Previsão vale se laboratórios cumprirem etapas burocráticas em 2020
Por Alex Rodrigues
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, voltou a afirmar hoje (16) que, no Brasil, a campanha de vacinação contra o novo coronavírus poderá começar em fevereiro de 2021 caso os laboratórios farmacêuticos cujas vacinas estão em fase adiantada de produção cumpram todas as etapas burocráticas até o fim deste ano.
“Se mantido o que o Instituto Butantan e a Fiocruz previam, ou seja, se a fase 3 dos estudos e toda a documentação das fases 1 e 2 forem apresentados e os registros das vacinas forem solicitados à Anvisa ainda em dezembro, nós, possivelmente, teremos as vacinas em meados de fevereiro para dar início ao plano [de imunização]”, declarou Pazuello a jornalistas após participar do lançamento do Plano Nacional de Operacionalização da Vacina contra a Covid-19, no Palácio do Planalto, em Brasília.
Pazuello lembrou que, além do habitual trâmite de aprovação de medicamento, no qual a Anvisa precisa atestar a integral eficácia e segurança dos produtos a partir da análise minuciosa dos resultados de testes relatados pelos fabricantes, os laboratórios também podem pedir uma autorização para o uso emergencial, o que, se aprovado, lhes permitirá atender a um reduzido grupo de pessoas, conforme autorizado.
“O normal é o [processo de] registro em que, no caso de uma vacina produzida no Brasil, a Anvisa tem de avaliar toda a documentação e dar garantias da segurança do imunizante. Mas precisamos compreender que, dentro da pandemia, dada a velocidade de desenvolvimento de vacina, estamos diante de um outro modelo, que é o de uma autorização de uso emergencial que permita aos laboratórios distribuir vacinas a grupos específicos mesmo sem a conclusão dos testes clínicos e da avaliação de completa eficácia e de [possíveis] efeitos colaterais”, acrescentou o ministro, enfatizando que, nos Estados Unidos e no Reino Unido, o uso da vacina desenvolvida pela Pfizer foi autorizado em regime emergencial, antes que a empresa obtivesse o registro definitivo do produto.
O ministro enfatizou que não há registro de vacina contra a covid-19 em nenhuma agência reguladora no mundo todo. “E, no Brasil, não há nem solicitação de registro, nem pedido de uso emergencial. Se um laboratório nacional ou estrangeiro solicitar e obtiver da Anvisa a autorização de uso emergencial, estudaremos que grupos poderão receber a vacina em quantidades limitadas”, assegurou Pazuello, explicando que somente em um eventual caso de uso emergencial poderá ser exigida a assinatura de um termo de responsabilidade.
“Durante as campanhas de vacinação as pessoas não chegam a um posto de vacinação e assinam um termo de consentimento para tomar a vacina. Já o uso emergencial não é como uma campanha. Ele fica limitado a grupos específicos, que são voluntários. Logo, se um laboratório solicitar e a Anvisa autorizar o uso emergencial de alguma vacina [antes que ela tenha cumprido todas as etapas burocráticas prévias ao registro], as pessoas que participarem terão sim que assinar o termo de consentimento. E somente nestes casos”, explicou o ministro, voltando a dizer que, no que depender do Ministério da Saúde, a vacinação não será obrigatória.
“Não haverá obrigatoriedade por parte do governo federal em hipótese alguma, e sim campanhas que apresentem a todos o melhor a ser feito. A garantia [de eficácia e segurança] é o que vai fazer com que as pessoas sejam voluntárias”, ponderou o ministro, garantindo que, graças a capilaridade do Sistema Único de Saúde (SUS) e a estrutura do Programa Nacional de Imunização, em vigor desde 1973, o governo federal tem condições de distribuir as vacinas para os estados em um prazo de cinco dias após receber as primeiras doses.
“Precisamos ter a capacidade de controlar a ansiedade e a angústia para passarmos estes 45, 60 dias a partir de agora, que serão fundamentais para que se concluam os processos, sejam feitos os registros, produzidas as vacinas e iniciemos a grande campanha de vacinação”, disse o ministro.
