De acordo com Lira, o texto que vier a ser aprovado na Casa não terá retrocessos
Com Agência Câmara
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que o projeto de lei sobre o aborto será debatido no segundo semestre, após o recesso parlamentar. Lira fez um pronunciamento na noite desta terça-feira (18) acompanhado de líderes partidários e representantes de bancadas temáticas da Casa. Lira informou que pretende criar uma comissão com representantes de todos os partidos para debater a proposta.
O projeto (PL 1904/24) equipara aborto de gestação acima de 22 semanas a homicídio, mesmo em caso de estupro em crianças, e vem causando polêmica dentro e fora do Congresso Nacional.
O presidente negou que a pauta da Câmara e as decisões da Casa sejam tomadas de forma monocrática. Segundo ele, todas as votações são feitas de forma colegiada.
De acordo com Lira, o texto que vier a ser aprovado na Casa não terá retrocessos e não trará qualquer dano aos direitos das mulheres. “Quero reafirmar que nada nesse projeto retroagirá nos direitos já garantidos e nada irá avançar para trazer qualquer dano às mulheres”, defendeu.
Lira reafirmou que qualquer tema na Câmara será amplamente debatido.
“Reafirmar a importância do amplo debate. Isso é fundamental para exaurir todas as discussões, para se chegar a um termo que crie, para todos, segurança jurídica, humana, moral e cientifica sobre qualquer projeto que possa a vir a ser debatido na Câmara", disse. "Nunca fugiremos a essa responsabilidade de fazer o debate e fazê-lo com exatidão e nunca faltar com espírito aberto e democrático para que a sociedade participe”, acrescentou.
Fonte: Agência Câmara de Notícias
Da Assessoria
O presidente do PL Tocantins, senador Eduardo Gomes, recebeu nesta terça-feira, 18, em seu gabinete na Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI), em Brasília (DF), representantes nacionais e internacionais de diversos setores para debater a regulamentação da Inteligência Artificial. Entre os participantes, estava Nicolas Andrade, representante da OpenAI para o Brasil, América Latina e Caribe, empresa responsável pelo ChatGPT.
Durante o encontro, o senador Eduardo Gomes destacou a importância do diálogo na condução do projeto, mencionando a elaboração de um extenso documento de 900 páginas por uma comissão de juristas, além da realização de mais de 100 audiências públicas com diferentes segmentos da sociedade.
“É com grande satisfação que recebemos aqui hoje tantos especialistas e representantes de diferentes áreas para discutir o futuro da Inteligência Artificial no Brasil. As contribuições recebidas serão analisadas com atenção e servirão como base para a construção de um marco regulatório que atenda às necessidades da sociedade e impulsione a inovação tecnológica de forma responsável”, assegurou o senador Eduardo Gomes.
Presentes
Além de Nicolas Andrade da OpenAi, a reunião contou também com os representantes do setor elétrico: Marcos Madureira (Abradee), Luiz Eduardo Barata (Frente Nacional dos Consumidores de Energia), Alexei Vivan (ABCE), Paulo Pedrosa (Abrace), Rodrigo Ferreira (Abraceel), Marizete Dadald (Abrage), Luiz Roberto Ferreira (Apine), Carlos Farias (Anace), Lucien Belmonte (União pela Energia) e Daniel Marrocos (Abiape e Idec). Também estiveram presentes a Diretora regional da América Latina & Caribe da IFPI e Paulo Rosa, presidente da Pró-Música Brasil, representando a indústria fonográfica.
Em entrevista nesta terça (18/6), presidente criticou a perda de arrecadação com benefícios fiscais para empresas
Por Victor Correia
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta terça-feira (18/6) que o governo vai rever os benefícios fiscais concedidos a setores da economia. Segundo o petista, a equipe econômica apresentará uma proposta em 22 dias para diminuir a renúncia fiscal no país, que soma R$ 518,9 bilhões, de acordo com levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU).
Lula citou como exemplos o agronegócio e o setor de combustíveis. Para o presidente, “os ricos se apoderaram de uma parte do orçamento”, e reclamam dos investimentos destinados à população mais pobre. A declaração ocorreu um dia depois do chefe do Executivo participar de encontro da Junta de Execução Orçamentária (JEO), onde o tema foi discutido.
“Você pega a Confederação da Agricultura, que tem uma isenção de quase R$ 60 bilhões. O setor de combustíveis, que tem isenção de R$ 32 bilhões. Você vai tentar jogar isso em cima de quem? Do aposentado? Do pescador? Da dona de casa, da empregada doméstica?”, indagou Lula em entrevista à CBN.
“Se tiver alguma coisa errada, o que estiver errado vai ser consertado. Se tiver alguém recebendo o que não deve receber, esse alguém vai parar de receber. Mas eu quero ver, porque eu acho que o problema do Brasil não é esse. O problema do Brasil é que a parte mais rica tomou conta do orçamento”, acrescentou o presidente.
