Gestores estaduais e distrital divulgaram nota pública “em face de constantes ameaças e agressões aos ministros do STF e suas famílias”
Por Flávia Said
Governadores de 13 estados e do Distrito Federal divulgaram, nesta segunda-feira (16/8), uma nota pública em solidariedade ao Supremo Tribunal Federal (STF), aos ministros e às famílias, citando “constantes ameaças e agressões” à Corte.
“O Estado Democrático de Direito só existe com Judiciário independente, livre para decidir de acordo com a Constituição e com as leis. No âmbito dos nossos estados, tudo faremos para ajudar a preservar a dignidade e a integridade do Poder Judiciário”, diz a nota, que também pede serenidade e paz ao país.
Assinam o documento os governadores do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB); da Bahia, Rui Costa (PT); do Maranhão, Flávio Dino (PSB); de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB); de São Paulo, João Doria (PSDB); do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB); do Ceará, Camilo Santana (PT); da Paraíba, João Azevêdo (Cidadania); do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB); do Piauí, Wellington Dias (PT); do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT); de Alagoas, Renan Filho (MDB); de Sergipe, Belivaldo Chagas (PSD); e do Amapá, Waldez Goés (PDT).
A nota não faz menção explícita a qualquer autoridade, mas a maioria dos governadores que a assinam são críticos da postura do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que tem subido o tom nas declarações em desaprovação à Corte.
No sábado (14/8), Bolsonaro disse que pedirá abertura de processo contra os ministros do STF Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso. O anúncio do mandatário da República foi publicado nas redes sociais e causou reações negativas de políticos.Segundo Bolsonaro, o pedido será encaminhado esta semana ao presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).
A afirmação do titular do Executivo federal veio um dia após o ministro Alexandre de Moraes determinar a prisão do ex-deputado e dirigente nacional do PTB, Roberto Jefferson, por suposta participação em uma organização criminosa digital montada para atacar a democracia.
“Na próxima semana, levarei ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, pedido para que instaure processo sobre ambos, de acordo com o art. 52 da Constituição Federal”, tuitou Bolsonaro no sábado.
O artigo 52 da Constituição dá ao Senado Federal poder para “processar e julgar os ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o procurador-geral da República e o advogado-geral da União, nos crimes de responsabilidade”.
O clima entre Bolsonaro, o STF e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) esquentou nos últimos dias, após ataques do presidente da República às urnas eletrônicas. Esta semana, Moraes abriu investigação contra o chefe do Executivo nacional por ele ter divulgado nas redes sociais inquérito sigiloso da Polícia Federal sobre a invasão de um hacker ao sistema de computadores da Corte eleitoral.
Goiânia, aos 16 dias do mês de agosto de 2021
PSL RECEBERÁ BOA PARTE DOS 7 BILHÕES DO FUNDO PARTIDÁRIO
O PSL nacional receberá a maior fatia dos 7 bilhões de reais do Fundo Partidário para a campanha de 2022.
No Tocantins o PSL é presidido pelo governador Mauro Carlesse, único governador nas hostes do partido, logo, não faltará “incentivo” do partido para fornecer a infraestrutura necessária para um bom desempenho em terras tocantinenses.
Somando-se esse aporte financeiro com a máquina estatal, incluindo o Programa Tocando em Frente, com um vasto pacote de obra, ao Diário Oficial e ao maior tempo no Horário Eleitoral Gratuito, Mauro Carlesse tem tudo para garantir uma das vagas no segundo turno para o seu candidato. Só se não quiser...
SENADOR EDUARDO GOMES FAZENDO UM GIRO NO ESTADO
O senador Eduardo Gomes passará os próximos dias fazendo um giro pelo Tocantins, implantando sua agenda de serviços e colhendo subsídios para sua atuação parlamentar, em busca de soluções para os problemas do interior do Tocantins e da Capital.
Líder do governo Bolsonaro no Congresso Nacional, sem sombra de dúvidas esse giro ´de Eduardo Gomes trará boas notícias para os municípios do interior.
