As camas adquiridas ainda antes da pandemia da Covid-19 serão distribuídas nos 18 hospitais geridos pelo Estado e a entrega dos mobiliários faz parte de ações para melhor estruturação dos serviços de Saúde
Por Luciana Barros
Para ofertar uma melhor assistência ao usuário do Sistema Único de Saúde (SUS), unidades hospitalares do Estado receberão um reforço de camas elétricas com colchões que darão também suporte à assistência aos pacientes suspeitos ou confirmados de Covid-19. Um investimento de 13 milhões oriundos do Ministério da Saúde, de acordo com a Resolução da Comissão Intergestores Tripartite (CIT) N.º de 27 de julho de 2017, que dispõe sobre a execução dos recursos financeiros transferidos pelo Ministério da Saúde para aquisição de equipamentos e materiais permanentes.
O processo de aquisição destas camas foi elaborado antes mesmo do início da pandemia do novo coronavírus e contou com recurso de emendas parlamentares impositivas (em que o Poder Executivo é obrigado por lei a repassar os recursos que os parlamentares destinam nas suas emendas individuais). Em consonância com fluxos de aquisição, as camas automatizadas foram licitadas e adquiridas por preço praticado no mercado, de acordo com suas especificações.
As camas serão distribuídas em 18 unidades hospitalares e a entrega dos mobiliários faz parte das ações do Governo do Estado por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES) que vem trabalhando para estruturar os serviços de Saúde para melhor atender a população. A enfermeira Edna Silva Lima, que atua há nove anos no HGP, fala da sensação “gratificante de saber que vamos receber essas camas novas para podermos proporcionar conforto, segurança e qualidade na assistência prestada aos nossos pacientes”, enfatizou.
Segundo a Diretora da Arquitetura, Engenharia Cívil e Clínica da SES, Rose Duarte, a Pasta está organizando a entrega destas camas nas 18 unidades hospitalares do Estado. “As camas serão distribuídas de acordo com a necessidade e porte de cada unidade. Vale destacar que fazia um bom tempo que não havia um grande investimento desta proporção referente a mobiliários beneficiando a população tocantinense que necessita do SUS. As camas automatizadas foram criadas para melhor acomodação dos usuários. Cada movimento pensado no manejo adequado ofertando assim uma maior segurança ao paciente durante o tratamento”, declarou a engenheira da SES.
O estado teve 162 novos diagnósticos nas últimas 24 horas. Paciente que morreu era um homem de 81 anos morador de Xambioá
Hoje o Tocantins contabilizou 162 novos casos confirmados da Covid-19 no Lacen (119) e por testes rápidos (43).
Os novos casos são de Alvorada (1), Araguaína (50), Araguatins (2), Augustinópolis (1), Colinas do Tocantins (5), Darcinópolis (23), Esperantina (1), Formoso do Araguaia (1), Goiatins (2), Gurupi (6), Miracema do Tocantins (2), Monte do Carmo (2), Nova Olinda (5), Palmas (18), Palmeiras do Tocantins (3), Paraíso do Tocantins (3), Porto Nacional (1), São Miguel do Tocantins (1), Tocantinópolis (10), Wanderlândia (2) e Xambioá (23).
Atualmente, o Tocantins apresenta 2.591 casos no total, destes, 656 pacientes estão recuperados, 1.883 pacientes estão ainda em isolamento domiciliar ou hospitalar e 52 pacientes foram a óbito.
Os dados contidos no boletim são consolidados com resultados de exames realizados no Lacen e notificações recebidas dos municípios até as 23:59h do último dia.
