A abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff  já era mais que esperada.  Foram muitos os pedidos assim como variadas as teses que os justificavam.

 

Por Edson Rodrigues

O “escolhido” pelo presidente do Câmara Federal, deputado Eduardo Cunha foi a apresentado pelos juristas Miguel Reale Júnior e Hélio Bicudo, fundador do PT, certamente o mais bem elaborado entre os 34 recebidos.

A comissão que comandará o andamento do processo será formada hoje e o PT já prepara uma junta de advogados para apresentar a defesa.

Após o anúncio da abertura do processo de impeachment, a presidente deu entrevista coletiva onde se disse indignada com o fato e que o processo é uma tentativa de tirar da presidência quem foi “eleito democraticamente pelo povo”.

Dilma esqueceu que, assim como sua eleição, o processo de impeachment também faz parte da democracia e é inteiramente legítimo.

NOSSO PONTO DE VISTA

O que não é legítimo, em meu ponto de vista, é a forma com que o deputado Eduardo Cunha usou os pedidos de impeachment para se manter no cargo por meio de acordos espúrios e chantagem (não há outra palavra).

Acossado por acusações de enriquecimento ilícito, corrupção e falta de decoro parlamentar por ter mentido em uma CPI, Cunha vem mostrando a face mais podre da política nos últimos dias, desdenhando das acusações que pesam contra ele, fazendo pouco com da Justiça e agindo como se estivesse acima de tudo e de todos.

Na verdade, Cunha é um corrupto que usa seu conhecimento profundo das entranhas do submundo político para manter a cabeça “acima da lama”, na base do “se eu cair, não vou sozinho”.

Um dia depois de abrir o processo contra a presidente, Cunha foi alvo de declarações de ministros do Supremo Tribunal Federal – STF – que afirmaram que o deputado deve ser afastado da presidência da Câmara, pois, ante as acusações que pesam contra ele, não teria condições morais de conduzir um processo de impeachment.

Cunha vinha usando seu poder de abrir ou não o processo de impeachment, como moeda de troca com o PT, para que seu nome não aparecesse com destaque nas investigações da Operação Lava Jato.  Por um tempo, Cunha conseguiu seu intento, mas como as investigações correm sem o controle do PT, o presidente da Câmara teve seu nome associado a diversas situações de corrupção, o que levou sua decisão de acatar o pedido apresentado pelos juristas Miguel Reale e Hálio Bicudo, a soar como uma resposta, uma retaliação contra o PT.

É por isso que falo, no título deste artigo, que os fins não justificam os meios.

O processo de impeachment é legítimo.  Mas o motivo pelo qual virou realidade, esse é uma vergonha!

Quem viver verá!

Posted On Sexta, 04 Dezembro 2015 06:08 Escrito por

Com bens bloqueados, ex-gestores do Igeprev são suspeitos de lavagem de dinheiro e podem ser presos a qualquer momento

