Ex-presidente Bolsonaro concorda com ação do presidente da Câmara e acredita que texto deve ser votado ainda este ano

 

 

Por Rute Moraes

 

 

Após criar uma comissão para analisar o projeto de lei que livra os presos pelos atos extremistas de 8 de janeiro, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), frustrou parte da oposição na Casa. Inicialmente, a previsão era de que a proposta fosse aprovada pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Casa ontem, ou seja, o texto avançaria.

 

Lira, contudo, após uma conversa com o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, e com o ex-presidente Jair Bolsonaro, criou a comissão. Com o ato, ele tira, automaticamente, o projeto do guarda-chuva da CCJ, presidida pela deputada oposicionista Caroline de Toni (PL-SC).

O colegiado será composto por 34 membros titulares e terá o mesmo número de suplentes. Agora, os líderes partidários devem iniciar a fase da indicação dos integrantes, para que a comissão seja instalada. Contudo, não há previsão para isso, já que não tem determinação de prazo para essa etapa.

 

Segundo o despacho de Lira, a complexidade do projeto requer que ele seja analisado por pelo menos outras seis comissões além da CCJ. O regimento interno da Casa, no entanto, define que quando uma proposta precisa ser votada em mais de quatro comissões deve ser criada uma comissão especial. Com isso, a votação do projeto deve demorar bem mais do que o que estava previsto, já que a comissão tem o prazo de até 40 sessões do Plenário para apresentar parecer.

Apesar de uma ala da oposição não ter gostado da ação de Lira, Bolsonaro disse concordar com a criação do colegiado. O ex-presidente esteve no Senado ontem. Na ocasião, disse ter conversado, na segunda-feira, com Lira, com Caroline e com o relator do projeto da anistia, deputado federal Rodrigo Valadares (União-SE), sobre os próximos passos da proposição.

 

“Nos próximos dias, até mesmo amanhã, podemos ter uma alternativa para isso aí”, explicou Bolsonaro. “Imagine se aprovasse por 500 a zero na comissão se o dono da pauta do plenário é o nosso Arthur Lira. O Lira não está impondo nada para mim, e nem para ele. Uma das alternativas é a criação da comissão. O que o pessoal pretende ao criar a comissão? Trazer para cá os órfãos de pais vivos”, continuou Bolsonaro.

Apesar de alegar que “cada segundo para aquelas pessoas que estão presas injustamente é uma eternidade”, o ex-presidente considerou que a ação de Lira é o “melhor caminho” para “buscar alternativas”. “Acabando o trabalho da comissão, se conseguirmos cumprir os prazos, dá para votar esse ano ainda”, ressaltou.

 

A proposição é vista como uma “moeda de troca” na disputa pela presidência da Câmara. A oposição estaria usando o texto para deliberar apoios na sucessão da Casa. No entanto, interlocutores de Lira alegam que ele “resolveria” o projeto da anistia antes de finalizar seu mandato em 2024.

Além disso, uma anistia a Bolsonaro também poderia ser incluída no texto. O ex-presidente, contudo, negou pedir pelo retorno de sua elegibilidade e disse que os presos do 8 de janeiro são “prioridade”.

 

Entenda o projeto da anistia
Em 8 de janeiro de 2023, manifestantes invadiram as sedes dos Três Poderes e depredaram as instalações. Eles não concordavam com a eleição nem com a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

 

O texto, que teve sete projetos como base, anistia “todos os que participaram de manifestações com motivação política e/ou eleitoral, ou as apoiaram, por quaisquer meios, inclusive contribuições, doações, apoio logístico ou prestação de serviços e publicações em mídias sociais e plataformas, entre o dia 08 de janeiro de 2023 e o dia de entrada em vigor desta lei”.

 

Conforme o projeto, o perdão alcança os “crimes com motivação política e/ou eleitoral”. A anistia abrange “quaisquer medidas de restrições de direitos, inclusive impostas por liminares, medidas cautelares, sentenças transitadas ou não em julgado que limitem a liberdade de expressão e manifestação de caráter político e/ou eleitoral, nos meios de comunicação social, plataformas e mídias sociais”.

 

O projeto ainda inclui no perdão todos que participaram de “eventos subsequentes ou eventos anteriores” ao 8 de janeiro, “desde que mantenham correlação com os eventos acima citados”.