A postura do presidente é diferente de outros líderes, que pretendem ser vacinados em frente às câmeras para aumentar a confiança da população
Por iG Último Segundo
Nesta terça-feira (15), o presidente Jair Bolsonaro afirmou que não vai tomar a vacina contra a Covid-19 . A declaração foi dada em programa da TV Band ao apresentador José Luiz Datena. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
"Eu não vou tomar vacina e ponto final. Minha vida está em risco? O problema é meu", disse o presidente durante a entrevista, destacando que vai liberar R$ 20 bilhões para a compra dos imunizantes. "É universal, à disposição de quem quiser. Mas tem que ter responsabilidade. O fabricante fala que não é responsável por efeito colateral nenhum".
Na ocasião, Bolsonaro também voltou a reforçar sua confiança na hidroxicloroquina . "Salvou minha vida. E minha mãe de 93 anos tem sempre uma caixa do lado dela", afirmou.
Bolsonaro foi diagnosticado com a doença no mês de julho, no entanto, os especialistas ainda não sabem por quanto tempo as pessoas ficam protegidas de se infectar novamente. Ele disse que acredita que a pandemia está no fim e que "estamos próximos a uma imunidade de rebanho".
O presidente disse que "vai dar sinal verde" para qualquer imunizante contra a doença que tenha registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Inicialmente, ele se mostrou resistente à Coronavac , imunizante desenvolvido pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantã , ligado ao governo de São Paulo . Entretanto, nos últimos dias, o governo federal tem afirmado que vai adquirir todos os imunizantes que tenham registro da Anvisa .
Em relação à vacina, Bolsonaro tem repetido que não terá obrigatoriedade na imunização, assunto que será discutido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ainda esta semana.
A postura do presidente é diferente de outros líderes, como os ex-presidentes americanos Barack Obama, George Bush e Bill Clinto, que declararam que pretendem ser vacinados em frente às câmeras, para aumentar a confiança da população e servir de incentivo, de certa forma.
País conta 182.854 óbitos registrados e 6.974.258 diagnósticos de Covid-19
Com G1
O consórcio de veículos de imprensa divulgou novo levantamento da situação da pandemia de coronavírus no Brasil a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde, consolidados às 20h desta terça-feira (15).
O país registrou 915 mortes pela Covid-19 nas últimas 24 horas, chegando ao total de 182.854 óbitos desde o começo da pandemia -- este número é o mais alto desde 16 de setembro, quando foram registradas 967 mortes em 24 horas. Com isso, a média móvel de mortes no Brasil nos últimos 7 dias foi de 667 -- valor mais alto desde 2 de outubro, quando a média foi de 675. A variação foi de +25% em comparação à média de 14 dias atrás, indicando tendência de alta nos óbitos pela doença.
Em casos confirmados, desde o começo da pandemia 6.974.258 brasileiros já tiveram ou têm o novo coronavírus, com 44.849 desses confirmados no último dia. A média móvel nos últimos 7 dias foi de 42.620 novos diagnósticos por dia. Isso representa uma variação de +11% em relação aos casos registrados em duas semanas, o que indica tendência de estabilidade nos diagnósticos.
18 estados e o DF e apresentaram alta na média móvel de mortes: PR, RS, SC, ES, MG, RJ, SP, DF, MS, MT, AC, AP, RR, AL, BA, PB, PE, RN e SE
Brasil, 15 de dezembro
Total de mortes: 182.854
Registro de mortes em 24 horas: 915
Média de novas mortes nos últimos 7 dias: 667 (variação em 14 dias: +25%)
Total de casos confirmados: 6.974.258
Registro de casos confirmados em 24 horas: 44.849
Média de novos casos nos últimos 7 dias: 42.620 por dia (variação em 14 dias: +11%)
(Antes do balanço das 20h, o consórcio divulgou um boletim parcial às 13h, com 181.978 mortes e 6.934.539 casos confirmados.)
Estados
Subindo (18 estados + o DF): PR, RS, SC, ES, MG, RJ, SP, DF, MS, MT, AC, AP, RR, AL, BA, PB, PE, RN e SE
Em estabilidade, ou seja, o número de mortes não caiu nem subiu significativamente (5 estados): GO, PA, RO, TO e PI
Em queda (3 estados): AM, CE e MA
Essa comparação leva em conta a média de mortes nos últimos 7 dias até a publicação deste balanço em relação à média registrada duas semanas atrás (entenda os critérios usados pelo G1 para analisar as tendências da pandemia).