Da Redação

Há muito se comenta que as gestões do Instituto de Previdência do Tocantins agiam de forma, no mínimo estranha. Aplicar dinheiro próprio em “fundos podres”, que não dão rentabilidade, é burrice.  Mas aplicar dinheiro que serviria para garantir as aposentadorias dos servidores públicos e a tranqüilidade de suas famílias após anos de serviços prestados aos Tocantins, é crime.  É amoral.  É quase hediondo!
E foi isso que os ex-gestores do Igeprev fizeram com um dinheiro que não era deles. Além dessas aplicações mal intencionadas, alguns chegaram ao disparate de comprar mansões no Rio de Janeiro, adquirir resorts em estâncias turísticas e até comprar plantações de eucalipto no Sul do Brasil.
Desvendado pela Operação Miqueias da Policia Federal em 2013, o esquema foi usado por políticos e empresários para ocultar dinheiro de corrupção, segundo as autoridades. O Ministério Público no Tocantins já conseguiu bloquear R$ 250,8 milhões em bens de ex-gestores e empresas, responsáveis pela aplicação de recursos da previdência em fundos irregulares.
O próximo passo da operação é apresentar provas que levem esses ex-gestores à cadeia.
COMO O ESQUEMA FUNCIONAVA
Uma sindicância interna do Igeprev revela que o Instituto fez investimentos nos fundos sem qualquer análise de risco e fora dos limites permitidos por lei, além da concentração de recursos em fundos do mesmo grupo econômico, a BFG Porcão. Durante os exercícios financeiros de 2011 a 2014, os gestores movimentaram os ativos de toda a Carteira de Investimentos dos recursos do IGPREV-TO, que representaram R$ 3.350.554.087,93. Segundo o documento, 34 fundos eram irregulares.
Entre eles: seis eram fundos de investimento alvo das investigações que levaram a Polícia Federal a deflagar a Operação Miquéias em 2013: Adinvest Top, FI Diferencial, Fidc Trendbank Fomento Multisetorial, Vitória Régia, Patriarca Private. Três ex-presidentes do Igeprev já respondem pelas irregularidades na Justiça. Também são réus em todas as ações e tiveram bens bloqueados nas oito liminares o ex-presidente do Conselho de Administração do Igeprev e atual deputado estadual José Eduardo Siqueira Campos, filho do ex-governador Siqueira Campos.
O relatório também detalha os investimentos do IGPREV no fundo Viaja Brasil, que tinha como um dos principais investidores o doleiro Alberto Youssef, preso pela Operação Lava Jato. Juntos, os dois investidores respondiam por 85,4% do capital votante. Em 2013, o IGPREV investiu 13 milhões de reais no fundo. “Em síntese, tudo indica que os 13 milhões de reais, livres e disponíveis no caixa do IGPREV-TO, foram retirados pelos gestores a época e alocados a esse fundo, não com a finalidade de dar rentabilidade ao investidor, no caso o IGPREV, mas sim com o intuito de favorecer outros interesses, visto que não há registro de nenhuma prática cuidadosa que poderia ter mitigado o risco.”
A Comissão de Sindicância comprovou que “os então gestores compraram e venderam titulo públicos com os piores preços do dia, ou seja, comprando pelo valor maior do mercado e vendendo pelo menor do mercado, o que sugere conduta ilícita no intuito de obtenção de vantagem própria ou para terceiro”.
No total, o Ministério Público já ajuizou 10 ações civis públicas, que visam penalizar os responsáveis pelos investimentos e ressarcir aos cofres públicos.

Posted On Terça, 01 Dezembro 2015 13:20 Escrito por

Em quase um ano de gestão, diante de uma crise financeira no Brasil, bem como no Tocantins, o governo Marcelo Miranda bem mais que pago despesas tem buscado investir em diversas áreas e fomentar a economia do Estado.

 

