacionalizar a disputa e evita se apresentar como o "candidato de Bolsonaro".

 

No Distrito Federal, o governador e pré-candidato à reeleição Ibaneis Rocha (MDB) tem indicado apoio a Bolsonaro, mas não teve reciprocidade.

 

O PL se movimenta para lançar o ex-governador José Roberto Arruda, pivô do escândalo do mensalão do DEM. Ele tem afirmado em conversas reservadas que deseja disputar a eleição ao governo e liderar o palanque de Bolsonaro.

 

O presidente ainda deve definir palanques em estados do Nordeste. Com a retirada da pré-candidatura ao governo de Josimar de Maranhãozinho, o PL do Maranhão aderiu ao senador Weverton Rocha (PDT). O pedetista, contudo, tem indicado apoio a Lula na corrida pelo Planalto.

 

A única candidatura no estado 100% alinhada a Bolsonaro é a de Lahesio Bonfim (PSC), ex-prefeito de São Pedro dos Crentes. Mas o candidato não terá o apoio dos principais bolsonaristas do estado, caso do senador Roberto Rocha (PTB).

 

No Rio Grande do Norte, aliados de Bolsonaro, como o ex-ministro Rogério Marinho (PL), abraçaram a candidatura ao governo de Fábio Dantas, vice-governador do estado de 2015 a 2018. Dantas, contudo, tem indicado que não deseja ficar restrito ao bolsonarismo e trabalha para ampliar seu palanque.

 

Lula também intensificou as negociações na reta final antes das convenções para ampliar sua base de apoio em estados como Pará, Amazonas e Mato Grosso.

 

O petista deve visitar Belém até o final do mês para selar a aliança com o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), que concorre à reeleição e já tem o apoio do PT no estado.

 

"O governador Helder vai estar campanha de Lula junto com deputados, prefeitos e lideranças. A base aliada do governador está majoritariamente com Lula", afirma o deputado federal Beto faro (PT), pré-candidato ao Senado.

 

Helder Barbalho tem uma base aliada ampla que inclui também o PSDB, além de partidos da base de Bolsonaro como o PP. Mas a tendência é que se repita o alinhamento que em 2018 fez do Pará o único estado fora do Nordeste em que Fernando Haddad (PT) superou Bolsonaro.

 

Lula também deve ir a Manaus para definir o seu palanque no Amazonas, estado onde o PT decidiu que não terá candidato próprio. Há conversas para apoiar o senador Eduardo Braga (MDB) ao governo e o senador Omar Aziz (PSD), que presidiu a CPI da Covid, para a reeleição ao Senado.

 

Em Mato Grosso, Lula prepara uma de suas jogadas mais ousadas para trazer para perto de si uma parcela importante dos representantes do agronegócio: uma aliança com o PP para apoiar o deputado federal Neri Geller ao Senado.

 

Geller, que é empresário e produtor rural, deve liderar o palanque de Lula em um estado com economia ancorada na agropecuária e viés bolsonarista.

 

"Eu estou conversando com as lideranças do PT e encaminhando uma aliança no estado. Sempre fui um parlamentar de diálogo, converso com a direita, com a esquerda e com o centro. Não teria dificuldade em caminhar junto", afirmou o deputado à reportagem.

 

A aliança com os petistas tem o aval do comando nacional do PP e passa pelo ex-governador e produtor rural Blairo Maggi (PP), que é amigo de Geller e tem um histórico de boa relação com Lula.

 

Em estados como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraíba, Espírito Santo e Acre, Lula deve se debruçar na tentativa de unificação de palanques com o PSB.

 

Depois da consolidação da aliança em São Paulo, o Espírito Santo se tornou o estado mais próximo de um consenso. O governador Renato Casagrande (PSB) e o senador Fabiano Contarato (PT) se reuniram nesta semana com os dirigentes nacionais dos partidos e se aproximaram de um acordo.

 

As conversas também se encaminham no Acre, onde o ex-governador Jorge Viana (PT) tende a ser candidato ao Senado, e o deputado estadual Jenilson Leite (PSB), candidato ao governo. Caso a aliança se concretize, será a primeira vez que o PT não concorrerá ao governo do Acre desde 1982.

