O Tocantins não pode passar por um novo sangramento moral, econômico e institucional. O “organismo” do nosso Estado não suportaria mais momentos de “internação”, de decisões judiciais que levaram à cassação de governadores, de renúncias de gestores para satisfazer desejos pessoais e políticos, mas, principalmente, por novas denúncias de corrupção, prevaricação e malversação de verbas públicas. Mas, ao que parece, novos momentos de sofrimento estão por vir.
Tocantins, 10 de junho de 2018
Por Edson Rodrigues
São sérias as denúncias feitas na Justiça contra o atual governador, Mauro Carlesse. Todas bem fundamentadas, com provas robustas de abuso de poder econômico, com comprovantes de pagamentos e direcionamento de verbas feito durante o período em que a Justiça veta tais ações. Pagamentos que começaram e continuaram durante esse período, o que os torna ainda mais ilegais.
Ações que comprovam que o atual governado, ao assumir o poder, sentiu-se acima da Lei, da própria Constituição, pois era de notório saber, ou seja, todo mundo em sua equipe sabia, que não poderiam ser feitos.
Será que Mauro Carlesse, governador há tão pouco tempo, já se sente acima da Lei?
SEM OMISSÃO
Em nosso editorial anterior, afirmamos que não publicaríamos nenhuma pesquisa eleitoral neste segundo turno, muito menos entraríamos no clima de denuncismo que costuma contaminar processos eleitorais acirrados.
Assumimos essa postura em respeito aos nossos leitores e à nossa história como veículo de comunicação, nossos colaboradores, aos que aqui nasceram e aos que escolheram o Tocantins como seu lar de coração.
Fomos claros quando reafirmamos que nunca fomos e jamais seremos omissos ou coniventes com quaisquer atos que venham a denegrir, prejudicar ou manchar a imagem do nosso Estado.
É por essa não omissão que estamos, por meio deste Editorial, solicitando ás nossas autoridades toda a celeridade na apuração dessas denúncias contra o governador em exercício que a Justiça permite.
Que o nosso Poder Judiciário analise essas denúncias e, comprovadas as suas veracidades, decida de maneira célere, o mais breve possível, lembrando que esse processo não tem segredo de Justiça e deve ser de conhecimento público, para que cada cidadão, principalmente nossos jovens, possa ter conhecimento dos fatos que levaram à abertura desse processo, para que não pairem dúvidas sobre a decisão da nossa Justiça em relação a esse procedimento.
As denúncias, apresentadas com provas robustas, foram feitas pela coligação “É a vez dos Tocantinenses”, do senador Vicentinho Alves, contra atos praticados pelo governador em exercício, Mauro Carlesse, contrários às determinações da Justiça Eleitoral, que proíbe contratações, exonerações e carreamento de recursos durante o período eleitoral.
Espera-se que o TCE dê a publicidade devida sobre as denúncias que envolvem desde exonerações, contratações e repasse de recursos, até atos que envolvem recursos do Igeprev.
PRETO NO BRANCO
O momento pelo qual o Brasil e o Tocantins passam não permite mais que se “proteja” ou que se omita qualquer tipo de informação sobre práticas de corrupção envolvendo gestores públicos, seja de qual escalão ou poder ao qual pertença.
É hora do “preto no branco”, do que está nos documentos ser apresentado, publicado, analisado e julgado. Se as informações forem verídicas, que se punam os culpados. Se os indicados como envolvidos forem inocentes, que se anuncie aos quatro cantos, para que não restem dúvidas quanto à sua inocência.
Logo, se o governador Mauro Carlesse praticou atos vetados pela Justiça, que sejam apresentados esses atos e colocadas a público as conseqüências dessa desobediência às Leis, para que se justifiquem as punições a serem enfrentadas pelo infrator.
Comprovando-se a veracidade das provas, a punição fica clara e perfeitamente compreendida pela população, pois, sendo o governador o autor ou o autorizador dessas práticas proibidas, como manda a Lei, ele e os demais envolvidos devem sofrer as punições previstas, seja a prisão ou a cassação dos direitos políticos.
Por conta do processo de eleição suplementar por que passa o Tocantins, tudo isso precisa ser feito com a maior celeridade possível, para que os eleitores tenham tempo de ou confirmar suas intenções de voto ou reformulá-las, ante o resultado das investigações.
