Confirmada. Com papel de protagonista na eleição de Bolsonaro, Bebianno agora é visto como persona non grata no bolsonarismo. Bolsonaro faz vídeo no qual explica o porquê da exoneração de Bebianno (assista no final da página)
Por Fábio Góis
O porta-voz da Presidência da República, general Otávio Rêgo Barros, confirmou há pouco a exoneração do agora ex-ministro Gustavo Bebianno (Secretaria-Geral), um dos principais coordenadores da campanha eleitoral vitoriosa de Jair Bolsonaro. Em nota curta, o presidente se limita a agradecer pela dedicação do ex-aliado à frente da pasta e a desejar "sucesso na sua nova caminhada".
Em coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, Otávio também se restringiu ao anúncio da demissão. "O motivo da exoneração do ministro é motivo de foro íntimo do nosso presidente", declarou, acrescentando que o general Floriano Peixoto Vieira Neto será o substituto de Bebianno. O porta-voz se esquivou ainda de responder, por exemplo, à pergunta sobre a razão da demissão ou sobre as investigações de fraude eleitoral envolvendo o PSL, partido do presidente (leia mais abaixo).
Assim, com a chegada de Floriano Peixoto, o governo Bolsonaro chega ao seu oitavo membro das Forças Armadas entre os membros da equipe ministerial – militares, aliás, que têm ampliado espaço no governo. Em 9 de fevereiro, por meio do Twitter, o presidente anunciou o general Jesus Corrêa no comando do Incra o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) – órgão que tinha, até a atual gestão, a reforma agrária como uma de suas principais atribuições.
Durante o anúncio da demissão, o porta-voz do governo, general Otávio Rêgo Barros, evitou dar detalhes sobre o rompimento da relação entre Bolsonaro e Bebianno. Uma das questões que ficaram sem resposta é a suspeita que recai sobre outro ministro a respeito das práticas eleitorais do PSL.
Ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL) também é acusado de ter usado candidatas laranjas em benefício próprio em Minas Gerais. Reportagem da Folha publicada em 4 de fevereiro revelou que quatro candidatas do PSL em Minas receberam R$ 279 mil do comando nacional do partido, por indicação do próprio Marcelo, justamente com o objetivo de disputar a eleição.
Marcelo também é presidente do diretório do PSL em Minas Gerais. Daquele total, informa a reportagem, R$ 85 mil foram destinados oficialmente a empresas de assessores, parentes ou sócios de assessores do ministro. Bolsonaro não apresentou qualquer explicação sobre a razão de não dar tratamento isonômico aos casos, protegendo o ministro do Turismo.
A saída de Bebianno é concretizada às vésperas da apresentação da reforma da Previdência. O próprio Bolsonaro, segundo membros do governo, vai ao Congresso entregar o texto de quase 40 páginas com as sugestões de alteração nas regras de aposentadoria. O desafio agora é impedir que o desgaste causado pela crise envolvendo o ministro, suspeito de estar à frente de fraudes eleitorais, contamine o ambiente de votações no Parlamento.
Fator Carlos
A exoneração era dada como certa desde a última sexta-feira (15), quando veículos de imprensa começaram a noticiar a irreversibilidade da situação e o acirramento dos ânimos entre os ex-aliados. Bebianno desemprenhou diversas funções durante a campanha presidencial e até poucos dias atrás era um dos principais homens de confiança de Bolsonaro. A importância ficou explícita quando o agora ex-ministro foi alçado, interinamente, ao posto de presidente do PSL de Bolsonaro durante o pleito.
Nessa condição, era ele quem tinha a responsabilidade de capitanear o caixa de campanha e o manuseio do fundo partidário, justamente o elemento que culminaria com sua demissão: a acusação de que dinheiro público foi usado para justificar candidaturas laranjas. A denúncia, publicada em reportagem da Folha de S.Paulo, foi o estopim para a entrada do vereador Carlos Bolsonaro, filho de quem o nome sugere, entrar no circuito para desmentir Bebianno.
O ministro havia negado, em entrevista ao jornal O Globo, que vinha protagonizando uma crise no Palácio do Planalto em decorrência de denúncia publicada pela Folha. Segundo a reportagem, o PSL criou uma "candidata laranja" para usar R$ 400 mil da verba pública do fundo partidário –, Bebianno garantiu que conversou com Bolsonaro, por meio de mensagens, três vezes na última terça-feira (12).