 

"Estamos trabalhando para reverter o resultado ruim de 2018 e dar uma boa votação a Lula, que tem um histórico de muito trabalho pelo Acre. Não há problema entre nós, quem tem problema é o grupo do governador, que está todo dividido", diz Viana.

 

Nos demais estados, o impasse permanece. Em Santa Catarina, um dos principais redutos bolsonaristas do país, PT e PSB tiveram uma nova rodada de negociações sem resultados.

 

O senador Dario Berger (PSB), que veio do MDB e é um dos neolulistas no estado, quer liderar como candidato ao governo a aliança de partidos de esquerda que inclui o PSOL e o PDT. Mas enfrenta a concorrência interna do ex-deputado federal Décio Lima (PT).

 

"O objetivo é sempre tentar construir a unidade, mas até agora não conseguimos êxito. Não é fácil, mas cada dia com sua agonia", afirma Dário Berger.

 

A Paraíba é o principal impasse a ser resolvido entre estados do Nordeste e caminha para um palanque duplo para Lula, com as candidaturas do governador João Azevêdo (PSB) e do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB), que tem o apoio do PT.

 

Posted On Segunda, 11 Julho 2022 13:26 Escrito por

Dorinha destinou cerca de R$ 60 milhões para a Região Sudeste do Tocantins, sendo R$ 4 milhões para a cidade de Novo Alegre

 

Da Assessoria

 

A pré-candidata ao Senado Professora Dorinha (UB/TO) prestigiou, nesse sábado, 9, a XXVI Vaquejada de Novo Alegre, na região Sudeste do Tocantins. Acompanhada do senador Eduardo Gomes, esta foi a primeira agenda de Dorinha após se licenciar da Câmara dos Deputados para dedicação exclusiva à pré-campanha.

 

Dorinha foi recepcionada pelo prefeito Fernando Pereira e líderes da cidade. A vaquejada de Novo Alegre é uma das festas mais movimentadas da região, recebendo mais de 5 mil pessoas por dia.

 

“Estamos felizes com a realização deste evento que estava fazendo muita falta para nossa população e economia. Estamos em festa e muito nos alegra a participação de todas as autoridades e líderes presentes. Agradeço a Professora Dorinha, amiga querida de nossa região, que sempre trouxe recursos importantes para nossa região”, enfatizou o prefeito de Novo Alegre, Fernando Pereira.

 

 

Dorinha destinou mais de R$ 60 milhões para a Região Sudeste do Tocantins. 21 municípios compõem a região. A área mais beneficiada foi a saúde. As áreas de infraestrutura e revitalização também foram o destino de várias emendas e recursos extras articulados pela deputada. Os municípios também foram contemplados com emendas para aquisição de equipamentos. Novo Alegre já recebeu R$ 4 milhões em emendas destinadas pela pré-candidata.

 

“É muito gratificante ver a população reunida em festa. Passamos por momentos tão difíceis. Chegar aqui hoje e poder celebrar juntos é a esperança de que tudo isso está definitivamente passando. Para região sudeste, destinei cerca de R$ 60 milhões em emendas. Aqui para Novo Alegre foram R$ 4 milhões. Podem continuar contando com meu trabalho. Quero trazer muito mais”, disse Dorinha. 

 

Posted On Segunda, 11 Julho 2022 11:28 Escrito por

 

Há fatos políticos que não podem ser contestados, nem “varridos para debaixo do tapete”.  A festa do ex-governador Mauro Carlesse, em Gurupi, para o lançamento de sua candidatura ao Senado Federal, contou com milhares de simpatizantes, correligionários e seguidores de Gurupi, da região Sudeste e diversos outros municípios do interior, inclusive com vereadores de Araguaína e Palmas.

 

Por Edson Rodrigues

 

O evento foi uma surpresa para a sociedade de todo o Estado, pois ainda está na memória recente de todos as imagens de agentes da Polícia Federal acompanhados de um ministro do STJ, em plena Palmas, em uma ação que afastou o então governador, Mauro Carlesse, por suspeitas de corrupção, o que resultou no seu afastamento definitivo e na posse do vice-governador, Wanderlei Barbosa, que nada tinha a ver com o “peixe”.