PELO FIM DA COVARDIA
Diz a sabedoria popular que “quando os justos não agem, viram reféns da ação dos injustos”. Ou seja, o eleitor que deixar de votar terá que se submeter à decisão dos que votaram. Logo, você, eleitor que se absteve ou votou branco ou nulo, não deve repetir essa atitude. Compareça às urnas, vote em seu candidato, no candidato que a sua consciência e a sua sabedoria escolherem, pois serão vocês, mais de 435 mil eleitores que não expuseram nas urnas suas escolhas, que vão decidir quem vai comandar o futuro do Tocantins não só pelos próximos meses, mas pelos próximos quatro anos, a contar de janeiro de 2019, pois o vencedor do próximo dia 24 sairá com forças suficientes para ser o vencedor da eleição regular.
Por mais que você, eleitor, ache que não vale à pena ir às urnas, que os três reais de multa são irrisórios para a sua capacidade financeira, lembre-se que o vencedor que sair das urnas, mesmo você não votando, é quem vai decidir se a sua capacidade financeira vai continuar a mesma. Daqui a quatro anos, você pode não ter nem mais os três reais para pagar a multa da sua abstenção.
Agora é a hora de vocês, 435 mil eleitores, se juntarem aos que votaram no primeiro turno e escolherem entre Carlesse e Vicentinho, votar no que vocês acham menos ruim para o Tocantins, naquele que seja ficha limpa, naquele que tenha capacidade administrativa comprovada.
13º E TRANSFERÊNCIA PARA OS DEMAIS PODERES EM RISCO
Se comprovados os atos contidos na denúncia feita à Justiça Eleitoral pela coligação “É a Vez dos Tocantinenses” em desfavor do governador em exercício, fica explícita a prática de atos eleitoreiros, como a aplicação de recursos sem planejamento e sem responsabilidade, com o único intuito de fortalecer sua posição política em meio às eleições.
Mais que isso, o uso indevido desses recursos pode comprometer os repasses obrigatórios de verbas para os outros Poderes e o pagamento do 13º salário dos servidores, assim como o pagamento do salário mensal.
Os sinais de alerta já foram acionados dentro do próprio governo de Carlesse, que, seja por qualquer razão, já ultrapassou os limites de gastos e contratações – dos previstos e dos proibidos pela Lei – e já se fala em dificuldades para pagamento do 13º e até parcelamento dos proventos mensais.
Os demais poderes, que estão, por enquanto, apenas observando o que vem acontecendo no governo estadual, sabem que o Tocantins está impedido de contrair empréstimos e receber recursos federais de convênio e emendas, ficando limitado aos recursos constitucionais.
Vale salientar que os mesmos tipos de atos praticados por Mauro Carlesse, contidos na denúncia feita junto à Justiça Eleitoral, que se configuram em uma afronta ao poderes constituídos e, principalmente à Justiça Eleitoral, assemelham-se muito com o que os ex-presidentes Lula e Dilma fizeram, acobertados por um Congresso, em sua maioria, conivente e omisso, preocupado apenas com os seus interesses próprios, só que tendo os deputados que apóiam Carlesse como personagens.Os atos que transformaram o Brasil em uma “republiqueta” estão sendo repetidos no Tocantins, em pleno período eleitoral.
Pelo que estamos vendo, apena o Poder Judiciário Federal terá a capacidade de coibir o que vem acontecendo no Tocantins, tal a morosidade com que o assunto vem denso tratado em terras tocantinenses. É hora do Ministério Público Federal e da Justiça Federal voltarem seus olhares, novamente, ao Tocantins, para evitar um novo sangramento. Se foram tão céleres em relação aos fatos anteriores, que levaram à esta eleição suplementar, que o sejam, também em relação à esse desrespeito flagrante às normas da Justiça Eleitoral que já foram constatadas pela corte regional e ignorados pelo Chefe do Executivo, que está em plena campanha eleitoral.
Em caso de flagrante desobediência e afronta à Constituição, as leis vigentes apontam que o gestor pode ser afastado imediatamente pela Justiça Federal, e os fatos relatado na ação contra Carlesse coincidem exatamente com o acima exposto.
Agora, falta a Justiça Eleitoral Federal se pronunciar, pois é à ela que compete tal fiscalização e atitude.
Esperemos que isso aconteça antes do pleito que decidirá a eleição suplementar no Tocantins, para que o resultado das urnas não corra o risco de ficar sub júdice.
Com certeza não é isso que os eleitores, desejam para o futuro dos seus filhos.
Cabe, muito bem, neste momento, uma grande reflexão da conseqüência do voto de cada um e a cobrança, junto à Corte Federal, sobre os atos que vêm sendo praticados pelo governador em exercício.
Com a palavra, os eleitores!
DA LEI E DO RESPEITO À CONSTITUIÇÃO
Veja o que diz o ex-ministro do TSE, Henrique Neves da Silva, sobre políticos envolvidos em corrupção.