"Não existe crise nenhuma. Só hoje falei três vezes com o presidente", disse Bebianno ao jornal fluminense, acrescentando que a suposta conversa foi por meio de mensagens de WhatsApp.
"Ontem estive 24h do dia ao lado do meu pai e afirmo: 'É uma mentira absoluta de Gustavo Bebbiano que ontem teria falado 3 vezes com Jair Bolsonaro para tratar do assunto citado pelo Globo e retransmitido pelo [site] Antagonista'", declarou Carlos por meio do Twtitter. Instantes depois, na mesma rede social, Carlos Bolsonaro postou outro conteúdo (veja abaixo) com um áudio encaminhado por Bolsonaro a Bebianno.
"Não há roupa suja a ser lavada! Apenas a verdade: Bolsonaro não tratou com Bebianno o assunto exposto pelo O Globo como disse que tratou", reiterou o vereador fluminense. Na mensagem de voz em questão, o presidente se nega a conversar com seu ministro. "Gustavo, está complicado eu conversar ainda. Então não vou falar. Não vou falar com ninguém, a não ser estritamente o essencial. Estou em fase final de exames para possível baixa hoje, tá ok? Boa sorte aí", afirma Bolsonaro no áudio.
Diante das mensagens públicas de "fritura" no transcorrer da semana passada, Bebianno passou a se queixar a aliados durante o fim de semana. Segundo os jornalistas Lauro Jardim (O Globo) e Gerson Camarotti (GloboNews), ele disse a interlocutores que se arrependeu de ter viabilizado a eleição de Bolsonaro e que o presidente é "um louco" e "um perigo para o Brasil".
Na última quinta-feira (14), em declaração à revista digital Crusoé, Bebianno já havia demonstrado que seria difícil continuar no governo. O ex-ministro disse à publicação que seu chefe vinha lhe dirigindo ataques públicos porque estaria com "medo de receber algum respingo" da denúncia sobre uma candidata laranja em Pernambuco. "Não sou moleque, e o presidente sabe. O presidente está com medo de receber algum respingo", fustigou.
Candidata fantasma
A reportagem da Folha informa que o PSL criou em Pernambuco uma "candidata laranja", nas eleições de 2018, para ter acesso a dinheiro público. Ela recebeu R$ 400 mil do PSL durante o pleito. E apenas 274 votos do eleitorado pernambucano.
Aos 68 anos, Maria de Lourdes Paixão concorreu ao posto de deputada federal. Desconhecida do público, inclusive regionalmente, ela foi a terceira mais contemplada em todo o país com verba do PSL – nem a famosa "digital influencer" Joice Hasselmann (PSL-SP), a deputada federal recém-eleita na condição de mais votada da história (1,079 milhão de votos), ou mesmo o presidente Jair Bolsonaro foram tão beneficiados quanto Maria de Lourdes.
Segundo a reportagem assinada por Camila Mattoso, Ranier Bragon e Joana Suarez, a direção nacional do partido enviou os R$ 400 mil do fundo partidário para a conta da candidata em 3 de outubro, a quatro dias da eleição do ano passado. Naquela ocasião, Gustavo Bebianno coordenava a campanha de Bolsonaro e reverberava as falas do presidenciável a respeito de luta contra a corrupção, honestidade e nova política.
"No caso de Lourdes Paixão, a prestação de contas dela, que é secretária administrativa do PSL de Pernambuco, estado de Bivar, sustenta que ela gastou 95% desses R$ 400 mil em uma gráfica para a impressão de 9 milhões de santinhos e cerca de 1,7 milhão de adesivos, tudo às vésperas do dia que os brasileiros foram às urnas, em 7 de outubro", diz trecho da reportagem, destacando que a candidata só teve acesso ao dinheiro três dias antes da eleição.
Adicional para aposentados que precisam de cuidadores é mantido Pedido havia sido feito pela Advocacia-Geral da União (AGU), que apontou preocupação com o impacto da medida nas contas previdenci
Por Amanda Pupo
O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou suspender os efeitos da decisão que autorizou um adicional de 25% para aposentados que precisam de assistência permanente, como decidido em agosto do ano passado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). O pedido havia sido feito pela Advocacia-Geral da União (AGU), que apontou preocupação com o impacto da sentença do STJ nas contas previdenciárias, que já enfrentam déficit bilionário.
A AGU havia pedido que os processos fossem suspensos - o que retardaria a aplicação do que foi decidido no STJ - até que o STF julgasse um recurso contra a decisão do tribunal. Fux, no entanto, argumentou que o debate envolvido no caso envolve legislação infraconstitucional, e não Constitucional, e por isso não atrai a competência do STF para analisar a questão.