O Estado possui uma plataforma onde todos podem acompanhar os números da Covid-19 no Tocantins: http://coronavirus.to.gov.br
Casos de coronavírus no Tocantins
Araguaína – 1130 casos e 12 mortes
Palmas - 408 casos e quatro mortes
Darcinópolis – 85 casos
Gurupi – 79 casos e uma morte
Paraíso do Tocantins – 73 casos e três mortes
Nova Olinda – 71 casos
Xambioá – 65 casos e duas mortes
Colinas do Tocantins – 54 casos e uma morte
Cariri do Tocantins – 49 casos e uma morte
Sítio Novo do Tocantins – 45 casos e uma morte
Araguatins – 41 casos e oito mortes
Tocantinópolis – 41 casos e duas mortes
São Miguel do Tocantins – 38 casos e três mortes
Itaguatins – 29 casos
Axixá do Tocantins – 27 casos e duas mortes
Guaraí – 24 casos e uma morte
Augustinópolis – 23 casos e duas mortes
Goiatins – 20 casos e uma morte
Praia Norte – 19 casos
Formoso do Araguaia – 18 casos
Porto Nacional - 15 casos e uma morte
Wanderlândia - 15 casos
Aguiarnópolis – 12 casos e uma morte
Miranorte – 12 casos e duas mortes
Couto Magalhães - 12 casos
Tabocão – 12 casos
Maurilândia do Tocantins – 12 casos
Palmeiras do Tocantins – nove casos
Sampaio – nove casos
Esperantina – oito casos
Alvorada – sete casos
São Bento do Tocantins – seis casos
Cachoeirinha – seis casos
Barrolândia – seis casos e uma morte
Bandeirantes do Tocantins – cinco casos
Buriti do Tocantins – cinco casos
Dueré – cinco casos
Fátima – cinco casos
Oliveira de Fátima – seis casos
Pugmil – cinco casos
Figueirópolis – seis casos e uma morte
Ponte Alta do Tocantins – quatro casos
Aragominas – três casos
Marianópolis do Tocantins – três casos
Miracema do Tocantins – cinco casos
Presidente Kennedy – três casos
Riachinho – três casos
São Sebastião do Tocantins – cinco casos
Aliança do Tocantins - três casos
Abreulândia – dois casos
Ananás – dois casos
Aurora do Tocantins – dois casos
Ipueiras – dois casos
Pedro Afonso – três casos
Monte do Carmo - Dois
Angico – um caso
Araguaçu – dois casos
Babaçulândia – um caso
Barra do ouro - um caso
Campos Lindos – um caso
Caseara – um caso
Colmeia – um caso
Crixás do Tocantins – um caso
Dianópolis – um caso
Divinópolis do Tocantins – um caso
Filadélfia – três casos
Luzinópolis - dois casos
Santa Tereza do Tocantins - dois casos
Lajeado – um caso
Lizarda – um caso e uma morte
Nazaré – um caso
Nova Rosalândia – um caso
Novo Acordo – um caso
Palmeirópolis – um caso
Peixe – um caso
Pequizeiro – dois casos
Santa Fé do Araguaia – um caso
Silvanópolis – um caso
Santa Rosa do Tocantins - um caso
Tocantínia – um caso
Rio Sono - um caso
Na sexta-feira, o ministro Augusto Heleno, que também é general da reserva, divulgou nota em resposta à decisão de Celso de Mello na qual fala em "consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional"
Com Estadão
Um grupo de 90 oficiais da reserva do Exército divulgou no sábado, 23, uma nota de apoio ao ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, na qual, em tom de ameaça, atacam o Supremo Tribunal Federal (STF), a imprensa e falam em "guerra civil".
"Faltam a ministros, não todos, do stf (sempre grafado em letras minúsculas), nobreza, decência, dignidade, honra, patriotismo e senso de justiça. Assim, trazem ao País insegurança e instabilidade, com grave risco de crise institucional com desfecho imprevisível, quiçá, na pior hipótese, guerra civil", diz o texto.
A nota faz parte de uma escalada verbal por parte de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro desde que o decano do STF, ministro Celso de Mello, autorizou a divulgação do vídeo da reunião ministerial de 22 abril e despachou para a Procuradoria-Geral da República (PGR) três notícias-crime, em ato de praxe, para Augusto Aras se manifestar sobre os pedidos feitos por deputados da oposição de apreensão dos celulares do presidente e de seu filho Carlos Bolsonaro.
Na sexta-feira, o ministro Augusto Heleno, que também é general da reserva, divulgou nota em resposta à decisão de Celso de Mello na qual fala em "consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional".
A manifestação de Heleno provocou fortes reações de setores democráticos da sociedade que enxergaram na nota ameaça de golpe
No texto divulgado neste domingo os oficiais da reserva, ex-colegas de turma de Heleno na Academia das Agulhas Negras, se referem aos "ministros" do STF - entre aspas - nos seguintes termos: "bando de apadrinhados que foram alçados à condição de ministros do stf (sic), a maioria sem que tivesse sequer logrado aprovação em concurso de juiz de primeira instância".
Em tom policialesco, o texto adverte: "Alto lá, 'ministros' do stf!" e diz que os autores do texto se mantém calados "em nome da paz no País".