Essa é a forma correta de retribuir à população tocantinense o apoio e o carinho que são sempre dispensados a Eduardo Gomes, por conta do seu trabalho incansável na liberação de recursos de emendas impositivas e comprometimento para que o Tocantins seja contemplado com pavimentação asfáltica, maquinário para manutenção de estradas vicinais e inclusão nas ações da Codevasf e do Calha Norte, que têm resultados em muitos benefícios para os municípios.
EDSON TABOCÃO ENTRA NA DISPUTA
O empresário Edson Tabocão se aliou ao senador Irajá Abreu para disputar um mandato político em 2022.
Tabocão vem tomando gosto em participar de várias reuniões políticas, sempre acompanhado de Irajá, presidente estadual do PSD. Nesta semana, o empresário visitou várias lideranças políticas e empresariais da Região Sudeste e Sul do Estado, e depois participou com Irajá Abreu de reuniões em diversos municípios.
Edson Tabocão pode ser candidato ao governo em uma composição política que agregue o setor do Agronegócio a um grupo de partidos políticos, tendo como bandeira um projeto de Governo voltado ao desenvolvimento, com avanços na industrialização e no aproveitamento das riquezas naturais do Tocantins.
TOINHO ANDRADE: PRESTÍGIO E FORÇA POLITICA
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Toinho Andrade, demonstrou muita força política com a festa da sua filiação ao PSL, presidido pelo seu amigo e companheiro, governador Mauro Carlesse.
Dez prefeitos que estavam filiados ao PTB, assim como Toinho, abandonaram o partido, trilhando o mesmo caminho do presidente da Casa de leis.
Dezenas de vereadores de vários municípios também se mostraram fiéis a Toinho Andrade, engrossando as fileiras do PSL, em uma movimentação que ainda pode incluir várias outras filiações, esvaziando o PTB, cujo presidente Nacional, Roberto Jefferson, foi preso na última semana.
A VOLTA DOS “CANDIDATOS PROFISSIONAIS” E DOS “PARTIDOS DE ALUGUEL”
Se o Senado Federal chancelar o ressuscitamento das coligações proporcionais, estarão de volta o cenário os “políticos profissionais” e os “partidos de aluguel”, que lançarão centenas de candidatos a deputado federal e estadual para coligarm entre si ou com os grandes partidos, apenas para “mamar nas tetas” do Fundo partidário.
Será um grande retrocesso e a volta do “país das bananas”.
A palavra final fica por conta do Senado.
RONIVON MARCIEL
O prefeito de Porto Nacional, Ronivon Maciel, com muita humildade, tem buscado parcerias no Congresso Nacional e no governo do Estado, podendo surpreender os portuenses com muitas ações positivas ainda neste semestre.
Seu jeito humilde vem resultando em apoios e amizades importantes para sua gestão em que, aliás, Ronivon age como um verdadeiro “extintor de incêndio”, apagando qualquer faísca para evitar incêndios maiores, com potencial para virar conflitos.
O prefeito portuense tem plantado sementes de boa convivência e construindo pontes de diálogo, e pode, em breve, entrar para a galeria dos prefeitos eficientes, que trouxeram obras importantes para Porto Nacional.
Sua gestão é considerada, até agora, equilibrada, correta, sem picuinhas ou perseguição, priorizando o diálogo.
Porto Nacional agradece.
GRATIDÂO DE CINTHIA COM PSDB NACIONAL
A prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro, tem demonstrado gratidão à cúpula nacional do PSDB, que abraçou sua candidatura à reeleição e garantiram os recursos materiais e financeiros da sua campanha.
Foi um trabalho realizado sem ostentação, porém, sem miséria. Em nenhum momento faltaram recursos para que ela pudesse desenvolver um trabalho equilibrado e competente.
Sua gratidão é justa e elogiável, sem esquecer que a direção nacional do PSDB destituiu o ex-senador Ataídes Oliveira, então presidente estadual da legenda, entregando o comando do partido à própria Cinthia.
Gratidão política é coisa rara, hoje em dia.
