Costa Neto ressalta, porém, apoio a pautas de interesse público
Por Agência Brasil
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou, nesta terça-feira (8), que o partido fará oposição ao governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva.
"O PL não renunciará às suas bandeiras de ideias, será oposição aos valores comunistas e socialistas, será oposição ao futuro presidente", disse Costa Neto. Segundo ele, o presidente Jair Bolsonaro, derrotado na disputa à reeleição, será convidado para ocupar a presidência de honra do Partido Liberal.
Apesar do anúncio de que o partido será oposição ao governo que tomará posse em 1º de janeiro de 2023, pautas pontuais poderão ter o apoio do PL, disse Costa Neto.
"Conversei longamente com o presidente Bolsonaro, ele falou que todos esses assuntos têm que ser levados à bancada, e resolvemos juntos. Se é de interesse público, e interesse do país, nós vamos votar a favor, mas tudo tem que ser muito resolvido junto", afirmou.
De acordo com Costa Neto, o partido deve apoiar a reeleição do atual presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), caso o congressista apoie um nome do PL para a presidência do Senado.
"Vamos apoiar Arthur Lira com a garantia de que ele nos ajude e trabalhe para ter o nosso presidente do Senado", disse Valdemar. "Temos que compor na Câmara para ter sucesso no Senado."
Bancada
Comandado por Costa Neto, o PL saiu fortalecido nas eleições deste ano. Na Câmara dos Deputados, dos 513 assentos, o partido conquistou 99. No Senado, o PL desbancou o MDB, que há mais de três décadas, era o maior partido da Casa, e foi o maior vitorioso nas urnas. Dos 27 senadores eleitos, oito são do PL, enquanto o PT elegeu quatro.
O prefeito da cidade de Iporá (GO), Naçoitan Leite (União Brasil), divulgou uma nota nesta segunda (7) pedindo desculpas por um áudio distribuído em grupos de WhatsApp na semana passada em que defendia "eliminar" o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
Com Jornal Opção
No texto, Leite diz que, "no calor das manifestações políticas", manifestou "resistência pessoal com o resultado das eleições". No áudio de 32 segundos, o político havia contestado a vitória de Lula afirmando que iria levar o país "a uma guerra civil". Por isso, defendeu a necessidade de "eliminar" o petista e Moraes, responsável por presidir o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) durante o processo eleitoral.
No pedido de desculpas, o prefeito afirmou que o áudio "gerou uma interpretação errada por parte de quem ouviu".
"Independente da forma característica como converso, peço sinceras desculpas ao Excelentíssimo Ministro, presidente do TSE, que de forma correta conduziu o processo da maior eleição eletrônica do planeta. Da mesma forma, reconheço que o processo eleitoral refletiu a vontade da maioria das pessoas e, a partir de 1º de janeiro, Luiz Inácio Lula da Silva é o presidente eleito de forma democrática".
No áudio que circulou por grupos de WhatsApp, ele havia dito: "Até a nossa liberdade está em jogo também. Nós temos que eliminar o Alexandre de Moraes e o Lula. Dois homens estão acabando com o Brasil. Vai virar uma guerra civil por causa de dois homens. Então vamos arregaçar as mangas. Ou é agora, ou vamos virar a Venezuela. Ou pior que a Venezuela, porque o presidente da Argentina já está morando no Brasil".
Iporá fica a aproximadamente 200 km de Goiânia e tem 31.274 habitantes, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Neste segundo turno, Bolsonaro teve 60,54% dos votos na cidade, enquanto Lula ficou com 39,46%
Em suas redes sociais, o prefeito publicou diversas mensagens e vídeos em apoio a Bolsonaro e ao governador reeleito Ronaldo Caiado (União Brasil), de quem também é aliado. Após o TSE oficializar a vitória de Lula, ele publicou em seu perfil no Instagram uma mensagem de luto, na qual afirma: "Essa culpa [a eleição de Lula] eu não carrego".
Foi ao som do piano do maestro João Carlos Martins que o vice-presidente da República eleito Geraldo Alckmin (PSB) comemorou seus 70 anos. O aniversário é celebrado nesta segunda-feira, 7, mas as tratativas para fechar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da transição obrigaram a festa a ser antecipada.