Sem citar nomes, os militares sugerem que ministros são delinquentes e que, por culpa do STF, que decidiu contra a prisão após condenação em segunda instância, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está livre.
"Juiz que um dia delinquiu - e/ou delinque todos os dias com decisões arbitrárias e com sentenças e decisões ao arrepio da lei -facilmente perdoa (...) Vemos, por esta razão, ladrão, corrupto e condenado passeando pela Europa a falar mal do Brasil Menos mal ao País fizeram os corruptos do mensalão e do petrolão, os corruptos petistas e seus asseclas que os maus juízes que, hoje, fazem ao solapar a justiça do país e se posicionar politicamente, como lacaios de seus nomeadores, sequazes vermelhos e vendilhões impatrióticos".
Os militares aposentados também ecoam o discurso de Bolsonaro ao usar termos pesados como "canalha" para se referir à imprensa. "Temos acompanhado pelo noticiário das redes sociais (porquanto, com raríssimas exceções, o das redes de TV, jornais e rádios é tendencioso, desonesto, mentiroso e canalha, como bem assevera o Exmº. Sr. presidente da República), as sucessivas arbitrariedades, que beiram a ilegalidade e a desonestidade".
Por fim, a nota prega a desobediência. "Aprendemos, desde cedo, que ordens absurdas e ilegais não devem ser cumpridas". Na decisão que retirou o sigilo sobre a reunião do dia 22 de abril, Celso de Mello adverte que a desobediência a ordem judicial é crime e pode levar ao impeachment.
Leia a íntegra da nota:
SOLIDARIEDADE AO GENERAL AUGUSTO HELENO RIBEIRO PEREIRA
Nós, oficiais da reserva do Exército Brasileiro, integrantes da Turma Marechal Castello Branco, formados pela "SAGRADA CASA" da Academia Militar das Agulhas Negras em 1971, e companheiros dos bancos escolares das escolas militares que, embora tenham seguido outros caminhos, compartilham os mesmos ideais, viemos a público externar a mais completa, total e irrestrita solidariedade ao GENERAL AUGUSTO HELENO RIBEIRO PEREIRA, Ministro-Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, não só em relação à Nota à Nação Brasileira, por ele expedida em 22 de maio de 2020, mas também em relação a sua liderança, a sua irrepreensível conduta como militar, como cidadão e como ministro de Estado.
Alto lá, "ministros" do stf!
Temos acompanhado pelo noticiário das redes sociais (porquanto, com raríssimas exceções, o das redes de TV, jornais e rádios é tendencioso, desonesto, mentiroso e canalha, como bem assevera o Exmº. Sr. presidente da República), as sucessivas arbitrariedades, que beiram a ilegalidade e a desonestidade, praticadas por este bando de apadrinhados que foram alçados à condição de ministros do stf, a maioria sem que tivesse sequer logrado aprovação em concurso de juiz de primeira instância.
Assistimos, calados e em respeito à preservação da paz no país, à violenta arbitrariedade de busca e apreensão, por determinação de conluio de dois "ministros", cometida contra o General Paulo Chagas, colega de turma. Mas o silêncio dos bons vem incentivando a ação descabida dos maus, que confundem respeito e tentativa de não contribuir para conturbar o ambiente nacional com obediência cega a "autoridades" ou conformismo a seus desmandos. Aprendemos, desde cedo, que ordens absurdas e ilegais não devem ser cumpridas.
Desnecessário enumerar as interferências descabidas, ilegais, injustas, arbitrárias, violentas contra o Exmº Sr. Presidente da República, seus ministros e cidadãos de bem, enquanto condenados são soltos, computador e celular do agressor do então candidato Jair Bolsonaro são protegidos em razão de uma canetada, sem fundamentação jurídica, mas apenas pelo bel-prazer de um ministro qualquer.
Chega!
Juiz que um dia delinquiu - e/ou delinque todos os dias com decisões arbitrárias e com sentenças e decisões ao arrepio da lei - facilmente perdoa.
Perdoa, apoia, põe em liberdade e defende criminosos, mas quer mostrar poder e arrogância à custa de pessoas de bem e autoridades legitimamente constituídas. Vemos, por esta razão, ladrão, corrupto e condenado passeando pela Europa a falar mal do Brasil. Menos mal ao país fizeram os corruptos do mensalão e do petrolão, os corruptos petistas e seus asseclas que os maus juízes que, hoje, fazem ao solapar a justiça do país e se posicionar politicamente, como lacaios de seus nomeadores, sequazes vermelhos e vendilhões impatrióticos.
