Presidente do STF analisou pedido do próprio Senado. Mais cedo, nesta terça, Toffoli negou pedido de deputado que queria votação aberta na Câmara

 

Por Mariana Oliveira e Rosanne D'Agostino, TV Globo e G1 — Brasília

 

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, decidiu nesta quarta-feira (9) manter votação secreta para a eleição da Mesa do Senado.

 

Com isso, Toffoli derrubou a decisão do ministro Marco Aurélio Mello, que em dezembro determinou votação aberta na eleição, marcada para o início de fevereiro.

 

Mais cedo, nesta quarta (9), Toffoli rejeitou um pedido do deputado eleito Kim Kataguiri (DEM-SP) para que a votação para o comando da Câmara fosse aberta.

 

Decisão sobre o Senado
Ao decidir sobre o caso, Toffoli atendeu a pedido do próprio Senado.

 

Toffoli entendeu que a votação para comando das Casas é questão interna e deve ser definida pelos parlamentares.

 

Para o ministro, uma decisão individual não pode alterar o modelo da eleição sem que o caso seja discutido no plenário do STF.

 

Com as decisões do presidente do Supremo, não será possível saber após a eleição em quem cada parlamentar votou para o comando das Casas no começo de fevereiro, quando assume a nova legislatura.

 

O que diz Toffoli
O presidente do STF afirmou que o entendimento dele valerá até julgamento do caso pelo plenário do STF. Ele marcou a análise do tema para o dia 7 de fevereiro, depois da eleição da Mesa.

 

Toffoli destacou que uma decisão individual não poderia alterar a norma que está em vigor no Senado.

 

“Noto que a modificação para a eleição vindoura, por meio de decisão monocrática, sem a possibilidade de análise pelo Plenário da Corte (tendo em vista o recesso judiciário), implicaria em modificação repentina da forma como a eleição da mesa diretiva regimentalmente vem se realizando ao longo dos anos naquela Casa; ao passo em que a manutenção da regra regimental permite a continuidade dos trabalhos diretivos da Casa Legislativa nos moldes definidos por aquele Poder”, decidiu Toffoli.

 

Segundo o presidente do Supremo, como a eleição da Mesa Diretora visa a administração da Casa, “inexiste necessidade de controle externo sobre a forma de votação adotada para sua formação".

 

Além disso, Toffoli destacou que a eleição secreta é adotada em diversos países e afirmou que, apesar de a Constituição não abordar como deve ser a forma de votação para eleição da Mesa, o regimento do Senado prevê a regra, que deve vigorar em respeito a separação dos poderes.

 

"Embora a Constituição tenha sido silente sobre a publicidade da votação para formação da Mesa Diretora, o regimento interno do Senado Federal dispôs no sentido da eleição sob voto fechado", diz o ministro

 

Relembre
No dia 19 de dezembro, último dia antes do recesso do Poder Judiciário, Marco Aurélio ordenou votação aberta após pedido do senador Lasier Martins (PSD-RS). Na avaliação do ministro, a transparência é exigência para o poder público.

 

O Senado argumentou que derrubar a decisão de Marco Aurélio era "essencial para preservar a independência do Poder Legislativo e sua autonomia para editar e alterar seu Regimento Interno, e os princípios da segurança jurídica e da colegialidade".

Posted On Quinta, 10 Janeiro 2019 08:18 Escrito por

Entrevista Alexandre Garcia

 

Por Germano Oliveira

 

Em 1980, o jornalista Alexandre Garcia, então com 40 anos, era o porta-voz do general João Batista Figueiredo, presidente da República, ainda durante a ditadura militar. E os militares, como agora, eram tradicionalistas em matéria de costumes. Foi diante desse quadro que Garcia concedeu uma rumorosa entrevista para a revista masculina “Ele & Ela”, com o título “O porta-voz da abertura”, deitado numa cama, de cueca, coberto apenas por uma toalha felpuda. Sem pudor, ele declarava: “É aqui que eu abato minhas lebres”. Foi um escândalo e ele foi demitido depois de 18 meses como porta-voz do general. Hoje, aos 78 anos, ele acaba de se desligar da TV Globo, onde, por 30 anos, foi comentarista político e apresentador eventual do Jornal Nacional. A demissão da Globo, ocorrida no final do ano, coincidiu com a posse do presidente Jair Bolsonaro. Não demorou para surgirem comentários de que ele seria o porta-voz do novo presidente. As especulações aumentaram quando ele foi visto conversando com Bolsonaro, seus filhos e ministros do novo governo, na solenidade de posse no Itamaraty. Em entrevista à ISTOÉ, contudo, Garcia nega que será o porta-voz do novo presidente.

