A regulamentação das criptomoedas em todo o mundo tem aquecido o mercado de mineração desses ativos, inclusive no Brasil. E diversidade energética tem atraído investimentos de fora, como o da americana Arthur Inc
IstoÉ Dinheiro
Pense em duas coisas em que o Brasil é potência mundial: no desperdício de energia e no número de investidores dispostos a investir em dinheiro virtual. Pronto. Está dado o ambiente perfeito para a chamada mineração de criptomoedas, um processo digital utilizado via blockchain para validar e lançar no mercado cripto novas unidades de ativos digitais já existentes, como bitcoin (BTC) e ethereum (ETH). Tudo isso soa difícil, mas para a startup Arthur Inc, empresa americana fundada por brasileiros em 2017, soa como lucro. Ela acaba de instalar no Tocantins uma infraestrutura de computação de alto desempenho (HPC) que realiza a mineração de criptomoedas. Por que Tocantins? Porque a operação utiliza a energia excedente de uma Pequena Central Hidrelétrica (HCH) local como fonte de energia para a realização das atividades. E a mineração de cripto utiliza muita eletricidade. Muita.
Segundo Rudá Pellini, cofundador da Arthur Inc, o Brasil é promissor para essa mineração porque o País é um dos líderes mundiais em energia desperdiçada. “No Brasil, 30% da energia é jogada fora, provocando um prejuízo de R$ 60 bilhões por ano para a economia”, afirmou Pellini.
Por isso, a proposta da Arthur Inc é, de acordo com ele, solucionar esse problema, usufruindo, principalmente, da energia gerada e não utilizada. “Conseguimos implementar, em 60 dias, uma infraestrutura para aproveitar o consumo energético equivalente ao que seria de um grande shopping center ou uma indústria com 500 funcionários”, disse o executivo.
A Arthur Inc também vem crescendo no mercado americano ao utilizar energia ociosa como fonte primária, atingindo um crescimento de 260% na sua operação por lá e uma receita de cerca de US$ 5 milhões em 2023. Além disso, no mesmo ano, ocorreram cerca de US$ 4 milhões em novos contratos fechados com três grandes clientes institucionais.
Para o Brasil, os planos são audaciosos. A empresa pretende investir US$ 30 milhões até o final do primeiro semestre, com previsão de receita de US$ 40 milhões já no primeiro ano de operação dentro do mercado nacional. “O potencial do Brasil é gigantesco. O modelo de negócios proposto é muito incipiente no País, o que traz uma infinidade de oportunidades”, afirmou Pellini. “Por ser um país continental, há diversas fontes energéticas a serem trabalhadas, como solar, eólica, bioenergia e hidroelétricas.”
U$ 30 milhões
é a previsão de aportes da Arthur Inc até junho
R$ 60 bilhões
são perdidos no brasil com energia desperdiçada
260%
foi o salto da operação da Arthur inc nos EUA
O início das atividades da companhia no Brasil teve como apoio uma rodada de investimentos, que aconteceu no início de 2023, de US$ 4,6 milhões, realizada entre family offices focados no mercado de energia e infraestrutura, considerando um valuation da companhia de US$ 100 milhões. A empresa utilizou parte dos recursos em tecnologia, ampliação de portfólio de soluções e infraestrutura.
ESTRUTURA
• Nos Estados Unidos, a operação da Arthur Inc ocorre em Data Centers modulares conteinerizados para a Computação de Alto Desempenho (HPC), equipados com computadores específicos para a atividade, chamados de Circuitos Integrados de Aplicação Específica (ASICs).
• Nos últimos meses, a empresa passou por um processo de rebranding. Trocou o nome de Arthur Digital Assets Mining para Arthur Inc. A nova identidade foi criada para posicionar a companhia como uma energy tech, não apenas uma startup de tecnologia.
• Com o projeto foram incorporados novos produtos e serviços no portfólio da companhia, como simulações de inteligência artificial (IA) e estudos aeroespaciais complexos. Energia que não falta.
Para o procurador-geral da República, Paulo Gonet, pedido da empresa não tem conexão com ação relatada pelo ministro do STF que trata do acesso às mensagens da Operação Spoofing .
Com Estadão Conteúdo
O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu o pagamento das multas dos acordos de leniência da construtora Novonor (antiga Odebrecht) e do grupo J&F por meio de decisões monocráticas definitivas. Segundo o STF, isso significa que a determinação do magistrado não precisa ser levada a plenário ou referendada pelos demais ministros, como ocorreria com uma liminar – a não ser que a Procuradoria Geral da República (PGR) recorra e questione a medida.