O cunho indelével da nobreza da alma humana é a justiça e o sentimento de justiça. Faltam a ministros, não todos, do stf, nobreza, decência, dignidade, honra, patriotismo e senso de justiça. Assim, trazem ao país insegurança e instabilidade, com grave risco de crise institucional com desfecho imprevisível, quiçá, na pior hipótese, guerra civil. Mas os que se julgam deuses do Olimpo se acham incólumes e superiores a tudo e todos, a saborear lagosta e a bebericar vinhos nobres; a vaidade e o poder lhes cegam bom senso e grandeza.
Estamos na reserva das fileiras de nosso Exército. Nem todos os reflexos são os mesmos da juventude. Não mais temos a jovialidade de cadetes de então, mas mantemos, na maturidade e na consciência, incólumes o patriotismo, o sentimento do dever, o entusiasmo e o compromisso maior, assumido diante da Bandeira, de defender as Instituições, a honra, a lei e a ordem do Brasil com o sacrifício da própria vida. Este compromisso não tem prazo de validade; ad eternum.
Brasília, 23 de maio de 2020.
Assinam (o nome aparece em ordem alfabética):
Adonai de Ávila Camargo Coronel de Infantaria
Alvarim Pires do Couto Filho Coronel de Infantaria
Álvaro Vieira Coronel Engenheiro Militar
Alzelino Ferreira da Silva. Coronel Comunicações
Amaury Faia Coronel de Infantaria
Anquises Paulo Stori Paquete Coronel de Infantaria
Antônio Carlos Gay Thomé Coronel Engenheiro Militar
Antônio Carlos da Silva Portela General de Brigada
Antônio Ferreira Sobrinho Coronel de Artilharia]Augusto Cesar Lobão Moreira Promotor de Justiça
Carlos Alberto Dias Vieira Engenheiro
Carlos Alberto Zanatta Coronel Engenheiro Militar
Carlos Augusto da Costa Brown Coronel de Infantaria
Carlos Soares Coronel Engenheiro Militar
Celso Bueno da Fonseca Coronel de Cavalaria
Chacur Roberto Jorge Major de Material Belico
Cláudio Eustáquio Duarte Coronel de Infantaria
Dalton Domingues Coronel do Quadro de Material Bélico
Décio Machado Borba Júnior Coronel Infantaria
Édson Pires dos Santos Coronel de Infantaria
Edu Antunes Coronel de Infantaria
Eduardo de Carvalho Ferreira Coronel do Quadro de Material Bélico
Eduardo José Navarro Bacellar Coronel de Comunicações
Eliasar de Oliveira Almeida Coronel de Artilharia
Emilio Wagner Kourrouski Coronel de Cavalaria
Ênio Antonio Alves dos Anjos Coronel de Comunicações
Fernando Francisco Vieira Major de Artilharia
Fernando Freire Coronel de Infantaria
Francisco José da Cunha Pires Soeiro Coronel Engenheiro
Fernando Ruy Ramos Santos Coronel de Intendência
Francisco de Assis Alvarez Marques Coronel de Artilharia
Gabriel Cruz Pires Ribeiro Coronel de Comunicações
Genino Jorge Cosendey Coronel de Engenharia
Gilberto Machado da Rosa Coronel de Engenharia
Ivanio Jorge Fialho Coronel de Intendência
Jeová Ferreira Rocha Coronel do Quadro de Material Bélico
Johnson Bertoluci Coronel de Engenharia
João Cunha Neto Coronel de Infantaria
João Henrique Pereira Allemand Coronel de Comunicações
João Vicente Barboza Coronel de Infantaria
Jorge Alberto Durgante Colpo Coronel de Artilharia
Jorge Cosendey Coronel de Engenharia
José Benedito Figueiredo Coronel de Artilharia
José Carlos Abdo Coronel de Engenharia
José Eurico Andrade Neves Coronel de Cavalaria
José Rossi Morelli Coronel de Engenharia
Josias Dutra Moura Coronel de Intendência
Julio Joaquim da Costa Lino Dunham
Juarez Antônio da Silva Coronel de Infantaria
Lincoln Ungaretti Branco Coronel de Infantaria
Luiz Antônio Gonzaga Coronel de Artilharia
Luiz Dionisio Aramis de Mattos Vieira Coronel de Cavalaria
Manoel Francisco Nunes Gomes Coronel de Infantaria
Márcio Visconti Coronel de Cavalaria
Marco Antônio Cunha Coronel de Infantaria