 

Depois de trinta anos na TV Globo, o senhor deixou a emissora e há comentários de que pode vir a ser o porta-voz do presidente Bolsonaro. Como está essa negociação?
Alexandre Garcia - Não tem essa conversa. Eu não serei porta-voz de ninguém.

 

Mas o senhor esteve com o presidente e com seus filhos no dia da posse e cresceu a especulação de que o senhor poderia ter ido conversar com ele sobre essa possibilidade.
Eu estava na recepção no Palácio do Itamaraty, onde eles estavam. Apenas isso.

 

O senhor descarta essa ideia ou ainda é há chances de se tornar o porta-voz do novo governo?
Alexandre Garcia - Eu descarto. Vou ficar nas redes sociais.

Mas desde que o senhor saiu da Globo, praticamente às vésperas da posse de Bolsonaro, circulou a informação de que essa possibilidade era grande. O senhor acha que ele necessita de um porta-voz?
Isso é ele quem sabe. Precisa perguntar a ele.

 

O senhor chegou a dar algum conselho a ele, quanto à necessidade dele ter um jornalista experiente para orientá-lo no trato com a imprensa?
Alexandre Garcia - Quem sou eu para dar conselho para um homem que se elegeu presidente da República.

 

Certamente ele ouviria sua opinião…
Alexandre Garcia - Mas eu sou jornalista, não sou conselheiro de ninguém.

 

No passado o senhor já teve uma experiência nesse sentido, foi porta-voz do então presidente da República, o general João Batista Figueiredo. O senhor não gostaria de repetir essa experiência?
Isso faz 40 anos.

 

E o senhor não gostou da experiência de ser assessor?
Foi uma experiência interessante. Foi bom para conhecer o outro lado. Mas profissionalmente foi muito didático.

 

E o senhor não gostaria de repetir a experiência?
De jeito nenhum.

 

O senhor já disse que prefere agora dedicar-se às mídias sociais, à sua coluna na mídia?
Eu escrevo para quinze jornais. Falo diariamente com 280 emissoras de rádio. Estou com uma meta de ter 1 milhão de seguidores no twitter. Estou com 1,4 milhão de visualizações nas mídias sociais. Eu quero ficar na rede social. Afinal, a rede social elegeu um presidente da República. Isso me deu uma dica. Então é por aí que eu vou. Quero ficar na rede social.

 

Essa estratégia dele em ocupar mais as redes sociais e falar menos com a mídia tradicional é correta?
Isso tem que perguntar para ele. Eu não sou analista dele. Sou jornalista.

 

Como o senhor está vendo a imprensa em relação a ele?
Eu só faço análise do meu comportamento. Eu tenho a devida humildade para não analisar o comportamento dos outros.

 

O senhor acha que a imprensa o trata bem ou é muito radical em relação a ele?
Isso você tem que perguntar a ele. Ele é quem sabe. Eu não tenho a menor ideia.

 

E o senhor nunca teve a oportunidade de discutir com ele o relacionamento que ele deveria ter com os jornalistas?
No dia da posse, em que eu apertei a mão dele, fazia uns três anos que eu não falava com ele.

 

Em relação à mídia tradicional, o senhor acha que ele se relaciona bem ou mal? Ele deveria mudar a postura em relação aos jornalistas?
Você me pergunta coisas como se eu fosse ou quisesse ser o porta-voz dele. Eu sou tão jornalista quanto você. Estou vendo as coisas de longe.

 

E como o senhor está vendo o governo Bolsonaro? Acha que ele vai conseguir mudar o Pais e, sobretudo, as práticas de relacionamento com a política tradicional, do toma-lá-dá-cá?
O problema é que hoje a imprensa vive muito do achismo. Eu falo sobre fatos, como aprendi na faculdade em 1970. Portanto, precisamos ver como os fatos vão acontecendo. Eu não acho nada sobre o que pode vir a acontecer.

 

Pela sua experiência de 60 anos como jornalista, o senhor acredita que o governo Bolsonaro conseguirá implantar as mudanças prometidas na campanha?
Eu não sou João de Deus e não sou vidente. Eu falo sobre o presente e sobre os fatos que já passaram. Não arrisco a falar sobre o que vai acontecer no futuro.

