O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode fazer novas mudanças em sua equipe ministerial nos próximos dias com o objetivo de atender insatisfações do Senado, disseram nesta quarta-feira fontes envolvidas nas discussões, em um momento em que o petista e seu governo passam por seu pior momento de popularidade
Por Ricardo Brito
Lula irá nesta quarta à residência oficial do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), para uma reunião com líderes partidários, diante da cobrança de senadores por uma maior representação na Esplanada dos Ministérios, afirmou uma fonte ligada a Alcolumbre. Lula tinha em sua agenda participação em um evento para marcar os 60 anos do Banco Central, mas cancelou presença.
O presidente já promoveu mudanças no primeiro escalão do governo neste início de ano, mas apenas pontuais e em aceno ao próprio partido, como a nomeação da ex-presidente do PT Gleisi Hoffmann como ministra das Relações Institucionais.
Outra mudança ocorreu na Secretaria de Comunicação Social, em que o marqueteiro Sidônio Palmeira substituiu o deputado petista Paulo Pimenta após os primeiros sinais de queda na aprovação de Lula e do governo.
No entanto, em linha com a queda de popularidade registrada em outras sondagens nos últimos meses, pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta apontou que a avaliação positiva do governo Lula apresentou uma deterioração em março e a desaprovação se descolou da aprovação, avançando com 15 pontos percentuais de diferença.
Segundo a pesquisa, 27% dos entrevistados avaliaram o governo como "positivo" em março. Na rodada anterior, em janeiro, eram 31%. Os que consideram a gestão negativa foram de 37% para 41%. Já a aprovação de Lula caiu de 47% para 41%, enquanto a desaprovação subiu de 49% para 56%.
Fontes do governo, do PT e do Congresso reconhecem que a gestão Lula não tem empolgado as pessoas e não conversa com grande parte do eleitorado em meio ao recrudescimento da polarização. Apesar de pontualmente haver o reconhecimento de ações governamentais, disseram, não há a percepção de proveito e gratificação das pessoas.
Para uma das fontes, do PT, não se pode colocar a culpa da baixa aprovação apenas na comunicação porque, apesar da mudança na área, a situação segue na mesma toada, sem gerar novas pautas.
"O governo não se comunica bem com C maiúsculo porque está faltando política, sentimento popular. Isso está sendo sentido em todo o país, em todos os segmentos da população", destacou essa fonte, ao citar a queda da aprovação de Lula no Nordeste, principal reduto eleitoral petista.
Essa fonte elogiou a iniciativa do presidente de se encontrar com Alcolumbre e líderes do Senado, defendendo que é preciso buscar tranquilidade no Congresso para, então, buscar a aprovação das ruas.
Uma outra fonte, essa do Palácio do Planalto, disse que a alta dos preços dos alimentos tem causado um forte impacto na popularidade do governo, mesmo com indicadores macroeconômicos, como PIB e desemprego, positivos para a atual gestão.
Aliados de Lula consideram que há tempo para reverter a alta desaprovação ao governo, apostando que diversas medidas já tomadas irão surtir efeito nos próximo meses. Uma fonte citou como exemplo o crédito consignado para o trabalhador do setor privado e a ampliação da faixa de isenção do imposto de renda para quem ganha até R$5 mil, além de estimar que a inflação dos alimentos deve ser contida com uma safra maior este ano.
Na quinta-feira, em um movimento para buscar melhorar sua aprovação, o governo vai realizar um balanço dos dois primeiros anos em um evento chamado "O Brasil dando a volta por dia", em um centro de convenções de Brasília, em que Lula deve falar sobre conquistas no período e sinalizar metas futuras.
Já a aprovação de Lula caiu em relação ao último levantamento, em janeiro, de 47% para 41%
Por Daniela Santos - Metrópoles
Nova rodada da pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (2/4), aponta que a reprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a 56% — é o pior índice desde o início do mandato.
O número representa aumento de sete pontos percentuais em relação ao último levantamento, feito em janeiro, no qual a avaliação negativa do petista era de 49%.
Ainda de acordo com a sondagem, 41% dos entrevistados aprovam a gestão do petista – eram 47% em janeiro –, enquanto 3% não souberam ou não responderam.
A pesquisa ouviu 2.004 brasileiros com 16 anos ou mais, entre os dias 27 e 31 de março. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Trata-se do primeiro levantamento após o pacote de medidas divulgadas pelo governo para tentar reverter a maré de reprovação. No início de março, o presidente aprovou um conjunto de ações para reduzir o preço dos alimentos, fator apontado como crucial na reprovação do petista.