Marino Luiz da Rosa Coronel de Comunicações
Nelson Gomes Coronel de Engenharia
Moacir Klapouch Coronel de Intendência
Nilton Nunes Ramos Coronel de Infantaria
Nilton Pinto França Coronel de Artilharia
Norberto Lopes da Cruz Coronel de Infantaria
Osiris Hernandez de Barros Coronel de Cavalaria
Pascoal Bernardino Rosa Vaz Coronel de Cavalaria
Paulo Cesar Alves Schutt Coronel de Infantaria
Paulo César Fonseca Coronel de Infantaria
Paulo Goulart dos Santos Coronel de Infantaria
Paulo Sérgio de Carvalho Alvarenga Coronel do Quadro de Engenheiros Militares
Paulo Sérgio do Nascimento Silva Coronel de Infantaria
Pedro Sérgio Chagas da Silva Coronel do Quadro de Material Bélico
Pedro Paulo da Silva Coronel de Infantaria
Renato César do Nascimento Santana Coronel de Infantaria
Roberto Barbosa Coronel de Infantaria
Ronald Wall Barbosa de Carvalho Engenheiro e empresário
Rubens Vieira Melo Coronel de Artilharia
Rui Antônio Siqueira Coronel de Infantaria
Sebastião Célio de Aquino Almeida Coronel de Intendência
Sérgio Afonso Alves Neto Coronel de Artilharia
Sérgio Antônio Leme Dias Advogado e professor
Siloir José Soccal Coronel de Intendência
Téo Oliveira Borges Coronel de Infantaria
Tércio Azambuja Coronel de Cavalaria
Tiago Augusto Mendes de Melo Coronel de Artilharia
Túlio Cherem General de Exército
Vanildo Braga Vilela Coronel de Engenharia
Vicente Wilson Moura Gaeta Coronel de Intendência
Waldir Roberto Gomes Mattos Coronel de Infantaria
Walter Paulo General de Brigada
Willard Faria Familiar Coronel de Infantaria
Zenilson Ferreira Alves Coronel de Artilharia
Divulgação de vide da reunião ministerial não complica Bolsonaro, mas coloca em cheque ministros de áreas cruciais para o governo
Com Agências
Após assistir a íntegra do vídeo da reunião ministerial, citada por Sergio Moro como prova da tentativa de interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal, podemos afirmar que a “prova” ou a “bala de prata” que o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública fez um estrago diferente do esperado por ele. A expressão “acerta o rato que pariu o elefante” refere-se ao fato de a prova ter pouco efeito sobre o Presidente Jair Bolsonaro, seu “alvo principal”, mas atingir o coração do “elefante”, que são os ministros de áreas importantes do governo federal.
A pergunta que fica é: será que era essa, afinal, a intenção de Sergio Moro ao lutar para a divulgação do vídeo, a de mostrar o nível baixíssimo com que são conduzidas as reuniões do governo brasileiro e os absurdos que saem das bocas de alguns dos ministros?
A justificativa quanto á suposta tentativa de interferência na Polícia Federal, por parte de Jair Bolsonaro, todo mundo já conhecia. Bolsonaro não mentiu quando informou, antes da reunião, esculachando a Polícia Federal e o Serviço de Inteligência que “se fosse preciso, interferiria, sim”.
Mas, as opiniões e afirmações estapafúrdias e vulgares que foram feitas por ministros de Estado, essas nenhum brasileiro fazia ideia de que existiam, e ficaram sabendo, da pior forma, em alto e bom tom.
Como pode um ministro da Educação, Abraham Weintraub, comparar os ministros do Supremo Tribunal Federal a “vagabundos” e dizer que deveriam ser presos?
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, aconselhou o presidente a passar 'a boiada' de decretos e 'mudar' regramento enquanto a atenção da mídia está voltada para a Covid-19.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, (foto) que 'Tem que vender essa porra logo' em referência ao Banco do Brasil, e diz que o Brasil “tem que aguentar” a China e sugere mandar 1 milhão de jovens para quartéis a R$ 300 mensais.