A PGR avalia a possibilidade de recorrer da decisão do ministro. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, estuda os termos de um eventual recurso que possa reverter a suspensão das multas ajustadas pelas empresas com o Ministério Público Federal. O órgão afirma, no entanto, que o caso ainda está em análise e que não pode adiantar as providências que serão tomadas.
Caso a PGR apresente um agravo regimental (agravo interno), a decisão monocrática vai para análise da Segunda Turma da Corte e pode ser convalidada ou questionada pelos colegas. A Turma é presidida pelo próprio Toffoli e conta também com os ministros Gilmar Mendes, Edson Fachin, Kassio Nunes Marques e André Mendonça.
Outra opção da PGR é apresentar uma ação de competência do Plenário, como uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF). Esse tipo de ação tem o objetivo de evitar ou reparar alguma lesão a preceitos fundamentais que seja resultante de um ato do poder público. Nesse caso, a decisão vai a plenário com relatoria de um ministro sorteado, com exceção de Toffoli.
A PGR também poderia levar a decisão ao Plenário por meio de uma suspensão de liminar. No entanto, segundo o STF, essa decisão poderia ser questionada, já que a decisão de Toffoli não foi uma liminar.
Caso a PGR não recorra, ou se a Corte rejeitar o recurso, a suspensão das multas – que chegam a um total de R$ 14,1 bilhões entre as duas empresas – permanece enquanto a J&F e a Novonor analisam as provas colhidas pela Operação Spoofing, que prendeu os hackers da Lava Jato, em busca de mensagens que possam indicar atuação irregular dos procuradores da força-tarefa. Os documentos foram compartilhados com as empresas pelo próprio Toffoli, na mesma decisão em que paralisou os pagamentos.
A Novonor afirma que foi pressionada a fechar o seu acordo de leniência com o MPF, que chegou a R$ 8,5 bilhões, para garantir sua sobrevivência financeira e institucional. A J&F, que fechou um acordo de R$ 10,3 bilhões, defende que é preciso “corrigir abusos” do acordo. Um deles seria o suposto uso de provas ilícitas.
Nesta segunda-feira, 5, Toffoli mandou investigar a ONG Transparência Internacional no Brasil pela sua participação no acordo de leniência da J&F na Lava Jato. A mulher do ministro, a advogada Roberta Rangel, presta assessoria jurídica para a J&F no litígio envolvendo a compra da Eldorado Celulose. Ele já se declarou impedido para julgar uma ação do grupo em setembro.
Também partiu de Toffoli a decisão que anulou provas do acordo de Odebrecht. Ambas estão entre as maiores leniências assinadas com o MPF.
Os estados do norte concentram o maior número de estabelecimentos religiosos para a população. São 79.650 igrejas nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, equivalente a 459 para cada 100 mil habitantes
Por Marcio Dolzan
O Brasil tem mais templos ou outros tipos de estabelecimentos religiosos do que a soma de instituições de ensino e unidades de saúde. É o que mostra levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgado nesta sexta-feira, 2, com base em dados do Censo 2022.
De acordo com a análise dos números, o País possuía 579,8 mil estabelecimentos religiosos em 2022, enquanto havia 264,4 mil de ensino e 247,5 mil de saúde. No Amazonas e em Rondônia, a proporção de estabelecimentos religiosos é o dobro da soma dos de ensino e saúde.