Para o ministro, uma vez que parece ser "improvável" que o recurso extraordinário seja analisado pelo STF, não faz sentido que as ações que envolvem a controvérsia sejam suspensas até um eventual julgamento pelo Supremo.
Na petição feita ao ministro, a AGU apontou que, de acordo com análise do então Ministério da Fazenda (hoje da Economia), a decisão do STJ pode ensejar despesas adicionais de aproximadamente R$ 5 bilhões. A AGU foi procurada para se manifestar sobre a decisão, mas a reportagem não obteve retorno até a publicação deste texto.
A lei em vigor desde 1991 diz que apenas aposentados por invalidez teriam direito a essa parcela suplementar. Em agosto do ano passado, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu estender o alcance da medida.
Pela lei, os aposentados por invalidez que comprovam dependência de outra pessoa podem conseguir o adicional, não importa se o acompanhante é um membro da família ou um profissional contratado pelo segurado. O INSS cita como exemplos de situações que dão direito ao adicional incapacidade permanente para atividades diárias, doença que exija permanência contínua no leito, cegueira total, perda de nove ou dez dedos das mãos, paralisia dos dois membros superiores ou inferiores, perda de uma das mãos e de dois pés, ainda que a prótese seja possível e alteração das faculdades mentais com grave perturbação.
O adicional de 25% é devido mesmo que o benefício do aposentado já esteja no teto legal (hoje R$ 5.645,80), e o valor é recalculado sempre que há reajuste. Por isso o impacto potencial é temido pelo governo. Todos os aposentados poderão procurar uma agência do INSS e solicitar o adicional.
Em nota, a Advocacia-Geral da União afirma que ainda não foi formalmente notificada e que apresentará os recursos adequados para impugnar a decisão. "Cabe acrescentar que não foram exauridos todos os instrumentos processuais cabíveis em relação ao tema", afirma a AGU.
O governador do Estado do Tocantins, Mauro Carlesse, recebeu nesta segunda-feira,18, em seu gabinete no Palácio Araguaia, em Palmas, um grupo de trabalho que atua em conjunto na área da saúde, formado pelo defensor público Arthur Luiz Pádua Marques, e as promotoras de justiça, Maria Roseli de Almeida Pery e Ceres Gonzaga de Rezende Caminha. Nesta reunião, a pauta foi a discussão de soluções que podem culminar no fim da judicialização dos atendimentos da saúde e também a possibilidade de uma ação emergencial para reduzir as filas nos hospitais públicos, principalmente no Hospital Geral de Palmas
Por Élcio Mendes
O defensor público, Arthur Marques, apontou problemas recorrentes como a superlotação dos hospitais, a dificuldade do abastecimento de alguns medicamentos e as interrupções de tratamentos de pacientes com câncer.
A promotora Maria Roseli de Almeida Pery apontou o problema enfrentado pelo Hospital Dona Regina, em Palmas, que foi implantado em um prédio construído originalmente para ser um hotel e precisa de reformas para adequação às necessidades de um hospital.
Já a promotora Ceres Rezende se ateve às questões urgentes, como a fila de pacientes que aguardam por cirurgias nos hospitais públicos. “Essas pessoas não podem ficar esperando, é preciso uma solução rápida para que essas vidas sejam salvas”, afirmou a Promotora.
Iniciativas
O secretário de estado da Saúde, Renato Jayme, que também participou da reunião, elencou algumas ações que estão sendo implantadas, dentre elas: o cumprimento da jornada de trabalho de forma presencial pelos profissionais da saúde; a informatização da saúde para melhor controle de estoque de medicamentos; fortalecer a atenção básica dos municípios e o corte de gastos que o Governo já está fazendo em outras áreas, visando o pagamento de fornecedores em dia para evitar corte de fornecimento de medicamentos e insumos.
Sobre o cumprimento da jornada de trabalho de maneira presencial pelos profissionais da Saúde, principalmente os médicos, toda a mesa foi unânime, de que a decisão da Justiça Federal precisa ser obedecida. “O Governo tem o nosso apoio nessa medida”, afirmou durante a reunião a promotora Maria Rosely.
Agiliza SUS
Dentre as soluções apresentadas pelo defensor público e pelas promotoras de Justiça está a implantação do Programa Agiliza SUS, já em utilização no Estado do Espírito Santo. De acordo com Pádua, a ideia é por fim às judicializações na Saúde, fazendo com que Governo, Ministério Público, Defensoria, Poder Judiciário e Tribunal de Contas, entrem em acordo sobre essas demandas sem a necessidade de ingresso de ação e que o paciente receba o atendimento de maneira ágil.