SINAL DE PERIGO NO VOO SUCESSÓRIO DE 2022
Sem as coligações proporcionais, 60% dos deputados federais do Tocantins ficarão na berlinda, experimentando do seu próprio veneno, empurrado “goela abaixo” dos candidatos a vereador em 2020.
Muitos dos que conseguiram se eleger vereadores, mesmo com a nova realidade, estão apenas aguardando o início do período eleitoral para “baterem a porta na cara” dos deputados federais candidatos à reeleição.
Afinal, foram eles que impediram a eleição de muitos e complicaram a eleição de centenas. Logo, 60% dos deputados federais não terão a mínima condição de sequer cogitar pedir apoio para sua reeleição, o que coloca em sério risco suas carreiras políticas.
Suas chances, agora, estão nas mãos do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que promete engavetar e não pautar a reforma política com a volta das coligações proporcionais.
DEPUTADOS FEDERAIS APREENSIVOS
A maioria dos deputados federais, dentre eles, sete tocantinenses que são a favor da volta das coligações proporcionais nas eleições de 2022, está temerosa com os desentendimentos entre os presidentes da Câmara e do Senado.
As discordâncias entre Arthur Lira e Rodrigo Pacheco podem impedir que a proposta da volta das coligações seja pautada no Senado, já aprovada na Câmara Federal, mas que precisa da chancela do plenário do Senado.
Já há interlocutores articulando um pacto entre os dois para os próximos dias. Caso não haja entendimento, o sinal vermelho será acionado, pois muitos candidatos à reeleição para deputados federais e estaduais ficarão na berlinda, com menos chances de conseguir êxito.
Como dizem: “está nas mãos de Deus”, pois, nas últimas 72 horas, Lira e Pacheco só não foram às vias de fato....
SEGUNDO TURNO NO TOCANTINS É INEVITAVEL EM 2022
As divisões dos grupos políticos no Tocantins, com vistas às eleições para governador em 2022 tornam inevitável que não haja um segundo turno.
Haverá, no mínimo, três ou quatro candidatos ao governo, sendo que os dois mais votados irão para o segundo turno.
O bom desempenho dessas futuras candidaturas só será sentido e percebido lá por meados de 2022, após as convenções partidárias e as formações das coligações.
O Observatório Político de O Paralelo 13 já detectou essa tendência, inclusive com a alta probabilidade de péssimo desempenho das “candidaturas de improviso”, que, certamente, ficarão de fora do segundo turno, assim como os candidatos a deputado federal e estadual, calcados no mesmo princípio de campanhas sem profissionalismo, ficando inseridos no grupo dos “enchedores de linguiça”.
A modernidade é fato e quem não conseguir acompanhar, quem não evoluiu, dificilmente chegará ao pódio eleitoral.
Isso é fato!
IRIS REZENDE TEM MELHORA SIGNIFICATIVA
O ex-prefeito de Goiânia Iris Rezende tem estado de saúde regular, mas segue sem previsão de alta após uma cirurgia por causa de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), conforme informou o boletim médico divulgado na tarde de sábado (14).
O político segue internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital da capital. O comunicado divulgado diz ainda que ele mantém melhora do nível de consciência e do quadro motor, “inclusive sentado beira leito”.
O comunicado assinado pela equipe médica que o acompanha diz ainda que segue respirando de forma espontânea, mantém um bom controle da pressão arterial e tem as funções de outros normais. Até a última sexta-feira (13), o quadro dele era considerado grave.
Governador se juntou aos romeiros na caminhada de Natividade ao santuário, nesse sábado, 14, e se recolheu no altar principal do santuário para um momento de oração, neste domingo, 15
Por Jarbas Coutinho
O governador do Estado do Tocantins, Mauro Carlesse, deu uma pausa em sua agenda de trabalho para participar do Festejo do Senhor do Bonfim, no município de Natividade.
Governador ressalta que o santuário do Senhor do Bonfim é um local abençoado, ideal para agradecer as graças recebidas e renovar a nossa fé - Esequias Araújo/Governo do Tocantins
Nesse sábado, 14, como já é de costume, o Governador se juntou aos romeiros na caminhada de Natividade ao santuário. Neste domingo, 15, ele se recolheu no altar principal do santuário para um momento de oração e foi recebido na casa paroquial pelo pároco Leomar Souza.