“Recentemente, o País assistiu ampla discussão sobre a possibilidade – ou automaticidade – de o condenado ser preso a partir da decisão de segunda instância, admitida por apertada maioria no STF contra o argumento lógico de que para que alguém seja preso, é necessário ser culpado e ninguém pode ser considerado culpado antes do trânsito em julgado.
Essa discussão, que ainda não se encerrou, não tem reflexo sobre a inelegibilidade que surge a partir da condenação criminal por órgão colegiado, pendam ou não recursos, conforme determina a apelidada lei da ficha limpa, validada pelo STF.
Prisão e inelegibilidade não se confundem. Tanto é assim, que os jornais noticiam vários casos de candidato preso eleito, e por outro lado, muitos candidatos condenados em segundo grau que podiam recorrer em liberdade nas eleições passadas, apesar de estarem soltos, foram considerados inelegíveis. Da mesma forma, vários condenados à pena restritiva de direito – que afasta a prisão – mesmo soltos, foram barrados pela Justiça Eleitoral.
A existência da prisão não é um fator a ser considerado no momento da aferição da capacidade eleitoral passiva do candidato. O que importa é saber se há decisão colegiada condenando o pretenso candidato por um dos crimes previstos na Lei das inelegibilidades, que inclui, entre tantos, os cometidos contra patrimônio público ou privado e os relativos à lavagem ou ocultação de bens, valores e direitos.
A restrição só pode ser afastada se o candidato obtiver, no âmbito da ação penal, uma liminar em instância superior para suspender os efeitos da condenação. Essa análise não é feita pela Justiça Eleitoral. No caso dos órgãos colegiados da Justiça Comum ou da Justiça Federal, é o STJ ou o STF que examinam essa possibilidade. Os réus em liberdade, em regra, pedem apenas a suspensão da inelegibilidade, se não houver ameaça à liberdade que autorize o pedido preventivo. Em relação aos presos, o pedido normalmente serve para dois propósitos: garantir a liberdade do acusado e suspender a inelegibilidade, pois, os argumentos que tratam da nulidade ou do mérito da ação penal acabam se confundindo. Dificilmente haveria uma decisão para suspender apenas um e manter o outro, o que, entretanto, é possível quando se discute apenas, por exemplo, quando se deve iniciar a execução da pena ou a sua extensão.
A Justiça Eleitoral não trata dessa matéria. Ela só age quando o Partido Político requer o registro de seus candidatos, a partir do que – com ou sem impugnação – obrigatoriamente examina a presença de inelegibilidade. No registro de candidatura, porém, não cabe discutir se a condenação foi bem ou mal proferida, se há nulidade na ação penal, se os direitos fundamentais do acusado foram respeitados, se havia provas, se o crime prescreveu ou se os fatos apurados caracterizam o tipo penal.
À Justiça Eleitoral só cabe examinar três perguntas: Há condenação por órgão colegiado? O crime pelo qual o acusado foi condenado está entre os previstos na lei das inelegibilidades? Os efeitos da condenação estão válidos? Se as três respostas forem afirmativas, a inelegibilidade estará configurada. Se qualquer resposta for negativa, não há nenhum impedimento para que a pessoa possa concorrer, esteja ela presa ou solta.
Porto Nacional -TO, 07 De Junho 2018
Por Edson Rodrigues
O Jornal O Paralelo 13, do alto dos seus 30 anos e meio de circulação, sempre sob a nossa direção como diretor-presidente e do meu irmão, Edvaldo Rodrigues como editor, sempre funcionando na mesma cidade, no mesmo endereço, e sempre com a mesma linha eleitoral, pautada na ética e na moral, com o intuito de defender os interesses do nosso povo e do nosso Estado do Tocantins.
Nossa principal preocupação é manter o respeito e a dedicação aos valores dos tocantinenses, nossos leitores fiéis e nossos colaboradores, assim como ás instituições estabelecidas, aos dirigentes classistas, empresariais e políticos.
Sempre mantivemos uma relação de respeito e boa convivência com os demais veículos de comunicação do Estado, seus dirigentes e profissionais.
DECISÃO
É por tudo isso que estamos aqui para anunciar a nossa decisão, movida pela peculiaridade do atual processo político, que se estendeu para um segundo turno, que teve um número recorde de abstenções e votos em branco ou nulos, passando da casa dos 435 mil eleitores, em que nenhuma pesquisa de intenção de votos de nenhum veículo, inclusive do nosso, sequer chegou perto da realidade que surgiu nas urnas, de não publicarmos nenhuma pesquisa de intenção de votos neste segundo turno.
Não publicaremos pesquisas para nos resguardar, para evitar cometer erros irreparáveis e nocivos à democracia e, muito além, manchar a nossa história que sempre se pautou pela verdade nas informações.
