Costa Neto comemora crescimento do PL e diz que é preciso ser 'fiel' a Bolsonaro
Por Iander Porcella
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou nesta terça-feira, 15, que o partido precisa ser "fiel" ao presidente Jair Bolsonaro. O dirigente participou de um ato político, em Brasília, organizado para celebrar a filiação da deputada Carla Zambelli (SP) e lançar uma frente parlamentar intitulada "Lealdade Acima de Tudo", formada por apoiadores de Bolsonaro que vão disputar uma vaga ou a reeleição na Câmara.
"Eu fico pensando na sorte que nós tivemos de poder recebê-lo (Bolsonaro) no nosso partido", disse Costa Neto, que é ex-deputado. "Mas eu nunca pensei que íamos chegar aonde nós estamos chegando, independente de qualquer coisa, porque o eleitor do Bolsonaro é fiel. E, aconteça o que acontecer, o resultado vai vir. É por isso que nós temos que ser fiéis ao Bolsonaro, fazer tudo o que ele pede, tudo o que ele precisa, para podermos retribuir o que ele fez por nós."
Em seu discurso, Costa Neto destacou que passou oito anos "brigando" com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC), entre 1995 a 2002, mas depois se aliou a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que governou entre 2003 e 2010. Disse que a aliança fez com que o partido crescesse antes de "levar uma trombada" e "ir para o buraco". Costa Neto chegou a ser preso no escândalo do mensalão.
Após dois anos sem partido e de se eleger com críticas às legendas que integram o Centrão no Congresso, Bolsonaro se filiou ao PL em novembro do ano passado. O lançamento da pré-candidatura do presidente ao segundo mandato está marcado para o próximo dia 26.
Na visão de Costa Neto, Bolsonaro vai crescer nas pesquisas de intenção de voto com as inserções da propaganda partidária e eleitoral na TV e com o efeito do Auxílio Brasil, programa social que substituiu o Bolsa Família. Atualmente, Bolsonaro aparece em segundo lugar, atrás de Lula.
A migração em massa de aliados de Bolsonaro para o PL tem provocado insatisfação em outros partidos, como o Republicanos, também integrante do Centrão e da base aliada do governo no Congresso. Em entrevista ao Estadão/Broadcast, no mês passado, o deputado Vinicius Carvalho (SP), novo líder da bancada do Republicanos na Câmara, disse que falta "lealdade" do Palácio do Planalto à legenda. A janela partidária, período em que os parlamentares podem trocar de sigla sem perder o mandato, começou no último dia 3 e vai até 1º de abril.
Nesta terça-feira, 15, também se filiaram ao PL os deputados Filipe Barros (PR), Major Fabiana (RJ), José Medeiros (MT), Paulo Bengtson (PA) e General Girão (RN), que vão concorrer à reeleição. Ingressaram no partido de Costa Neto, ainda, apoiadores de Bolsonaro, como o jogador de vôlei Maurício Souza (MG), que foi demitido no ano passado do Minas Tênis Clube após fazer comentários homofóbicos sobre uma HQ do Super-Homem, e o cantor de axé Netinho, que vai concorrer a uma vaga na Câmara pela Bahia.
"Leal com o nosso presidente. Leal com o Brasil", dizia uma das frases estampadas em cartazes no local. Bolsonaro não compareceu à cerimônia, mas mandou uma caneta usada por ele para a assinatura das filiações. Os ministros Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, e Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria da Presidência, representaram o governo.
De acordo com Zambelli, os candidatos da "frente parlamentar" terão o mesmo número na urna e uma unidade visual na campanha realizada nas redes sociais. "Todos aqui somos conhecidos por sermos leais ao presidente Bolsonaro, leais ao nosso Brasil, às nossas pautas, ao que a gente foi eleito para dizer e fazer", disse a deputada. "Com isso, acreditamos que todos nós estaremos mais fortes, não só para nos elegermos, mas para trazermos outras pessoas conosco, formando uma grande frente de parlamentares, a partir de 2023, que sejam leais ao presidente Bolsonaro."
No último sábado, 12, migraram para o PL os deputados Sóstenes Cavalcante (RJ); Coronel Chrisóstomo (RO); Cabo Junio Amaral (MG); Márcio Labre (RJ); Bibo Nunes (RS); Carlos Jordy (RJ); Loester Trutis (MS); Sanderson (RS), Daniel Freitas (RJ); Luiz Lima (RJ); Marcelo Álvaro Antônio (MG); Éder Mauro (PA) e Alberto Neto (AM). Quase todos os novos integrantes do partido de Bolsonaro estavam filiados ao União Brasil, sigla formada a partir da fusão entre DEM e PSL.