Com Estadão
Na noite de domingo, 6, o educador Gabriel Chalita promoveu a celebração em sua casa, em Higienópolis, na capital paulista. O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), retornou da Bahia após dias de descanso e foi cantar os parabéns para o vice. O presidente do Conselho de Administração do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, que chegou a ser cotado para o Ministério da Fazenda no segundo mandato de Dilma Rousseff (PT), também marcou presença.
Chalita preparou risoto, bacalhau e massas ao funghi para o jantar que reuniu o novo centro do poder do País. O educador foi um dos fiadores da chapa Lula-Alckmin e, hoje, é dado como certo como ministro do próximo governo. A dúvida é a pasta: se na Educação ou na Cultura. Ao longo da festa, João Carlos Martins executou o Hino Nacional ao piano e emocionou os convivas de Alckmin, que ainda cantaram "Lula lá" para homenagear o presidente eleito, acompanhado da esposa, a socióloga Rosângela da Silva, a Janja.
Na lista de convidados, a síntese da "frente ampla" cunhada ao longo da campanha eleitoral. Passaram na festa do vice-presidente petistas históricos, como o deputado estadual reeleito Emídio de Souza (PT-SP); mas também economistas liberais, como Persio Arida, idealizador do Plano Real que abraçou a campanha de Lula e deve colaborar com a equipe de transição. Entre os ministeriáveis, Fernando Haddad (PT), Alexandre Padilha (PT), Edinho Silva (PT) e Márcio França (PSB) foram presenças de destaque.
Dois convidados relataram à reportagem um clima descontraído e de tranquilidade ao longo da festa, que reuniu cerca de 40 pessoas. Amigos de primeira hora do próximo presidente - e, agora, próximos a Alckmin, que "Lulou" de vez, segundo uma fonte - tampouco deixaram de ir ao encontro. É o caso do advogado Cristiano Zanin, que defendeu Lula ao longo da Operação Lava Jato, e Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do Prerrogativas, grupo de advogados progressistas.
A médica Ludmilla Hajjar, que recusou convite para assumir o ministério da Saúde no governo Jair Bolsonaro (PL) por diferenças no combate à pandemia, estava por lá, assim como o economista Gabriel Galípolo, cotado para o BNDES de Lula.
Vice-presidente da República afirmou nessa quinta-feira (3/11) que o futuro governo Lula tem 'zero compromisso com o equilíbrio fiscal'
Por Victor Correia
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (Republicanos), criticou nessa quinta-feira (3/11) a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição apresentada pela equipe de transição do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo Mourão, o plano econômico do petista fará “um estupro de R$ 200 bilhões no Orçamento”.
Após reunião, a equipe de transição de Lula, coordenada pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), e o relator-geral do Orçamento, senador Marcelo Castro (MDB-PI), anunciaram que vão preparar uma PEC para excluir áreas estratégicas do Orçamento do teto de gastos, como o Auxílio Brasil e a saúde.
Ainda não há um valor total para a proposta, mas para garantir o Auxílio Brasil de R$ 600 é preciso R$ 70 bilhões a mais do que já está definido na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) enviada ao Congresso pelo governo de Jair Bolsonaro (PL). O atual presidente, porém, prometeu a manutenção do benefício durante toda a campanha eleitoral.
Mourão fez a mesma crítica em sua conta no Twitter. Logo depois, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, que participa da equipe de transição, rebateu a fala. “Declaração de Mourão é no mínimo desonesta. Nem bem acabamos de iniciar a transição e estamos negociando a pauta que interessa ao povo trabalhador. Onde ele estava durante a farra do orçamento secreto e uso perdulário e ilegal da máquina pública nas eleições”.
Renan Calheiros tem trabalhado para ajudar Lula a ter uma base aliada que prescinda do Centrão e, consequentemente, de Arthur Lira
Por Guilherme Amado
Renan Calheiros tem trabalhado para ajudar Lula a ter uma base aliada que prescinda do Centrão e, consequentemente, de seu arqui-inimigo Arthur Lira. Pelas contas do senador, Lula consegue maioria no Senado e na Câmara com MDB, PSD e União Brasil.
“Não podemos, depois de tudo que se passou nos últimos anos no país, e tão pouco depois do recado do povo brasileiro ao derrotar Bolsonaro, validar os métodos do Centrão e incluí-los na base aliada. Lula não precisa de Arthur Lira e do Centrão para governar“, afirmou Renan.
O ex-presidente do Senado se disse disposto a apoiar a reeleição de Rodrigo Pacheco e de um nome do União Brasil para a Presidência da Câmara.