"Esse é um momento de fé, de união de todos os tocantinenses. É um momento de recolhimento e agradecimento ao Senhor do Bonfim pelas graças, pelas conquistas e para pedir força, saúde e inteligência para enfrentar os desafios. Estou renovado e feliz de estar neste local religioso e histórico, junto com o povo e com o padre Leomar, que nos recebeu tão bem. O santuário do Senhor do Bonfim é um local abençoado, ideal para agradecer as graças recebidas e renovar a nossa fé", ressaltou.
Para melhor atender os visitantes, o Governo do Tocantins realizou a limpeza do local, bem como das rodovias de acesso ao local. Outra medida importante foi no aspecto de segurança, com policiamento ostensivo nas rodovias e no interior do santuário. Essas ações visam proporcionar mais comodidade aos que procuram o santuário para pagar suas promessas e buscar paz espiritual.
Mauro Carlesse deu uma pausa em sua agenda de trabalho para participar do Festejo do Senhor do Bonfim, no município de Natividade - Esequias Araújo/Governo do Tocantins
O Governo do Estado também conta com o Centro de Apoio, que atende aos romeiros das 6 às 23 horas, desde o dia 7 deste mês até esta segunda-feira, 16. Os visitantes são recepcionados por uma equipe multifuncional que oferta água, alimentos leves, banheiros, cadeiras para descanso, assistência à saúde e orientações sobre os protocolos de distanciamento da Covid-19.
Festa do Bonfim
O Festejo do Senhor do Bonfim de Natividade ocorre há mais de dois séculos e deu origem à primeira igreja construída no povoado, em 1.750. Conta a tradição que um vaqueiro encontrou uma imagem do Senhor do Bonfim em cima de um toco de árvore e, após levá-la para Natividade, a imagem voltou a aparecer de forma inexplicável em Bonfim, nas cercanias da sede do município. Como o santo não parava na cidade, os devotos começaram a seguir a pé até o povoado, onde até hoje rezam, fazem e pagam promessas por graças alcançadas e atribuídas ao Senhor do Bonfim.
Tradição
É tradição que os moradores da cidade comecem a organizar os festejos e se preparar para receber os romeiros com meses de antecedência. Geralmente pessoas mais velhas e devotas preparam o templo, lavando-o e enfeitando o altar. Como não há acomodações para os milhares de romeiros, famílias preparam alimentos e abrem suas casas para acomodar gratuitamente parentes e conhecidos. Porém, a grande maioria se instala em tendas armadas nos arredores da igreja.
O ministro Raimundo Carreiro do Tribunal de Contas da União completa 75 anos em setembro de 2023. Pela lei, ele atinge nessa data a idade-limite e se aposenta compulsoriamente. Na sequência, caberá ao Senado Federal indicar um substituto para a vaga.
Por Edson Rodrigues, com informações de Veja
Uma curiosa convergência de interesses, envolvendo o governo, o congresso, o próprio TCU e até parlamentares de oposição, promete antecipar todo esse processo em 2 anos. Se o plano der certo, até o fim do mês o presidente Jair Bolsonaro vai indicar Carreiro para ocupar um posto diplomático no exterior, e os senadores já terão escolhido um nome de consenso para o cargo – tudo costurado para acontecer de maneira harmoniosa sem embates políticos, sem trocas de acusações, diferentemente do texto tornando a rotina da prática política em tempos de polarização.
Antes considerado um repositório de políticos em fim de carreira ou de candidatos com dificuldades de reeleição, o TCU ganhou protagonismo a partir de 2015, depois que condenou a então Presidente Dilma Rousseff no caso das pedaladas fiscais, e abriu caminho para o processo de impeachment. Desde então, o tribunal vem se distanciando da pecha de mero carimbador de orçamento ou bedel de formalismos que, no máximo, conseguiram paralisar algumas obras e licitações. A corte de Contas, hoje, tem sido muito demandada, especialmente pela oposição para fustigar o governo. Há, portanto, interesse do Planalto em ter no cargo alguém mais amigável. Há o desejo particular de determinados senadores em ocupar a vaga e a vontade do Congresso de ampliar seu raio de influência. E, por último, encaixou no processo a intenção do ministro Carreiro de morar no exterior.