A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, diz que vai pedir prisão de governadores e de prefeitos por medidas tomadas por eles para proteger a população contra a pandemia de Covid-19.
DUAS CONSTATAÇÕES
Logo, a divulgação do vídeo dessa reunião ministerial mais parecida com uma conversa de boteco pela quantidade de palavras de baixo calão utilizada e pelo grau das “sugestões” dos ministros, podemos tirar duas constatações. A primeira é que o presidente da República, Jair Bolsonaro escolheu muito mal seus ministros, que demonstraram não ter empatia nenhuma para com o povo e nenhum preparo técnico para os cargos que ocupam.
A segunda é que, ao não se manifestar contra as patifarias ministeriais que presenciou durante a reunião, já que quase não fala durante todo o tempo, Sergio Moro ou se igualou ou se omitiu, pois, como jurista consagrado e idolatrado pela população brasileira, deveria, no mínimo, ter advertido os ministros após as afirmações que deixaram o povo brasileiro espantado com o baixo nível com que a reunião ministerial foi conduzida.
MAIS DESCONFIANÇA
Agora, ao saber que o ministro do STF, Celso de Mello, decidiu pela divulgação do vídeo por considerar “caluniosa” a declaração do ministro da Educação, Abraham Weintraub, e desconsiderou ou ignorou as demais afrontas proferidas pelos ministros durante a reunião, fica uma pergunta: O STF só bancou a divulgação do vídeo para advogar em causa própria, porque se sentiu ofendido pelo ministro da Educação?
Ou será que a intenção do STF é a mesma de Sergio Moro, de expor como as questões nacionais são tratadas pelo presidente da República e seus ministros?
A grande mídia já deu o tom de como vai tratar a divulgação do vídeo da reunião ministerial, tratando ponto por ponto cada declaração de cada ministro, assim como as do presidente Jair Bolsonaro.
Há juristas que dizem que Bolsonaro não cometeu nenhuma tentativa de interferência na Polícia Federal. Já outros, dizem que isso ficou “claro e límpido” no vídeo.
Como o Congresso Nacional vai usar ou tratar o que o vídeo revela? Parlamentares de todo o país já se manifestaram e não há unanimidade quanto às opiniões.
Os governadores de São Paulo e do Rio de Janeiro, “bosta” e “estrume”, segundo Bolsonaro, vão tomar alguma providência?
Como meros mortais, só nos resta ensinar aos nossos filhos e netos que palavrões como os que eles ouviram nos veículos de comunicação que divulgaram o vídeo da “reunião ministerial”, não devem ser usados no dia a dia, e torcer para que tudo o que foi dito nessa ocasião, seja debatido à exaustão pela mídia, avaliado com rigor pelo Poder Judiciário e, principalmente, observado pelos que pretendem ser presidente do Brasil, um dia, para que não façam igual.
PARA NÃO ESQUECER
Só para que não esqueçamos o que realmente importa, vejamos como o Brasil acorda neste sábado, 23 de maio: segundo levantamento junto às secretarias estaduais de saúde, foram registradas, até a manhã deste sábado, 21.116 mortes provocadas pela Covid-19 e 332.382 casos confirmados da doença em todo o país.
O balanço do Ministério da Saúde divulgado nesta sexta-feira (22) informa 21.048 mortos e 330.890 casos. Com os números atualizados, o Brasil é o segundo país no mundo com o maior número de casos confirmados da doença, atrás apenas dos Estados Unidos.
Deus nos ajude!!!
O vídeo e a transcrição da reunião ministerial do dia 22 de abril foram divulgados hoje na íntegra pelo ministro Celso de Mello
Por João Pedro Caleiro
O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), liberou nesta sexta-feira (22) a transcrição e os vídeos da reunião ministerial do governo do presidente Jair Bolsonaro ocorrida há exatamente um mês, no dia 22 de abril.
O conteúdo foi divulgado na íntegra com exclusão apenas de trechos relacionados ao Paraguai e à China. O vídeo foi enviado como parte de um inquérito aberto diante da acusação do ministro Sergio Moro de interferência do presidente na Polícia Federal.
Bolsonaro se exalta em vários momentos e também se refere com termos chulos ao governador de São Paulo, João Doria, o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel. Há vários palavrões.