Da Redação

Foto Thiago Sá Em entrevista ao jornal O Paralelo 13, o secretário de infraestrutura, Sérgio Leão detalhou diversas obras que foram executadas, e estão em andamento neste 2015. Para Leão muito foi feito nos últimos meses no que se refere a infraestrutura do Tocantins, no entanto é preciso que a sociedade tome conhecimento das ações e projetos do Governo, só assim se consegue uma gestão democrática e transparente.
Segundo o secretário, a recuperação de rodovias foi um dos compromissos de campanha do Governador, que tem buscado melhorar de norte a sul do Estado as rodovias tocantinense, o que trará segurança e conforto a população. Sérgio Leão detalhou que a ação prioritária do Governo foi realizar operação de serviços tapa-buracos e roçagens. “No início do ano foram mais de 1.200Km em situação crítica. Trechos foram asfaltados, além da manutenção rotineira. A recuperação destas estradas com pavimentação custou cerca de R$ 10 milhões de recursos próprios”, pontuou.
“Recentemente o Banco Mundial autorizou a pavimentação de cerca de 1145km de pavimentação. A previsão é que em 2016 estas obras sejam iniciadas. Para o investimento serão gastos cerca de R$ 300 milhões”, frisou o secretário que explicou ainda que se necessário nestes trechos pontes e bueiros também são construídas. Estradas Vicinais
Sobre as estradas vicinais, em execução por meio do PDRIS – Programa de Desenvolvimento Regional Integrado e Sustentável o secretário ressaltou que atualmente 42 municípios foram contemplados. “Nessas obras são realizadas todos os investimentos primários, como drenagens, aterros, pontes de 10 e 20 metros, e bueiros”. Além dos municípios os indígenas também receberão investimentos do PDRIS. “Inicialmente os Xerentes receberão ações no valor de R$ 200 mil reais, mas o objetivo é ampliar para todas as comunidades”, frisou. Atualmente são R$ 54 milhões que estão em execução com obras de infraestrutura em todo o estado. Taipas
Sobre reclamação dos moradores de Taipas sobre as rodovias que ligam Taipas a Dianópolis e Conceição, Sérgio Leão garantiu que o Governo do Estado tem buscado recursos junto aos bancos para que os problemas sejam sanados. A dificuldade de acordo com ele tem sido na variação cambial, mas várias possibilidades são estudadas. “Não posso garantir que resolveremos o problema de imediato, mas temos buscado soluções principalmente junto aos bancos, por tal motivo precisamos aguardar a resposta dos Bancos, mas que certamente será positiva”. Ponte de Porto Nacional
Sobre a construção da ponte de Porto Nacional, o Secretário explicou que ta burocracia inicialmente dificultou este processo. A licitação para construção da ponte foi iniciada na gestão passada, mas foi suspendida. Atualmente a cassação desta liminar foi suspendida, e os estudos retomados. A empresa esta organizando a documentação necessária, para que os trabalhos sejam iniciados de imediato. Hoje essa ponte tem capacidade para 30 toneladas, com sua reforma chegará a 90 toneladas o que auxiliará consideravelmente no escoamento de produção. A reforma da ponte será de R$ 101 milhões, cerca de 30% de desconto do valor inicial. Jalapão
A região do Jalapão também será beneficiada, a determinação do Governador Marcelo Miranda é chegar às comunidades mais isoladas, para escoar a produção e fomentar o turismo. As rodovias são cruciais neste processo. Em Brasília estivemos com representantes do Banco de Desenvolvimento da América Latina, que demonstraram interesse em investir no Tocantins e financiar este projeto. São várias rodovias que ligam o Estado aos demais, a pavimentação e manutenção é um investimento vantajoso. Trata-se de um ganho para a região e todo o Estado. Precisamos tirar esses municípios do isolamento.
Os municípios de Mateiros e São Félix por exemplo tem um grande potencial turístico e também de produção de grãos. Esperamos que com a rodovia as riquezas passem por ali. Ainda no projeto está a construção de um aeroporto de aviões de pequeno porte para que o turismo também seja fomentado. Como todos sabemos o capim dourado é uma riqueza natural conhecida em todo o mundo. E a agroindústria tem um potencial enorme. Enquanto gestores comungamos do mesmo sonho do governador que é gerar benefícios para a população.
Nossa gestão é municipalista. O que nós temos a dizer é esperança e otimismo, a situação econômica é a mesma enfrentada em todo o País, MS consolidaremos o progresso e o desenvolvimento. Hoje agradeço a cada servidor do Estado que apesar das dificuldades enfrentadas tem trabalhado para viabilizar vários projetos. Principalmente ao apoio a linha de frente que tem trabalhado na recuperação de rodovias. Para os empresários peço ousadia para investir no Tocantins  produzir e ampliar as ares de plantio, porque daremos estrutura para escoarem a produção, concluiu o secretário de infraestrutura Sérgio Leão.

Posted On Terça, 01 Dezembro 2015 13:07 Escrito por

O momento político vivido nos bastidores de Brasília, nesta semana, ganharam ares de tragédia grega com a prisão do senador Delcídio Amaral, líder do PT no Congresso, flagrado em gravações articulando uma fuga cinematográfica de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras, preso pela Operação Lava Jato e um dos arquivos mais valiosos de informações comprometedoras sobre todos os malfeitos do PT.

A gravação, por incrível que pareça, foi feita pelo próprio filho de Cerveró, em uma reunião que tinha como único objetivo tramar uma fuga “seja por que via fosse”, para evitar que o acusado acabasse sendo seduzido pelos benefícios da delação premiada.