Outra possibilidade apontada pelo grupo de trabalho foi a contratação de hospitais particulares para a realização de cirurgias eletivas, principalmente as ortopédicas, retirando da rede pública a grande demanda por leitos. Arthur Pádua afirmou que as cirurgias ortopédicas são as maiores demandas dos hospitais públicos, principalmente em decorrência de acidentes.
Debate permanente
Ao fim da reunião, o governador Mauro Carlesse afirmou que pretende ampliar essa discussão e manter aberta a mesa de debate sobre os problemas da saúde e a busca de soluções com maior agilidade. “Nosso trabalho tem sido no ajuste das contas públicas, cortando despesas, para que não faltem recursos para a saúde. Temos vários problemas, dentre eles pacientes que vem de outros estados para cá, agora com esse apoio da Defensoria e do Ministério Público vamos buscar o ressarcimento dessas despesas com pacientes de outros estados para que sejam investidos para atender a nossa população”, afirmou o Governador.
O governador Mauro Carlesse destacou o desafio que é a gestão da saúde do Estado, em virtude de sua administração ter encontrado diversas dívidas de anos anteriores e não existirem os recursos para quitação. “Temos uma conta maior que os recursos, por isso estamos cortando gastos em todas as áreas para que possamos pagar em dia os nossos fornecedores”, afirmou o Governador.
O grupo de trabalho destacou a importância de a reunião acontecer no gabinete do Governador e contar também com a participação de secretários de Estado. “Foi a primeira vez que fomos recebidos pelo Governador para discutir sobre os problemas da Saúde. Foi uma reunião positiva e esperamos que essa mesa de discussão continue e que possamos ter em breve soluções para os problemas da Saúde”, afirmou Pádua Marques.
Nos bastidores da política partidárias, os partidos começam a desenhar o mapa da sucessão municipal e, os líderes que não estão sentindo-se confortáveis em suas legendas traçam novos caminhos para mudanças de siglas. Uma das maiores migrações acontece no PSDB, de Ataídes Oliveira.(Foto)
Ao que tudo indica, prefeitos de Peixe, Gurupi, dentre outros, estão segundo fontes, decididos a mudar de legenda caso o comando do partido continue com o ex-senador Ataídes Oliveira, que quer a expulsão da prefeita Cínthia Ribeiro, única gestora do PSDB de Capital em todo o País, e com dados positivos em que enquadrou o município na Lei de Responsabilidade Fiscal e está com o pagamento dos servidores, fornecedores e prestadores de serviços em dias, além de dinheiro em caixa para obras como pavimentação asfáltica, investimento na saúde, educação, saneamento básico e ação social.
PRÓXIMAS EXPULSÕES DO PSDB
Luana Ribeiro e Olintho Neto também podem estar com os dias contatos para serem expulsos do PSDB. A não ser que exista dois pesos e duas medidas, pois ambos não apoiaram a candidatura de Carlos Amastha, Vicentinho e Ataídes Oliveira. Não subiram no palanque do então candidato Carlos Amastha e foram claros ao declarar apoio ao candidato Mauro Carlesse. Tendo em vista o motivo no qual foi utilizado para expulsar a prefeita Cinthia Ribeiro, este embasa a expulsão dos deputados que foram eleitos pelo voto, de forma democrática, ao contrário do senador e presidente do PSDB, Ataídes Oliveira. Não há mais clima para Cínthia conviver no PSDB com o ex-senador no comando, qual seria a sua segurança de legenda para ser candidata a prefeita de Palmas pelo partido em 2020.
MAURO CARLESSE GARIMPANDO EM BRASÍLIA
O governador Mauro Carlesse, passou a semana em Brasília, na companhia do secretário da Fazenda e Planejamento, Sandro Henrique Armando e da Infraestrutura Renato Assunção, onde participaram de diversas reuniões de articulação política junto aos Ministros e demais autoridades. Os resultados são positivos: de uma tacada só pôs nos cofres do Estado mais de R$500 milhões via Banco Mundial, outro montante virá por meio do Ministério da Educação para reformas de escolas, investimento nos cursos de qualificação profissional, compras de equipamentos de informática. Mauro Carlesse tem buscado acelerar oprocesso de liberação de reformas de recursos dos empréstimos do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal para obras nos 139 municípios e para a construção da Ponte sobre o Rio Tocantins em Porto Nacional. Paralelamente trabalha junto ao Tesouro Nacional, que realizará a certificação do enquadramento do Estado na Lei de Responsabilidade Fiscal, criando condições para que as financeiras liberem empréstimos. Em outra frente, o governador e sua equipe têm trabalhado linhas de crédito para financiar a contrapartida de obras importantes.
