Por Edson Rodrigues
O afastamento “por recomendação médica” de Rogério Araújo, diretor da Odebrecht, pode ser o primeiro “vazamento” na operação de compra da Saneatins pela empresa. Araújo foi acusado por Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, em sua delação premiada, de sugerir que “abrisse contas no exterior” para o recebimento de propina no valor de 23 milhões de dólares.
Essa implicação, coloca a Odebrecht no olho do furacão da Operação Lava-Jato e na mira do juiz Sérgio Moro, que conduz os trabalhos de apuração. Dessa forma, não será nenhuma surpresa se a operação de compra da Saneatins por parcos 2 milhões de reais, enquanto tinha um crédito bloqueado de 114 milhões de reais, seja incluída no bojo das investigações de Moro.
Logo depois de adquirir a empresa de saneamento do Tocantins em condições, no mínimo, nebulosas, ainda no governo Siqueira Campos, a Odebrecht levantou um empréstimo de 700 milhões de reais junto à Caixa Econômica Federal, para investir em ações de saneamento básico, sendo que, desse montante, 400 milhões seriam destinados apenas à capital, Palmas.
Vale lembrar que o prefeito de Palmas, Carlos Amastha, era um dos mais ferrenhos opositores à venda da empresa e, de repente, deixou de criticar a operação e recolheu-se aos seu afazeres domésticos.
CEF ENTRA NA MIRA
Segundo uma fonte de Brasília, há suspeitas de favorecimento, por parte da CEF, em empréstimos concedidos à Odebrecht, o que pode incluir o crédito referente à Saneatins, o que pode causar uma série de impedimentos na aplicação dos recursos por todo o Estado.
Como há uma CPI investigando a venda da Saneatins à Odebrecht, presidida pelo deputado Eduardo do Dertins (PPS), nada mais natural que essa Comissão municiar o juiz Sérgio Moro com as informações que conseguiu levantar, uma vez que as suspeitas de irregularidades são fortes.
Caso o juiz Sérgio Moro considere as informações relevantes, e o aprofundamento das investigações no Tocantins leve à revelações e descobertas de irregularidades, a atitude da CPI representará um auxílio extra nos trabalhos da Operação Lava-Jato e deixará claro que o povo e seus representantes, no Tocantins, não coadunam com atos de corrupção, o que pode colocar nossos parlamentarem um patamar acima no grau de respeito e admiração da população.
Quem viver, verá!
Instituto Lula confirmou a realização de palestra no país
A construtora Odebrecht bancou uma viagem realizada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em janeiro de 2013, que passou por Cuba, República Dominicana e Estados Unidos e que oficialmente não tinha qualquer relação com atividades da empresa nesses países.
Segundo reportagem de "O Globo" publicada neste domingo (12), Lula viajou acompanhado por pessoas próximas, como funcionários de seu instituto, o escritor Fernando Morais e o presidente do sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques.
O único integrante da comitiva que não fazia parte do círculo do ex-presidente era Alexandrino Alencar, atual diretor de Relações Institucionais da Odebrecht. Alencar foi apontado por três delatores da Operação Lava Jato como o responsável por operar as propinas da empresa no exterior. Ele nega.
De acordo com o jornal, a empresa Líder Táxi Aéreo, responsável pelo voo, o classificou como "completamente sigiloso". A viagem, que custou R$ 435 mil, foi paga pela DAG Construtora, da Bahia, uma das parceiras comerciais da Odebrecht.
Segundo a construtora, o traslado pelos três países foi pago em função da agenda do ex-presidente na República Dominicana. O Instituto Lula confirmou a realização de palestra no país.
Em anúncio publicado na edição desta segunda de "O Globo", a Odebrecht afirmou ter pagado por palestra de Lula na República Dominicana e ressaltou que não há nada "ilegal ou sigiloso" no evento.
Ministros da Fazenda e Agricultura participam da abertura da Tecnoshow Comigo 2015 – feira de tecnologia rural do Centro-Oeste, em Goiás. O anúncio será feito pela presidente Dilma Rousseff e, segundo Levy, haverá um “realinhamento natural” dos juros do programa. A ministra (Kátia Abreu) também comentou que, obviamente, os juros terão aquele realinhamento natural, diante da situação que a gente está vivendo. O mercado analisa que a aumento será de 8%.
Até o final do mês o governo federal deve divulgar o Plano Safra 2015/2016. O anúncio foi feito pelos ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Kátia Abreu (Agricultura), no final da manhã desta segunda-feira (13), durante a abertura oficial da Tecnoshow Comigo, em Rio Verde (GO). O presidente da Comigo, Antonio Chavaglia, disse que o setor está esperançoso que as medidas venham de encontro aos anseios da classe.