O presidente também critica o prefeito de Manaus, Arthur Virgilio, que está “abrindo covas coletivas”. A cidade é um dos principais focos da pandemia do coronavírus, já em curso quando o vídeo foi gravado.
As principais menções do presidente a esta crise, no entanto, são para criticar as medidas de isolamento social definidas pelos governadores. Ele também expressa desconforto por uma nota de morte de policial rodoviário que citou sua causa de morte por covid-19, mas não sua comorbidade.
Veja alguns dos trechos mais relevantes:
Polícia Federal
Bolsonaro afirmou que não iria esperar “foder minha família toda de sacanagem, ou amigo meu” ao citar a necessidade de trocar o superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro, chamado por Bolsonaro de “gente da segurança nossa no Rio”.
A fala ocorre em um momento no qual Bolsonaro reclama da falta de informações dos órgãos de inteligência, diz que seus irmãos são perseguidos e que não deseja ver isso.
O vídeo mostra que as declarações sobre esse assunto são dadas por Bolsonaro em um tom visivelmente irritado. Ele faz as afirmações olhando para a frente, diretamente para a câmera.
“Prefiro não ter informação do que ser desinformado por sistema de informações que eu tenho. Então, pessoal, muitos vão poder sair do Brasil, mas não quero sair e ver a minha a irmã de Eldorado, outra de Cajati, o coitado do meu irmão capitão do Exército de … de … de … lá de Miracatu se foder, porra! Como é perseguido o tempo todo. Aí a bosta da Folha de São Paulo, diz que meu irmão foi expulso dum açougue em Registro, que tava comprando carne sem máscara. Comprovou no papel, tava em São Paulo esse dia. O dono do … do restaurante do … do pa … de … do açougue falou que ele não tava lá. E fica por isso mesmo. Eu sei que é problema dele, né? Mas é a putaria o tempo todo pra me atingir, mexendo com a minha família” afirmou Bolsonaro.
Em seguida, ele disse: “Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro oficialmente e não consegui. E isso acabou. Eu não vou esperar foder minha família toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence à estrutura. Vai trocar; se não puder trocar, troca o chefe dele; não pode trocar o chefe, troca o ministro. E ponto final. Não estamos aqui para brincadeira”.
Na avaliação dos investigadores, que assistiram ao vídeo na semana passada, a frase de Bolsonaro refere-se claramente à PF do Rio. A versão de defesa do presidente, verbalizada por ele próprio e por seus ministros que prestaram depoimento à PF, é que ele estava reclamando da sua segurança pessoal. Nenhum deles, porém, apresentou elementos de que Bolsonaro teve dificuldades para trocar sua equipe de segurança pessoal ou que estaria insatisfeito com sua segurança.
Em um momento anterior da reunião, ele também reclama que não estava sendo informado pelos órgãos de inteligência: “Eu não posso ser surpreendido com notícias. Pô, eu tenho a PF que não me dá informações. Eu tenho as… as inteligências das Forças Armadas que não tenho informações. Abin tem os seus problemas, tenho algumas informações. Só não tenho mais porque tá faltando, realmente, temos problemas, pô!. Pouco depois da frase acima, Bolsonaro volta a reclamar:
“Questão estratégica, que não estamos tendo. E me desculpe, o serviço de informações nosso, todos, é uma… são uma vergonha, uma vergonha! Que eu não sou informado! E não dá pra trabalhar assim. Fica difícil. Por isso, vou interferir! E ponto final, pô! Não é ameaça, não é uma… urna extrapolação da minha parte. É uma verdade. Como eu falei, né? Dei os ministérios pros senhores. O poder de veto. Mudou agora. Tem que mudar, pô. E eu quero, é realmente, é governar o Brasil”, disse.
Armamentos
Em um dos trechos, Bolsonaro defende armar a população porque “é fácil impor uma ditadura” no Brasil, já que todo mundo está em casa. Para ele, um povo armado “jamais será escravizado”.
“E se eu fosse ditador, né? Eu queria desarmar a população, como todos fizeram no passado quando queriam, antes de impor a sua respectiva ditadura. Aí, que é a demonstração nossa, eu peço ao Fernando e ao Moro que, por favor, assine essa portaria hoje e que eu quero dar um puta de um recado pra esses bosta! Por que que eu tô armando o povo? Porque eu não quero uma ditadura! E não da pra segurar mais! Não é? Não dá pra segurar mais”
“É escancarar a questão do armamento aqui. Eu quero todo mundo armado! Que povo armado jamais será escravizado. E que cada um faça, exerça o teu papel. Se exponha”, diz um pouco depois.