No início de junho, uma comitiva de autoridades brasileiras foi a Nova York conhecer instalações tecnológicas e redes privativas de internet 5G no país. Estavam presentes, entre outros, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, os senadores Flávio Bolsonaro e Ciro Nogueira, e o ministro Raimundo Carreiro.
Nessa viagem foi alinhavada a proposta que atenderia a todos os interessados. O ministro do TCU já havia recebido as primeiras sinalizações de que poderia se tornar embaixador do Brasil em Portugal, caso realmente antecipasse a aposentadoria.
A notícia vazou para alguns gabinetes, e começaram a surgir os primeiros pretendentes ao posto. Dois nomes surgiram de imediato: Antonio Anastasia, do PSD, e Kátia Abreu, do Progressistas, ambos, em princípio, oposicionistas. Esse detalhe, porém, foi superado.
Nos últimos dias, Kátia Abreu aproveitou o recesso do Congresso Nacional para descansar numa praia do Rio Araguaia onde, de acordo com sua assessoria, permaneceria isolada. Foi um exílio proposital. A senadora foi aconselhada a submergir, enquanto seus aliados juntam as últimas peças da articulação para que ela assuma uma cadeira no TCU.
Uma das vozes mais agudas do Senado, a parlamentar era, até outro dia, filiada ao MDB. Apesar da mudança de partido, ela ainda é muito próximo ao Senador Renan Calheiros, relator da CPI da Covid-19, e a um grupo importante que ela vem reunindo com frequência em sua casa, durante a pandemia, para traçar estratégias com vistas a desgastar o governo federal.
Mesmo com esse perfil, o nome da senadora ganhou o apoio dos parlamentares ligados ao Centrão, que convenceram o presidente Bolsonaro de que essa solução pode render bons dividendos a todos: ao próprio Centrão, que amplia sua área de influência, à senadora, que assumirá um cargo de altíssima relevância, e ao governo, que aposta que contará com uma oposicionista a menos no Congresso.
Sob a liderança do cantor sertanejo e ex-deputado Sergio Reis, uma promessa de paralisação das atividades dos caminhoneiros ganhou força nas redes sociais neste domingo, 15. Pelas mensagens postadas, os profissionais deverão cruzar os braços em 7 de Setembro, Dia da Independência do Brasil, em um movimento que engrossaria outras manifestações públicas já programadas a favor do governo de Jair Bolsonaro. Lideranças dos caminhoneiros, no entanto, afirmam que o artista não os representa, e o Ministério da Infraestrutura, nos bastidores, não leva a mobilização a sério.
Com Estadão
Em um áudio e um vídeo atribuídos ao cantor e que circulam em grupos de WhatsApp e no Twitter, Sergio Reis convoca uma greve nacional de caminhoneiros para protestar contra os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), um dos alvos de ataques do presidente, de quem o músico é aliado. No sábado, 14, por meio das redes sociais, Bolsonaro disse que apresentará ao Senado um pedido de impeachment dos ministros Alexandre de Moraes e Luis Roberto Barroso.
"Nós vamos parar 72 horas. Se não fizer nada, nas próximas 72 horas, ninguém anda no País, não vai ter nem caminhão para trazer feijão para vocês aqui dentro", disse Reis em uma reunião, em Brasília, com representantes do agronegócio, sentado ao lado do presidente da Aprosoja, Antonio Galvan. "Nada vai ser igual, nunca foi igual ao que vai acontecer em 7, 8, 9 e 10 de setembro, e se eles não obedecerem nosso pedido, eles vão ver como a cobra vai fumar, e ai do caminhoneiro que furar esse bloqueio", ameaçou Reis no vídeo.