Empresários que reclamam são os mais beneficiados, diz Lula
Nessa segunda (17/6), o presidente se reuniu com ministros da área econômica. Ele deu sinal verde para o corte de gastos, o que está sendo cobrado pelo mercado, mas deve priorizar a redução dos gastos tributários — dinheiro que o governo deixa de arrecadar ao conceder isenções fiscais.
Estavam presentes os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento e Orçamento), Rui Costa (Casa Civil) e Esther Dweck (Gestão e Inovação em Serviços Públicos). Os quatro compõem a JEO. Em coletiva de imprensa, Tebet e Haddad relataram o pedido de Lula para reduzir os benefícios fiscais.
Na entrevista, hoje, o chefe do Executivo também rebateu as críticas recentes sobre a compensação da desoneração da folha e sobre as contas públicas do governo. “As mesmas pessoas que falam que é preciso parar de gastar são as pessoas que têm R$ 546 bilhões de isenção, de desoneração da folha de pagamento, isenção fiscal. Ou seja, são os ricos que se apoderam de uma parte do orçamento do país, e eles se queixam daquilo que você está gastando com o povo pobre”, reforçou.
Pior desempenho do país é no quesito 'eficiência governamental', Singapura lidera lista
Com agências
Pelo quinto ano seguido, o Brasil aparece entre as dez piores posições no ranking que mede o nível de competitividade das nações, produzido pelo Institute for Management Development (IMD), com sede na Suíça.
Na edição de 2024, divulgada nesta terça, 18, o país aparece em 62º lugar entre 67 países, uma queda de duas posições em relação a 2023.
Com isso, o país se aproxima dos últimos da lista, que são Venezuela (67º), a Argentina (66º) e Gana (65º). Nas piores posições, há um predomínio de países latino-americanos e africanos. Veja a lista completa mais abaixo.
O levantamento, que chega à 36ª edição, leva em consideração 336 indicadores econômicos dos países analisados, agrupados em quatro grupos. Neste ano, três países foram incluídos no estudo: Nigéria, Gana e Porto Rico.
“A competitividade de uma economia não se resume apenas ao PIB e à produtividade, visto que as empresas também têm que lidar com aspectos políticos, sociais e culturais. Os governos devem fornecer um ambiente favorável ao desenvolvimento e crescimento de negócios, com infraestruturas, instituições e políticas adequadas e eficientes que incentivem as empresas”, diz Hugo Tadeu, diretor do Núcleo de Inovação e Tecnologias Digitais da Fundação Dom Cabral (FDC) e líder da pesquisa no Brasil.
O topo do ranking é dominado por países asiáticos e europeus, com a liderança de Singapura, seguido por Suíça, Dinamarca, Irlanda, Hong Kong e Suécia.
Os países e regiões mais competitivos do mundo
1º Singapura
2º Suíça
3º Dinamarca
4º Irlanda
5º Hong Kong
6º Suécia
7º Emirados Árabes Unidos
8º Taiwan
9º Holanda
10º Noruega
Os 10 piores países em competitividade
58º Bulgária
59º Eslováquia
60º África do Sul
61º Mongólia
62º Brasil
63º Peru
64º Nigéria
65º Gana
66º Argentina
67º Venezuela
Por que o Brasil vai mal
Entre os quatro principais fatores do levantamento, que traz uma análise comparativa das economias, o Brasil aparece com a pior posição no indicador de “eficiência governamental” (65º), puxado pelos resultados ruins em custo de capital e igualdade de oportunidades. Em “eficiência empresarial” (61º lugar), a dívida corporativa e a produtividade e qualidade da mão de obra pesam no resultado.
O indicador de “performance econômica” (38º) é o que o país tem o melhor desempenho, alavancado pelo crescimento na oferta de empregos e no PIB real per capita. Em “infraestrutura”, o Brasil aparece na 58ª posição, com gargalos em conhecimento e tecnologia.
O subfator em que o Brasil aparece mais bem posicionado nos indicadores avaliados é o de subsídios governamentais, em quarto lugar. O estudo aponta para a criação do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), como fator que puxou esse indicador, com previsão de investir R$ 1,4 trilhão até 2026.
Em outros quatro indicadores, o país aparece bem posicionado, em quinto lugar: crescimento de longo prazo de emprego; crescimento do PIB real per capita; fluxo de investimento direto estrangeiro; e energias renováveis.
Melhora circunstancial
A Fundação Dom Cabral (FDC), parceira do IMD no ranking, avalia que a performance brasileira mostra fragilidades. Hugo Tadeu, diretor do Núcleo de Inovação e Tecnologias Digitais da FDC e líder da pesquisa no Brasil, chama atenção para a melhora do país em subindicadores como PIB per capita e fluxo de investidores estrangeiros, que não foram “estruturais, mas circunstanciais”:
"Deveríamos escolher políticas educacionais para setores de interesse. Em três aspectos avaliados, o Brasil aparece como o pior entre as nações avaliadas: dívida corporativa; educação em gestão; e habilidades linguísticas (capacidade de escutar, falar, ler e escrever). Tadeu avalia que “falta para a educação um claro plano estratégico, casado com os interesses de crescimento do país”.
