Por Edson Rodrigues

 

O prefeito reeleito de Palmas Carlos Amastha demonstra muita tranquilidade e segurança no que diz respeito, quando se trata da classe política tocantinense, com mandatos eletivos na Assembleia, Câmara e Senado. “Ele faz questão de ser direto quando os chamam de “coisas e improdutivos”, que vai querer trocar os dois senadores, referindo-se a Ataídes Oliveira e Vicentinho Alves”.

Amastha tem demonstrado ser um político sem rabo e seu passado é o seu avalista. Demonstra não temer pelo que fala, por várias vezes e em vários veículos de comunicação do Estado Amastha tem se comportado como um crítico apimentado da classe política detentora de mandatos legislativos no Estado e em Brasília. 

De duas uma: Ou são verídicas as críticas manifestadas por ele, ou os atuais políticos com cargos eletivos são medrosos e por ter rabo, ou como dizem os nordestinos são Frouxos e ouvem calados. Mas percebe-se que a maioria absoluta teme o prefeito reeleito de Palmas, Carlos Amastha.

O paralelo 13 esta disponibilizando o áudio e sua transcrição onde os deputados federais, César Halum, Lázaro Botelho, Carlos Gaguim, Josi Nunes, Dulci Miranda, Dorinha Seabra, Irajá Abreu, Vicentinho júnior, os senadors Ataídes Oliveira e Vicentinho Alves e os 24 depuutados estduais Amélio Cayres, Amália Santana,  Cleiton Cardoso Eli Borges, Eduardo Siqueira Campos, Eduardo do Dertins, Elenil da Penha, José Bonifácio, Jorge Frederico, Júnior Evangelista, Luana Ribeiro, Mauro Carlesse, Nilton Franco, Olyntho Neto, Osires Damaso, Paulo Mourão, Ricardo Ayres, Rocha Miranda, Toinho Andrade, Valdemar Júnior, Vilmar, Vaderez e Wanderlei Barbosa são criticados explicitamente pelo atual gestor.

 

 

O senhor vai escrever essa história. O senhor gostaria de escrever essa história a partir de 2018

Gente, não vamos sair das famílias, A, B, C, D pra entrar na família Amastha, acho que não né gente. Temos gente competente do nosso lado que possa fazer esse trabalho sem dúvida, o meu sonho além de eleger oito deputados é tirar essas coisas que estão aí e não servem pra nada, trocar esses dois senadores, trocar esse monte de deputados estaduais que não fazem absolutamente nada a não ser gastar o nosso dinheiro. Claro que eu quero essa renovação, mas essa renovação não sou eu, essa renovação é a sociedade civil organizada que tem que vir dentro da política pra em 2018. Meu sonho é fazer em 2018 barba, cabelo e bigode. Nós não somos bois de ninguém, somos um povo preparado, com um estado cheio de potencialidades, pronto pra tomar pela mão o seu destino.

Posted On Terça, 07 Fevereiro 2017 22:49 Escrito por

Sem ao menos avisar membros do diretório estadual, prefeito de Palmas traz nome de peso e manobra rumo às eleições de 2018

 

Por Edson Rodrigues

 

Quando começaram as conversas, ninguém sabe.  Como foi o primeiro encontro, menos gente sabe, ainda. Mas, a grande pergunta que fica é: como o prefeito de Palmas, Carlos Amastha, consegue agir de forma tão sorrateira e tão na surdina, na cooptação de nomes de gabarito da política tocantinense para fazerem parte do seu governo?

Primeiro foi Ricardo Ayres, deputado estadual, que deixou a Assembleia Legislativa para compor o governo de Amastha.  Desta vez, é o ex-prefeito, ex-deputado federal e estadual, ex-presidente da Assembleia Legislativa, ex-presidente estadual do PMDB por dois mandatos, Jr. Coimbra, nome de peso no meio político, com ótimo trânsito na Capital e no interior do Estado, que assume uma secretaria de vital importância para qualquer pretensão política do atual prefeito de Palmas.

