Uma das medidas do projeto não permite que ministros de Estado sejam indicados para a Corte; pacote ainda está sendo analisado pelo Congresso Por iG
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) confirmou nesse fim de semana que indicará o ministro da Justiça , Sérgio Moro, para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). Essa movimentação, no entanto, contraria um dos pontos pregados pelo pacote de 70 medidas contra a corrupção, que é apoiado pelo próprio ministro. As informações são do blog do jornalista Bernardo Mello Franco, do jornal O Globo .
A proposta foi elaborada pelo grupo Unidos Contra a Corrupção, composto pela Organização Transparência Internacional, Fundação Getúlio Vargas (FGV) e membros do Ministério Público Federal (MPF). O projeto também é apoiado pelo coordenador da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol, e pelo próprio Sérgio Moro , ex-juiz de Curitiba.
A 29ª medida do pacote anticorrupção proíbe a indicação ao STF de quem tenha, nos quatro anos anteriores, "ocupado mandato eletivo federal ou cargo de procurador-geral da República, advogado-geral da União ou ministro de Estado". Sendo assim, o ex-juiz não poderia assumir a vaga por ter assumido o Ministério da Justiça.
Atualmente, o projeto está sendo analisado pelo Congresso Nacional e não há previsão de votação. Em dezembro do ano passado, Moro apareceu em uma foto com o livro "Novas Medidas Contra a Corrupção" em um avião a caminho do Rio de Janeiro, quando foi aceitar o convite para ser ministro de Bolsonaro.
Ações educativas e de fiscalização serão realizadas para auxiliar os condutores no combate à bebida e direção
Por Melânia Kássia
Diversos órgãos do Estado se reuniram nesta sexta-feira, 10, na sede da Secretaria de Estado da Educação, Juventude e Esporte (Seduc), para debater uma ação intersetorial voltada para desenvolver ações educativas e de fiscalização com foco no combate à mistura de bebida alcoólica e direção, intitulada como Anjos da Noite.
Segundo o presidente do Departamento Estadual de Trânsito, Colemar Natal, o trabalho ainda está em fase de finalização. “O nosso objetivo é sensibilizar a sociedade apontando os riscos da combinação, bebida e direção. Para isso, montamos um projeto que não funcionará sozinho, e sim por meio de parcerias, tanto com os órgãos de Estado como empresariado e membros da própria sociedade”, explicou.
Conforme o projeto, o Anjo da Noite é uma espécie de Amigo da Vez, papel da pessoa que não bebe e leva os amigos que consumiram álcool para casa em total segurança. A abordagem será realizada de forma descontraída, com elementos de interação que possam transmitir a mensagem e conscientizar o condutor para um trânsito seguro. Nesta primeira etapa, também será sugerido parcerias com taxistas, moto taxistas, ubers e donos dos estabelecimentos comerciais.
A reunião contou com a presença do presidente do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Colemar Natal; do secretário de Estado da Comunicação, João Neto Aguiar; do secretário de Segurança Pública, Cristiano Sampaio; da secretaria de Estado da Seduc, Adriana Aguiar; além de representantes da Secretaria de Estado da Saúde (SES); da Agência Tocantinense de Transportes e Obras (Ageto); e representantes dos municípios de Palmas, Araguaína e Gurupi.
Comunicação
Secretário de Estado da Comunicação, João Neto Aguiar
Para integrar e dimensionar a proposta e unificar uma linguagem entre os órgãos que vão integrar o projeto, o secretário João Neto, propôs a divisão setorial das ações e um cruzamento estatísticos das pastas de Governo para que a proposta possa ganhar melhores resultados.
“Se cada grupo fizer o seu trabalho e se envolver nesta proposta, com certeza ela pode funcionar, e podemos também reduzir os números de acidentes de trânsito dentro do Estado”, destacou João Neto.
O Anjo da Noite tem como público-alvo os jovens que possuem entre 25 e 34 anos, faixa que lidera o ranking nacional de pessoas que admitem dirigir sob o efeito de bebidas alcoólicas.
Nessa mesma faixa etária, Palmas lidera o ranking nacional de consumo de bebidas com um índice de 16,1%. Ainda na Capital, segundo dados do Corpo de Bombeiros, 25% dos acidentes de trânsito, em 2018, aconteceram após a ingestão de bebidas alcoólicas.