"Não podemos deixar as pessoas abandonarem o campo. Temos de proteger a renda do produtor rural. Sem acesso ao crédito e preços mínimos decentes, o produtor não consegue sustentar sua família com dignidade", alertou Chavaglia em discurso de improviso no Auditório 1 do Centro Tecnológico da Comigo (CTC).
O presidente da cooperativa que reúne produtores do Sudoeste goiano elencou as dificuldades e incertezas que o setor passa no momento, não só pelas oscilações constantes do dólar, mas, principalmente, pela falta de reajuste do preço mínimo dos grãos e da insuficiência do seguro agrícola. "Nos Estados Unidos, o agricultor tem seguro que garante as intempéries e o preço mínimo. Precisamos de um sistema parecido", disse.
À ministra Kátia Abreu, Chavaglia reivindicou mais recursos para o seguro rural. "Ao menos R$ 5 bilhões para atender aproximadamente 70% dos produtores. O preço mínimo não é reajustado há dez anos. O governo precisa ter mais carinho pelo agronegócio", afirmou Chavaglia, sob fortes aplausos.
Para o ministro Joaquim Levy, Chavaglia insistiu no pedido de mais crédito e de taxas de juros compatíveis, considerando o longo prazo. "Sei que é um desafio muito grande para sua pasta, mas necessitamos de mais recursos e de longo prazo. O produtor trabalha com planejamento de longo prazo, de 10, 15 anos."
Ex-presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Kátia Abreu discorreu sobre as principais demandas dos produtores. Ela revelou que está em estudo, pelo Ministério da Agricultura, uma lei agrícola para regular o setor e estabelecer um plano safra de longo prazo (hoje é anual). A ministra também garantiu que o Plano Safra 2015/2016 terá, no mínimo, os mesmos recursos de 2014/2015 – R$ 156 bilhões.
"Vamos manter os recursos, mas os juros não serão mantidos. Os juros serão compatíveis com o ajuste fiscal que o governo federal está promovendo. Até o final do mês a presidenta Dilma vai anunciar o plano, com valores, volume de crédito e taxas", afirmou Kátia Abreu. Outra boa notícia será o lançamento, no dia 29 de abril, do Plano Nacional de Defesa Agropecuária, cuja missão será creditar confiança e respeitabilidade ao produto brasileiro.
Classe média rural
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que dispensou o uso do púlpito para discursar, anunciou que aumentará o volume de recursos para a classe média rural entre 20% e 25%. As condições, segundo ele, serão apresentadas até o final do mês, juntamente com as medidas de custeio da próxima safra e o seguro agrícola. "Queremos garantir tranquilidade para que todos possam se dedicar à sua terra e ter acesso às tecnologias, com uma classe média cada vez mais forte no campo." Segundo ele, o agronegócio vai ajudar na "arrumação" da casa da economia nacional.
Primeiro ministro da Fazenda a participar da abertura oficial da Tecnoshow Comigo, Levy reafirmou a política de austeridade fiscal. "Não podemos prometer coisas grandiosas que não conseguiremos cumprir. Já estamos vivendo muita intempérie para acentuarmos as incertezas."
Autoridades presentes
Além dos ministros Joaquim Levy e Kátia Abreu, estiveram presentes na solenidade de abertura o ministro do Turismo, Vinicius Lages, o vice-governador José Eliton, o prefeito de Rio Verde, Juraci Martins, a senadora Lúcia Vânia, deputados federais, Heuler Cruvinel e Marcos Montes, deputado estadual, Lissauer Vieira, presidente da Embrapa, Maurício Lopes, presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas, vice-presidente da CA, José Mário Schreiner, diversos prefeitos, vereadores e representantes de entidades de classe.
Fonte: Tecnoshow Comigo 2015
Algumas nomeações feitas pela ministra da Agricultura, Kátia Abreu causaram estranheza entre os funcionários mais antigos da pasta
Por Eumano Silva – Revista Isto É
Algumas nomeações feitas pela ministra da Agricultura, Kátia Abreu causaram estranheza entre os funcionários mais antigos da pasta. Um exemplo é seu cabeleireiro de Tocantins, Célio da Costa, agora assessor no gabinete de Kátia. Também provocou incômodo a indicação de Tânia Mara Garib para chefe da Assessoria de Gestão Estratégica do Ministério. Amiga da ministra, Tânia é odontóloga e, no final de abril, vai viajar para Austrália e Nova Zelândia para visitar áreas de ovinocultura e bovinocultura.