Amastha esteve em Brasília, onde manteve uma reunião coma cúpula nacional do PRB, que deu o “OK” para que o partido passasse a fazer parte do seu governo, antes mesmo de que o presidente estadual do partido no Tocantins, deputado federal Cesar Halum, tivesse qualquer tipo de reação.

Segundo O Paralelo 13 apurou, na manhã deste domingo, nos bastidores do meio político, os companheiros de Cesar Halum, tanto em Palmas quanto no interior, ainda estão meio zonzos com a notícia.  Muitos até gostaram do que ouviram e, outros, não ficaram nem um pouco satisfeitos.

 

INTERVENÇÃO BRANCA

Na verdade, o que os membros do PRB do Tocantins temem é que a ida para o governo de Amastha signifique uma “intervenção branca”, com efeitos colaterais que levem mais membros do partido para perto do prefeito da Capital, interferindo no comando da legenda, em futuras coligações, filiações e, principalmente, nas decisões sobre o que fazer com o tempo de rádio e TV no horário eleitoral gratuito, que, como todos sabemos, vale ouro no jogo de barganhas políticas, como aconteceu no caso do ex-presidente do PSB no Tocantins e prefeito reeleito de Gurupi, Laurez Moreira, que dormiu presidente do partido no Tocantins e acordou com Amastha filiado e presidente do PSB após uma breve visita do prefeito de Palmas à Brasília, deixando Laurez a ver navios.

O certo é que, enquanto os políticos tradicionais do Tocantins digladiam entre si, um tentando destruir o outro com difamações, desgastes e calúnias, Carlos Amastha monta seu time para a sucessão estadual de 2018, com um jogo de cintura e um poder de convencimento jamais vistos na história da política tocantinense.

Quando resolverem acordar, pode ser tarde demais e Amastha terá seu grupo político quase imbatível no ano que vem.

 

GATO ESCALDADO...

...tem medo de água fria!

Em nosso ponto de vista, a jogada de mestre de Amastha pode ter sido outra.  Ao trazer Ricardo para perto de si, sem que tenha havido nenhum protesto, nenhuma reação do PRB ou de César Halum, o prefeito de Palmas pode estar montando uma engrenagem muito maior que se pensa.

Informações de bastidores dão conta de que Amastha pode ter garantido a César Halum a vaga para concorrer ao Senado, em sua chapa para o governo do Estado, um antigo sonho de Halum, daí a inação do presidente estadual do PRB em relação à nomeação de Ayres.

Esse acordo incluiria, também os filiados, comissões provisórias e diretórios municipais do PRB.  Essa seria a principal razão para que o próprio genro de César Halum, como o é, Ricardo Ayres, tenha feito um movimento tão brusco em direção a Amastha.  Segundo nossas fontes nos subterrâneos da política tocantinense, até o próximo mês de março muitas ações semelhantes, por terra, mar e ar podem estar sendo reveladas ao público e aos espectadores dessa partida de xadrez que são as eleições majoritárias de 2018.

Confira na nossa edição impressa, desta semana, mais detalhes sobre as jogadas de Amastha rumo à sucessão estadual e a possibilidade de que ele renuncie ao governo da Capital, além de um diagnóstico de como estão reagindo os demais líderes e segmentos políticos.

Aguarde!

Posted On Domingo, 05 Fevereiro 2017 20:24 Escrito por

Mercadores de ilusões e fabricantes de pesquisas eleitorais travestidos de marqueteiros, entregam tudo na hora do aperto

 

Por Edson Rodrigues

 

Não é à toa que nas faculdades de Publicidade e Marketing os professores corrigem os alunos que dizem ter o sonho de ser “marqueteiros”, explicando que essa profissão não existe. Pois, agora, confirma-se que, de acordo com Nelson Rodrigues, dramaturgo famoso por suas frases ácidas, marqueteiro é pior que mineiro, pois, segundo Nélson Rodrigues, o mineiro só é solidário no câncer.