Delcídio Amaral era um dos mais renomados quadros do PMDB e trocou o partido pelo PT há alguns anos.  Tido como um senador boa-praça, amigo da imprensa, era considerado um dos poucos políticos brasileiros que tinham ar de honestidade e retidão.

Responsável por uma série de acordos e pactos entre o PT e os demais partidos, era o porta-voz do Planalto junto ao Congresso Nacional.

Agora, Delcídio é considerado o “inimigo número um” do PT, por saber demais, por ter intermediado todos os acordos do partido – dos sérios aos escusos, incluindo Petrolão, Pasadena e BNDES.  Sua prisão está, literalmente, tirando o sono da cúpula do PT, incluindo o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff.

O grande problema é que Delcídio já se disse abandonado pelos “companheiros”.  E tem razão: o ex-presidente Lula já o chamou de idiota por ter sido flagrado em uma escuta e o partido publicou uma nota em que sustenta que o senador deve ser expulso sumariamente do partido.

Analistas políticos avaliam a reação do PT como  “mais idiota ainda que a de Delcídio, pois vão criar um clima perfeito para que, abandonado, Delcídio decida falar tudo o que sabe.  E ele sabe muito!

Em reportagem na revista Veja que circula hoje, Delcídio é chamado de “a testemunha” e sua esposa já teria pedido que ele propusesse a “delação premiada”, para ter sua pena diminuída.

Traduzindo em miúdos, podem-se esperar muitas surpresas a partir da prisão de Delcídio do Amaral.

 

BUNLAI

Outra prisão que aumentou o grau de fervura dos nervos da cúpula do PT.  Amigo pessoal de Lula e autor de vários “empréstimos” nebulosos que favoreceram o ex-presidente e o governo do PT, José Carlos Bunlai foi preso na última terça-feira.  O fato é considerado o sinal mais eloquente, até agora, de que a Operação Lava Jato , conduzida pelo juiz Sérgio Moro , mira o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Amigo de Lula e com livre acesso ao Palácio do Planalto, durante os anos em que o ex-sindicalista o ocupou, Bumlai é acusado de participar de fraude envolvendo o contrato de um navio-sonda. “É uma pancada muito forte no governo e no Lula”, afirma o cientista político Lucas de Aragão, sócio da Arko Advice.

Homem de idade avançada, analistas o avaliam como uma pessoa de pouca capacidade de suportar as pressões de uma prisão e, considerado por quem o conhece como “língua solta”, afeito a bravatas, Bunlai pode soltar o verbo e complicar muito a vida do PT.

 

LULINHA

O relatório final da Polícia Federal no inquérito da Operação Zelotes que investigou os negócios de Luis Cláudio Lula da Silva, filho do ex­presidente Lula, concluiu que ele se baseou em "meras reproduções de conteúdo disponível" na internet, "em especial no site Wikipédia", para produzirtrabalhos que, segundo ele alegou à PF, justificariam o recebimento de R$ 2,5 milhões da firma do lobista Mauro Marcondes Machado.Ao final dessa parte da investigação, entregue nesta semana ao MinistérioPúblico Federal, a PF decidiu abrir um inquérito específico para aprofundar a apuração acerca dos pagamentos à empresa de Luis Cláudio, a LFT Marketing Esportivo.

Luis Cláudio entrou no radar da Zelotes após a quebra do sigilo bancário da microempresa do lobista, a Marcondes & Mautoni Empreendimentos e Diplomacia Corporativa. Os registros mostraram pagamentos a partir de 2014 no total de R$ 2,5 milhões e na mesma época em que o lobista recebeu R$ 16 milhões de duas empresas interessadas em benefícios fiscais do governo federal.

A Wikipedia é considerada uma fonte de dados não segura, pois pode receber modificações de qualquer pessoa nas informações que disponibiliza e, o pior, no caso de Lulinha, comprovou-se que o “trabalho de consultoria” resumiu-se a reproduzir, na íntegra, conteúdos do site.

