Nova linha de crédito imobiliário da Caixa atrela valor do empréstimo ao IPCA. Especialistas apontam riscos para quem quer comprar casa a própria
Por Ludmilla Pizarro
A Caixa anunciou nesta terça-feira uma nova linha de crédito para compra da casa própria reajustado pela inflação. Segundo o banco, a vantagem para o consumidor é que os juros são mais baixos do que os praticados hoje pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH).
Os juros mais baixos, porém, não garantem, segundo o advogado e presidente da Comissão de Direito Imobiliário da OAB-MG, Kênio Pereira, que o valor final pago ao final do financiamento será menor.
Caixa lança financiamento da casa própria corrigido pela inflação
“Hoje o reajuste é feito pela TR, que está há mais de oito anos em praticamente zero. Já no caso do IPCA , corre o risco da parcela subir significativamente, já que os contratos são de longo prazo, de 20 a 30 anos”, alerta o advogado.
Hoje, os juros praticados nos contratos de financiamento imobiliário assinados com a Caixa ficam entre 8,75% e 9,75% ao ano mais Taxa Referencial (TR) nas suas principais linhas de crédito imobiliário, para compra de imóveis novos ou usados. A TR atualmente está zerada, ou seja, não gera, atualmente, reajuste na parcela do financiamento.
Na nova modalidade, os juros serão a partir de 2,95% e no máximo 4,95%, com reajuste baseado no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE, o índice oficial da inflação no Brasil. A previsão é que o IPCA feche 2019 a 3,71%. A novidade pode fazer com que o reajuste do financiamento ocorra todo mês , uma vez que será recalculado mensalmente incluindo o IPCA.
Inflação
A questão é se, no longo prazo, a inflação do País ficará controlada. Para o professor de economia do Ibmec-BH, Fellipe Leroy, a pessoa que for comprar um imóvel deve considerar o risco do saldo devedor crescer descontroladamente caso a meta inflacionária não seja respeitada.
“Não é possível dizer que isso vai acontecer ou não nos próximos 20 ou 30 anos. Vai depender de termos um governo responsável. Mas temos que lembrar que o Brasil trabalha hoje com uma meta inflacionária controlada pela autoridade monetária”, pondera.
O professor ainda lembra que a TR, que é uma taxa definida pelo Banco Central, também pode mudar. “A TR pode ser alterada com uma 'canetada', já a meta da inflação, se não for respeitada pode colocar a economia do País como um todo em risco˜, avalia Leroy.
Segundo o Boletim Focus, divulgado na última segunda-feira, as estimativas para o IPCA nos próximos anos são 3,9%, em 2020, 3,75%, em 2021, e 3,5%, para 2022.
Já a meta da inflação , definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é 4,25% em 2019, 4% em 2020, 3,75% em 2021 e 3,5% em 2022, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Fator social e bancos
A manutenção da TR em níveis próximos de zero, segundo o advogado Kênio Pereira, estava ligado ao fator social do financiamento imobiliário.
“Tanto que é uma taxa utilizada no reajuste da poupança, do FGTS, além do crédito para compra da casa própria. Atrelar o financiamento à inflação retira esse conceito social do financiamento imobiliário e beneficia os bancos”, critica.
Crédito com garantia de imóvel pode chegar a 20% do PIB em 20 anos
Para Felipe Leroy, porém, isso não é necessariamente negativo. Na avaliação do professor, a medida traz mais segurança para o banco que oferece o crédito.
“Temos um déficit habitacional grande no País. Dar mais segurança às instituições financeiras (utilizando a inflação para reajustar os empréstimos) faz com que os juros praticados sejam reais˜, analisa.
“Isso também pode fomentar o setor da construção civil , que é importante para geração de empregos e aquecimento da economia do País”, acrescenta Leroy.
Para Kênio Pereira, após o anúncio da Caixa, os bancos privados também deverão apresentar linhas de crédito habitacional atreladas à inflação.
Entenda
A nova linha de crédito anunciada nesta terça-feira e estará disponível a partir da próxima segunda-feira (26) e terá R$ 10 bilhões disponibilizados pela Caixa.