Além disso, Lula tem intensificado as viagens pelo país e, recentemente, divulgou iniciativas para ampliar o acesso ao crédito, como o empréstimo consignado para trabalhadores CLT e a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil.
Recortes
Segundo o levantamento, a aprovação do petista na Região Nordeste seguiu o ritmo de queda, chegando a 52%. A desaprovação é de 46%. A rejeição é maior na Região Sul: 64% de reprovação contra 34% de aprovação.
A pesquisa ainda aponta que a desaprovação ultrapassou a avaliação positiva, pela primeira vez, em grupos como mulheres e pessoas pretas e pardas.
Prefeitos tocantinenses e representantes da Secretaria dos Povos Originários e Tradicionais estiveram reunidos, nesta terça-feira, 1º de abril, no gabinete do vice-presidente do Senado e presidente do PL Tocantins, Eduardo Gomes, para tratar de projetos, obras e políticas públicas voltadas ao desenvolvimento do Estado
Com Assessoria
Entre os gestores municipais presentes estavam o prefeito de Augustinópolis, Antônio do Bar; a prefeita de Santa Teresa, Eliene Batista; o prefeito de Aparecida do Rio Negro, Deusimar Amorim; e o prefeito de Aliança do Tocantins, Elves Guimarães.
Durante a reunião, foram debatidos investimentos estratégicos para a infraestrutura dos municípios, com foco na melhoria da mobilidade e no desenvolvimento urbano. “Em Aliança, por exemplo, estamos avançando com importantes investimentos em infraestrutura. Em breve, vamos entregar o terminal rodoviário e a ponte São José, que são obras fundamentais para a mobilidade e o desenvolvimento da região. Além disso, já estamos planejando a urbanização da avenida do eixo central até a duplicação, assim que tivermos a liberação orçamentária”, afirmou Eduardo Gomes.
O senador também se reuniu com o secretário de Estado dos Povos Originários e Tradicionais, Paulo Waikarnãse Xerente, e sua equipe Filipi Holanda Cavalcante Santos Martins Ubaldo Monteiro Barbosa, gerente de planejamento e captação de recursos e Heid Karla Pereira de Oliveira, diretora de fomento e proteção à cultura dos povos originários e tradicionais para falar sobre investimentos e projetos visando avanços nas políticas públicas.
“É essencial manter esse diálogo e garantir investimentos que tragam melhorias para nossa gente”, afirmou Eduardo Gomes.
A pesquisa foi conduzida entre os dias 20 e 24 de março, com 4.659 entrevistados
Por Gabriel Alves
O desempenho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrenta desaprovação de 53,6%, conforme apontou uma pesquisa AtlasIntel/Bloomberg divulgada nesta terça-feira, 1º de abril. O levantamento também revelou que 44,9% aprovam a gestão, enquanto 1,5% não souberam responder.
Em comparação com a pesquisa anterior, realizada em fevereiro, a desaprovação subiu de 53% para 53,6%, enquanto a aprovação caiu de 45,7% para 44,9%.
A pesquisa foi conduzida entre os dias 20 e 24 de março, com 4.659 entrevistados. A margem de erro é de 1 ponto percentual para mais ou para menos, e o índice de confiança alcança 95%.
Avaliação do governo
Entre os entrevistados, 49,6% consideram a gestão ruim ou péssima, enquanto 37,4% classificam como ótima ou boa. Outros 12,5% avaliam como regular, e 0,5% não souberam opinar.
No levantamento anterior, os números foram semelhantes: 50,8% avaliaram o governo de forma negativa, 37,6% positiva e 11,3% consideraram a administração regular.
Pesquisa: 54% dos brasileiros desaprovam o governo Lula
Outra desaprovação de Lula
A pesquisa Pulso Brasil do Instituto de Pesquisas Sociais, Politicas e Econômicas (Ipespe) divulgada na última quinta-feira, 27 de março, mostra que 54% dos brasileiros desaprovam o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Enquanto isso, 41% aprovam o terceiro mandato do petista. Já 5% não sabiam ou não respondeu.
O presidente se sai melhor entre os que têm 16 a 24 anos (54% de aprovação), os que concluíram apenas o ensino fundamental (47%) e os que possuem renda familiar de até dois salários mínimos (48%). Lula leva a pior entre os que têm 45 a 59 anos (58% de desaprovação), os que concluíram o ensino médio (58%) e possuem renda familiar superior a cinco salários mínimos (60%).