Posted On Quinta, 10 Janeiro 2019 06:59 Escrito por

Consumidor não percebe, mas quando a luz é acesa, a caixa registradora do governo também é ligada

 

Com site Diário do nordeste

 

Quando o assunto é energia, o que vem logo à cabeça do consumidor é o quanto se paga todos os meses pela conta de luz. Afinal, precisamos dela para iluminar a casa, assistir televisão, ouvir o rádio, conservar os alimentos, utilizar o computador; ao mesmo tempo em que as empresas necessitam da eletricidade para produzir aquilo que consumimos no nosso dia a dia. Mas o que nem todos percebem é que quando acendemos a luz, ligamos também a caixa registradora do governo. Quase a metade da conta vai para pagar encargos e impostos.

 

Estudo do Instituto Acende Brasil - voltado ao desenvolvimento de ações e projetos para aumentar o grau de transparência e sustentabilidade do setor elétrico brasileiro - e a consultoria Pricewaterhouse Coopers indica que a carga de tributos e encargos setoriais na conta de luz é da ordem de 45,08%. Índice superior, inclusive, à carga tributária do País em relação ao seu Produto Interno bruto (PIB), que é de 35%. Fazendo as contas, de cada R$ 100 desembolsados para pagar a energia, R$ 45,08 são de tributos e encargos. Em 2002, a representatividade ficava na casa dos 35%.

 

Para se chegar aos valores, detalhados na 4ª edição do estudo "Carga Consolidada do Setor Elétrico Brasileiro", lançada em maio deste ano, o ponto de partida foi uma amostra de 54 empresas, entre estatais e privadas, que pagaram, em 2008, R$ 46,2 bilhões em tributos e encargos de uma receita global de R$ 102,5 bilhões.

 

Para se ter uma ideia da representatividade dessa amostra, as empresas geradoras representam 64% da capacidade instalada do País, as empresas transmissoras respondem por 80% da receita do segmento e as distribuidoras por 84% da energia vendida no Brasil.

 

Os dados foram informados pelas próprias empresas e disponibilizados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

 

Segundo o levantamento, do total da carga tributária de 45,08% efetivamente paga naquele ano, 13,9% referem-se a impostos federais; 20,8% a impostos estaduais; 0,02% a impostos municipais, 1,6% a encargos trabalhistas e 8,8% a encargos inerentes ao setor.

 

Encargos, explica Cláudio Sales, presidente do Acende Brasil, referentes a "subsídios que envolvem desde custos com térmicas a óleo no Norte do País até as despesas para implantação do programa de universalização da energia elétrica". "O luz para Todos é um programa do governo federal que não recebe nenhum centavo do governo. São os consumidores que arcam com todo o investimento, embutidos nos ´encargos´, que aparecem descriminado nas contas", dispara.

 

De acordo com ele, no rol dos tributos, em âmbito federal, os que mais pesam nessa conta são o Pis/Pasep e a Confins, que em dez anos, praticamente dobraram sua participação de 0,77% e 3,48%, respectivamente, para 1,51% e 6,94% do total arrecadado. Já na esfera estadual, o grande vilão é o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que responde, em média, por 20,8% da receita bruta do setor elétrico nacional. No Ceará, são 27,5% embutidos referentes a esse imposto.

Posted On Quinta, 10 Janeiro 2019 07:58 Escrito por

O Benefício de Prestação Continuada (BPC) é um programa do Governo Federal

 

Da Assessoria

 

Moradores de Palmas, que recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e não fizeram a inscrição no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal até o dia 31 de dezembro de 2018, devem procurar o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) mais próximo de sua casa, para fazer ou atualizar o seu cadastro no sistema do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS). É necessário que o beneficiário apresente no ato o Cadastro de Pessoa Física (CPF), Registro Geral (RG) e uma conta de energia elétrica de sua residência, para fazer uma carta de defesa que será enviada ao MDS.

 

A secretária municipal de Desenvolvimento Social, Valquíria Rezende, explica a importância de aproveitar mais essa oportunidade e se dirija ao Cras para fazer sua carta. “Sabemos das dificuldades dos beneficiários e, por isso, para aqueles que não fizeram cadastro até 31 de dezembro foi posta a possibilidade de se fazer uma carta de defesa do benefício que será enviada ao MDS, poderá acontecer uma visita técnica e o  processo será enviado ao Governo Federal. É muito importante que as pessoas usem esta oportunidade e venham aos Cras fazer sua carta, coloquem ‘em dia’ sua situação, para tentar voltar a receber seu benefício”, explica Valquíria Rezende.