Presidente ainda afirmou que o governo vai evitar que novos reajustes sejam repassados para os consumidores
Com Terra Notícias
O presidente Jair Bolsonaro afirmou em entrevista à TV Ponta Negra, afiliada do SBT no Rio Grande do Norte, que espera um retorno da Petrobras para rever o mega-aumento dos combustíveis. Segundo ele, o preço cobrado hoje nas bombas é "impagável".
"O barril do petróleo chegou a 135 dólares na semana passada, agora já caiu e está em 100 dólares. A gente está esperando, inclusive, ter um retorno da Petrobras para rever esses preços que foram absurdamente majorados na semana passada", declarou o presidente.
A entrevista foi gravada nesta manhã no Palácio do Planalto, mas apenas um pequeno trecho foi divulgado. Ainda não há previsão de exibição da íntegra.
Mais cedo, em evento, o chefe do Executivo declarou que a Petrobras vai baixar o preço dos combustíveis "com certeza", em virtude da queda das cotações de petróleo no mercado internacional.
Bolsonaro ainda declarou na entrevista que o governo vai evitar que novos reajustes sejam repassados para os consumidores.
"Qualquer nova alta a gente vai, da nossa parte aqui, desencadear um processo para que esse reajuste não cheque na ponta da linha para o consumidor. É impagável o preço dos combustíveis no Brasil", disse o presidente. "E lamentavelmente a Petrobras não colabora com nada", acrescentou, em nova crítica à estatal.
Conselho Superior do MP de SP homologa acordo de R$ 12 mi com ex-CEO da Ecovias
Por Fausto Macedo
O Conselho Superior do Ministério Público de São Paulo homologou nesta terça-feira, 15, acordo de colaboração do ex-CEO do grupo Ecovias, Marcelino Rafart de Seras, com a Promotoria de Defesa do Patrimônio Público.
Em depoimento já prestado anteriormente aos promotores o executivo afirmou que "todas as licitações de concessões de rodovias no Estado de São Paulo entre 1998 e 1999 foram fraudadas".
Seras revelou que 12 grupos econômicos, inclusive a própria Ecovias, que administra o Sistema Anchieta-Imigrantes, formaram cartel para dividir o mercado das rodovias. Ele já apontou nomes de dezenas de políticos que abasteceram suas campanhas com recursos de caixa 2 e autoridades de diversos escalões que teriam recebido propinas.
O ex-presidente da Ecovias vai pagar R$ 12 milhões, segundo prevê o acordo, a título de indenização ao Tesouro. A reportagem entrou em contato com a defesa do executivo para comentar a negociação e aguarda resposta.
A decisão do Conselho Superior foi tomada por unanimidade. Inicialmente, os conselheiros homologaram definitivamente o acordo da Ecovias com a Promotoria. Por esse ajuste, a concessionária vai pagar R$ 638 milhões, dos quais R$ 450 milhões em obras e o restante depositado em dinheiro no caixa da Fazenda parceladamente em até oito anos.
O colegiado de cúpula do Ministério Público estadual já havia homologado o acordo da Ecovias, mas restaram "omissões". Na sessão desta terça-feira, 15, os conselheiros ajustaram esses pontos que haviam sido "excluídos", como, por exemplo, a obrigação da concessionária de construção do boulevard Anchieta, com dois quilômetros de extensão e três pistas, na altura do Sacomã, ponto histórico de estrangulamento da rodovia, na entrada de São Paulo.
Os valores a serem pagos pela Ecovias e por seu ex-CEO serão ainda corrigidos desde abril de 2020, quando os acordos foram firmados.
Com a homologação do Conselho, a Ecovias e seu executivo ficam livres do inquérito civil instaurado pela Promotoria que mira, agora, os outros grupos econômicos que fizeram "divisão de mercado" e quem se beneficiou de valores ilícitos do cartel.
Os promotores que investigam improbidade e corrupção agora vão à Justiça. O próximo passo é obter a homologação judicial. A partir dela, os promotores espreitam indenizações bilionárias em favor do Tesouro. Estima-se que apenas uma outra concessionária do cartel deverá ter que pagar pelo menos R$ 7 bilhões por sequência de prejuízos aos cofres públicos.
No âmbito criminal a investigação não deverá ter desdobramentos porque os beneficiários da fraude já foram alcançados pela prescrição penal - quando se esgota o prazo para punir um criminoso. Mas na esfera cível, quando a meta é o ressarcimento, o caminho está aberto.
O esquema das concessões caracterizou também improbidade administrativa, por meio de "atos dolosos", o que barra a prescrição nessa área.