Critérios de escolha
Kátia Abreu defende a nomeação de Tânia Mara Garib. Diz que ela ocupa cargos públicos desde 1996 e que ela já foi secretária de Desenvolvimento Social do Mato Grosso do Sul. A viagem, assegura, será sem ônus para o governo. Em relação a Célio da Costa, a ministra afirma que os funcionários são escolhidos por “confiança” e “competência”.
O loteamento de Kátia Abreu
(Revista IstoÉ 15/01/15)
Ignorando pedido da presidente Dilma, a ministra da Agricultura indicou para compor sua equipe pessoas que respondem a ações na Justiça e já provoca constrangimento no ministério.
Entre os indicados o senhor Décio Coutinho foi condenado, em outubro de 2013, pela Justiça Estadual de Mato Grosso por improbidade administrativa. A justiça espera a devolução ao erário, segundo os procuradores de R$ 1,15 milhão.
Luizevane Soares Mizurine, subsecretário de Planejamento, Orçamento e Gestão do Ministério da Agricultura, segundo a Revista IstoÉ, é réu num processo de busca e apreensão de um carro por inadimplência. Ou seja, o novo responsável pelo orçamento da Agricultura responde a um processo por falta de pagamento.
Kátia Rocha foi nomeada assessora da Ministra, ela foi secretária de Estado da Cultura e presidente da Fundação Cultural de Tocantins quando o órgão foi questionado sobre o pagamento de cachês para duplas sertanejas fazerem shows no Tocantins. Kátia Rocha foi denunciada ao MP por improbidade administrativa por ter dado calote em profissionais do curso de capacitação em gestão cultural em Palmas, em 2012.
A ministra Kátia Abreu não se constrangeu em importar integrantes da CNA e de Tocantins para a Agricultura. Além de Coutinho e Rocha, para a Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio ela indicou a superintendente de Comércio Exterior da CNA, Tatiana Palermo. O loteamento desenfreado já provoca constrangimentos aos funcionários de carreira do Ministério da Agricultura. Desde a terça-feira 6, cerca de dez assessores de Kátia vinculados à CNA tomam conta das dependências da pasta, mesmo sem estarem oficializados no “Diário Oficial”.
Operação batizada de 'A Origem' deteve os ex-deputados André Vargas (ex-PT), Luiz Argôlo (ex-PP) e Pedro Corrêa (PP) e mais quatro pessoas em seis Estados e no DF, nova prisões podem acontecer com ex-gestores
A Justiça Federal no Paraná confirmou que entre os sete presos da 11ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada na manhã de hoje (10), estão os ex-deputados federais André Vargas (sem partido, PR), Luiz Argôlo (SD-BA) e Pedro Corrêa (PP-PE), que foi condenado na Ação Penal 470, o processo do mensalão.
Também foram presos Leon Vargas, irmão de André Vargas, Ivan Vernon da Silva Torres, Elia Santos da Hora, secretária de Argôlo, e Ricardo Hoffmann, diretor de uma agência de publicidade.
André Vargas foi cassado em dezembro pela Câmara dos Deputados. Os parlamentares decidiram condená-lo por envolvimento em negócios com o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato por participação em um esquema de lavagem de dinheiro.
Em outubro, o Conselho de Ética da Câmara aprovou o pedido de cassação de Argôlo, acusado de participar de negócios ilegais com Alberto Youssef.
Cerca de 80 policiais federais cumprem 32 mandados judiciais: sete de prisão, nove de condução coercitiva e 16 de busca e apreensão nos estados do Paraná, da Bahia, do Ceará, de Pernambuco, do Rio de Janeiro, de São Paulo e no Distrito Federal. Segundo a Polícia Federal, também foi decretado o sequestro de imóvel de alto padrão na cidade de Londrina, no Paraná.
De acordo com a PF, a atual fase tem como bases a investigação feita em diversos inquéritos policiais e a baixa de procedimentos que tramitavam no Supremo Tribunal Federal, apurando fatos criminosos atribuídos a três grupos de ex-agentes políticos, que abrangem os crimes de organização criminosa, quadrilha ou bando, corrupção ativa, corrupção passiva, fraude em procedimento licitatório, lavagem de dinheiro, uso de documento falso e tráfico de influência.
A Justiça Federal do Paraná também confirmou o nome do ex-deputado Luiz Argôlo entre os presos da 11ª fase da Operação Lava Jato Gustavo Lima/Câmara dos Deputados
O órgão informou que a investigação abrange, além de fatos ocorridos no âmbito da Petrobras, desvios de recursos em outros órgãos públicos federais.
Os presos serão levados para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde permanecerão à disposição da Justiça Federal.
Ass. PF Ag Br.