 

MINISTRO GILMAR MENDES DIZ QUE PAÍS ESTÁ “ÁVIDO POR UMA SAÍDA”

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e vice­presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, afirmou que é claro que os brasileiros devem estar apreensivos com o momento de crise que vive o País e ávidos por soluções.

"Devemos certamente estar apreensivos no momento atual e certamente ávidos para encontrar uma fuga pra frente", disse o ministro em palestra na Associação dos Advogados de São Paulo (AASP), sobre reforma eleitoral. Mendes disse que, apesar desse sentimento de busca ávida por adequações institucionais, o País tem um histórico positivo de 30 anos de democracia.

Ele lembrou a fala do ex­presidente Fernando Henrique Cardoso de que hoje, ao menos, no momento de crise, ouvimos nomes de juízes em vez de ouvirmos nomes de generais, o que é um sinal positivo em termos de fortalecimento das instituições. O ministro avaliou que "talvez o grande desafio hoje esteja concentrado na reforma do sistema eleitoral" e afirmou que falta vontade política aos governos para avançar nesse ponto. "O governo tem outros compromissos e não quer gastar sua energia política com essetema", afirmou, argumentando também que políticos têm "desconfiança" em alterar o sistema que os elegeu, seja em termos de financiamento de campanha ou de sistema de votação ­ passando a distrital ou lista fechada, por exemplo.

Gilmar Mendes disse não ter uma posição se seria melhor o financiamento público ou fechado, mas avaliou que essa definição deveria ser feita depois de se decidir a alteração sobre o sistema de votação. Para ele, se passarmos à votação em lista fechada, o País poderia adotar o financiamento exclusivamente público. "Não podemos desde logo dizer que vamos ter financiamento público e continuar com o sistema de lista aberto que está aí."

 

E, FINALMENTE, DILMA DÁ A SUA “CONTRIBUIÇÃO”

Mesmo em meio à tamanha desconfiança e insatisfação por parte da população com os políticos, em especial, com o PT e com o Planalto, a presidente Dilma Rousseff resolveu testar a resiliência e a paciência do povo brasileiro:  ao invés de cortar gastos públicos – como a compra de talheres de prata para o cerimonial do Palácio do Planalto, no valor de 300 mil reais – ela anunciou um pacote de corte de recursos de 10 bilhões de reais.

Dilma Rousseff editará na próxima segunda-feira (30) um decreto para contingenciar mais de R$ 10 bilhões do Orçamento da União, informou nesta sexta (27) a Secretaria de Comunicação Social da Presidência. Esse será o terceiro corte no ano.

O governo ainda não divulgou que gastos serão afetados, mas o relatório de receitas e despesas do Orçamento, enviado no último dia 20 pelo governo ao Congresso Nacional, já alertava para o risco de "graves consequências para a sociedade", como a interrupção de serviços públicos, em caso de um novo contingenciamento, e que um corte de R$ 10 bilhões significaria o bloqueio praticamente total de todas as despesas discricionárias (não obrigatórias) da máquina pública.

O novo bloqueio, o terceiro do ano, acontece em meio as dificuldades do governo de garantir no Congresso Nacional a aprovação da revisão da meta fiscal para 2015 e, em afetando serviços essenciais à população, como é previsto, não se sabe qual será a reação pública a mais esta “solução” encontrada pela presidente.

Quem viver verá!

Posted On Domingo, 29 Novembro 2015 06:11 Escrito por

Delcídio está preso na carceragem da Polícia Federal (PF) em Brasília. Promessa de Delcídio de interferir junto ao STF irritou ministros do STF

 

O Plenário do Senado decidiu, nesta quarta-feira (25), pela manutenção da prisão de Delcídio do Amaral (PT-MS) líder do governo na Casa. Em sessão extraordinária foi acolhida a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de prender preventivamente o senador. O painel registrou 59 votos a favor, 13 contrários e uma abstenção.