São muitos anos de luta e sofrimento para manter este veículo vivo e pulsante, nas plataformas impressa e online, para que uma pesquisa mal-feita ou mal idealizada venha colocar tudo a perder.
Durante o primeiro turno das eleições suplementares nós publicamos três pesquisas realizadas por um instituto respeitado. Porém, nem ele nem as demais instituições estaduais, muito menos o IBOPE, de renome nacional, foram exitosos em seus resultados e não passaram nem perto de perceber a tendência que levou, nada menos que 434 mil eleitores a se abster de votar ou notar nulo ou em branco.
Rogamos pela compreensão dos nossos leitores e colaboradores em relação á essa nossa decisão, mas não consideramos outra escolha, senão trilhar o caminho da verdade para evitar um eventual desgaste em nossa imagem.
CUMPRINDO NOSSO PAPEL
Por outro lado, jamais deixaremos de cumprir nosso papel de imprensa livre, trazendo aos nossos leitores e colaboradores nossas tradicionais análises políticas, artigos e matérias investigativas, com o que acontece nos bastidores políticos, longe dos olhos da população e dos eleitores, sempre mantendo nossa linha editorial destemida e imparcial, evitando entrar no campo da imprensa marrom, do denuncismo e da chapa-branca.
Voltamos a ressaltar que jamais nos omitiremos e, muito menos, seremos coniventes com qualquer ação que venha a prejudicar nosso Estado e sua boa gente, praticados por grupos de pessoas ou segmentos políticos.
Estaremos atentos e de prontidão em nome do bom jornalismo e da liberdade de expressão, assim como do respeito constitucional.
Neste primeiro turno das eleições suplementares, mantivemos nossa linha editorial e o alto nível do debate, assim como sempre fizemos, em respeito aos nossos leitores e aos candidatos, sempre buscando de forma ética expor nossos pontos de vista. Mas, é fato, que veiculamos, também, entrevistas e declarações que continham denúncias e troca de farpas, mas sempre dando o devido nome aos declarantes, como manda o bom jornalismo.
Assim se resume a prática do bom jornalismo e é assim que nos pautamos.
Assim fomos, assim somos e assim continuaremos, com as graças de Nossa Senhora das Mercês.
Os dois candidatos foram os mais bem votados nas eleições suplementares que aconteceram ontem. O segundo turno será dia 24 próximo
O governador interino Mauro Carlesse (PHS) obteve a maioria dos votos, 174.275, (30,32%) seguido pelo Senador Vicentinho,(PR) 127.758, (22,22$)o ex-prefeito de Palmas Carlos Amastha(PSB) teve 123.103, (21,41$). Já a candidata e senadora Kátia Abreu (PDT) ficou em terceiro lugar com 90.033 (15.08% ) Malron Reis (REDE) obteve, 56.962, (9,91%) Carlos Souza (PRTB) obteve, 2.794, (049%) já os votos destinados a Mario Lúcio não foram computados do TRE.
Abstenção
Abstenções os votos brancos e nulos representaram 43,54% do eleitorado. Dos 1.018.329 votantes, 443.414 ou abstiveram, ou anularam, votaram em branco.
O total de abstenção foi 43,21% maior do que os votos recebidos pelo primeiro colocado, o candidato da coligação “Governo de Atitude”, Mauro Carlesse (PHS).
Perfil dos candidatos
Mauro Carlesse: Coligação “Governo de Atitude”
Nasceu no município de Terra Boa, Paraná, 25 de junho de 1960. No Tocantins, ocupou-se como empresário e agropecuarista. Iniciou a carreira política ao se filiar ao Partido Verde (PV) em 2011, quando então já exercia a presidência do Sindicato Rural de Gurupi. Foi candidato a prefeito daquela cidade nas eleições de 2012. Em 2013, filiou-se ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e candidatou-se a deputado estadual em 2014, conquistando uma vaga. Atualmente é filiado ao Partido Humanista da Solidariedade. No dia 08 de julho de 2016 foi eleito presidente da Assembleia Legislativa para o biênio que termina em 2019.
Vicentinho Alves, candidato da coligação “A Vez dos Tocantinenses”
O senador Vicentinho Alves nasceu em Porto Nacional, Tocantins, filho de Vicente de Paula Oliveira e Ana Alves de Oliveira. É casado com Adailde Alves de Oliveira e pai de Raimundo Aires Neto Alves, Vicente Alves de Oliveira Junior, Thiago Tapajós Alves de Oliveira e Mariana Alice Alves de Oliveira.