Maio Amarelo
Em 2019, o Tocantins completa seis anos de apoio ao movimento Maio Amarelo, que visa preservar a vida no trânsito por meio de ações coordenadas entre o poder público e a sociedade civil.
Os órgãos do Governo estão em constante movimentação de conscientização por meio de ações educativas e instrutivas para que possa alcançar um maior número de pessoas em todo estado.
As ações englobam a simulação de atendimento correto de vítimas de acidentes de trânsito, blitz educativas, doações de sangue e iniciação infantil de fiscalização, além de alertas por meio de panfletos e diálogos nas escolas.
Após nova ordem de prisão emitida pelo Tribunal Regional Federal que revogou ontem o habeas corpus que mantinha o ex-presidente e o coronel Lima soltos
Por iG SP — São Paulo
Após ter o habeas corpus revogado por decisão do TRF-2, o ex-presidente Michel Temer se entregou à Polícia Federal em São Paulo no final da manhã desta quinta-feira (9). Agora, o emedebista deve ser encaminhado para o Rio de Janeiro, onde deverá ficar encarcerado em uma sala na Superintendência da Polícia Federal no Rio, mesmo lugar onde ficou detido entre os dias 21 e 25 de março.
A defesa de Temer, no entanto, pediu à juíza Caroline Figueiredo, que substitui o juiz Marcelo Bretas na 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro, que o emedebista cumpra prisão preventiva em uma Sala de Estado Maior no Quartel General da Polícia Militar de São Paulo.
Os advogados que representam Michel Temer argumentaram que o escritório fica na capital paulista e, uma vez que o ex-presidente está respondendo a outros processos na Justiça, há "imprescindibilidade de contatos frequentes entre advogado e acusado, sob pena de impedimento do exercício da defesa" caso Temer fosse detido no Rio de Janeiro.
Em mandado de prisão assinado no início desta tarde, a juíza Figueiredo repassou aos desembargadores do TRF-2 a responsabilidade de decidir sobre o pedido do ex-presidente. A magistrada também concedeu prazo até as 17h desta tarde para que Temer e João Baptista Lima, amigo pessoal de Temer conhecido como Coronel Lima, apresentem-se à unidade de Polícia Federal mais próxima.
Além de Temer, o tribunal também revebou o habeas corpus de João Baptista Lima Filho, o Coronel Lima. O ex-ministro Moreira Franco e outros cinco acusados no mesmo processo tiveram suas liberdades mantidas pela Justiça.
"Em primeiro lugar, decisão da Justiça se cumpre. Segundo ponto, claro, eu a considero inteiramente equivocada sob o foco jurídico. Sempre sustentei que nessas questões todas não há prova. Para mim, foi uma surpresa desagradável. É uma injustiça, não só injustiça, mas uma invericidade", afirmou o ex-presidente , em entrevista a jornalistas que estavam na porta de sua casa nesta quarta-feira.
“Já falei com o meu advogado, que apresentará um habeas corpus ao Superior Tribunal de Justiça. Ou seja, vou defender os meus direitos até o fim”, garantiu o emedebista.
Eles são acusados pela Lava Jato de corrupção, peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O processo surgiu por meio da Operação Descontaminação, que investiga desvios de R$ 1,8 bilhão nas obras da usina nucelar de Angra 3 , operada pela Eletronuclear.
De acordo com o Ministério Público , o ex-presidente é o responsável por uma organização criminosa que desviou o valor de R$ 1,8 bilhão em propina . As investigações começaram após a delação de empresários da Engevix, também denunciados.
No último dia 30 de abril, juiz Marcus Vinicius Reis Bastos, da 12ª Vara Federal do Distrito Federal, negou novo pedido de prisão preventiva feito contra o ex-presidente Temer, desta vez no caso do inquérito dos Portos.
Esta semana Temer se tornou réu pela sexta vez, acusado em outra investigação de comandar uma organização criminosa formada por políticos do MDB, que teria desviado dinheiro de empresas e órgãos públicos, como Petrobras, Furnas, Caixa Econômica, Ministério da Integração Nacional e Câmara dos Deputados. O ex-presidente também foi acusado de atrapalhar as investigações da Lava-Jato.