Delcídio foi preso na manhã desta quarta-feira pela Polícia Federal por suspeita de obstrução da Operação Lava-Jato, que investiga esquema de corrupção na Petrobras. A prisão preventiva foi autorizada pelo ministro do Supremo, Teori Zavascki após apresentação de provas pelo Ministério Público Federal (MPF). A decisão foi depois referendada pela Segunda Turma do STF e encaminhada ao Senado.

Segundo a documentação encaminhada pelo ministro do STF, o senador teria negociado a fuga do ex-diretor da área internacional da estatal, Nestor Cerveró, para evitar uma possível colaboração premiada com a Justiça. Em troca do silêncio seriam oferecidos R$ 50 mil mensais à família de Cerveró, que está preso desde janeiro deste ano.

A sessão extraordinária foi realizada para cumprir o que determina a Constituição Federal em caso de prisão de senador em exercício (artigo 53). No entanto, o texto constitucional, na avaliação dos senadores, é vago sobre a forma de votação, se aberta ou sigilosa. Esse ponto provocou debate no Plenário por mais de duas horas.

Questionado por vários senadores, o presidente da Casa, Renan Calheiros, embasado em um parecer, decidiu pela votação secreta, de acordo com o que determina o Regimento Interno do Senado (artigo 291). Mesmo assim, imediatamente Renan recorreu "de ofício" ao Plenário sobre a própria decisão de rejeitar as questões de ordem. Isto permitiu que a maioria dos senadores decidisse pela realização de votação aberta.

— Uma emenda constitucional [PEC 35/2011] fez com que o voto aberto passasse a ser regra, mesmo para o caso de cassação dos parlamentares. É o desejo da sociedade, do povo, pelo voto aberto — disse o líder do PSDB, Cássio Cunha Lima (PB).

O senador Jader Barbalho (PMDB-PA) defendeu o voto secreto, argumentando que estava em jogo a própria imagem da instituição Senado Federal.

Resultado

Os debates continuaram durante todo o processo de votação no painel eletrônico. O líder do PT no Senado, Humberto costa (PE), justificou seu voto pelo relaxamento da prisão de Delcídio por temer que se abra um “precedente perigoso”.

— Imagine se a partir de agora os Tribunais de Justiça resolverem mandar prender deputados estaduais, sem o entendimento de ter sido em flagrante. O que estamos defendendo aqui é um princípio da democracia — declarou.

Na oposição, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) observou que Delcídio ainda não foi condenado e tampouco exerceu seu direito de defesa, mas ressaltou a existência de indícios fortes que apontam o envolvimento do petista, a partir do registro e divulgação de diálogos “sórdidos, chocantes, acabrunhantes”.

— Há indícios de caracterização de organização criminosa para impedir investigação criminal, propiciando fuga de pessoas que poderão ser sentenciadas, prometendo meios materiais para isso, prometendo atuar junto a ministro do STF e ao vice-presidente da República para comprar o silêncio de Cerveró, que nas suas delações poderia envolver mais pessoas. Há indícios de organização criminosa, que não permite concessão de fiança — afirmou.

Aloysio ressaltou ainda que a imunidade parlamentar não é patrimônio pessoal, mas atributo do mandato, e não do seu titular, a quem ela não confere o direito de abusar do mandato.

Mandado de segurança

Antes da divulgação do resultado, o ministro Luiz Edson Fachin, do STF, deferiu dois mandados de segurança dos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Ronaldo Caiado (DEM-GO) pela votação aberta no Senado. A decisão gerou mais debates entre os senadores, dessa vez sobre o equilíbrio entre os poderes da República.

Pouco antes do final da sessão, diante de queixas de senadores de que a Polícia Federal teria vindo ao Legislativo sem respeitar a independência dos poderes, o presidente do Senado fez uma avaliação sobre o momento.

— A Polícia [Federal] vir aqui cumprindo ordem judicial, isso é democrático, é natural. Nós é que precisamos dar respostas, o que não é democrático é nós permitirmos que se possa prender um congressista no exercício do seu mandato sem culpa formada. Talvez um dia nós possamos avaliar o que significou esse dia para o Legislativo brasileiro — concluiu Renan.