Piloto comercial, empresário e agropecuarista, iniciou sua vida pública elegendo-se prefeito de sua cidade natal, Porto nacional. Foi Presidente da Associação Tocantinense de Municípios (ATM), deputado estadual por dois mandatos, presidente da Assembleia Legislativa, Secretário-Geral da União Nacional dos Legislativos Estaduais (UNALE), governador interino do Tocantins e deputado federal.
Como Senador da República foi primeiro secretário da Mesa Diretora, líder do Partido da República no Senado Federal e coordenador da bancada federal do Tocantins.
Todos os demais candidatos correm o risco de vencer e não levar, arrastando o processo eleitoral tocantinense para uma luta sem fim
Por Edson Rodrigues
O Tribunal Regional Eleitoral acaba de emitir uma certidão confirmando que dentre todos os candidatos a governador e vice nas eleições extemporâneas do próximo dia 03 de junho, apenas o senador Vicentinho Alves (PR) e Marcos Souza (PRTB) são os candidatos ficha limpa, sem impedimento nenhum para que, caso vençam as eleições, tomem posse e não provoquem nenhum desdobramento nocivo ao processo eleitoral que visa a corrigir a atual situação administrativa do Estado do Tocantins.
Todos os demais candidatos, de Mauro Carlesse à Kátia Abreu, passando por Márlon Reis, Mário Lúcio Avelar, e Carlos Amastha, correm o risco de, se eleitos, não tomarem posse, levando o Tocantins a sangrar ainda mais em rede nacional, como exemplo de instabilidade política perniciosa ao bom andamento democrático.
A questão é clara e simples. Qualquer dos candidatos que vença a eleição, à exceção de Vicentinho e Marcos Souza, corre o risco de ganhar e não levar, assim como aconteceu, infelizmente, com o saudoso João cruz, o João do Povo, em Gurupi, que venceu por 86% dos votos, mas que acabou vendo Tadeu Gonçalves, com pífios 12% dos votos, administrando de forma controversa e desastrosa a terceira maior economia do Tocantins.
Outro caso semelhante foi o do ex-governador Marcelo Miranda, que foi eleito ao Senado Federal, mas pendências na Justiça Eleitoral, acabou vendo sua eleição por maioria absoluta ser trocada por uma decisão do STJ.
VALORIZAÇÃO DO VOTO
Tocando em miúdos o eleitor que quiser ter o seu voto valorizado e realmente computado como válido na eleição do próximo dia 3 de junho, deve levar em mente o risco que corre em votar em candidatos com, digamos, empecilhos judiciais.
A certidão emitida pelo TRE é bem clara, isentando apenas – e tão apenas – Vicentinho Alves e marcos Souza de quaisquer contratempos com a Justiça Eleitoral. Nenhum dos demais candidatos, além dos dois, poderá seguir a ordem natural de uma eleição, que assegura ser eleito nas urnas e ser empossado logo em seguida, de acordo com os prazos eleitorais.
Cabe, agora, a você, eleitor, decidir se o Tocantins merece ou não sangrar mais uma vez ante os olhos da nação, com mais uma eleição prejudicada pela qualidade dos seus candidatos.
Vicentinho ou Marcos Souza. Essas são as opções seguras. Você votaria em um candidato que pode ganhar, mas não levar?
Com a palavra o eleitor!
A TV Anhanguera, afiliada a Rede Globo transmitiu na noite desta quinta-feira, 31, o debate entre os candidatos do Tocantins que disputam a vaga no Executivo Estadual para as eleições suplementares que acontecem no dia 03 de junho.
Da Redação
Dos sete candidatos, o governador interino, Mauro Carlesse (PHS) não compareceu. Em um olhar mais crítico, é possível até afirmar que a ausência do candidato que atualmente esta a frente do executivo estadual foi uma estratégia sábia definida pelo candidato e sua equipe, já que o governador seria alvo dos demais adversários que certamente focariam em questões voltadas para as ações de governo do candidato que foram impedidas pela Justiça.
Nada fugiu do convencional e esperado pelo eleitor para esta noite calorosa de feriado. Já o debate, em momento algum se esquentou, e não saiu do campo superficial de propostas sobre temas apresentados pela equipe organizadora, que não trouxe nada de novo e, algumas alfinetadas entre perguntas, respostas, réplicas e tréplicas que levaram muitos telespectadores ao riso.
A senadora Kátia Abreu, que disputa a vaga ao governo tampão pelo PDT abriu a rodada de perguntas, direcionada ao candidato Marlon Reis, do Rede Sustentabilidade. Kátia questionou o juiz, o que faria em seu mandato para equilibrar as contas do Estado.
Marlon destacou a instabilidade financeira do Tocantins. Segundo ele, “fruto da corrupção, de velhas práticas políticas com desvio de verbas nas inúmeras obras”. O candidato frisou ainda que abomina este tipo de pensamento e atitude por parte da classe representante da sociedade.
