‘Quem manda sou eu’, declara. Ataca governador da Bahia e Doria. Quer retorno de jogos de futebol
Com Poder 360
O presidente Jair Bolsonaro teve uma rápida conversa com apoiadores e jornalistas no final da tarde desta 4ª feira (29.abr.2020) depois de uma caminhada na frente do Palácio da Alvorada.
Sobre a troca de comando na Polícia Federal, o presidente falou, em tom de brincadeira: “A minha PF é pra cima de quem fizer besteira. A PF vai funcionar. A PF não persegue ninguém. Só persegue bandido”.
Bolsonaro reforçou seu desejo de levar Alexandre Ramagem para o comando da corporação. “Quem manda sou eu”, afirmou. “Eu quero o Ramagem lá. É uma ingerência, né? Mas vamos fazer tudo para o Ramagem. Se não for, vai chegar a hora dele e eu vou botar outra pessoa”, disse a apoiadores.
Mais cedo, na posse do novo ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, e do novo advogado-geral da União, José Levi, Bolsonaro sinalizou que vai recorrer da decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes de barrar a nomeação de Alexandre Ramagem para a direção da PF. Disse que o “sonho” de nomear Ramagem para o posto “brevemente se concretizará”.
“Eu gostaria de honrá-lo no dia de hoje dando-lhe posse como diretor-geral da Polícia Federal. Eu tenho certeza de que esse sonho meu, mais dele, brevemente se concretizará, para o bem da nossa Polícia Federal e do nosso Brasil”, afirmou Bolsonaro.
A intenção declarada pelo presidente de recorrer, entretanto, contraria posição da Advocacia Geral da União. A jornalistas, o novo chefe da AGU afirmou no fim desta tarde: “Já foi dito que não vai recorrer”. Os repórteres insistiram e disseram que o próprio Bolsonaro havia dito. “O presidente não falou isso, não”, respondeu Levi.
Mais cedo, Bolsonaro voltou atrás e tornou sem efeito a nomeação de Ramagem que, agora, volta a comandar a Abin (Agência Brasileira de Inteligência).
Na conversa com os jornalistas, Bolsonaro também afirmou que está próximo de sair 1 parecer do Ministério da Saúde e de órgãos competentes, como a Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária), a respeito da volta dos jogos de futebol. Segundo ele, os campeonatos talvez possam voltar, sem público.
O mandatário aproveitou para reafirmar que a responsabilidade pelas medidas restritivas nos Estados por causa da pandemia é dos governadores, por determinação do STF (Supremo Tribunal Federal). “Quem definiu toda a política restritiva foram os governadores e prefeitos. [Isso] o Supremo que decidiu.”
O presidente também disparou contra o governador da Bahia, Rui Costa (PT). Reagiu a uma entrevista à CNN na qual o governador disse que seu “desejo é que o presidente parasse de agredir prefeitos e governadores e passasse a governar”. “Não adianta o Rui Costa ficar de palhaçada, me acusar. O [João] Doria tem que responder por São Paulo. É o Estado em que mais gente perdeu a vida. Ele é quem tem que responder. Nós demos recurso para quem [sic] for possível.”
Áudio da deputada ordenando a criação de contas vazou nesta terça; Joice confirmou veracidade, mas disse que perfis eram verdadeiros
Por Sara Baptista
A deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) foi acusada de criar perfis falsos em redes sociais para se defender de ataques de bolsonaristas na internet. Um áudio no qual Joice pede que as contas sejam criadas foi vazado nesta terça-feira (28) e a parlamentar confirmou sua veracidade, mas negou a disseminação de fake news.
Na gravação, Joice diz: “Podiam falar com a turma aí para fazer vários perfis e entrar de sola. No Twitter, especialmente, e no Instagram, porque eles estão colocando todas as milícias e os robôs para cima de mim”. Não está claro para quem a deputada enviou a mensagem.
Em entrevista à Rádio Bandeirantes , Joice confirmou a veracidade do áudio. A parlamentar, no entanto, afirmou que “há uma forçação de barra de uma criação de narrativa”. Segundo ela, os perfis criados para defendê-la seriam legítimos. A deputada disse ainda que não tem “dinheiro para financiar milícia [digital] igual o governo tem”. “Um disparo de robô custa R$ 20 mil”, revelou.