Comissão que trata da MP que muda estrutura do governo teve sessão adiada e confusão; relatório, no entanto, pode ser aprovado nesta quinta
Por iG Último
Relator Fernando Bezerra Coelho, senador Randolfe Rodrigues e deputado João Roma conversam durante sessão da comissão que pode tirar o Coaf das mãos de Moro
Em uma sessão que acabou suspensa da comissão para debater a reformulação da administração do governo Jair Bolsonaro (PSL) no início do ano, nesta quarta-feira (8), oposição e o PSD se mobilizaram para trocar membros com o objetivo de derrotar o ministro da Justiça, Sérgio Moro , com relação ao Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Líderes do centrão e da oposição pedem o retorno do Coaf , hoje no Ministério da Justiça, para o Ministério da Economia, assim como a transferência da demarcação de terras indígenas para o Ministério da Justiça em conjunto com a Funai.
As alterações entrariam no relatório da Medida Provisória 870, elaborado por Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), líder de governo no Senado, e entregue nesta terça-feira (7). O argumento de líderes do centrão, como Wellington Roberto (PR-PB) e Arthur Lira (PP-AL), é de que Sergio Moro pode usar o Coaf para ferir garantias individuais em investigações.
Para tentar vencer o governo na sessão de hoje, o deputado Joaquim Passarinho (PSD-PA) foi substituído por Paulo Magalhães (PSD-BA). Passarinho não gostou e falou publicamente sobre o assunto.
"Lamento o fato. Uma horas antes da sessão houve uma decisão da bancada e fui obrigado a ser substituído. Fico triste que este ponto do Coaf esteja sendo mais importante do que qualquer outro ponto", disse Passarinho, que queria a manutenção do órgão no Ministério da Justiça.
Já o senador Telmário Mota (Pros-RR) foi trocado pelo bloco de oposição pelo colega Jean Paulo Prates (PT-RN). A troca também irritou Telmário, que ameaçou tirar o seu partido, o PROS, do bloco de oposição no Senado.
Após ter início a sessão do dia na Câmara dos Deputados, a comissão foi suspensa pelo seu presidente, João Roma (PRB-BA). Líderes favoráveis à alteração que tira o Coaf de Moro ficaram incomodados. Como a sessão foi suspensa, e não encerrada, teoricamente é possível aprovar o relatório amanhã de manhã, contando com menos parlamentares contrários ao governo. Elmar Nascimento (DEM-BA) pediu que João Roma, indicado por um bloco que também contém o DEM, fosse retirado da presidência.
"A gente tem que tirar ele da Presidência. Vamos tirar ele", afirmou após a suspensão da sessão. O líder do PP na Câmara, Arthur Lira (AL), também se queixou da suspensão. "Querem votar com pouca gente, para ver se ganham. A gente tinha os votos", ponderou.
Ontem, o governo tentou acenar para o Congresso com um acordo, prevendo a criação de dois novos ministérios no relatório de Bezerra Coelho. Foi negociado um desmembramento do Ministério do Desenvolvimento Regional em duas pastas, Integração Nacional e Cidades. Um aliado do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), é o principal cotado para a pasta de Cidades, e a de Integração Regional ficaria com o MDB.
O acordo ocorreu entre Maia, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), Bezerra Coelho e o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, na manhã desta terça-feira. Os líderes do PP e do PR, porém, não se sentiram contemplados pela negociação e mantiveram posição favorável à transferência do Coaf para a pasta de Economia.
No relatório, Bezerra Coelho acatou algumas demandas do Congresso, como o retorno da Funai ao Ministério da Justiça, o fim do monitoramento das ONGs pela Secretaria de Governo e a recriação do Conselho de Segurança Alimentar, responsável por formular a política nutricional do país. Outra demanda acatada foi Bezerra Coelho foi mover as atribuições relativas ao registro sindical, à política de imigração laboral e ao cooperativismo e associativismo urbano para o Ministério da Economia.
O relatório também contém uma emenda para vedar a investigação de crimes não fiscais por auditores da Receita Federal, "com o objetivo de promover maior segurança jurídica a esse tema". O senador Major Olímpio (PSL-SP) contestou esse ponto, argumentando que acabaria com o poder da Receita Federal de combater crimes como lavagem de dinheiro.
Randolfe Rodrigues (REDE-AP), líder da oposição no Senado, questionou a pertinência de incluir essa alteração na Medida Provisória, já que, na realidade, trata-se de uma proposta de modificação em uma lei anterior ao governo Bolsonaro, sem relação com a atual organização dos ministérios. Votação sobre onde o Coaf ficará pode ser retomada já nesta quinta.