Em um espaço destinado ao candidato ausente, Marlon Reis questionou Mauro Carlesse sobre a prática do uso da máquina pública para os atos eleitorais. Direcionando sua pergunta a senadora Kátia Abreu, o candidato da Rede frisou em quais seriam as medidas para suprir a falta de efetivo da Polícia Militar.
Kátia Abreu salientou que seria possível resolver esta questão com o banco de horas, servidores da reserva, formação aos profissionais para que eles estejam capacitados para a busca pelos criminosos. Sobre esta alternativa que seria adotada por Kátia, Marlon replicou ser impossível, já que segundo ele, a Lei Estadual de nº 2.689/2012 já prevê o banco de horas para os servidores, e que apesar de estar em vigor é uma medida paliativa que tem pouco retorno. A senadora disse que antes de apresentar a medida conversou com os policiais que apresentaram tal alternativa a ela até uma solução definitiva para o caso.
Em um tom irônico, Carlos Amasta do PSB, definiu a ausência de Carlesse como reflexo da realidade tocantinense, um abandono. Aproveitou o tempo destinado a pergunta ao candidato ausente para pedir apoio dos tocantinenses para promover o que ele rotulou de verdadeira mudança.
Candidatos ao governo do Tocantins: Carlos Amastha, Kátia Abreu, Mauro Carlesse que não esteve presente, Vicentinho Alves, Marcos Souza, Marlon Reis e Mário Lúcio
Amastha questiona Avelar
Em seguida, o colombiano naturalizado brasileiro, questionou o candidato Mário Lúcio Avelar, (PSOL) sobre quais seriam suas prioridades na Educação. O candidato que se comportou durante as duas horas e meia de debate como uma metralhadora giratória teve uma postura fora do perfil de um cidadão que disputa a vaga a função mais importante em um estado. Avelar, foi infeliz, inadequado e demonstrou pouca preocupação em apresentar de fato propostas consolidadas para a realidade do Tocantins.
Como resolver os problemas da Educação
Sobre a educação, o candidato evidenciou que o número de analfabetismo no Estado é de 16%, e para melhorar estes índices, ampliar a qualidade na educação pública e trazer resultados palpáveis será preciso uma reforma no currículo da educação infantil, possibilitando uma melhor base educacional. Para os adolescentes e jovens, o candidato pontuou a importância de formações que qualifiquem as pessoas para o mercado de trabalho. Apesar de todas as questões, o candidato não explicou como faria isso em seis meses de gestão.
Amastha replicou que “educação é tudo, educação é futuro. Palmas é a Capital brasileira com melhor Índice de Desenvolvimento na Educação Básica do Brasil (Ideb). Avelar prosseguiu: “Falta gestão, falta democracia, falta investimento para os professores, por isso temos uma educação tão deficitária”.
Avelar provoca senador
Na bancada dos questionamentos, Avelar escolheu o senador Vicentinho Alves. Lembrou que o candidato tem o apoio do presidente da República, Michel Temer, de Marcelo Miranda, Marcelo Lélis assim como citou o PR e uma possível ligação do partido com a Lava Jato.
O senador apresentou as certidões de Nada Consta emitidas pelo Supremo Tribunal Federal. “O senhor está faltando com a verdade pois tenho certidões emitidas pelo STF, e Tribunal de Contas da União (TCU), de que não tenho ou respondo algum processo”, disse. Em um tom de elegância e formalidade, Vicentinho Alves afirmou que Mário Lúcio Avelar era mentiroso, caluniava-o e estava ofendendo-o. Além disso, o senador apresentou a sociedade uma suposta compra irregular de lotes feita pelo candidato na criação do Tocantins, e complementou: “Não posso perder tempo em responder provocações de quem não possui 1% de intenção de votos nas pesquisas e está aqui para fazer algazarra”.
Amastha diz que Marlon precisa sair do campo do discurso
Com o tema “Meio Ambiente”, após direito de resposta sobre suposta calúnia do candidato Mário Lúcio Avelar, Amastha questiona Marlon Reis sobre seus projetos voltados para a temática. O juiz ressaltou que “sustentabilidade e meio ambiente precisam andar juntos”. Já Carlos Amastha disse que é preciso sair do campo do discurso, e mostrar na prática, como ele fez em Palmas.