A única região com aprovação superior a desaprovação é o nordeste, onde o PT não perde uma eleição desde 2002, com 50% de aprovação e 45% de reprovação. Já a que o presidente vai pior é a região sul, com 33% de validação e 62% de rejeição.
O levantamento também aponta que 58% da população acredita que a economia brasileira está no caminho errado. Já 35% têm a percepção de que o rumo está na direção correta. E 6% não sabiam ou não respondeu.
Encontros começaram antes mesmo de Sidônio tomar posse; presidente fará evento nesta semana visando ampliar aprovação
Por Ana Isabel Mansur
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva mantém reuniões quase diárias com o ministro da Secom (Secretaria de Comunicação), Sidônio Palmeira, desde que indicou o publicitário ao cargo, em janeiro. Desde a posse, em 14 de janeiro, até essa segunda (31), passaram-se 76 dias — e as reuniões só não ocorreram em 24 deles, incluídos fins de semana, feriados e deslocamentos nacionais e internacionais de Lula, como a recente viagem à Ásia. O levantamento foi feito pelo R7. Nesta terça-feira (1°), inclusive, a primeira agenda do dia de Lula é exatamente com Sidônio, às 9h.
Apesar dos encontros frequentes, a popularidade do presidente segue em baixa desde o início do ano. Lula trocou o comando da Secom, antes sob o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), em meio a insatisfações e críticas públicas à divulgação das ações do governo federal, de responsabilidade da pasta. No entanto, pesquisa Ipsos-Ipec recém-divulgada mostrou que 41% dos brasileiros consideram a gestão ruim ou péssima (leia mais sobre pesquisas abaixo).
A gestão aposta em ações recentes para alavancar a aprovação ao petista, como a expansão do crédito consignado para todos os trabalhadores com carteira assinada e a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5.000 por mês.
Na quinta-feira (3), o presidente vai participar de um evento para apresentar programas e ações de dois anos de governo visando melhorar a aprovação dele. De acordo com o Palácio do Planalto, o evento recebeu o nome de “O Brasil Dando a Volta Por Cima”. A cerimônia vai contar com a participação de ministros de Estado, parlamentares, autoridades e integrantes da sociedade civil organizada.
A iniciativa de crédito já está em vigor, mas, por ser uma medida provisória, precisa ser aprovada pelo Legislativo — em até 120 dias contados da publicação, em 21 de fevereiro — para não perder a validade.
Embora a isenção do IR precise receber o aval do Congresso para valer, o Executivo acredita que a nova faixa esteja em vigor já a partir do próximo ano. Não há ainda, contudo, data para os parlamentares votarem o tema.
Reuniões com o novo titular
O primeiro encontro entre Lula e Sidônio foi em 10 de janeiro, antes mesmo de o ministro assumir. As conversas também ocorreram nos dias 13 e 14. Ele, que foi responsável pela campanha presidencial do petista em 2022, começou na Secom em meio à crise do Pix e à alta do preço dos alimentos.
Para tentar unificar as ações de divulgação do governo em meio à baixa popularidade, o ministro da Secom reuniu, há duas semanas, as assessorias de comunicação dos ministérios e órgãos ligados ao Executivo. Sidônio chamou cerca de 500 profissionais para alinhar as estratégias e apresentar conceitos a serem usados na informação de serviços, programas e políticas públicas.
Alterações internas
Como prometido por Sidônio (veja mais abaixo), Lula aumentou as entrevistas concedidas à imprensa. Desde a posse do novo ministro até essa segunda (31), foram 20 conversas, além de um pronunciamento em rede nacional de TV e rádio. A título de comparação, no mesmo período do ano passado foram 11 entrevistas.
O novo ministro também fez alterações na equipe: trocou o secretário de Imprensa e contratou uma nova gestão para as redes digitais. José Chrispiniano, que tocava o relacionamento de Lula com os veículos de mídia desde 2011, foi substituído por Laércio Portela.
O comando da secretaria de Estratégias e Redes, que chefia áreas como pesquisa, análise e canais digitais, também foi trocado. No lugar de Brunna Rosa, que coordenou a comunicação digital do petista na campanha eleitoral de 2022, assumiu Mariah Queiroz. Na prática, a substituição indicou uma nova fase na estratégia da presença do governo nas redes sociais.
Com Sidônio, perfis pessoais de Lula em plataformas como Instagram e TikTok saíram da alçada de Ricardo Stuckert, que é fotógrafo do presidente desde o primeiro mandato.