O gestor reuniu-se para um jantar com a bancada. Os deputados Vicentinho Júnior e Dulce Miranda não compareceram.
PODER LEGISLATIVO
O Poder Legislativo Estadual, conduzido pelo deputado Toinho Andrade, apreciam as medidas provisória do Executivo com a nova estrutura governamental, assim como analisarão o orçamento do Tocantins para seguido da sua aprovação contribuirá para que o governo trabalhe com planejamento.
O Poder Legislativo tocantinense tem e vem contribuindo com o Estado nos governos de Marcelo Miranda, Sandoval Cardoso, e nas gestões de Mauro Carlesse.
PODER JUDICIÁRIO
Na outra ponta transita nos Tribunais de Justiça Eleitoral e na Justiça Federal processos para serem julgados no primeiro semestre deste ano. Dependendo das decisões dos membros das Cortes, podem ocorrer cassações de mandatos, confisco dos bens dos envolvidos, ressarcimento do erário público. Dentre os processos estão as operações nas Câmaras Municipais de Porto Nacional, Peixe e Augustinópolis. Não estão descartadas novas prisões, antes mesmo do julgamento dos processos em todas as instâncias.
REI DO GADO, PREVIPALMAS E IGEPREV NA MIRA DA JUSTIÇA
O Governo Federal, por meio do Ministério da Justiça, concentra uma força tarefa na podridão nos fundos de pensão de todo o País. Não muito diferente dos outros locais, o Instituto de Previdência dos servidores de Palmas (PreviPalmas), e o Igeprev são investigados.
AÇÕES CONTRA CARLESSE
Tramitam na Justiça Eleitoral dois pedidos de cassação do diploma de governador de Mauro Carlesse feito pelo Ministério Público Eleitoral.
O país viveu a última semana como os espectadores de uma partida de tênis, olhando de um lado para o outro, acompanhando a bolinha. Só que a “bolinha” eram as declarações ora de Carlos Bolsonaro, filho do presidente da república e vereador na cidade do Rio de Janeiro, ora de Gustavo Bebianno, principal articulador da campanha que elegeu Bolsonaro, nomeado Ministro da Secretaria-Geral da Presidência.
A essência do “jogo de tênis” foi a denúncia de que Bebianno havia usado candidatos-laranja para utilização de verba de campanha. A partir daí, Carlos Bolsonaro chamou Bebianno de mentiroso, Bebianno se defendeu como pôde, mas, ao que parece, o episódio apenas serviu como pretexto para a “família” Bolsonaro excluir o ex-aliado do governo.
Armou-se, então, uma guerra com mais pacificadores que combatentes, mas que parece já ter um desfecho programado para esta segunda-feira (18), assim que for publicado o Diário Oficial da União, onde deve constar a exoneração de Bebianno.
“CAIR ATIRANDO”
Caso se confirme a saída de Bebianno do governo, ele promete “cair atirando” e já usou algumas entrevistas para disparar contra a família Bolsonaro.
Bebianno disse no último sábado que, “quando acabar” sua participação no governo, “se sentir vontade”, vai “dar satisfações”. Bebianno não recebeu visitas ao longo do dia, mas, em conversas com pessoas próximas, deixou claras a frustração e a mágoa com Carlos Bolsonaro.
O filho do presidente chamou Bebianno de “mentiroso” logo após o ministro ter concedido entrevista ao jornal O Globo, na terça-feira, dizendo que não estava isolado no Palácio do Planalto depois da denúncia, publicada pelo jornal Folha de S.Paulo, de que teria patrocinado candidaturas laranjas do PSL em 2018, para desviar recursos do Fundo Eleitoral. À época, Bebianno presidia o PSL.
Na tentativa de mostrar que não havia crise, o ministro afirmou a O Globo que, no dia anterior, falara três vezes com o presidente, então internado no Hospital Albert Einstein, recuperando-se de cirurgia para reconstrução do trânsito intestinal. Carlos Bolsonaro desmentiu essas conversas no Twitter e o presidente endossou a atitude do filho, horas depois, em entrevista à TV Record.