 

Os principais veículos de comunicação do Brasil noticiaram o fato, estampando em manchetes negativas para o Tocantins o fato de mais um governador tocantinense não conseguir completar seu mandato.

 

OUTRO LADO

 

Pois, não dá para “varrer para baixo do tapete” o fato de que Carlesse só renunciou ao cargo de governador para se livrar do processo de impeachment que corria na Assembleia Legislativa, numa jogada pensada por sua assessoria jurídica, já que, caso o processo fosse à frente, certamente resultaria no afastamento e na perda dos direitos políticos.

 

Assim como não dá para dar o mesmo destino às boas ações de Carlesse como governador.  Foi em sua gestão que houve uma grande reforma na estrutura governamental, com a extinção e fusão de vários órgãos e a exoneração de milhares de servidores comissionados ou com contratos temporários, um ato de muita coragem para um gestor público que permitiu organizar as finanças e reenquadrar o Tocantins à Lei de Responsabilidade Fiscal.  Isso tudo com total apoio da Assembleia Legislativa.

 

Foi esse movimento que permitiu ao Tocantins voltar a celebrar convênios e receber recursos do governo federal que permitiram as grandes obras que se iniciaram no governo de Carlesse, como a nova ponte sobre o Rio Tocantins em Porto Nacional.

 

INSEGURANÇA JURÍDICA?

Mas, pensando pelo lado do eleitor, após tudo o que aconteceu envolvendo o ex-governador Mauro Carlesse, saber que ele “está” pré-candidato ao Senado, poder gerar uma certa insegurança jurídica: Carlesse poderá, mesmo, ser senador, caso se eleja?

 

O Observatório Político de O Paralelo 13 consultou diversos juristas que sempre estão colaborando com nosso trabalho, para tentar sanar essa grande dúvida.

 

Uns acham que Mauro Carlesse está inevitavelmente inelegível e não conseguirá registrar sua candidatura junto ao TRE, e caso consiga, será apenas por meio de liminar, e deram como exemplo as situações do ex-prefeito de Palmas, Raul Filho, que teve sua candidatura impugnada no momento do registro, quando era o líder nas pesquisas de intenção de voto, acabou sendo o menos votado e nem ele próprio pôde votar nele.  Outro exemplo foi o do ex-governador Marcelo Miranda, que foi candidato ao Senado, foi o mais votado e acabou impedido de ser diplomado por determinação do Plenários do Superior Tribunal Eleitoral.

 

Já outra parte dos juristas acha que Carlesse conseguiu manter seus direitos políticos e realizará o registro de sua candidatura sem problemas, citando que, no último dia seis encerrou o prazo para as contestações na Justiça Eleitoral para que partidos ou o próprio Ministério Público Estadual ou Federal impeçam alguém de se candidatar. E, pelo que se sabe, ninguém o faz contra Mauro Carlesse.

É por isso que o Observatório Político de O Paralelo 13 resolveu trazer esse assunto à pauta, pois a insegurança jurídica pode atrapalhar todo um processo eleitoral e essa questão envolvendo o ex-governador Mauro Carlesse precisa ser lembrada, exposta e debatida, afinal, Carlesse tem seus eleitores cativos, tem sua força e seu patrimônio eleitorais, como se viu no evento de lançamento da sua candidatura ao Senado, em Gurupi.

 

Ou seja, há muitos eleitores que desejam votar em Mauro Carlesse para o Senado, mas, para isso, eles precisam ter a garantia de que não perderão seus votos, como aconteceu na eleição de Marcelo Miranda ao Senado, em que os 340 mil votos que recebeu não valeram de nada, ficando com a vaga o terceiro colocado.

 

Então, aros eleitores, sugerimos que cada um de vocês analise bem, se mantenha informado e só formule seu voto quando tiver certeza de que o seu escolhido estará, mesmo apto a assumir.  E tenha um “plano B”, caso o seu candidato acabe impedido de participar do pleito.

 

Fica a dica!