Vicentinho direciona todas as suas perguntas a Marcos Sousa
Com todas as perguntas voltadas para o candidato Marcos Sousa, o senador Vicentinho Alves (PR), fez questão de destacar que sua pergunta iria a um candidato legítimo, assim como ele, sem indeferimentos. E questionou quais propostas o candidato teria para a fomentar a cultura no Estado. Marcos Sousa (????) disse que é preciso investir em festivais, pois isso desenvolve as regiões, faz com que talentos sejam revelados e estimula a economia local. Vicentinho Alves que frisou sua naturalidade, disse que sua primeira ação, se eleito for, voltada para o assunto seria a implantação da Fundação Cultural, no intuito de resgatar a cultura e estreitar laços com os artistas regionais.
Marlon Reis diz que sua candidatura é uma arma contra corrupção
Durante sua abordagem sobre Obras Públicas, Mário Lúcio Avelar questionou sobre como seria a atuação de Marlon Reis para coibir a corrupção no Tocantins. O candidato que muito explorou o tema frisou que uma das suas primeiras ações para debater e reduzir a corrupção no Tocantins foi o lançamento da sua candidatura. “precisamos abolir estas velhas práticas, em que se corrompem em tudo. Esta prática é tão recorrente que estamos a mercê de franjas daqueles que governam, a mudança faz parte do processo histórico e vamos fazer a nossa parte”. A declaração de Marlon Reis abriu pedido de resposta aos candidatos Carlos Amastha, Vicentinho Alves e Kátia Abreu. A equipe negou o direito de resposta dos candidatos.
Avelar ataca Carlesse
Ao falar sobre funcionalismo público, Kátia disse que pretende valorizá-los com o pagamento da data-base, progressões, que é de direito, e políticas públicas voltadas para a formação destes servidores. Já Mário Lúcio de Avelar, questionado pela candidata disse que as famílias tocantinenses vivem o caos, que hoje a máquina pública é ferramenta de nomeação de indicações da Assembleia Legislativa e que muitas promessas e acordos feitos pelo governador interino não tem estrutura para serem cumpridos, pois só haverá equilíbrio quando existir uma gestão preocupada e rigorosa.
Sobre o turismo, Marlon Reis questiona Mário Lúcio de Avelar Segundo o candidato será preciso investir em desenvolvimento sustentável e rede de hotelaria para atrair visitantes. Aponta o turismo local como estratégia para fomentar a economia, o desenvolvimento, linhas de créditos, cooperativismo para trabalhar o setor.
Kátia alfineta Amastha
Marcos Sousa pergunta a senadora Kátia Abreu quais os seus projetos para fomentar o desenvolvimento econômico. Kátia diz que reduzirá a taxa de impostos para atrair investidores, pois segundo ela, “não podemos permitir tantos abusos de órgãos que deveriam proteger o cidadão como o Procon. Portanto reestruturaremos as taxas de impostos para que a população não seja refém de multas com valores abusivos, e os empresários de taxas altíssimas que o impedem de investir”. Já Marcos Sousa concorda com a senadora e complementa: ”O Brasil é um país de privilégios, precisamos reinventar nossa nação”.
Sobre a Lei da Ficha Limpa, Marlon Reis acusou Vicentinho Alves que rebateu ao garantir que ainda enquanto deputado federal votou a favor da aprovação, pois estava de comum acordo. Sobre o Agronegócio, Vicentinho adotou um discurso voltado para a agricultura familiar, parcerias entre instituições financeiras, e pastas do governo para promover o crescimento. Já Marcos Sousa, salientou que é preciso pensar além, no pequeno produtor, em recuperação de estradas viárias para facilitar o escoamento de grãos e carnes.
Demagogia
A senadora Kátia Abreu disse que conseguirá acabar com a fome a curto prazo por meio de projetos voltados para o social, como “aluguel social”, “distribuição de gás de cozinha” e ações de “distribuição de renda.” Sobre estas propostas da senadora cabe destacar que o tocantinense conhece a realidade financeira do Estado, sabemos que não há recursos em caixa, o que demonstra que a senadora tem zombado do povo tocantinense, não respeita a população, ou realmente não conhece o que se passa. Cerca de 25% da população, ou seja 250 mil seriam beneficiadas com estes projetos. Levar esperança a um grupo de pessoas ciente de que não é possível fazer, a não ser que se tenha uma vara mágica, é pior do que apresentar a eles dados reais e dizer o que de fato é possível fazer.
Sejamos práticos, realistas, temos um orçamento apertado, em que pouco se fará neste período, será preciso muita dedicação para ajudar os tocantinenses. Estas propostas pouco se consolidariam, mas caso houvesse essa possibilidade seria para as eleições de novembro. É preciso ter calma e respeitar os passo a passo deste processo.
Mário Lúcio de Avelar disse que é preciso empoderar a sociedade, e associar os custos dos projetos com o retorno nos investimentos. O candidato citou o município de Campos Lindos, o 12º na produção do Estado e o penúltimo quando se refere a pobreza. “Investir na Educação, é investir na saúde, no resgate da dignidade”, disse.