O caso é que a corrupção é o maior “câncer” do cotidiano brasileiro e, no meio das investigações, os marqueteiros se especializaram em entregar de bandeja a cabeça de quem lhes encheu os bolsos.

Os dois maiores expoentes das campanhas eleitorais nos últimos tempos, no Brasil, Duda Mendonça e João Santana, mostraram que, realmente, a verdadeira definição desse tipo de profissional é “alcaguete”, “dedo-duro”, “traíra” e “Judas”, pois à menor pressão da Justiça soltaram a língua com gosto, entregando, levianamente, a tudo e a todos, como se fossem meros coadjuvantes nas histórias de corrupção e não tivessem, eles, também, amealhado e lavado milhões e milhões de reais.

Talvez essa postura venha das penas consideradas leves imputadas a Duda e a Santana, após serem pilhados com a mão na massa e contas no exterior. 

Ou, talvez, a atitude seja, mesmo, inerente a esse tipo de profissional, em que alguns não têm o menor escrúpulo em alterar resultados de pesquisas eleitorais, em montar prestações de contas fraudulentas para as campanhas que comandam, ou em cobrar milhões por um serviço de eficiência incerta e, em caso de vitória dos seus “produtos”, ainda montam empresas de fachada para continuar a encher os bolsos de dinheiro.

Agora, ficou claro que marqueteiro não é amigo de ninguém, apenas do seu bolso. Chegam aos estados capitais de salto alto, não aceitam profissionais locais em suas equipes para não repassar o know-how de como corrompem as empresas para superfaturar valores de material eleitoral. Basta ver o que João Santana acaba de fazer com a ex-presidente Dilma Rousseff, ao entregar para a Justiça que ela o avisou da prisão dele e de sua esposa, ou seja, o cara ganhou milhões, montou empresas para trabalhar durante o governo de Dilma e a entrega depois que ela tentou ajudar a ele e à sua família.

É premente que a Justiça passe a julgar os marqueteiros com a mesma voracidade cm que julga os políticos corruptos, pois os crimes são os mesmos, apenas um contrata e o outro planeja e executa e, quando dá certo, a farra continua.

 

OS “EXEMPLOS”

É óbvio que não podemos generalizar.  De cada 100 grandes marqueteiros, pode-se tirar um para fazer o papel de honesto.  Mas depois das revelações feitas pela revista VEJA desta semana, em que Duda Mendonça e João Santana entregam os esquemas de corrupção até em governos internacionais aos quais foram indicados, fica difícil encontrar esses honestos, nem mesmo com uma lanterna, como fez o filósofo grego Diógenes de Sinope, há 2.000 anos.

As revelações de Duda e Santana, publicadas por VEJA, ganharam destaque no noticiário da Colômbia e do Chile. Em proposta de delação premiada feita à Procuradoria-Geral da República, os dois publicitários se colocaram à disposição dos investigadores da Operação Lava-Jato para revelar detalhes de como as construtoras OAS e Odebrecht financiaram clandestinamente as campanhas presidenciais no Brasil e no exterior.

Na Colômbia, a rede de televisão Caracol, a revista A Semana e o jornal El Tiempo, entre outros veículos, destacaram as revelações de Duda Mendonça. De acordo com a proposta de delação do marqueteiro, a Odebrecht bancou as despesas da campanha presidencial de Óscar Zuluaga, candidato do ex-presidente Álvaro Uribe em 2014. A reportagem de VEJA conflagrou um debate no país. Colocado sob suspeita, Zuluaga marcou uma entrevista coletiva para esclarecer que, embora tenha contratado Duda Mendonça e se reunido com um representante da Odebrecht em São Paulo, não teve conhecimento de qualquer pagamento extraoficial feito pela empreiteira brasileira.

