Com Folha de São Paulo
A Refinaria de Mataripe, na Bahia, controlada pela Acelen, vai reduzir o preço da gasolina e do diesel a partir de amanhã, dia 2, em 10% e 10,5%, respectivamente. A queda de preços acontece após sucessivos aumentos desde janeiro.
O reajuste segue a queda do preço do petróleo no mercado internacional e do dólar em relação ao real. Antes da redução, os preços da Acelen para os dois combustíveis superava em cerca de 10% a paridade de importação (PPI) no porto de Aratu (BA), segundo levantamento da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).
Mais cedo, a Acelen havia reajustado para cima o querosene de aviação (QAV) em 19,3%.
Após um dia de incertezas, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), confirmou nesta quinta, 31, que renunciará ao cargo e disputará a presidência da República pelo partido
Por Anita Efraim
João Doria (PSDB) se despediu do governo do estado de São Paulo nesta quinta-feira (31). Após um dia de especulações, Doria concedeu uma coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes e manteve a pré-candidatura à presidência da República.
Com ares de lançamento de campanha, Doria foi saudado no 4º Seminário Municipalista pela plateia com gritos de "Brasil pra frente, Doria presidente". O secretário Marco Vinholi abriu o evento e disse que o governador é "o próximo presidente do Brasil". Foi apresentado um vídeo para apresentar os feitos de Doria, com foco especial na vacinação contra a covid-19. Entre os presentes, estavam 619 prefeitos do estado, entre os 645.
João Doria discursou no evento e elogiou a lealdade de Rodrigo Garcia. "Ele coordenou a nossa campanha, campanha vitoriosa, e cumpriu o papel de um governo que administrou a função pública com o mesmo ritmo, com o mesmo comportamento, com a mesma postura de uma empresa privada", afirmou Doria. "Ao longo destes 3 anos e 3 meses, São Paulo foi governada por dois governadores."
O tucano também homenageou Bruno Covas, que foi vice de Doria na prefeitura e herdou o cargo quando o tucano deixou o posto para concorrer ao governo estadual. "Ninguém imaginava que o Bruno partiria tão cedo, de forma tão triste", disse. Em seguida, Doria elogiou Ricardo Nunes (MDB), que assumiu a prefeitura depois de Covas.
Doria afirmou que se sente orgulhoso do trabalho à frente do estado, citou os pais e falou sobre valores católicos, que teriam moldado a formação dele como pessoa. Ao mesmo tempo, o tucano condenou a ditadura militar e relembrou que o pai teve de ser exilado durante o regime.
Doria fez ainda críticas diretas ao PT, citando crises econômicas, e a Jair Bolsonaro, pela gestão durante a pandemia de covid-19, quem chamou de negacionista. O tucano chamou os dois pré-candidatos de "extremistas". "A pressão dessa força de extremistas tem tornado difícil a construção do consenso. Vamos, sim, defender a democracia, a liberdade e o futuro do Brasil."
"Obrigado São Paulo, obrigado pela oportunidade de ter sido governador deste estado, tão importante para a minha vida e para a vida do país. Obrigado a todos vocês. A omissão é a fantasia dos covardes, a coragem é a marca dos líderes", declarou Doria ao se despedir do estado. "Daqui para frente, nosso trabalho continua em São Paulo pelas mãos experiência e eficientes de Rodrigo Garcia, que a partir do dia 2 será governador do estado de São Paulo, e será reeleito governador do estado de São Paulo."
"Eu quero estar ao lado de vocês a partir do próximo dia 2, para mostrar que é possível sim ter uma nova alternativa ao Brasil. De paz, trabalho, dedicação, humildade e integração a todo o Brasil. Fazer isso com determinação, longe da ideologia, distante do populismo e absolutamente condenando a corrupção e mal trato do dinheiro público", afirmou. "Sim, serei candidato à presidência da República pelo PSDB, nosso PSDB."
Rodrigo Garcia também discursou. Agora, ele assume o cargo de governador e vai concorrer à reeleição em outubro. "Em tempos de divisão, São Paulo deu um exemplo. Enquanto muitos queriam defender seus pontos de vista, nós, ao seu lado, defendíamos o certo", disse Garcia a Doria. O vice elogiou a gestão de Doria e toda a equipe montada pelo tucano.