Ela pode ser utilizada para novos contratos de compra de imóveis novos e usados para até 80% do valor da compra. O prazo máximo será de 30 anos. A parcela do empréstimo não poderá ultrapassar 20% da renda do consumidor.
A modalidade será facultativa, ou seja, a Caixa deve manter as outras modalidades do SFH e o programa Minha Casa, Minha Vida, que não foi alterado pelo anúncio desta terça-feira.
Segundo o presidente da Câmara dos Deputados, fim das coligações vai levar a reorganização partidária e partidos deverão se unir para ganhar força
Com Agências
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que, com o fim das coligações nas eleições, afusão entre DEM e PSDB é uma "forte possibilidade". "Não tenho dúvida de que o fim das coligações vai nos levar, no futuro, à necessidade de uma reorganização partidária, aonde o Brasil voltará a ter três, quatro, cinco partidos fortes", disse Maia.
— Um desses partidos fortes será certamente, com uma forte possibilidade daqui a alguns anos, o DEM e o PSDB com uma mesma força, como um mesmo partido de representação de um segmento importante da sociedade a nível nacional.
Maia participou, nesta terça-feira, da reunião em que o deputado Alexandre Frota (SP), recém-filiado ao PSDB, foi apresentado à bancada tucana. Aos parlamentares do PSDB, Maia disse que, depois de 1989, votou no PSDB em todas as eleições presidenciais.
Na convenção do PSDB que consagrou o nome de Bruno Araújo como presidente do partido, em maio, Rodrigo Maia também deu um discurso reafirmando que votou em Fernando Henrique, José Serra e Aécio Neves.
Nesta terça, o presidente da Câmara disse, ainda, que DEM e PSDB estão juntos nas próximas eleições municipais e qualificou Doria como um "ótimo nome" para concorrer à Presidência. "PSDB e DEM estarão juntos em 2020, estarão juntos em 2022. Nada diferente do que vem acontecendo desde a primeira eleição do presidente Fernando Henrique. Estaremos cada vez mais próximos e mais fortes", concluiu Maia.
Grupo que começou com 16 parlamentares conseguiu novos aliados e passou a ser uma "pedra no sapato" do presidente do Congresso, que pode ser pressionado a abrir CPI para investigar o Supremo Tribunal Federal
Por Gustavo Freitas
Na última terça-feira (13), o senador Lasier Martins (Podemos-RS) apresentou, em Plenário, o grupo “Muda Senado, Muda Brasil”. União de parlamentares que querem dar visibilidade a temas de grande repercussão, o que antes parecia apenas mais uma vertente no Congresso se tornou algo maior e já pressiona o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
De início, o “ Muda Senado ” era formado por 16 parlamentares. Em menos de uma semana, já soma 21 dois 81 senadores. Com 27 assinaturas, por exemplo, já é possível pressionar o presidente a abrir uma CPI.
A primeira pauta, disse Lasier, é garantir que o pedido de impeachment do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli , seja discutido pela Casa. A possível abertura da CPI dos Tribunais Superiores é outro ponto que deve ser debatido pelo grupo.
“Que se reabra a discussão, para poder-se investigar tudo aquilo que vem sendo apontado em uma sucessão de casos com indícios de escândalos no cometimento de alguns ministros do Supremo Tribunal Federal”, disse.
Lasier aposta em senadores de primeiro mandato. Na visão do parlamentar, essa “nova política” se mostra favorável a discutir temas de relevância para o País, sem medo de que, para isso, precise enfrentar o Supremo Tribunal Federal.
“Nosso movimento é de incômodo com a falta de combate a temas que vemos como de relevância nacional. Queremos dar início com a discussão do impeachment de Toffoli, mas existem outras questões em pauta”, afirma o senador gaúcho.
Em manifesto aberto, o “Muda Senado” pede que o Senado Federal atenda a três anseios das ruas: A votação do requerimento de abertura da CPI das Cortes Superiores; A tramitação de todos os processos de investigação e fiscalização; e A tramitação acelerada da PEC de Reforma do Judiciário.