 

No Cras da 407 Norte a procura de atendimento para fazer essa carta de defesa tem se intensificado nestes primeiros dias do ano. “Nós estamos prontos para atender estas pessoas e regularizar sua situação junto ao Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal. Não há necessidades destes beneficiários procurarem advogados e ter gastos extras”, destaca a coordenadora da unidade, Silvânia Cristina.

 

Ainda de acordo com a coordenadora se o usuário morar com outras pessoas deve apresentar documentação de cada morador da casa.

 

O beneficiário que não realizar a inscrição no Cadastro Único e não entrar em contato com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em até 30 dias após a data do bloqueio, poderá ter o benefício suspenso. Os interessados têm a opção de entrar com recurso contra a suspensão do benefício nos canais de atendimento do INSS em até 30 dias a partir da data da suspensão.

 

Confira o cronograma estabelecido na portaria nº 2.651, do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) de dezembro de 2018.

 

 

 

Lote

Período de aniversário do 

beneficiário

Data limite 

Para emissão da 

notificação

Competência inicial
da suspensão

Período máximo do bloqueio 

de que trata o art. 4º

 

 

01/01 a 31/03

 

 

31/12/2018

 

Abril de 2019

 

01/05/2019 a 30/05/2019

 

 

 

01/04 a 30/06

 

31/03/2019

 

Julho de 2019

 

01/08/2019 a 30/08/2019

 

 

01/07 a 30/09

 

30/06/2019

 

Outubro 2019

 

 

01/11/2019 a 30/11/2019

 

 

01/10 a 31/12

 

 

30/09/2019

 

Janeiro de 2020

 

01/02/2020 a 01/03/2020

Posted On Quarta, 09 Janeiro 2019 08:38 Escrito por

O presidente Jair Bolsonaro confirmou a revogação da adesão do Brasil ao Pacto Global para Migração Segura, Ordenada e Regular. Na sua conta no Twitter, ele afirmou hoje (9) que a iniciativa foi motivada para preservação dos valores nacionais. “O Brasil é soberano para decidir se aceita ou não migrantes”, disse o presidente. “Não ao pacto migratório.”

 

Por Carolina Gonçalves

 

Em seguida, Bolsonaro justificou a decisão. “Quem porventura vier para cá deverá estar sujeito às nossas leis, regras e costumes, bem como deverá cantar nosso hino e respeitar nossa cultura. Não é qualquer um que entra em nossa casa, nem será qualquer um que entrará no Brasil via pacto adotado por terceiros."

 

A decisão foi comunicada ao Ministério das Relações Exteriores, que orientou o corpo diplomático a transmiti-la à Organização das Nações Unidas (ONU). O Brasil aderiu ao pacto em dezembro de 2018.

 

Histórico

Anteriormente, Bolsonaro e o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, criticaram os termos do pacto. No último dia 2, em Brasília, durante reunião com o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, Bolsonaro afirmou que tinha a intenção de retirar o Brasil do acordo.

 

Segundo o presidente, o país vai adotar critérios rigorosos para a entrada de imigrantes. Após as eleições, ele afirmou que quem “não passasse pelo crivo” não entraria no país.

 

Para o chanceler, o pacto é “um instrumento inadequado para lidar com o problema. "A imigração não deve ser tratada como questão global, mas sim de acordo com a realidade e a soberania de cada país”.

 

Acordo

Fechado em 2017 e chancelado no ano passado, o pacto estabeleceu orientações específicas para o recebimento de imigrantes, preservando o respeito aos direitos humanos sem associar nacionalidades. Dos representantes dos 193 países, 181 aderiram ao acordo. Estados Unidos e Hungria foram contrários. República Dominicana, Eritreia e Líbia se abstiveram.

 

No final de 2017, existiam quase 25,4 milhões de refugiados em todo o mundo. Atualmente, apenas dez países acolhem 60% das pessoas nessa situação. Só a Turquia abriga 3,5 milhões de refugiados, mais do que qualquer outro país.

 

O pacto global sobre refugiados aponta quatro objetivos principais: aliviar a pressão sobre os países anfitriões, aumentar a autossuficiência dos refugiados, ampliar o acesso a soluções de países terceiros e ajudar a criar condições nos países de origem, para um regresso dos cidadãos em segurança e dignidade.

 

Agenda

Bolsonaro participa, pela manhã, da transmissão do cargo do Comando da Marinha para o almirante de esquadra Ilques  Barbosa Junior. O presidente também tem reunião com o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e com a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP).

Posted On Quarta, 09 Janeiro 2019 08:12 Escrito por