"Hoje estamos chegando ao final de um ciclo, mas ninguém está aqui para te dizer adeus, mas para te dizer um até breve, porque nós sabemos a importância do que você fez por São Paulo e fará pelo Brasil", declarou. "O Brasil merece João Doria. Conte conosco."
Mudanças nos planos
Segundo a TV Globo, na última quarta-feira (30), Doria havia informado a Rodrigo Garcia (PSDB), que ficaria no cargo até o fim de 2022 e desistiria de tentar disputar a presidência. A definição teria irritado Garcia, que agora assume o posto no executivo e concorreria à reeleição em outubro.
Sem que Doria deixasse o cargo, Rodrigo Garcia pode concorrer, mas não teria o palanque esperado, com o espaço de um governador, que comanda a máquina. Garcia deixou o DEM, partido ao qual foi filiado por quase 30 anos, para integrar o PSDB e concorrer ao cargo. Pouco conhecido, ele esperava passar meses como governador, o que poderia impulsionar a candidatura ao governo. Com a saída de Doria do cargo, os planos de Garcia devem ser mantidos.
João Doria teria se sentido traído pelo partido, já que alguns tucanos trabalhavam para emplacar a candidatura de Eduardo Leite, mesmo que o governador paulista tenha ganhado as prévias. Após as notícias de que os planos tinham mudado, Doria afirmou que se tratava apenas de especulação.
Em meio às especulações, Doria recebeu o apoio do presidente do PSDB, Bruno Araújo, por meio de uma carta. No texto, Araújo reafirmou que as prévias são válidas e Doria é ao candidato escolhido pelo partido.
“Venho, por meio desta, reafirmar que o candidato a Presidente da República pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) é o Governador do Estado de São Paulo, João Doria, escolhido democraticamente em prévias nacionais realizadas em novembro de 2021”, escreveu Araújo.
Quem deixou o cargo poderá concorrer nas eleições 2022
Por Agência Brasil
Tomaram posse na manhã de hoje (31) os novos ministros do governo do presidente Jair Bolsonaro, durante cerimônia no Palácio do Planalto.
Os decretos com as exonerações a pedido dos ministros foram publicados mais cedo no Diário Oficial da União (DOU). A saída abre aos que deixaram as funções a possibilidade de se candidatarem a cargos públicos nas próximas eleições.
Durante a cerimônia em que foram assinados os atos de posse dos novos ministros, Bolsonaro agradeceu aos que deixaram os cargos e desejou boa sorte aos novos ocupantes da Esplanada.
“Até perguntei: vocês têm certeza dessa decisão de assumir? Porque não é fácil, serão olhados com lupa”, disse Bolsonaro que informou já ter se reunido com os novos ministros há dois dias.
Quem é quem
No Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, o ministro Marcos César Pontes passou o cargo para Paulo César Rezende Alvim. Ao prestar contas da sua atuação frente à pasta, Pontes destacou como uma das realizações a produção nacional de vacinas contra doenças como a covid-19, a febre-amarela, dengue e chicungunya.
“A partir desse ano, o Brasil passa a ser independente desde o conceito até a produção de vacinas nacionais, não só para a covid, mas também para as próximas pandemias e para doenças negligenciadas como febre-amarela, dengue e chikungunya”, disse.
Já Rogério Marinho deixou o Ministério do Desenvolvimento Regional, pasta que terá à frente Daniel de Oliveira Duarte Ferreira.
O Ministério do Turismo será comandado por Carlos Alberto Gomes de Brito, que substitui Gilson Machado.
O Ministério da Cidadania ficará a cargo de Ronaldo Vieira Bento, que assume o cargo no lugar de João Roma.
Damares Alves deixa o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, que será comandado agora por Cristiane Rodrigues Britto.
No Ministério do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni foi substituído por José Carlos Oliveira.
Já no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a ministra Tereza Cristina dá lugar a Marcos Montes Cordeiro. Ao discursar, a ex-ministra lembrou que a pandemia do novo coronavírus (covid-19) gerou um desafio para o agronegócio brasileiro, que teve de se adaptar para manter a produção.