 

O PL da Anistia gera discordância entre especialistas ouvidos pelo R7 quanto à constitucionalidade da matéria. Além disso, caso seja aprovado na Câmara, ele ainda precisará passar pelo Senado e pela sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

 

Posted On Quarta, 30 Outubro 2024 05:43 Escrito por

Candidato do Republicanos à presidência da Câmara, Motta diz que quer 'unir' divergentes

 

 

Por Victor Ohana e Iander Porcella

 

 

Oficializado nesta terça-feira, 29, como candidato do Republicanos à presidência da Câmara, o deputado Hugo Motta (PB) pregou a "unidade" e disse que há "espírito público para unir os divergentes", ao comentar sobre a disputa com os adversários, os líderes do União Brasil, Elmar Nascimento (BA), e do PSD, Antonio Brito (BA).

 

A declaração ocorreu após uma reunião de integrantes do partido Republicanos na sede do diretório nacional, em Brasília, nesta terça-feira, 29.

 

"Respeitamos os demais postulantes ao cargo. Temos reforçado sempre a nossa disposição de construir a convergência porque acreditamos que é isso o que vai acontecer até o final deste processo", afirmou, ao ser questionado sobre a disputa com Elmar e Brito.

 

Motta continuou: "Isso porque há espírito público e disposição para poder unir os diferentes, para convergirmos em nome de um ambiente pacífico, para que a Câmara possa, acima de tudo, ter a maturidade para discutir os temas que são difíceis, em um Brasil radicalizado, como o que temos hoje."

 

Na sequência, Motta disse ainda que pretende fazer "campanha corpo a corpo", a partir do momento em que os deputados retornam das eleições municipais a Brasília.

 

"Esses contatos irão se intensificar com cada deputado e cada deputada", disse o parlamentar. "Vamos fazer uma campanha no corpo a corpo, ouvindo cada um, porque é dessa forma que nós construímos uma Câmara forte."

 

Na ocasião, Motta também disse que o presidente do Republicanos, Marcos Pereira (SP), é "fiador principal" da sua candidatura e afirmou que haverá uma responsabilidade de "imprimir a marca do Republicanos" na presidência da Câmara.

 

"Não conseguiríamos construir essa candidatura se não tivéssemos uma bancada forte, unida, que fala a mesma linguagem, e que está aqui dando mais uma demonstração de unidade", afirmou o deputado.

 

Antes do pronunciamento de Motta, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), havia anunciado formalmente o seu apoio à candidatura do líder do Republicanos para a sucessão na Mesa Diretora da Casa.

 

Na ocasião, Lira afirmou que Motta é o "candidato com maiores condições políticas de construir convergências no Parlamento" e afirmou que o líder do Republicanos "demonstrou capacidade de aliar pólos aparentemente antagônicos com diálogo, leveza e altivez".

 

 

Posted On Terça, 29 Outubro 2024 13:34 Escrito por

Segundo a presidente nacional do PT, partido paga o preço por estar em um governo de coalizão

 

 

Por Ana Paula Ramos

 

 

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou nesta segunda-feira (28) que o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, ofende o partido ao dizer que o PT continua na zona de rebaixamento com o resultado das eleições municipais.

 

Em suas redes sociais, a ministra alegou que o PT “paga o preço” nas urnas por estar em um governo de ampla coalizão.

 

“Pagamos o preço, como partido, de estar num governo de ampla coalizão. E estamos numa ofensiva da extrema direita. Ofender o partido, fazendo graça, e diminuir nosso esforço nacional não contribui para alterar essa correlação de forças”, escreveu Gleisi, no X.

 

“Padilha devia focar nas articulações políticas do governo, de sua responsabilidade, que ajudaram a chegar a esses resultados. Mais respeito com o partido que lutou por Lula Livre e Lula Presidente, quando poucos acreditavam”, acrescentou.

 

Mais cedo, em entrevista a jornalistas, Padilha defendeu uma “avaliação profunda” do PT após o resultado nas eleições municipais de 2024.

"Eleição na capital, elegeu cidades importantes nesse segundo turno, mas ainda tem um esforço de recuperação. E acho que o PT vai fazer uma avaliação sobre isso, certamente sobre esse resultado, certamente um partido com mais protagonismo sobretudo nas grandes cidades, nas médias cidades".

 

"O PT é o campeão nacional das eleições presidenciais, mas, na minha avaliação, não saiu ainda do Z4 que entrou em 2016 nas eleições municipais", falou, em referência à zona de rebaixamento na tabela esportiva do Campeonato Brasileiro.