O ex-deputado foi procurado pela reportagem, mas não quis se manifestar, tampouco confirmou se o áudio e o vídeo são mesmo de sua autoria. A assessoria do Republicanos também foi questionada, mas não respondeu às mensagens da reportagem. Sergio Reis foi deputado federal pelo Republicanos, antigo PRB, entre 2015 e 2019. Fontes, no entanto, garantem que ele não representa o partido.
Em um dos áudios, o cantor sugere que o movimento conta com apoio financeiro para manter os manifestantes hospedados e alimentados em Brasília por mais de um mês. Seria uma forma de forçar os senadores a aprovarem o afastamento dos ministros do STF e o voto impresso. O artista dá a entender que o presidente Jair Bolsonaro apoia o movimento. Ele afirma ter chegado de Brasília, onde teria almoçado com Bolsonaro e participado de uma reunião com produtores de soja, além de integrantes do Ministério da Defesa e do Exército, Marinha e Aeronáutica. "Todos os fortes. São pessoas importantes que não tinha ideia do que estava sendo preparado pelos caminhoneiros", disse.
'Ordem' a Pacheco
Sergio Reis diz ainda que pretende se encontrar com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), para apresentar uma "intimação". Segundo ele, "não será um pedido, mas uma ordem". "Já entramos com pedido de o presidente do Senado nos receber no dia 8 de setembro, vou eu e dois líderes dos caminhoneiros, e dois líderes do sindicato da soja, para entregar a ele uma intimação, não é um pedido, é uma intimação, como se fosse um oficial de Justiça que fala 'cumpra-se'", disse o cantor.
"Enquanto o Senado não tomar essa posição que nós mandamos fazer, nós vamos ficar em Brasília e não saímos de lá até isso acontecer. Uma semana, dez dias, um mês e os caras bancando tudo, hotel e tudo, não gasta um tostão. E se em 30 dias eles não tirarem aqueles caras, nós vamos invadir, quebrar tudo e tirar os caras na marra."
O ministério foi contatado para comentar a ameaça de paralisação, mas a assessoria informou que não se manifestaria sobre o tema. O Broadcast apurou que a preparação da paralisação, pelo menos por enquanto, não está sendo levada a sério pelo governo. Representantes da administração de Bolsonaro mantém diálogo direto e monitoram o ânimo da categoria constantemente.
A maior paralisação dos caminhoneiros ocorreu em maio de 2018, durante o governo de Michel Temer. O alcance do ato, que gerou desabastecimento de combustíveis em todo o País, foi atribuído a suspeitas de locaute - quando os patrões, e não os trabalhadores, é que lideram a paralisação e impedem os empregados de exercer suas atividades. Diferentemente da greve, que tem amparo na Constituição, o locaute é proibido por lei. No áudio, o cantor afirma já ter sido dono de uma transportadora. Em 2015, os caminhoneiros também organizaram greves em vários Estados a favor do impeachment da então presidente Dilma Rousseff.
Representantes dos caminhoneiros consultados pela reportagem negam a adesão ao movimento e rechaçam a participação em qualquer manifestação política. "A grande maioria não vai participar, pelo menos dos nossos associados", afirmou o presidente da Associação Nacional de Transporte do Brasil (ANTB), José Roberto Stringasci, ao Broadcast. Segundo ele, a entidade representa atualmente cerca de 45 mil motoristas autônomos.
Wallace Landim, o Chorão, presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), também negou o envolvimento da categoria no ato. "Não nos envolvemos com política, nem a favor de governo ou contra governo, nem a favor do STF (Supremo Tribunal Federal) ou contra o STF", disse ele, em vídeo enviado ao Broadcast.
Chorão ainda mandou um recado direto para o cantor e ex-deputado. "Nosso saudoso, grandioso cantor Sergio Reis. O senhor, quando deputado federal, o senhor nunca subiu na tribuna para falar em nome dos caminhoneiros", lembrou. Entre os projetos de sua autoria no site da Câmara, não há nenhum relacionado à atuação dos motoristas de caminhão.
Fonte: Estadão Conteúdo