TOTAL DE ESTABELECIMENTOS
Saúde: 247.510
Ensino: 264.445
Religiosos: 579.798
ESTABELECIMENTOS POR ESTADO
Rondônia: 1.893 de ensino, 1.927 de saúde e 7.670 religiosos
Acre: 1.881 de ensino, 769 de saúde e 4.600 religiosos
Amazonas: 7.052 de ensino, 2.738 de saúde e 19.134 religiosos
Roraima: 1.055 de ensino, 839 de saúde e 2.150 religiosos
Pará: 14.150 ensino, 6.406 de saúde e 37.758 religiosos
Amapá: 1.112 de ensino, 796 de saúde e 3.178 religiosos
Tocantins: 2.351 de ensino, 1.865 de saúde e 5.151 religiosos
Maranhão: 14.444 de ensino, 6.280 de saúde e 25.374 religiosos
Piauí: 7.410 de ensino, 4.521 de saúde e 10.107 religiosos
Ceará: 13.850 de ensino, 8.388 de saúde e 24.556 religiosos
Rio Grande do Norte: 5.010 de ensino, 3.885 de saúde e 8.823 religiosos
Paraíba: 7.065 de ensino, 5.914 de de saúde e 13.536 religiosos
Pernambuco: 13.373 de ensino, 9.477 de saúde e 24.931 religiosos
Alagoas: 4.923 de ensino, 3.284 de saúde e 8.736 religiosos
Sergipe: 3.095 de ensino, 2.199 de saúde e 6.494 religiosos
Bahia: 28.315 de ensino, 16.347 de saúde e 52.939 religiosos
Minas Gerais: 24.184 de ensino, 32.966 de saúde e 59.281 religiosos
Espírito Santo: 4.561 de ensino, 4.672 de saúde e 15.694 religiosos
Rio de Janeiro: 16.499 de ensino, 15.402 de saúde e 55.222 religiosos
São Paulo: 40.746 de ensino, 56.993 de saúde e 83.938 religiosos
Paraná: 12.397 de ensino, 16.498 de saúde e 25.152 religiosos
Santa Catarina: 8.400 de ensino, 10.447 de saúde e 16.181 religiosos
Rio Grande do Sul: 13.695 de ensino, 16.467 de saúde e 26.300 religiosos
Mato Grosso do Sul: 2.648 de ensino, 3.709 de saúde e 8.156 religiosos
Mato Grosso: 4.284 de ensino, 4.570 de saúde e 10.329 religiosos
Goiás: 7.337 de ensino, 7.872 de saúde e 18.970 religiosos
Distrito Federal: 2.175 de ensino, 2.279 de saúde e 5.429 religiosos
São Paulo, Piauí e os três Estados da região Sul, por sua vez, são as únicas unidades da federação cuja soma entre os estabelecimentos de ensino e de saúde superam os religiosos.
O levantamento foi feito a partir das coordenadas geográficas das espécies de endereços do Censo 2022, e que agora integram o Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos do IBGE.
Pesquisa do cientista político Victor Araújo, associado ao Centro de Estudos da Metrópole (CEM), desenhou o mapa dessa transição religiosa no Brasil. Só em 2019, foram abertas 6.356 igrejas evangélicas no País, média de 17 novos templos por dia.
O estudo rastreia, no País, de 109,5 mil igrejas evangélicas de diversas denominações, ante cerca de 20 mil em 2015. O predomínio é das pentecostais. Entre os motivos para o boom, está o enfraquecimento do catolicismo, que perdeu alcance com a formação das periferias urbanas após o êxodo rural.
Segundo o instituto, o Brasil possuía 90,6 milhões de domicílios particulares e 104,5 mil de domicílios coletivos. Havia ainda 4,05 milhões de estabelecimentos agropecuários e 11,7 milhões com outras finalidades - como lojas, por exemplo. Em alguns casos, o mesmo endereço apresentava duas finalidades, podendo abrigar uma moradia e um estabelecimento comercial.
O Censo 2022 foi divulgado em junho do ano passado, e apontou que o País ultrapassou a marca de 203 milhões de habitantes. Apesar disso, o levantamento registrou o menor ritmo de crescimento de todo o período de análise, que data do fim do século 19.
Comparado à pesquisa anterior, de 2010, o Brasil teve taxa média de crescimento anual da população de 0,52% - a primeira abaixo de 1% e a menor registrada desde o primeiro levantamento feito no País, em 1872.
Planejamento de ações e resposta será coordenado pelo Ministério da Saúde com estados e municípios. Entenda a importância das medidas de prevenção e controle
Da Assessoria
Para ampliar e agilizar a organização de estratégias de vigilância, frente ao aumento de casos de dengue no Brasil, o Ministério da Saúde instalou, nesta quinta-feira (1º), um Centro de Operações de Emergência - COE Dengue. O anúncio foi feito pela ministra Nísia Trindade durante a abertura da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), em Brasília (DF), reforçando que a atuação será coordenada com estados e municípios. A medida permite uma análise minuciosa, porém ágil, dos dados e das informações para subsidiar a tomada de decisão e definição de ações adequadas e oportunas para o enfrentamento dos casos.
“A mensagem é de mobilização nacional, de união de esforços com estados e municípios. De um Brasil unido contra a dengue. Nós estamos, desde novembro, com uma série de ações para monitorar o avanço da doença. Temos o SUS, com toda sua capilaridade, os Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Combate às Endemias. É um movimento de governo, mas também precisamos do apoio da sociedade”, frisou a ministra.