Vale ressaltar que há estados em que o baixo número médio de óbitos pode levar a grandes variações percentuais. Os dados de médias móveis são, em geral, em números decimais e arredondados para facilitar a apresentação dos dados.
Com Catraca livre
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a atacar o governador de São Paulo, João Doria (PSDB) e dizer que o governo federal não comprará a CoronaVac, vacina contra a covid-19 produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, em um vídeo com uma montagem divulgado em suas redes sociais, nesta terça-feira, 15.
Nas imagens, Bolsonaro coloca um trecho de um vídeo de Doria, de 2017, quando ele ainda era prefeito da capital paulista, dizendo que tem um “recadinho”. Em seguida, o vídeo é cortado e aparece um trecho de um live transmitida por Bolsonaro no dia 29 de outubro, em que ele acusa Doria de ter aumentado os impostos estaduais em plena pandemia.
“Tá sabendo de São Paulo? O ‘querido’ governador de São Paulo? Em plena pandemia, aumentou o imposto de um montão de coisa”, afirma Bolsonaro ao lado da ministra da Agricultura, Tereza Cristina. “Agora o problema: quando o cara vai no mercado, vai na bomba, vê que o combustível tá alto, que o arroz tá alto, lembra de mim, não lembra do governador de São Paulo”, continua o presidente.
“E outra coisa: ninguém vai tomar tua vacina na marra não, tá ok? Procura outro. E eu, que sou governo, o dinheiro não é meu, é do povo, e não vai comprar tua vacina também não”, completou Bolsonaro.
O vídeo editado foi publicado nas redes sociais oficiais do presidente.
Venda foi feita em leilão previsto no plano de recuperação judicial da empresa
Por Brasil Econômico
Os ativos da rede móvel da operadora Oi foram arrematados pelo consórcio das empresas Tim , Vivo e Claro por R$ 16,5 bilhões. A compra foi feita na tarde desta segunda-feira (14), durante leilão realizado pela 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro.
O leilão é parte do plano de recuperação judicial iniciado pela Oi no ano 2018. Com esse resultado, a empresa deve sumir do mercado de telefonia móvel do Brasil. Isso porque, com essa venda, a companhia passa a possuir apenas os ativos de infraestrutura e fibra, que ainda deverão ser parcialmente vendidos.
Uma vez que a Oi parar de operar nessa área, as três gigantes empresas telefônicas aumentarão ainda mais a sua participação no mercado de telefonia móvel.
E esta não é a primeira vez que a Oi coloca seus ativos em um leilão para quitar as dívidas. No dia 26 de novembro, foram vendidas as torres de telefonia e os data centers da empresa por cerca de R$ 1,4 bilhão.
A decisão de vender os ativos foi anunciada pela Oi no dia 15 de junho deste ano. No plano, a empresa divulgou que se dividiria em quatros setores para vendê-los separadamente. Assim, a divisão ficou entre Unidades Produtivas Isoladas (UPIs): Ativos Móveis, Torres, Data Center e InfraCo.
A UPI InfraCo reúne os ativos de infraestrutura e fibras e ainda deverá ser parcialmente vendida em leilão, ao preço mínimo de R$ 6,5 bilhões.
Mais de R$ 12,2 bilhões de prejuízo em 9 meses
De janeiro a setembro de 2020, a Oi juntou um prejuízo de aproximadamente R$ 12,2 bilhões, com três meses consecutivos em queda. A projeção é de que o 4º trimestre encerre, também, com prejuízos para a companhia.
O prejuízo foi maior no 1º trimestre, ficando menos severo nos dois trimestres seguintes. As perdas foram de R$ 6,25 bilhões nos primeiros três meses do ano, R$ 3,4 bilhões no segundo trimestre e R$ 2,6 bilhões no terceiro.
De acordo com o último relatório de resultados financeiros, a Oi terminou o 3º trimestre com uma dívida líquida de R$ 21.243 milhões .
Parte dessa dívida foi diminuída no dia 27 de novembro devido ao primeiro leilão de ativos. A Oi recebeu um desconto de 50% na dívida de cerca de R$ 14 bilhões devida à União.
O desconto foi aplicado graças a uma modificação aprovada pelo Senado na lei de falências.
Esta permite que empresas em recuperação judicial possam quitar suas dívidas com descontos de até 50% e parcelamento em até 84 meses.