No Chile, as revelações de Duda Mendonça, segundo as quais a construtora OAS financiou as campanhas presidenciais tanto de Michelle Bachelet como de Enríquez-Ominami em 2013, repercutiram nos principais veículos do país como CNN, Canal 9 Bio-bio Televisión, Tele13, La Nacion, La Tercera, El Libero, entre outros. Após VEJA trazer à tona detalhes da proposta de delação do marqueteiro, parlamentares chilenos disseram que irão solicitar a ampliação das investigações relacionadas à campanha de Ominami para a de Bachelet. “Queremos pedir que a investigação se estenda à presidente da República”, disse Paulina Núñes, do partido RN (Renovação Nacional).

Em seu site, VEJA ainda revelou que Duda Mendonça não é o único a mencionar Bachelet em sua proposta de delação. O ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, também reservou um capítulo de colaboração para contar detalhes dos bastidores das campanhas no Chile. “As revelações de Léo Pinheiro não ficam bem para a Bachelet”, disse um dos investigadores da Lava-Jato.

No Brasil, mesmo após vir à tona as revelações de Duda Mendonça e João Santana, responsáveis pelas campanhas de Lula e Dilma Rousseff, não houve qualquer manifestação dos ex-presidentes petistas. Dilma, que é acusada por Santana de ter vazado informações sigilosas da Lava-Jato, preferiu não se manifestar. De acordo com a proposta de delação do publicitário, que coordenou a eleição e reeleição de Dilma, a ex-presidente o avisou que ele e sua mulher, Mônica Moura, seriam presos pela Polícia Federal em Curitiba. Santana, condenado pelo juiz Sergio Moro nesta quinta-feira a oito anos e quatro meses de prisão pelo crime de lavagem de dinheiro, também confirma que a campanha da petista foi financiada com caixa dois da Odebrecht.

 

O BIG BROTHER ELEITORAL

Depois de tantos escândalos, é certo que o Tribunal Superior Eleitoral, os TREs e a Justiça Eleitoral vão transformar as eleições de 2018 em um verdadeiro Big Brother, com fiscalização 24 horas por dia, com um grupo de fiscais altamente treinados e já sabedores dos métodos e “tradições” de políticos e marqueteiros corruptos e ainda contarão com a ajuda dos próprios políticos, que estarão fiscalizando uns aos outros, ligados em todas as possibilidades de ganhar as eleições, seja no voto, seja na denúncia de irregularidades cometidas por seus adversários.

Ai daqueles que ainda arriscarem fazer caixa dois ou fraudar contas eleitorais.

Quem avisa, amigo é!

Posted On Sábado, 04 Fevereiro 2017 15:18 Escrito por

Governo do Tocantins emite nota de pesar
Por Bruno Bocchini

A ex-presidenta da República, Dilma Rousseff, se despediu da ex-primeira dama Marisa Letícia Lula da Silva no fim da manhã de hoje (4). Dilma chegou ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo Campo, onde ocorre o velório de dona Marisa, por volta das 11h30. Ela cumprimentou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e permaneceu ao lado do caixão recebendo abraços de populares. Também estiveram no velório para se solidarizar com o ex-presidente Lula e manifestar pesar à família os governadores do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, e de Minas Gerias, Fernando Pimentel, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), além de ex-ministros da gestão de Lula na Presidência da República, como Luiz Dulci, Luiz Marinho, Gilberto Carvalho e Paulo Vannuchi. O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e os ex-ministros da gestão de Dilma Rousseff,Juca Ferreira e Aloizio Mercandate também prestaram solidariedade ao ex-presidente. Iniciado às 9h apenas para familiares, o velório foi aberto ao público por volta das 10h20. Ao meio dia, uma fila de mais de 700 pessoas esperava para se despedir de dona Marisa Letícia e cumprimentar Lula. O ex-presidente permaneceu até por volta das 12h40 ao lado do caixão recebendo abraços dos populares que vieram ao velório. Depois disso, foi descansar em uma sala reservada. Um ato ecumênico deverá ocorrer às 14 horas.. “Minha vida acabou um pouco desde o dia em que ela entrou nessa situação”, disse Tânia Silva, 55 anos, que segurava nas mãos um retrato de Lula, Marisa e Dilma juntos. “Do jeito que o Lula está, só Jesus para dar força para ele. Ele está forte e abraçando e beijando todo mundo”, acrescentou Tânia, após cumprimentar o ex-presidente. Para Lindbergh Farias, a enfermidade que acabou por matar Marisa Letícia tem ligação com a “campanha” negativa contra a família do ex-presidente.
Cremação O velório deverá ser encerrado por volta das 15 horas, quando o corpo da ex-primeira dama será levado para o crematório do Cemitério Jardim da Colina. Dona Marisa Letícia morreu ontem (3), aos 66 anos, após sofrer um acidente vascular cerebral hemorrágico e ficar dez dias internada no Hospital Sírio-Libanês.
Edição: Armando Cardoso
Governo do Tocantins emite nota de pesar
 