Presidente do Supremo foi contrário em 2017
Com Agências
Por 6 a 5, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quarta-feira (8) que as assembleias legislativas podem revogar as prisões de deputados estaduais decretadas pela Justiça. O julgamento sobre a extensão da imunidade dos deputados estaduais começou em dezembro de 2017, dividiu o plenário da Corte e sofreu uma reviravolta nos minutos finais, após o presidente do STF, ministro Dias Toffoli, mudar o voto que havia lido há um ano e meio.
A discussão girou em torno de ações da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) contra dispositivos das constituições dos Estados do Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e de Mato Grosso que estendem aos deputados estaduais imunidades previstas na Constituição Federal para parlamentares federais.
Nesta manhã, o ministro Luís Roberto Barroso acompanhou o entendimento dos ministros Edson Fachin, Rosa Weber, Luiz Fux e Cármen Lúcia contra a possibilidade de as assembleias revogarem tanto as prisões cautelares contra deputados estaduais quanto o andamento de ações penais admitidas pela Justiça.
“Me parece que a assembleia legislativa não tem poder de sustar prisão cautelar, quer sustar um processo penal em curso. Essa minha posição é coerente com o que eu tenho decidido nesse plenário. O direito deve ser interpretado à luz da realidade fática. O mundo real e a realidade fática brasileira são da revelação de um quadro de corrupção estrutural, sistêmica e institucionalizada e, portanto, acho que dentro dos limites e possibilidades semânticas da Constituição, o intérprete deve enfrentar essas disfunções que acometeram a realidade brasileira”, disse Barroso.
“Se nós não entendermos que é possível punir essas pessoas, transformaríamos o Poder Legislativo em um reduto de marginais, o que evidentemente ninguém deseja, nem os parlamentares honestos e de bem que ali estão”, completou Barroso.
Em seu voto, Barroso destacou que em 2017, os então deputados fluminenses Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi tiveram a prisão revogada por uma resolução da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). “O caso específico do Rio em que a assembleia sustou a prisão e determinou diretamente à autoridade policial, sem sequer passar pelo Poder Judiciário, a reincorporação dos parlamentares ao mandato, o quadro era dantesco”, criticou Barroso.
O ministro Ricardo Lewandowski, por outro lado, divergiu do colega e ressaltou que o valor da imunidade parlamentar tem “profundo assento histórico”. “De um lado temos em discussão a proteção da imunidade parlamentar, que é um valor antiquíssimo e que se insere naquele conjunto de protege os cidadãos contra o exercício de governos arbitrários, e de outro uma pretensa eficácia da persecução penal, execução imediata de uma pena provisória, antes inclusive do trânsito em julgado (esgotamento de todos os recursos). Sopesando esses dois valores, fico com aquele que do ponto de vista de densidade histórico possui muito mais peso”, afirmou Lewandowski.
REVIRAVOLTA. Nos minutos finais do julgamento, o presidente do STF, ministro Dias Toffoli, decidiu alterar o voto “intermediário” que havia concedido em dezembro de 2017. Naquela época, Toffoli acompanhou Fachin, Rosa, Fux e Cármen no sentido de que as assembleias não poderiam revogar as prisões dos deputados estaduais, mas discordou deles ao admitir a possibilidade de as assembleias suspenderem o andamento de ações penais contra políticos que foram admitidas pelo Judiciário.
Por outro lado, para Lewandowski e os ministros Marco Aurélio Mello, Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes e Celso de Mello, as assembleias podem revogar tanto as prisões quanto suspenderem as ações penais.
“Eu votei no sentido de que a Constituição federal (na questão da imunidade) faz referência a congressistas (de uma maneira geral) em relação à prisão. Em relação a outras imunidades, fala em deputados e senadores (fazendo distinção). Ou seja, em relação à prisão, exclusiva a parlamentares. Esse voto restou isolado, eu não vou insistir na min ha posição. Na medida em que há 10 colegas que não entendem diferenciação, eu me curvo àquilo que entendo estar na Constituição que é a imunidade da prisão, a não ser em flagrante”, disse Toffoli
Votaram a favor de assembleias revogarem prisões:
Marco Aurélio Mello
Alexandre de Moraes
Gilmar Mendes
Celso de Mello
Ricardo Lewandowski
Dias Toffoli
Votaram contra possibilidade de assembleias reverterem prisões:
Luiz Edson Fachin
Rosa Weber
Luiz Fux
Cármen Lúcia
Luís Roberto Barroso