“Isso é do modus operandi do ' gabinete do ódio ' do Palácio do Planalto. Em nenhum momento há qualquer citação de perfis falsos. Eu peço para grupo de apoiadores para que, no momento que eu estou sendo atacada covardemente por essa milícia, me ajudarem nessa guerra", completou.
Mais tarde, a deputada se manifestou também pelo Twitter : “Atenção GADO: EU CONFESSO. Pedi às tias do ZAP p/ criarem perfis e me ajudar nas redes contra as milícias/robôs! Aproveitando, peço ajudinha extra pq o gado pirou. Criem perfis e venham! Mas aviso q @jairbolsonaro Ñ vai gostar. Pode até te grampear e roubar msgs do seu celular”, escreveu.
A hashtag #GabineteDaPeppa , em referência ao “gabinete do ódio” que seria comandado pelos filhos do presidente Jair Bolsonaro e foi denunciado pela própria deputada, ficou em primeiro lugar entre os assuntos mais comentados na rede social na tarde desta terça.
Na entrevista à Rádio Bandeirantes , Joice também havia questionado a forma como o áudio foi obtido. "Quero saber se tem grampo ilegal no meu celular. Quero saber se fizeram no meu celular o que fizeram no celular de Sergio Moro, que hackearam”, disse.
O áudio de Joice Hasselmann havia sido citado pelo presidente Jair Bolsonaro nesta segunda (27) em conversa com a imprensa e apoiadores em meio a uma crítica à CPMI das fake news . “Se eu não tivesse um áudio, de uma deputada muito conhecida aí, de ela passando para uma pessoa e falando o seguinte: 'Cria mais uns perfis falsos aí para atacar fulano de tal'. Você acha que ia pegar mal para essa deputada? Essa deputada está muito ativa na CPMI. Ela está acusando os outros do que ela faz. E ela não é de esquerda, não. É de falsa direita. Essas questões... eu tô evitando há mais de um mês que esse áudio chegue a conhecimento público. Vai pegar mal para ela”, disse Bolsonaro na ocasião.
A entidade divulgou nota recebendo bem a indicação do ministro da Justiça e do diretor da PF
Por Cláudio Humberto
Ao divulgar nota afirmando receber “com tranquilidade” a designação do ministro-chefe da Advocacia Geral da União, André Mendonça, para o Ministério da Justiça, e de Alexandre Ramagem para o comando da Polícia Federal, a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) assegurou que “até o momento, não se tem notícia de qualquer interferência nas investigações em andamento, até porque a Polícia Federal detém autonomia investigativa e técnico-científica asseguradas em lei.”
Sobre a escolha do novo diretor-geral da PF, a entidade lembrou que o nome de Ramagem estava entre os mais cotados para o cargo. “Consideramos que Alexandre Ramagem é um policial perfeitamente qualificado para o cargo e tem o respeito da categoria”, afirma.
A entidade destaca a importância de a Polícia Federal se manter distante de qualquer interferência política “e acredita que seguirá com autonomia e independência nas suas investigações.”
“Os mais de 14 mil policiais federais representados pela Federação seguirão vigilantes e reiteram que não vão abrir mão da independência e autonomia investigativa da Polícia Federal”, afirma o documento.
A Federação Nacional dos Policiais Federais não se furtará à defesa intransigente de todos os policiais federais e da melhoria e independência das investigações no nosso país. A entidade acredita na modernização da Polícia Federal, com porta única de entrada, ciclo completo de polícia e manutenção da autonomia investigativa, sem interferência política na atuação dos policiais federais.
Leia a nota da Fenapef, na íntegra:
“A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) recebe com tranquilidade a designação do Advogado Geral da União, André Mendonça, para o Ministério da Justiça, e de Alexandre Ramagem para o comando da Polícia Federal.
O nome de Ramagem estava entre os mais cotados para o cargo. Ele integrou a escolta pessoal do presidente Bolsonaro durante a campanha eleitoral de 2018. Consideramos que Alexandre Ramagem é um policial perfeitamente qualificado para o cargo e tem o respeito da categoria.