Ficha Limpa
Amasth disse a Marlon Reis que é ficha limpa. O candidato retrucou e citou ações movidas pelo Tribunal de Contas da União, e Ministério Público Estadual que envolve o ex-prefeito da Capital. Sobre Gasto Público Mário Lúcio Avelar disse que a sonegação fiscal sangra este Estado. “Precisamos de pessoas coerentes, pois fazer promessas é muito fácil, mas isso é grave.”
Considerações
A maioria dos candidatos mostrou no debate o seu poder de fazer muito em pouco tempo. É importante destacarmos que este trata-se de um mandato tampão que acontecerá por um período de seis meses, com inúmeras restrições da Justiça. Um debate sem propostas solidas, consistentes em um período de tamanha desilusão com a política brasileira. Ninguém disse de fato o que consegue fazer em seis meses diante de tantas limitações para melhorar a saúde, segurança pública, educação, políticas públicas voltadas para os adolescentes e tantas outras questões. Debate fraco, jogo de comadres... sonolento, nada de novo.
Prometeram o mundo, a quem quer apenas condições dignas para viver e trabalhar no Estado que escolheu pra chamar de seu. Lembrem-se: As eleições acontecem domingo, que Tocantins você espera para os próximos meses? A decisão é individual, e o coletivo trará o resultado soberano de todos os tocantinenses.
Eleições 2018
Conforme dados do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), do Tocantins, o Estado possui atualmente 1.000 .026 eleitores aptos a exercer o voto no dia 03 de junho, para as eleições suplementares. Ainda de acordo com TRE este número pode ter um aumento de até 3% para o processo eleitoral de outubro, que acontecerá em todo o País para a escolha dos novos representantes como presidente da República, senador, deputados federais e estaduais, e governador.
Candidatos
Carlos Enrique Franco Amastha
Com 57 anos, brasileiro naturalizado, nasceu na Colômbia, em Barraquilla, foi prefeito de Palmas por dois mandatos. É empresário, e candidato ao Governo do Tocantins pela coligação “A verdadeira mudança”, conta com o apoio dos partidos, PSB, PT, Podemos, PC do B, e PTB e tem como vice-governador, o petista Célio Moura para as eleições suplementares.
Kátia Regina Abreu
Com 56 anos, a senadora Kátia Abreu, é brasileira, nasceu em Goiânia (GO). A pecuarista disputa o governo do Tocantins pela coligação “Reconstruindo o Tocantins”, com o empresário Marco Antônio Costa na função de vice-governador. A coligação é formada pelas legendas PDT/ Avante/ PEN/ PSD/ PSC.
Marcos de Sousa
O empresário Marcos de Sousa nasceu em Dom Cavati (MG), tem 64 anos e foi confirmado como candidato ao Governo do Tocantins durante a convenção estadual. Filiado ao PRTB, conta com o vereador Sargento Genilson, de Gurupi que ocupa a vaga de vice-governador.
Mário Lúcio Avelar
O candidato é mineiro, nasceu em Belo Horizonte (MG), é servidor Público e atuou como promotor de Justiça no Tocantins e Procurador da República. Disputa as eleições suplementares pelo PSOL. O professor Mayt Maia é o seu vice-governador
Marlon Reis
Natural de Pedro Afonso, é advogado, candidato ao governo do Tocantins pelo Rede Sustentabilidade. O candidato conta com o apoio do Coronel Edvan de Jesus Silva para participar das vagas ao governo e vice, no Palácio. O ex-juiz Márlon Reis (Rede) confirmou sua participação como candidato ao Governo na eleição suplementar e apresentou o coronel como seu vice. A convenção aconteceu em um hotel em Palmas no sábado onde o criador da Lei Ficha Limpa pode apresentar seus projetos para o Tocantins.
Mauro Carlesse
O empresário e governador interindo do Tocantins, é natural de são Paulo, nasceu 1960 é candidato ao governo do Tocantins pela coligação Governo de Atitude. Conta com o apoio dos partidos PHS, DEM, PTC, PRB/ PMN/PP/PPS. A função de vice-governador é ocupada pelo deputado estadual Wanderley Barbosa, para as eleições suplementares.
Vicentinho Alves
O aviador, nasceu em 1957, em Porto Nacional, é candidato ao governo do Tocantins. Senador, Vicentinho Alves disputa as eleições suplementares pela coligação “É a vez dos Tocantinenses”, formada pelo PR/ SD/ Pros/ PMDB/ PPL. Seu candidato a vice-governador é o vereador de Araguaína, Divino Betânia Jr.