 

Padilha chegou a dizer que "a grande vitoriosa” de 2024 foi a reeleição, com um índice de mais de 80% entre os que tentaram continuar no cargo. “Um verdadeiro tsunami de reeleição", afirmou o petista.

 

No total, nas eleições de 2024, foram 252 prefeituras conquistadas pela legenda do presidente Lula, mas apenas uma capital, Fortaleza (CE). No ranking de candidatos eleitos por partido no país, o PT ocupa o nono lugar, atrás de PSD, MDB, PP, União Brasil, PL, Republicanos, PSB e PSDB.

 

Considerando o número de eleitores de cada município, tem um desempenho melhor e passa para a sétima colocação, com 10,1 milhões de eleitores nas cidades em que vai comandar o Executivo municipal. Fica atrás de PSD, MDB, PL, União Brasil, PP e Republicanos.

 

 

 

Posted On Terça, 29 Outubro 2024 05:31 Escrito por

Para jornalista, pleito fortalece governadores Tarcísio de Freitas e Ronaldo Caiado e impõe desafios ao campo político de Bolsonaro para 2026

 

 

Com site SBT

 

 

As eleições municipais de 2024 terminaram neste domingo (27), com realização do segundo turno em 51 cidades, incluindo 15 capitais. Para o jornalista Leonardo Cavalcanti, resultados expressivos da direita evidenciam possíveis segmentações e impõem desafios ao campo político do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que segue inelegível, no pleito de 2026. "Direita vem avançando com tanta força, que pode se dividir", comenta o repórter do SBT News. Assista à análise no programa Brasil Agora desta segunda-feira (28), no canal do portal de notícias no YouTube (veja mais abaixo).

 

Na esteira de prefeitos eleitos e reeleitos, a direita consolidou a atuação de governadores como padrinhos políticos, sobretudo Tarcísio de Freitas (Republicanos) apoiando Ricardo Nunes (MDB) em São Paulo e Ronaldo Caiado (União Brasil) acompanhando Sandro Mabel (União) em Goiânia. Das nove disputas em capitais no segundo turno, o PL, sigla de Bolsonaro, perdeu sete. Ao todo, elegeu quatro chefes de Executivo municipais em 2024.

 

"Aconteceu em Goiânia [Fred Rodrigues, apoiado por Bolsonaro, perdeu para Mabel]. Essa força da direita pode fazer com que [eleitores] conservadores se dividam. Mas a gente sabe que divisão da direita é um risco maior em qualquer eleição, seja municipal, estadual ou federal", diz Cavalcanti.

 

Em São Paulo, Bolsonaro deu apoio discreto a Nunes. No cenário acirrado contra Pablo Marçal (PRTB) e Guilherme Boulos (PSOL), o prefeito reeleito encontrou em Tarcísio um apoiador constante durante a campanha.

 

"Ex-presidente se move muito pela emoção", analisa o jornalista. "Em São Paulo, quando viu que grupo de Nunes não o colocava como protagonista, acabou flertando com Marçal no início. Quando vê que Marçal pode acabar atrapalhando próprio capital político dele, ele recua. Se moveu, inclusive, por ciúme, que, na política, a gente sabe que tem muito", lembra.

 

Já em relação a Caiado, Cavalcanti considera o racha com Bolsonaro ruim para os planos do governador de Goiás em 2026. "Eleição de Mabel mostra força de Caiado em Goiás, isso é evidente. Mas ele é um político ainda muito regionalizado. Essa vitória de ontem representa muito no estado, na capital. Do ponto de vista nacional, essa briga não é boa para ele", disse.

 

"Candidato da direita, por mais que possa ter desenvoltura própria, tem que ter apoio de Bolsonaro. Pode ser que isso mude em dois anos, mas é muito difícil. Bolsonaro ainda é figura importante em 2026. Essa briga é ruim para ambos. No caso de Caiado, já tinha dificuldade na direita, com pessoas mais propensas a apoiar Tarcísio, que vai ter que definir seu futuro, tem reeleição mais tranquila [em SP] do que enfrentamento nacional. Mas, com essa briga, Caiado pode ter mais dificuldade de ser nome da direita [em 2026]", concluiu Cavalcanti.