No topo do ranking de competitividade, Suíça e Singapura se destacam pela liderança também em todos os níveis de educação. A FDC sugere que o Brasil deveria ampliar programas de formação profissional e técnica, para preparar alunos para o mercado de trabalho.
Sem citar Bolsonaro, presidente afirmou que não permitirá que o País tenha um 'fascista' no poder
Com Estadão e Rádio CBN
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira, 18, que pode tentar a reeleição em 2026 "para evitar que trogloditas voltem a governar" o País. A afirmação foi feita em entrevista a Rádio CBN, do Grupo Globo.
Questionado se a idade no ano da próxima eleição presidencial não atrapalharia a corrida eleitoral, o presidente disse que estará com 80 anos: "No auge da minha vida". Segundo Lula, ainda não é hora de quero discutir o pleito de 2026, já que seu mandato atual ainda tem apenas um ano e sete meses. Além disso, na avaliação do presidente, "tem muita gente boa para ser candidata. Eu não preciso ser candidato".
"Se for necessário ser candidato para evitar que os trogloditas que governaram esse país voltem a governar, pode ficar certo que os meus 80 anos virará em 40 e eu poderei ser candidato. Mas não é a primeira hipótese. Nós vamos ter que pensar muito. Eu sei que vou estar com 80 anos, eu tenho que medir qual é o meu estado de saúde, qual é a minha resistência física, porque eu quero ter responsabilidade com o Brasil. Mas não vou permitir que esse país volte a ser governado por um fascista, não vou permitir que esse país volte a ser governado por um negacionista, como nós já tivemos. Esse país precisa de muita verdade para se transformar num país maravilhoso que nós temos que construir", falou Lula, sem citar diretamente o antecessor, Jair Bolsonaro (PL).
Durante a entrevista, Lula lembrou do primeiro ano como presidente da República, em 2003: "Peguei o governo em 2003 com sinal de crise econômica, mas era um governo que tinha passado por um momento também de crescimento. Depois, um momento de queda, e depois estava num processo de recuperação. Dessa vez, não. Estava sem-destruído."
Críticas ao presidente do Banco Central
Como já tinha acontecido no final de semana, Lula voltou a subir o tom nas críticas ao Banco Central às vésperas da reunião do Copom e criticou Roberto Campos Neto. Além disso, voltou a adotar a postura de defender que os empresários e a indústria devem ser os alvos do corte de gastos do governo, não os mais pobres.
O presidente defendia o crescimento da economia do país e do número de novos empregos gerados, quando demonstrou, mais uma vez, insatisfação com a taxa básica de juros.
"Nós só temos uma coisa desajustada no Brasil nesse instante, é o comportamento do Banco Central.
Essa é uma coisa desajustada. [Temos] um presidente do Banco Central que não demonstra qualquer capacidade de autonomia, que tem lado político e que na minha opinião trabalha muito mais para prejudicar o país do que para ajudar, porque não tem explicação a taxa de juros do jeito que tá", afirmou Lula.
O petista continuou, afirmando que o Brasil precisa atrair mais investidores, mas que a taxa de juros é um empecilho. O novo valor da Selic será anunciado na quarta-feira, 19, mas o mercado já espera que não haja outra redução.
Posição sobre o aborto
A PL que equipara o aborto após 22 semanas de gestação ao crime de homicídio simples. A proposta proíbe o aborto mesmo nos casos de gravidez decorrente de estupro e, nestes casos, a possível pena à gestante supera a pena prevista para o crime de estupro. O petista criticou o autor do texto e sugeriu que o debate sobre o tema encarasse o aborto como "questão de saúde pública".
A proposta que tem como um dos principais idealizadores o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), um dos líderes da bancada evangélica na Câmara.
"O cidadão diz que fez o projeto 'para testar o Lula'. Eu não preciso de teste, quem precisa de teste é ele. Eu quero saber se uma filha dele fosse estuprada, como ele ia se comportar", disse o presidente. "Eu, Luiz Inácio Lula da Silva, sou contra o aborto, para ficar bem claro. Agora, enquanto chefe de Estado, o aborto tem que ser tratado como questão de saúde publica, porque você não pode continuar permitindo que a 'madame' vá fazer um aborto em Paris e que a coitada morra em casa tentando furar o útero com uma agulha de tricô. Este é o drama que estamos vivendo", afirmou.
Para Lula, o tema não deveria estar em tramitação na Câmara, sobretudo em regime de urgência. Segundo o presidente, as pautas de costumes "não têm nada a ver com a realidade que vivemos". "Quem está abortando são meninas de 12, 13, 14 anos, é crime. É crime hediondo. O cidadão estuprar menina e depois querer que ela tenha um filho. Um filho de monstro", disse Lula. "A menina é obrigada a ter um filho de um cara que estuprou ela? Que monstro vai sair do ventre desta menina?".,
No sábado, o presidente já havia declarado, nas redes sociais, que é uma "insanidade querer punir uma mulher vítima de estupro com uma pena maior que um criminoso que comete o estupro".
*Com informações do Estadão Conteúdo