Eleito presidente do Senado com grande apoio da ala “anti-Renan”, Davi Alcolumbre pode sofrer a sua primeira pressão desde que assumiu a cadeira. Boa parte dos membros do “ Muda Senado ” foram seus apoiadores na eleição e, agora, se sentem incomodados com a inércia do presidente em colocar discussões em pauta.
Veja quem são os senadores que aderiram ao “Muda Senado, Muda Brasil”:
Alessandro Vieira (Cidadania)
Alvaro Dias (Podemos)
Arolde de Oliveira (PSD)
Carlos Viana (PSD)
Eduardo Girão (Podemos)
Fabiano Contarato (Rede)
Flávio Arns (Rede)
Jorge Kajuru (Patriota)
Lasier Martins (Podemos)
Leila Barros (PSB)
Luis Carlos Heinze (PP)
Major Olímpio (PSL)
Marcos do Val (Podemos)
Oriovisto Guimarães (Podemos)
Plínio Valério (PSDB)
Randolfe Rodrigues (Rede)
Reguffe (sem partido)
Rodrigo Cunha (PSDB)
Juíza Selma (PSL)
Soraya Thronicke (PSL)
Styvenson Valentim (Podemos)
JORNALISTA QUE REVELOU ÁUDIOS SOBRE ESQUEMA DE CORRUPÇÃO LIGOU ANTES PARA O PALÁCIO ARAGUAIA. CHANTAGEM?
Por Edson Rodrigues
Antônio Guimarães, que revelou em seu site de notícias “Palmas Aqui”, ligou antes de publicar a matéria, em que divulga uma conversa gravada via telefone, supostamente, entre ele e o diretor do Hospital Oswaldo Cruz, Dr. Luciano de Castro Teixeira, em que o dirigente da unidade de saúde que prestava serviços ao Plan Saúde, faz revelações de um hipotético esquema de corrupção que envolvia a secretaria Estadual de Saúde, seus dirigentes e outros servidores, inclusive, de dentro do Palácio Araguaia.
A matéria escandalizou a opinião pública e levou ao chamamento das instituições Judiciais, Polícia Federal, OAB e sindicatos de servidores públicos estaduais a exigir uma investigação a respeito.
Mas, para a surpresa geral, o Palácio Araguaia divulgou, nesta segunda-feira, o áudio de uma ligação telefônica entre Antônio Guimarães e o chefe de gabinete do governador Mauro Carlesse, em que Guimarães fala sobre “uma matéria para balançar as estruturas do Palácio”, sobre “atrasados de campanha que tem a receber” e pergunta “qual seria o posicionamento do governo e se haveria interesse na não divulgação da matéria”.
INVESTIGAÇÃO PARALELA
Da mesma forma que foram cobradas as manifestações das instituições Judiciais, Polícia Federal e OAB na apuração do primeiro fato, faz-se, ante a revelação desse áudio, necessária que seja realizada uma investigação paralela, para que se defina se houve ou não uma tentativa de chantagem ou extorsão por parte de Antônio Guimarães.
Fica estabelecida, no mínimo, uma ação suspeita do dono do site de notícias em perguntar ao alvo de supostas denúncias se há interesse do mesmo em que as denúncias fossem publicadas. O que quis dizer Guimarães ao citar “atrasados de campanha” e saber do “se havia interesse ou não na publicação da matéria”?
Independente da veracidade dos fatos apresentados na matéria que denuncia um suposto esquema de corrupção na Saúde do Estado do Tocantins, Antônio Guimarães deve uma explicação ética aos demais veículos de comunicação, ao seu público e à sociedade tocantinense.
São dois áudios, uma denúncia e uma insinuação. Com a palavra, a Justiça, o Governo do Estado e o Sr. Antônio Guimarães.
A população acompanha interessada e quer saber onde estão as verdades dos fatos!