Desaprovação
Apesar das atualizações e dos esforços, a popularidade de Lula segue em baixa. A pesquisa Ipsos-Ipec divulgada em 13 de março mostrou que 41% dos brasileiros consideram a gestão ruim ou péssima, contra 27% que a classificam como ótima ou boa.
Na comparação com o último levantamento, divulgado em dezembro de 2024, a avaliação negativa subiu sete pontos percentuais (eram 34%), e a positiva caiu sete pontos percentuais (eram 34%). Os dados também indicaram que 55% dos cidadãos desaprovam a forma como Lula administra o país (recorde para o atual mandato), contra 44% que aprovam.
O cenário negativo de março segue a tendência dos meses anteriores. No fim de janeiro, pesquisa Genial/Quaest mostrou que a desaprovação ao trabalho do presidente subiu dois pontos porcentuais na comparação com dezembro de 2024, de 47% para 49%. No período, a aprovação oscilou cinco pontos para baixo, de 52% para 47%.
Em 14 de fevereiro, pesquisa Datafolha apontou que 41% dos eleitores reprovavam o presidente, o maior número já registrado pelo levantamento considerando os mandatos anteriores de Lula. O petista tinha, ainda, a pior aprovação dos três governos dele, com 24%.
Dias depois, levantamento da CNT (Confederação Nacional do Transporte) divulgou que a gestão é avaliada como ruim ou péssima por 44% dos brasileiros. Esse foi o maior número medido pela CNT dos três mandatos de Lula. Houve, ainda, alta de 13,2 pontos percentuais em relação ao dado anterior.
Segundo a pesquisa, 28,7% achavam o governo de Lula ótimo ou bom, e 26,3% tinham uma avaliação regular. Pela primeira vez na história do levantamento da confederação, a avaliação negativa do petista superou a positiva.
Discursos problemáticos
Soma-se ao contexto falas controversas proferidas por Lula. O presidente é conhecido por escolher improvisar em vez de ler os discursos, escritos pela própria equipe. Apesar dos deslizes, que ocorrem desde o início do mandato, Sidônio informou, ao assumir a Secom, que não repreenderia o presidente por eventuais falas problemáticas (leia mais abaixo).
O episódio mais recente teve a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, como alvo. Em 12 de março, o petista atribuiu a escolha de Gleisi para comandar a articulação política do governo ao fato de ela ser uma “mulher bonita”. Antes dela, a pasta era chefiada por Alexandre Padilha, agora ministro da Saúde.
“Acho muito importante trazer aqui o presidente da Câmara [Hugo Motta (Republicanos-PB)] e do Senado [Davi Alcolumbre (União-AP)], porque uma coisa que eu quero mudar, estabelecer a relação com vocês, por isso eu coloquei essa mulher bonita para ser ministra das Relações Institucionais, é que eu não quero mais ter distância de vocês”, declarou Lula.
No início de fevereiro, em meio à alta do preço dos alimentos, o presidente sugeriu que as pessoas deixassem de comprar os itens que estão caros para forçar os produtos a terem redução de preço. Para Lula, não adquirir alimentos caros faz parte da “sabedoria do ser humano”. O petista também afirmou que os brasileiros não podem ser “extorquidos”.
“Uma das coisas mais importantes para que a gente possa controlar o preço é o próprio povo. Se você vai no supermercado e você desconfia que tal produto está caro, você não compra. Ora, se todo mundo tiver essa consciência e não comprar aquilo que acha que está caro, quem está vendendo vai ter que baixar para vender, senão vai estragar”, declarou, à época.
Gestão de Sidônio
Quando foi confirmado como novo chefe da Secom, Sidônio afirmou que o presidente pediu a ele “uma comunicação perfeita”. O publicitário também destacou que o objetivo era aumentar a popularidade do governo e reforçou a necessidade de melhorar a comunicação digital e a presença do Executivo nas redes sociais.
Sidônio afirmou, ainda, que Lula aumentaria as entrevistas à imprensa e informou que “nunca puxaria a orelha” do presidente por eventuais deslizes nos discursos. O publicitário negou, ainda, que as falas do petista sejam melhores quando lidas, em detrimento de improvisos. “O presidente tem vários predicados e vários atributos. Tem vários atributos, inclusive a fala. Ele é quem é pelo jeito que ele fala”, defendeu.
“O que eu vou fazer é a melhor comunicação, de uma forma mais atualizada, mais adequada, é nisso que eu vou trabalhar. A comunicação tem que ser uníssona. Essa é a compreensão. Acho que a gente vai fazer primeiro uma anamnese [diagnóstico], para depois ver as medidas”, finalizou Sidônio.