Nota de Pesar pelo falecimento de Marisa Letícia
  Recebi com tristeza a notícia do falecimento de dona Marisa Letícia, ocorrido nesta sexta-feira, 03 de fevereiro, em São Paulo. Em sua trajetória de vida, dona Marisa imprimiu a marca da mulher companheira e dedicada, sempre ao lado do ex-presidente Lula. Enquanto representantes do Tocantins, eu, e minha esposa, deputada federal Dulce Miranda, nos solidarizamos com a família Lula da Silva, rogando a Deus que conforte o coração de todos neste momento de dor.   Marcelo Miranda Governador do Tocantins

Posted On Sábado, 04 Fevereiro 2017 15:07 Escrito por

Especialistas comemoram a indicação de Edson Fachin para a relatoria da Operação no STF. Indicado por Dilma, ministro surpreendeu nas primeiras decisões em desfavor do PT

 

Por Edson Rodrigues

 

Por incrível que pareça, teve gente que comemorou a possibilidade de travamento da Operação Lava Jato, após a morte do seu relator junto ao Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, no dia 19 de janeiro, em um acidente aéreo no estado do Rio de Janeiro.  Mas, Deus é justo – e brasileiro! –, pois, depois do suspense sobre quem assumiria as funções da relatoria da Operação, um sorteio eletrônico apontou o ministro Edson Fachin, o mais novo do STF e, segundo especialistas, tão implacável quanto Sérgio Moro e tão correto quanto Zavascki.

Quem comemorou, agora chora, pois, depois da presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, surpreender aos próprios pares e homologar, ela própria, as 77 delações de ex-executivos da Odebrecht para evitar que os trabalhos iniciados por Zavascki ficassem comprometidos, Fachin vai acelerar a apuração das delações dos alcaguetes, apelidados de delatores, e começar a chamar às barras da Justiça todos os citados nas delações, inclusive alguns com depoimentos já agendados.

 

MORO COMEMORA

O juiz federal Sergio Moro divulgou nota nesta quinta-feira (2) elogiando o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Edson Fachin, novo relator das investigações da Lava Jato na Corte.

"Tomo a liberdade, diante do contexto e com humildade, de expressar que o Ministro Edson Fachin é um jurista de elevada qualidade e, como magistrado, tem se destacado por sua atuação eficiente e independente", assinalou o juiz da Lava Jato em Curitiba.

 

INDEPENDÊNCIA

Indicado por Dilma, para quem pedira votos em 2010, Fachin votou pela manutenção do rito definido por Cunha. Seu colega Luís Roberto Barroso inaugurou uma divergência, seguida pela maioria da Suprema Corte. A Câmara foi compelida a seguir não o rito de Cunha, mas as regras que embalaram o processo de impedimento de Fernando Collor, em 1992. Vencido, Fachin anexou à sua biografia de magistrado um certificado de independência.