A fala da ministra da Saúde reitera a coordenação, por parte da pasta, de uma série de atividades preparatórias para a sazonalidade de 2024. Desde o ano passado, o governo federal está em constante monitoramento e alerta quanto ao quadro das arboviroses no Brasil, convocando a sociedade, unindo esforços e trabalhando pela conscientização das medidas de prevenção em todo o território nacional.
Em 2024, até o momento, o Brasil registrou 243.721 casos prováveis de dengue, sendo 52.069 casos na semana epidemiológica 1 (31/12 a 6/1), 63.995 na semana 2 (7 a 13/1), 79.872 casos prováveis de dengue na semana 3 (14 a 20/1) e 47.785 casos na semana epidemiológica 4 (21 a 27/4). Os dados são do painel de atualização de casos de arboviroses do Ministério da Saúde. No Tocantins, neste ano, foram registrados 624 casos prováveis de dengue.
Com o acionamento do COE, o Ministério da Saúde vai ampliar o monitoramento da situação, com ênfase em dengue, para orientar a execução de ações voltadas à vigilância epidemiológica, laboratorial, assistencial e de controle de vetores. O planejamento das ações e a resposta coordenada serão feitos em conjunto com estados e municípios e de forma interministerial.
A importância dos agentes de endemias no combate à dengue
O Aedes aegypti utiliza todo o tipo de recipiente capaz de acumular água para depositar seus ovos. Alguns são conhecidos: garrafas e embalagens descartáveis, latas, vasos de plantas, pneus e plásticos. Mas há lugares que, muitas vezes, o mosquito utiliza para se reproduzir e que são desconhecidos das pessoas. É aí que entra o trabalho dos Agentes de Combate às Endemias (ACE). No Tocantins, 1.378 agentes estão atuantes na força-tarefa contra a dengue.
“Esses profissionais que atuam na linha de frente de combate ao mosquito são treinados e capacitados para detectar riscos de vetores para os próprios residentes e para a comunidade, orientando as famílias e visitando as casas uma a uma. Ninguém quer que a sua residência seja um local de risco. Por isso, é importante abrir as portas para esse serviço de proteção”, ressalta a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel.
Pessoas com doenças crônicas, gestantes, crianças menores de 2 anos e idosos acima de 65 anos são mais suscetíveis às complicações da dengue, chikungunya e zika. Caso tenha um desses perfis, os cuidados de combate ao mosquito devem ser redobrados: mantenha a caixa d’água bem fechada, guarde pneus em locais cobertos, limpe bem as calhas de casa, amarre bem sacos de lixo e não acumule entulho, esvazie garrafas PET, potes e vasos, coloque areia nos vasos de planta, e receba bem os agentes de saúde.
Sintomas e prevenção
Os sintomas de dengue, chikungunya ou Zika são semelhantes. Eles incluem febre de início abrupto acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele, manchas vermelhas pelo corpo, além de náuseas, vômitos e dores abdominais. A orientação do Ministério da Saúde é para que a população procure o serviço de saúde mais próximo de sua residência assim que surgirem os primeiros sintomas.
Esquema foi alvo da Operação I-Fraude. Alvos estavam em Campinas (SP) e Caruaru (PE); ministros e autoridades foram alvos dos vazamentos
Por Ricardo Brandt
Três acusados de integrarem uma organização criminosa que roubava e vendia dados de bases federais pela internet foram presos nesta quinta-feira (1), pela Polícia Federal (PF). Dois deles, em Campinas (SP), e um, em Caruaru (PE).
O esquema foi alvo da Operação I-Fraude, deflagrada nesta quarta-feira (31). Além dos crimes cibernéticos, os suspeitos são acusados de lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa.
"Informações pessoais de milhares de pessoas foram subtraídas e estavam disponíveis para consulta indiscriminada, inclusive por criminosos", informou a PF, no dia da operação.
Os criminosos vendiam os dados via redes sociais, por valores mensais, conforme a quantidade de dados requisitado. Os planos eram de R$ 30,00 mensais.
"Existiam diversos 'planos' de mensalidades, de acordo com o número de consultas realizadas. Tal painel contava com aproximadamente dez mil 'assinantes', com uma média de dez milhões de consultas mensais." Calcula-se que os alvos tenham levantado pelo menos R$ 10 milhões, desde 2010, com o esquema.
Entre os clientes do esquema, a PF identificou integrantes de facções criminosas e de forças de segurança. "Com relação a estes últimos, os criminosos ofereciam o serviço de forma gratuita. No entanto, o servidor precisava enviar, para comprovação de identidade, foto de sua carteira funcional. Dessa forma, os criminosos obtiveram cadastro, com foto, de milhares de servidores da segurança pública e também forneciam esses dados."