 

 

 

 

Posted On Segunda, 28 Outubro 2024 15:18 Escrito por

Dos 20 prefeitos de capitais que tentaram a reeleição, 16 conseguiram um novo mandato nas eleições municipais de 2024

 

 

Com site NSC Total

 

 

Com o fim do segundo turno das Eleições 2024, estão definidos os prefeitos nas capitais brasileiras. Das 26 cidades que tiveram eleições para prefeito, quinze foram definidas neste domingo (27). As outras 11 foram definidas no primeiro turno, em 6 de outubro, incluindo Florianópolis.

 

 

Dos 20 prefeitos de capitais que tentaram a reeleição, 16 conseguiram um novo mandato nas eleições municipais de 2024. Desses, 10 conquistaram o cargo no primeiro turno e seis, no segundo. Outros quatro prefeitos de capitais que tentaram se reeleger perderam a disputa já no 1º turno de 2024, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

 

Prefeitos eleitos nas capitais do Brasil

Aracaju (Sergipe): Emília Corrêa (PL)

Belém (Pará): Igor (MDB)

Belo Horizonte (Minas Gerais): Fuad Noman (PSD)

Boa Vista (Roraima): Arthur Henrique (MDB)

 

Campo Grande (Mato Grosso do Sul): Adriane Lopes (PP)

Cuiabá (Mato Grosso): Abílio Brunini (PL)

Curitiba (Paraná): Eduardo Pimentel (PSD)

Florianópolis (Santa Catarina): Topázio (PSD)

Fortaleza (Ceará): Evandro Leitão (PT)

Goiânia (Goiás): Sandro Mabel (União Brasil)

João Pessoa (Paraíba): Cicero Lucena (PP)

Macapá (Amapá): Dr. Furlan (MDB)

Maceió (Alagoas): JHC (PL)

Manaus (Amazonas): David Almeida (Avante)

Natal (Rio Grande do Norte): Paulinho Freire (União)

Palmas (Tocantins): Eduardo Siqueira (Podemos)

Porto Alegre (Rio Grande do Sul): Sebastião Melo (MDB)

Porto Velho (Rondônia): Léo (Podemos)

Recife (Pernambuco): João Campos (PSB)

Rio Branco (Acre): Tião Bocalom (PL)

Rio de Janeiro (Rio de Janeiro): Eduardo Paes (PSD)

Salvador (Bahia): Bruno Reis (União)

São Luís (Maranhão): Eduardo Braide (PSD)

São Paulo (São Paulo): Ricardo Nunes (MDB)

Teresina (Piauí): Silvio Mendes (União)

Vitória (Espírito Santo): Lorenzo Pazolini (REP)

 

Partidos que mais elegeram prefeitos

 

O MDB e PSD foram os partidos que mais elegeram prefeitos, em cinco capitais cada — incluindo Topázio Neto, do PSD em Florianópolis. O União Brasil e o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, elegeram quatro candidatos.

 

O ranking é seguido pelo Progressistas e Podemos, com dois prefeitos eleitos cada. Já o PT, sigla do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, saiu com um candidato vitorioso: Evandro Leitão, em Fortaleza

 

Jogo político

Governadores de 10 estados tiveram sucesso ao apoiar a eleição de um candidato à prefeitura das capitais brasileiras. Por outro lado, 16 terão pelos próximos 4 anos adversários políticos ou nomes que não apoiaram no comando da cidade mais importante do seu estado.

 

O levantamento, feito pelo g1, inclui nomes que tiveram o aval dos governadores desde o primeiro turno ou que passaram a ser apoiados somente na segunda parte do pleito. Em Porto Alegre, por exemplo, o governador Eduardo Leite (PSDB) só anunciou apoio a Sebastião Melo (MDB) no segundo turno.

 

Já a vitória de Tarcísio de Freitas (Republicanos) foi ainda mais significativa já que foi um dos principais apoiadores da reeleição de Ricardo Nunes (MDB) na capital de São Paulo. Seu nome foi o principal lembrado pelo prefeito reeleito em seu discurso de vitória.

 

Mesmo caso ocorreu em Florianópolis, com o apoio do governador Jorginho Mello (PL) a Topázio (PSD), eleito no primeiro turno. Situações semelhantes ocorreram também em Rio Branco (AC), Fortaleza (CE), Belém (PA), Campo Grande (MS), Curitiba (PR), Goiânia (GO) e João Pessoa (PB).

 

 

 

Posted On Segunda, 28 Outubro 2024 05:41 Escrito por
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