A Fenapef reforça a importância de a Polícia Federal se manter distante de qualquer inteterferência política e acredita que seguirá com autonomia e independência nas suas investigações. Os mais de 14 mil policiais federais representados pela Federação seguirão vigilantes e reiteram que não vão abrir mão da independência e autonomia investigativa da Polícia Federal.
Até o momento, não se tem notícia de qualquer interferência nas investigações em andamento, até porque a Polícia Federal detém autonomia investigativa e técnico-científica asseguradas em lei.
A Federação Nacional dos Policiais Federais não se furtará à defesa intransigente de todos os policiais federais e da melhoria e independência das investigações no nosso país. A entidade acredita na modernização da Polícia Federal, com porta única de entrada, ciclo completo de polícia e manutenção da autonomia investigativa, sem interferência política na atuação dos policiais federais.“
Deputada, que apoia o presidente Jair Bolsonaro, afirmou que acredita em ligação do ministro do Supremo com facção que domina unidades prisionais
Por Renato Souza
A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) afirmou que “as vezes acredita” que a ligação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), “com o PCC é verdadeira”. As críticas contra o magistrado ocorreram quando ela foi questionada sobre um inquérito, aberto na Corte, que investiga quem são os organizadores e financiadores de atos que pediram intervenção militar e ocorreram em diversas cidades do país. O Supremo investiga a participação de parlamentares na realização dos atos, o que pode ser classificado como crime e levar a responsabilização penal. Zambelli também afirmou que o ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, inventou provas contra o presidente Jair Bolsonaro.
As declarações foram feitas em entrevista à Jovem Pan. O ministro Alexandre de Moraes é o relator do inquérito sobre as manifestações pró-regime militar e também de outra investigação, que apura fake news e ataques contra o Supremo. "Sobre o Alexandre de Moraes, me desculpa, mas às vezes acredito que a ligação dele com o PCC era verdadeira. Porque ele está envolvido na causa de investigar pessoas que faziam o bem pelo Brasil", disse a deputada. Ambas as investigações tramitam em sigilo e miram deputados que apoiam o governo. Em uma delas, o vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente da República, é um dos alvos.
Para Zambelli, o Supremo está ultrapassando seus limites constitucionais ao determinar ações de busca e apreensão contra cidadãos comuns, que lançaram críticas ao Tribunal em postagens na internet. "Há milhões de brasileiros aterrorizados com essa possibilidade do STF investigar cidadãos comuns, que estavam dando opinião na rede social ou xingando ministros do STF. Quando o Alexandre de Moraes abriu essa investigação no STF, todo mundo falava que ele estava sendo a vítima, o acusador, o promotor, o policial, o julgador. O STF estava sendo tudo. E o STF está abrindo essa investigação de fake news para aterrorizar a população para não poder xingar ministro nenhum, político nenhum, presidente da Câmara ou do Senado nenhum. Então calma aí. CPMI e investigação no STF não servem para aterrorizar o povo", disse.
Em relação ao ex-ministro Sérgio Moro, que acusou o presidente de tentar interferir na Polícia Federal por razões políticas, e tentar acesso a relatórios de inteligência, a parlamentar afirma que ele agiu na intenção de criar provas. "Se você perceber, o print que o Moro deu foi às 7h33 da manhã. E ele terminou de escrever para o presidente às 7h33 manhã. Então, ele tira print no mesmo momento da conversa. Já dá para perceber, no dia 23 de manhã, que ele estava com intenções de criar provas", completou.
Por Pretta Abreu
Empresas que monitoram as redes sociais começam a identificar uma queda brusca de ataques de bolsonaristas ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal utilizando a internet como arma. Essa redução, que já se aproxima dos 40%, deve-se, segundo avaliações, à decisão do próprio STF de determinar um cerco às notícias falsas, em missão a cargo da Polícia Federal. Além disso, seguidores do presidente da República que agem inflamados pelo ‘Gabinete do Ódio’, temem ser identificados e intimados a depor na CPI das Fake News. A quase totalidade das manifestações, hoje, é atribuída a ‘robôs’.