“O agronegócio foi colocado à prova. Ele se adaptou, criou protocolos para permitir a manutenção dos serviços, a produção, a comercialização dos produtos e ciente da importância do abastecimento. Esse governo protegeu essa atividade”, disse.
No Ministério da Infraestrutura, sai Tarcísio Gomes de Freitas e entra em seu lugar Marcelo Sampaio. Ao se despedir, Tarcísio disse que com as ações da pasta, a matriz de transporte no país será mais equilibrada no futuro, com menor custo do frete de mercadorias.
“A gente vai ter, no futuro, uma matriz de transportes muito mais equilibrada, com a participação muito maior da navegação de interior, da navegação de cabotagem, do transporte ferroviário, que vai dobrar a participação, teremos uma oferta de transporte muito maior”, discursou.
Quem também se despediu do cargo foi a ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, que dá lugar a Célio Faria Júnior. A ex-ministra volta a ocupar sua vaga como deputada federal.
Ao se despedir da pasta, Flávia Arruda agradeceu aos líderes partidários da base aliada, os líderes do governo e os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), "sem os quais teria sido impossível a aprovação de matérias importantes e polêmicas que foram fundamentais para ajudar o Brasil a atravessar esses tempos de turbulência”, disse.
União Brasil é o partido resultante da fusão entre DEM e PSL. Segundo o vice-presidente da sigla, Sergio Moro mudou o domicílio eleitoral para São Paulo.
POR FÁBIO ZANINI
O ex-juiz Sergio Moro se filiará à União Brasil nesta quinta-feira (31) para disputar o cargo de deputado federal por São Paulo. É o que diz Alexandre Leite, deputado federal e tesoureiro da sigla em São Paulo.
Leite participará da assinatura da ficha de filiação do ex-ministro à legenda nesta quinta, no hotel Intercontinental, na capital paulista.
O parlamentar é um dos líderes da sigla em São Paulo, junto de seu pai, Milton Leite, presidente da Câmara Municipal de São Paulo, e de Antonio Rueda, presidente do diretório estadual.
Como mostrou a Folha, Moro vinha sendo pressionado no Podemos a desistir da candidatura presidencial. A presidente do partido, Renata Abreu (SP), dizia a aliados não estar disposta a investir financeiramente numa campanha à Presidência.
A decisão do ex-juiz de trocar de partido foi tomada em decorrência dessas sinalizações de Renata e pela avaliação de que o Podemos preferia investir em candidaturas locais.
Diferentemente do Podemos, a União Brasil tem um fundo eleitoral e partidário robusto, além de ter mais tempo de televisão.
Moraes define multa diária de R$ 15 mil e abre inquérito por desobediência
Com G1 e Folha
O ministro do STF Alexandre de Moraes determinou, nesta quarta-feira (30) a aplicação de multa e bloqueio de bens do deputado Daniel Silveira (União-RJ) por tentar impedir a colocação de tornozeleira eletrônica, o que se enquadra em descumprimento de medida judicial. Com isso, Silveira mudou o posicionamento do dia anterior, em que afirmava que não a colocaria.
A multa estabelecida por Moraes foi de R$15 mil por cada dia que houvesse recusa de monitoramento. Para garantir o pagamento, o Banco Central foi acionado para que congelasse as contas bancárias de Silveira.
Além disso, o STF determinou que Arthur Lira, presidente da Câmara, marcasse a data da colocação da tornozeleira no parlamentar e tomasse as medidas cabíveis para que as eventuais multas sejam descontadas diretamente do salário do parlamentar. O magistrado abriu, ainda, novo inquérito para apurar desobediência à decisão judicial, que será julgado no dia 20 de abril.
Mais cedo, o deputado declarou que não colocaria o dispositivo. “Não existem condicionantes, se colocar a tornozeleira, está acabando com o Legislativo. É letra de lei”, afirmou. Contudo, após deixar o Plenário, Daniel Silveira admitiu que usaria o dispositivo. “Eu pagaria R$ 15 mil diário ilegalmente?”, declarou.
O deputado é réu no STF por estimular atos antidemocráticos e ameaçar instituições, como defesa do AI-5 e a destituição de ministros do Supremo.