 

Posted On Segunda, 11 Julho 2022 07:23 Escrito por

O presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifestou, na noite deste domingo, a respeito do guarda municipal Marcelo Arruda, militante petista morto a tiros ao comemorar seu aniversário com uma festa de aniversário com o tema do PT, em Foz do Iguaçu. No Twitter, Bolsonaro pediu para que, “independente das apurações”, os seus eleitores que apoiarem “quem pratica violência contra opositores mude de lado e apoie a esquerda”.

 

Por Camila Zarur

 

Na mensagem, o presidente condenou o caso, mas culpou a esquerda por incentivar a violência.

Arruda foi morto após o agente penal Jorge José, simpatizante de Bolsonaro, ter interrompido a festa de aniversário do petista e atirar contra ele. O caso aconteceu na madrugada deste domingo. O guarda municipal reagiu ao ataque e atirou contra José, que, segundo a Polícia Civil do Paraná, está no hospital sob custódia.

 

“Independente das apurações, republico essa mensagem de 2018: Dispensamos qualquer tipo de apoio de quem pratica violência contra opositores. A esse tipo de gente, peço que por coerência mude de lado e apoie a esquerda, que acumula um histórico inegável de episódios violentos”, escreveu Bolsonaro, que completou: “É o lado de lá que dá facada, que cospe, que destrói patrimônio, que solta rojão em cinegrafista, que protege terroristas internacionais, que desumaniza pessoas com rótulos e pede fogo nelas, que invade fazendas e mata animais, que empurra um senhor num caminhão em movimento”.

 

No texto que divulgou nas redes sociais, o presidente afirmou que são esses casos que incentivam a violência, e não “força de expressão” mal utilizada. Em ocasiões passadas, Bolsonaro já fez declarações que também incentivavam o discurso de ódio, como quando disse que ia “fuzilar a petralhada”, em um evento de campanha em 2018. Ele, depois, se justificou dizendo que havia sido mal interpretado.

 

“Falar que não são esses e muitos outros atos violentos, mas frases descontextualizadas que incentivam a violência é atentar contra a inteligência das pessoas. Nem a pior, nem a mais mal utilizada força de expressão, será mais grave do que fatos concretos e recorrentes”, escreveu.

 

Por fim, Bolsonaro pediu que as autoridades investiguem o caso e tomem as providências cabíveis:

 

“Que as autoridades apurem seriamente o ocorrido e tomem todas as providências cabíveis, assim como contra caluniadores que agem como urubus para tentar nos prejudicar 24 horas por dia”.

 

O senador Flavio Bolsonaro (PL-RJ), filho do presidente e coordenador da campanha do pai, também condenou o caso e atacou a esquerda ao comentar o assassinato do guarda municipal. O parlamentar compartilhou um vídeo em que Lula agradece, durante um evento de pré-campanha neste fim de semana, ao ex-vereador do PT Manoel Eduardo Marinho, o Maninho do PT, preso após agredir um empresário em abril de 2018.

 

"Repudio o atentado contra a vida do guarda municipal de Foz do Iguaçu. Um ato isolado e irresponsável, que absolutamente nada tem a ver com as pautas que defendemos para o Brasil. Não somos assim, não precisamos de mais “Adélios”, não podemos e não vamos nos igualar à esquerda", escreveu Flavio, fazendo referência ao autor da facada contra Bolsonaro, na campanha de 2018.

 

O líder de governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), também condenou o assassinato de Arruda. Ao GLOBO, o deputado classificou o caso como "lamentável".

 

 

 

 

Posted On Segunda, 11 Julho 2022 07:00 Escrito por

Boletim de ocorrência cita que autor dos disparos era policial penal federal e chegou no local gritando "Aqui é Bolsonaro!". Secretário de Segurança Pública fala em 'intolerância política'.

 

Com G1

 

O guarda municipal e tesoureiro do PT Marcelo Aloizio de Arruda, de 50 anos, morreu na madrugada deste domingo (10) após ser baleado na própria festa de aniversário, em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná.

 

O servidor chegou a ser levado ao Hospital Municipal, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. Ele deixa a esposa e quatro filhos.