Paulo Guedes, Braga Netto e o “Plano Marshall”
A reunião deixa clara a discordância interna em relação ao “Plano Pró-Brasil”, apresentado naquele mesmo dia pelo ministro Braga Netto, da Casa Civil sem nenhum representante do Ministério da Economia. O plano se baseia na retomada do investimento público como indutor do desenvolvimento pós-pandemia.
“O nome do plano eu roubei de um plano do Tarcísio, não é Tarcísio, né? Pedi autorização a ele e roubei. É um Plano Marshall brasileiro, né?”, diz Braga Netto.
“Não chamem de Plano Marshall porque revela um despreparo enorme”, rebate Guedes. Braga Netto responde: “Não, não, não, isso aqui foi só aqui e agora. É o Pró-Brasil.”
Guedes então segue falando que “não se fala Plano Marshall, porque é um desastre. Vai revelar falta de compreensão das coisas.”. O ministro diz que “é super bem-vinda essa iniciativa” mas que “não vamos nos iludir” pois a retomada só viria pelos investimentos privados, abertura comercial e outras iniciativas.
Ele também expressa desconforto com Rogério Marinho, ministro do Desenvolvimento Regional. Antes um forte aliado de Guedes, ele foi um dos articuladores do Pró-Brasil. O que diz Guedes:
“Todo o discurso é conhecido: “acabar com as desigualdades regionais”, Marinho, claro, tá lá, são as digitais dele. É bi … é bonito isso, mas isso é o que o Lula, o que a Dilma tão fazendo há trinta anos. Se a gente quiser acabar igual a Dilma, a gente segue esse caminho.”
Abraham Weintraub e a prisão de ministros do STF
Abraham Weintraub, ministro da Educação, em dado momento e pede cadeia para ministros do STF:
“Eu não quero ser escravo nesse país. E acabar com essa porcaria que é Brasília. Isso daqui é um cancro de corrupção, de privilégio. Eu tinha uma visão extremamente negativa de Brasília. Brasília é muito pior do que eu podia imaginar”, diz ele.
“Se sentem inexpugnáveis. (…) o povo tá querendo ver o que me trouxe até aqui. Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF. E é isso que me choca”, completa.
Damares e a prisão de governadores
A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, critica o que chama de violação de direitos fundamentais por parte dos governadores devido a medidas feitas durante a pandemia.
“Nunca houve tanta violação de direitos no Brasil como neste período. Direitos fundamentais foram violados. No nosso “disque cem” tem mais de cinco mil registros, ministros, de violação de direitos humanos. Mas o senhor tem uma ministra de Direitos Humanos e uma equipe muito corajosa. São mais de cinco mil procedimentos e ações que estão sendo construídas. Governadores e prefeitos responderão processos”, diz ela.
“A maior violação de direitos humanos da história do Brasil nos últimos trinta anos está acontecendo neste momento, mas nós estamos tomando providências. A pandemia vai passar, mas governadores e prefeitos responderão processos e nós vamos pedir inclusive a prisão de governadores e prefeitos. E nós tamo subindo o tom e discursos tão chegando. Nosso ministério vai começar a pegar pesado com governadores e prefeitos”, diz a ministra.
Ricardo Salles e a desregulamentação
Já o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, pede para que o presidente aproveite o momento da pandemia para “passar as reformas infralegais de desregulamentação” na Amazônia.
“Nós temos a possibilidade nesse momento que a atenção da imprensa tá voltada exclusiva … quase que exclusivamente pro COVID, e daqui a pouco para a Amazônia, o General Mourão tem feito aí os trabalhos preparatórios para que a gente possa entrar nesse assunto da Amazônia um pouco mais calçado”.
“A oportunidade que nós temos, que a imprensa não tá … tá nos dando um pouco de alívio nos outros temas, é passar as reformas infralegais de desregulamentação, simplificação, todas as reformas que o mundo inteiro nessas viagens que se referiu o Onyx certamente cobrou dele, cobrou do Paulo, cobrou da Teresa, cobrou do Tarcísio, cobrou de todo mundo, da segurança jurídica, da previsibilidade, da simplificação, essa … grande parte dessa matéria ela se dá em portarias e norma dos ministérios que aqui estão, inclusive o de Meio Ambiente”.