O Estadão apurou que mais de 30 investigados serão ouvidos pela Promotoria nessa nova etapa, a partir da homologação do Conselho Superior.
As informações já reveladas por Marcelino Rafart de Seras, o "colaborador" da Ecovias - que na época tinha o nome de Primavi -, vão permitir aos promotores traçarem o mapa da investigação. Segundo ele, na época das licitações, os grupos econômicos "combinaram os valores entre si para pegar as concessões".
Ação faz parte do Programa de Impulsionamento da Indústria, Comércio e Serviços
Por Laiane Vilanova
Por meio do Programa de Impulsionamento da Indústria, Comércio e Serviços (PICS), o governador do Estado do Tocantins, Wanderlei Barbosa, assinou na manhã desta terça-feira, 15, convênio firmando parceria com a Prefeitura de Porto Nacional para a reestruturação do Distrito Agroindustrial do Município.
O recurso previsto na ordem de R$ 24 milhões é oriundo do Fundo de Desenvolvimento Econômico (FDE), administrado pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico do Estado (CDE), para execução em três anos. O Distrito do Parque Industrial de Porto Nacional conta com 502 lotes que totalizam uma área de 2.000.000 m².
O recurso previsto na ordem de R$ 24 milhões é oriundo do Fundo de Desenvolvimento Econômico (FDE)
Favorável à ação, o governador Wanderlei Barbosa destacou que a industrialização do Estado passa por esse tipo de ação. "Eu só posso dizer que estou industrializando o Estado, a partir do momento que eu estruturo os Parques Industriais. Eu não posso ter um parque em que os caminhos entram e a mercadoria é prejudicada pela poeira. Então, se nós temos a intenção de industrializar esse Estado, nós temos que entregar condições salubres de trabalho", informou.
A assinatura do convênio, há muito tempo esperada pelos gestores do município de Porto Nacional, foi comemorada. “Nós somos agradecidos por essa forma como o governador Wanderlei [Barbosa] tem atuado. Porto Nacional há muito tempo esperava essa reestruturação. É bom que agora iremos efetivar, nós nos sentimos honrados e frisamos que isso vai ajudar não só o município, mas também todo o Estado, pois vai gerar mais dividendos, vai gerar mais empregos”, comemorou o prefeito Ronivon Maciel.
Sobre o PICS
O Programa de Impulsionamento da Indústria, Comércio e Serviços (PICS) é uma iniciativa do Governo do Tocantins, que tem o objetivo de fomentar o desenvolvimento econômico do Tocantins de maneira descentralizada, investindo na recuperação da infraestrutura dos parques industriais, já instalados, e na implantação de novos parques, além de incentivar projetos de fortalecimento dos negócios em todo o Estado. O PICS foi lançado em janeiro deste ano.
Direto da Redação
Com informações de O Globo
Na disputa para a Presidência da República, além de alianças partidárias, os pré-candidatos tentam conquistar apoios em entidades ruralistas, de empresários e sindicatos. Na dianteira nas pesquisas eleitorais, o ex-presidente Lula (PT) atua para aglutinar as centrais sindicais. No último pleito parte delas apoiou Ciro Gomes (PDT), que pretende concorrer novamente. O petista, assim como o presidenciável do Podemos, Sérgio Moro, também busca dissidentes do presidente Jair Bolsonaro (PL) no agronegócio e em entidades patronais.
Na campanha de 2018, Bolsonaro recebeu apoios públicos da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) e do então presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf. Dirigentes da Fiemg e da Firjan — federações da indústria de Minas e do Rio — também manifestaram simpatia ao então candidato do PSL. Já o petista Fernando Haddad só reuniu as centrais sindicais na reta final; no primeiro turno, parte delas apoiou Ciro.
Além do histórico de Lula no movimento sindical, um dos fatores que tem facilitado a aglutinação hoje é a costura do petista para ter como vice Geraldo Alckmin. O ex-tucano já foi apoiado por entidades como a Força Sindical e a União Geral dos Trabalhadores (UGT), nascidas como contrapesos à Central Única dos Trabalhadores (CUT), historicamente ligada ao PT. O deputado Paulo Pereira da Silva, ex-presidente da Força, chegou a sugerir a filiação de Alckmin a seu partido, o Solidariedade.
Entenda, em reportagem exclusiva para assinantes, como os pré-candidatos à Presidência têm se movimentado para conquistar apoios em entidades ruralistas, de empresários e sindicatos. Veja o que reivindicam esses grupos e como os presidenciáveis tentam explorar brechas deixadas por seus adversários para ampliar suas alianças, jogo de forças que ocorre entre Lula e Bolsonaro no agronegócio, por exemplo.