Fachin voltou a compor a minoria na sessão em que o Supremo decidiu que o réu Renan Calheiros não podia assumir a Presidência da República, mas tinha o direito de permanecer na presidência do Senado. Vencido, o novo relator da Lava Jato apegou-se ao voto que já havia proferido em sessão anterior. Recusou-se a abandonar a tese segundo a qual os réus devem ser expurgados dos cargos que ficam na linha de sucessão do Planalto.

Para desassossego dos corruptos, Fachin juntou-se à maioria do Supremo no julgamento em que ficou assentado que condenados em segunda instância devem aguardar pelo julgamento de eventuais recursos atrás das grades. Nessa matéria, fez mais: guerreou pela preservação da coerência da Suprema Corte.

No exercício do plantão durante um recesso do Judiciário, o então presidente Ricardo Lewandowski mandou soltar José Vieira da Silva. Alegou que era preciso “prestigiar o princípio da presunção da inocência”. Prefeito de Marizópolis, cidade dos fundões da Paraíba, Vieira da Silva fora condenado por um tribunal de segunda instância.

Terminadas as férias, Fachin ordenou que o prefeito fosse recolhido novamente ao xadrez. Para justificar a revisão do despacho de Lewandowski, sustentou a necessidade de prestigiar a “estabilidade” dos entendimentos fixados em decisões da Suprema Corte. O novo relator da Lava Jato é um cultor da jurisprudência.

 

RAMIFICAÇÕES NOS ESTADOS

Agora, Edson Fachin vai abrir a “temporada de pesca” aos peixes pequenos, ou seja, citados e identificados os políticos de alta estirpe – ou “peixes grandes” – as delações da Odebrecht serão entregues ao Ministério Público Federal, que vai acionar suas sedes nos 27 estados brasileiros, para investigar os citados de cada unidade da federação.

Com isso, muitos políticos regionais que ostentam a pose de honestos já começam a tirar o cavalinho da chuva, pois com Moro e Fachin no comando não haverá trégua nem perdão para ninguém.  Uma vez citado nas delações, será ouvido, arguido e, se comprovadas as delações, devidamente encaminhados aos presídios, dando continuidade ao “limpa” nacional iniciado pela Operação Lava Jato.

Ou seja, estão abertas as portas do inferno justamente um ano e meio antes das eleições majoritárias, cancelando sonhos de muitos políticos que pretendiam se candidatar aos cargos mais importantes do Executivo e do Legislativo federal e estadual, mesmo à sombra das delações.

Por outro lado, quem realmente tem a “ficha limpa”, sabe que poderá concorrer às eleições sem a concorrência nefasta e cheia de vícios dos participantes do maior esquema de corrupção que já se teve notícia em terras brasileiras.

Os corruptos que insistirem em participar das eleições por meio das brechas e chicanas da legislação eleitoral, podem ter certeza que serão “fritos em gordura morna” tanto pelos eleitores quanto pelos adversários “limpos”, que não relutarão em utilizar as informações provenientes da Lava Jato para expor publicamente os “podres” de cada um deles, tornando-os presas fáceis nas eleições.

O certo é que, a partir de agora, a malha da rede diminuiu e não vai deixar passar nem peixe grande nem peixe pequeno.

 

TOCANTINS

No Tocantins os holofotes já giraram nas direções da senadora e ex-ministra Kátia Abreu e do deputado federal Lázaro Botelho, que tiveram seus nomes citados pela imprensa nacional como envolvidos nas delações da Odebrecht.

Ainda é cedo para fazer qualquer julgamento, mas há ainda a expectativa em relação ás delações da empreiteira Camargo Corrêa, que, assim como a Odebrecht, tem operações no Tocantins.  

Segundo a imprensa nacional, há nomes de políticos de “praticamente todos os estados” no que é chamado de “segunda leva” da delação da Camargo Corrêa, mas, assim como na delação da Odebrecht, ainda não podemos condenar ou inocentar ninguém, muito menos fazer pré-julgamentos.

Mas é certo que aqui se faz e aqui se paga!

 

Posted On Sexta, 03 Fevereiro 2017 06:53 Escrito por
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