 

A Polícia Civil informou que o homem que atirou contra Marcelo Arruda é o policial penal federal Jorge Jose da Rocha Guaranho. Ao ser atingido por Guaranho, Marcelo Arruda, que estava armado, revidou e atingiu o policial.

 

A Secretaria da Segurança Pública do Paraná informou na tarde deste domingo (10) que o policial penal federal bolsonarista José da Rocha Guaranho, que matou o petista Marcelo Arruda na noite de sábado (9) em Foz do Iguaçu (PR), permanece internado.

 

Até a última atualização desta reportagem, não havia uma informação precisa sobre o estado de saúde de Guaranho. A Polícia Civil chegou a informar que ele morreu, mas, mais tarde, afirmou que não era possível confirmar a morte. O Hospital Municipal de Foz do Iguaçu, para onde Guaranho foi levado, também não confirma a informação.

 
Guaranho se identifica em redes sociais como apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL). O boletim de ocorrência do caso cita que ele chegou ao local gritando "aqui é Bolsonaro!". Leia detalhes mais abaixo. De acordo com a Polícia Civil, tratou-se uma discussão em uma festa de aniversário e mais detalhes serão divulgados em entrevista coletiva na tarde deste domingo (10). O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios.

 

À RPC, o secretário de Segurança Pública de Foz do Iguaçu, Marcos Antonio Jahnke, lamentou a morte e afirmou que a Polícia Civil investigará as motivações do crime.

 

"Pelo que a gente percebeu, foi uma intolerância política", disse o secretário.

A Prefeitura de Foz do Iguaçu disse, em nota, que Marcelo Arruda era da primeira turma da Guarda Municipal e estava na corporação há 28 anos. O guarda também era diretor do Sindicato dos Servidores Municipais de Foz do Iguaçu (Sismufi).

 

"Agradecemos ao Marcelo Arruda por toda a sua dedicação e comprometimento com o Município, o qual nestes 28 anos de funcionalismo público defendeu bravamente, tanto atuando na segurança como na defesa dos servidores municipais. Desejamos à família, aos amigos e colegas de Marcelo força neste momento de dor", afirmou o prefeito Chico Brasileiro.

 

Festa de aniversário temática

A festa de aniversário comemorava os 50 anos de Marcelo Arruda e tinha como tema o Partido dos Trabalhadores e o ex-presidente Lula. A comemoração era realizada na sede da Associação Esportiva Saúde Física Itaipu, na Vila A.

 

O boletim de ocorrência informa que Guaranho chegou no local de carro e que no veículo estavam também uma mulher e um bebê. Segundo o documento, ele desceu do carro, armado, gritando: "Aqui é Bolsonaro!". De acordo com o boletim, o policial penal não era conhecido de ninguém na festa nem foi convidado.

 

O documento cita que o policial deixou o local após aparecer pela primeira vez, mas voltou cerca de vinte minutos depois, sozinho e armado. Guaranho atirou duas vezes contra o guarda municipal, que revidou e baleou o policial penal.

 

Em nota, o PT do Paraná lamentou a morte do tesoureiro e disse que presta assistência à família da vítima e que acompanhará todas as investigações. "Um ataque contra a vida, um ataque contra a liberdade de expressão, um ataque contra a democracia", disse o PT-PR.

 

O Partido dos Trabalhadores também se manifestou e, em nota, reconheceu neste domingo a atuação de Arruda. Em 2020, o guarda municipal foi candidato a vice-prefeito de Foz do Iguaçu pela sigla.

 

"Cobramos das autoridades de segurança pública medidas efetivas de prevenção e combate à violência política, e alertamos ao Tribunal Superior Eleitoral e ao Supremo Tribunal Federal para que coíbam firmemente toda e qualquer situação que alimente um clima de disputa violenta fora dos marcos da democracia e da civilidade. Iniciativas nesse sentido foram devidamente apontadas pelo PT em várias oportunidades, junto ao Congresso Nacional, o Ministério Público e o Poder Judiciário", disse o partido.

 

Posted On Segunda, 11 Julho 2022 06:54 Escrito por