Promessa de Delcídio de interferir junto ao STF irritou ministros da Corte

Em conversa com Bernardo e com o então advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, o petista disse que era preciso "centrar fogo" no Supremo Tribunal Federal

Na tentativa de dissuadir o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró da ideia de firmar um acordo de delação premiada, o senador Delcídio Amaral (PT-MS) prometeu interceder junto a políticos e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) por um habeas corpus capaz de tirar o ex-dirigente da estatal da prisão Em conversas gravadas pelo filho do ex-executivo, Bernardo Cerveró, Delcídio faz menção ao nome do vice-presidente da República Michel Temer e do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Em conversa com Bernardo e com o então advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, o petista disse que era preciso "centrar fogo" no Supremo Tribunal Federal (STF) para conseguir a liberação do ex-diretor. E revela estar disposto a fazer tráfico de influência na Corte. Ele indicou nomes dos ministros Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF, e Dias Toffoli, como figuras com quem já conversou. Também falou da necessidade de se aproximar do ministro Gilmar Mendes. Os três ministros fazem parte da 2ª Turma do STF, responsável por julgar os casos da operação Lava Jato.

A menção à possível interferência na Corte incomodou os ministros. Ao deixar a sessão de hoje, Toffoli disse que há quem venda a "ilusão" de suposta influência na Corte. "Mensageiros que tentam dizer que 'conversei com fulano, com sicrano', que garantem 'vou resolver sua situação'. Não é a primeira vez que isso ocorre. O STF não vai aceitar nenhum tipo de intrusão nas investigações que estão em curso e é isso que ficou bem claro", disse Toffoli.

Em depoimento à Procuradoria-Geral da República, Bernardo Cerveró disse que Delcídio prometeu "movimentar-se politicamente para ajudar Cerveró" e orientou que a família procurasse Renan Calheiros e o senador Edison Lobão (PMDB-MA), que teriam "trabalhado" com o ex-diretor.

Questionado sobre o que poderia fazer concretamente, Delcídio disse "que tinha entrada no Supremo", que "esteve com Dilma" e que "esteve com lideranças", de acordo com o filho do ex-diretor A tentativa de Delcídio de colocar Cerveró em liberdade é classificada pela PGR como "espúria".

"Nós temos que centrar fogo no STF agora, eu conversei com o Teori, conversei com o Toffoli, pedi para o Toffoli conversar com o Gilmar. O Michel (Temer) conversou com o Gilmar também, porque o Michel está muito preocupado com o (Jorge) Zelada, e eu vou conversar com o Gilmar também", disse Delcídio, em conversa gravada por Bernardo Cerveró. Zelada, que sucedeu Cerveró na diretoria internacional da Petrobras, também foi preso durante as investigações da Lava Jato.

O advogado Edson Ribeiro pergunta, no diálogo, quem seria a melhor pessoa para conversar com Gilmar Mendes. "Com o Gilmar, não, eu acho que o Renan (Calheiros) conversaria bem com ele", respondeu o petista.

Durante julgamento, Gilmar Mendes fez questão de dizer que não recebeu nem por parte de Renan Calheiros, nem de Temer "qualquer referência ou apelo" ao caso de Cerveró. A assessoria de Temer informou que o vice-presidente nunca tratou com Delcídio sobre interferência no STF e nem conversou com ministros da Corte sobre o assunto.

Por meio de assessoria, o presidente do Senado afirmou que "nunca autorizou, pediu ou concordou que seu nome fosse utilizado por terceiros em qualquer circunstância".

O nome do ministro Luiz Edson Fachin também é citado por Delcídio. O senador petista se comprometeu, em reunião no hotel Golden Tulip, em Brasília, a "conversar com o ministro Edson Fachin", do STF, sobre um habeas corpus que questiona a delação do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.

Na manifestação ao Supremo, o procurador-geral da República aponta que "ouve-se até mesmo, na conversa, determinação do congressista a seu chefe de gabinete de que anotasse em sua agenda o compromisso de 'tomar um café' com o ministro Edson Fachin".

Com Agência Senado e redação

Posted On Quinta, 26 Novembro 2015 06:17 Escrito por
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