VEJA DIZ QUE BOLSONARO ERRA NA POLÍTICA AMBIENTAL. ISTOÉ DIZ QUE CONTRIBUINTE VAI PAGAR A CONTA POR NOVA ECONOMIA E ÉPOCA MOSTRA MILITARES PREOCUPADOS COM AMAZÔNIA
Veja
PRESERVE O VERDE (E AS VERDINHAS)
Delicada e tratada com toda a seriedade que o assunto merece, a questão ambiental apavora a comunidade internacional. Na visão de alguns analistas, a política atual de Bolsonaro para o setor pode transformar o Brasil no novo inimigo ambiental do planeta (um título nada positivo). Até mesmo a China, a atual vilã número 1, vai na direção contrária, pelo menos tentando se comportar de forma mais responsável. Com o impulso das declarações do presidente e o afrouxamento dos controles ambientais, o Brasil virou o novo centro das preocupações no exterior.
As três chances para Lula sair da cadeia nos próximos meses
Preso há um ano e quatro meses na Polícia Federal de Curitiba, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado a oito anos e dez meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá, já recorreu dezenas de vezes à Justiça na tentativa de ganhar a liberdade.
Nos últimos tempos, as esperanças foram reavivadas por uma nova leva de recursos ao Supremo Tribunal Federal. Acostumada a rejeitar os pedidos, a Corte tomará as próximas decisões diante de um novo cenário. As mensagens trocadas entre procuradores da força-tarefa da Lava-Jato e o então juiz Sérgio Moro mudaram o humor até dos ministros mais entusiastas da operação.
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Istoé
Você vai pagar a conta
A equipe econômica prepara a volta do famigerado imposto do cheque. É a ideia mais nefasta da Reforma Tributária, que com seu efeito cascata penaliza o trabalhador, dificulta o ambiente de negócios e asfixia a economia – além de estimular a informalidade. Cabe à Câmara barrar tal insanidade.
O anacrônico sistema tributário brasileiro foi remendado ao longo das últimas décadas até se tornar um pesadelo improdutivo e kafkiano. Exige uma reformulação urgente para melhorar a competitividade do País e deixar de penalizar o contribuinte que sustenta uma máquina pública hipertrofiada e ineficiente. Essa avaliação é unânime.
Mas, em se tratando de Brasil, o que é ruim sempre pode piorar. O risco é iminente.
Em fase final de elaboração, o projeto do governo Jair Bolsonaro destinado a reformular o sistema tributário ressuscita uma das piores experiências já realizadas no País: o imposto do cheque – ou seja, a taxação sobre operações financeiras. Denominado Contribuição sobre Pagamentos (CP), o novo imposto pode asfixiar a economia com seu efeito cascata e insuflar a informalidade. Um retrocesso sem precedentes. Imagine a volta do dinheiro no colchão ou mesmo do escambo? Sim, porque é lícito imaginar que as pessoas, temendo a perda da renda mensal e do consequente poder de compra, irão fugir em desabalada carreira da nova mordida do Leão.
A saída para evitar a sobretaxação será uma espécie de desbancalização, quer dizer, a circulação de recursos fora do sistema bancário e as transações em dinheiro vivo, o que além de tudo pode estimular, por óbvio, a corrupção.
Época
Dentro da Caserna
A Cúpula das Forças Armadas avalia que preocupação estrangeira com Amazônia está relacionada a interesses econômicos. Há consenso dentro das Forças Armadas de que as críticas estrangeiras à política ambiental nacional escondem interesses econômicos que podem ferir a soberania do Brasil. Tal percepção é acentuada pelo arraigado sentimento territorialista dos militares, que atinge seu ápice em sua relação com a Amazônia. É uma avaliação que coincide com a posição do presidente Jair Bolsonaro.
Entre os mais de dez generais da ativa e da reserva, além de ministros e ex-ministros ouvidos por ÉPOCA, a questão ambiental tem se mostrado um dos poucos pontos de intersecção entre o que pensam as altas patentes militares e o governo Bolsonaro hoje. Há discordâncias no campo da diplomacia, que vão desde o alinhamento automático aos Estados Unidos até a indicação de Eduardo Bolsonaro como embaixador. Eles divergem também na estratégia de não formar uma base de apoio político e na ideia de privatizar estatais, como a Petrobras.
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