Mais tarde, no entanto, Bolsonaro também mandou Bebianno cancelar viagem para o Pará, com outros ministros, porque não gostou de saber que ele havia convidado um veículo de comunicação para acompanhar a comitiva. A partir daí, o ministro da Secretaria Geral da Presidência teria mostrado a amigos arquivos de áudio com a voz de Bolsonaro ordenando que ele suspendesse a viagem, além de outras conversas. O ministro nega o vazamento.
O ministro desabafou que considerou uma covardia o fato de Jair Bolsonaro não ter tido coragem para demiti-lo. Bolsonaro sinalizou que quer exonerar o ministro e ofereceu a ele um cargo na diretoria de Itaipu Binacional, embora a possibilidade seja vedada pela Lei das Estatais. A oferta foi prontamente recusada por Bebianno. Ele considerou inaceitável assumir um cargo em Itaipu, apesar do salário três vezes maior – pouco mais de R$ 1 milhão por ano. A amigos, disse que não veio para o governo para ganhar dinheiro e que será leal até o último minuto em que permanecer ministro.
Nos últimos dias, políticos e militares tentaram interceder a favor de Bebianno. Preocupados com a alta temperatura da crise, auxiliares do presidente observam, por sua vez, que Bebianno ainda pode criar muitos problemas para o governo, se a demissão não for revertida, porque seria o que se chama no jargão político de “homem bomba”.
Nas conversas, Bebianno tem avisado que não cai sozinho, pois tanto a ala política, quanto a ala militar do governo, estão decididas a afastar Carlos Bolsonaro da Presidência. Nos últimos dias, o vereador tem sido mais comedidos nas redes sociais, compartilhando mensagens institucionais do governo e assuntos do Rio, como a venda da bebida em blocos de carnaval.
“PLANO CONTRA BOLSONARO”
Alguns analistas políticos já chegam a afirmar que Bebianno teria um plano contra Bolsonaro. Se Bebiano não tivesse sido desmascarado na questão da suposta candidatura-laranja que ele, Bebiano e sabe-se lá quem mais arrumaram nas vésperas da eleição, para aparentemente desviar R$ 400.000,00, hoje o problema estaria grudado no Presidente da República, e certamente existiria de fato uma crise grave no Governo.
A mídia inteira a partir de agora estaria começando a falar de “crime eleitoral” pelo Presidente, de desvio de dinheiro de campanha (nos moldes de PC Farias/Collor), e a arapuca estaria montada para inviabilizar o governo.
Mas Carlos Bolsonaro desmontou a trama. Ao ter capacidade de perceber o perigo que se armava no horizonte para o governo do pai, desmentiu praticamente EM TEMPO REAL a notícia veiculada na mídia tradicional (e replicada instanteamente pelo prestigiado site ‘O Antagonista’) da (inexistente) conversa de Bebiano com Bolsonaro para tratar do assunto da “candidatura-laranja”.
E além de desmentir Bebiano e a mídia, Carlos Bolsonaro ainda divulgou o áudio do pai para provar que não houve qualquer conversa com Bebiano, deixando claro que o problema não seria assunto do Governo e da Presidência da República.
Carlos Bolsonaro, com essa atitude, gerou ódio dos muitos que esperam de fato um enfraquecimento do Governo Bolsonaro, com o aparecimento de crises e o surgimento de motivos para se tentar derrubar o presidente.
E, incrivelmente, a mídia que tem um pé atrás em relação a Jair Bolsonador, incluindo-se o próprio ‘O Antagonista’, passou a defender a permanência de Bebbiano no governo e condenando a atitude de Carlos Bolsonaro.
Com efeito, se ela tivesse bom-senso deveria ter feito justamente o inverso: teria apoiado o afastamento de Bebiano e aplaudido a atitude de um Presidente que, ao menor sinal de algo errado por parte de alguém de sua equipe, o isola do Goveno e o demite (o que tudo leva a crer que será feito).
“HOMEM BOMBA"
Na última sexta-feira (16), ao deixar o hotel onde mora, em Brasília, Bebianno afirmou que está com a consciência tranquila e que ainda tem “carinho” pelo presidente Jair Bolsonaro. Mas essa opinião parece ter mudado, de acordo com o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo.
Segundo Jardim, o ministro afirmou a um interlocutor que “o problema não é o pimpolho”, em referência a Carlos Bolsonaro, filho do presidente e vereador na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. “O Jair [Bolsonaro] é o problema. Ele usa o Carlos como instrumento. É assustador.”
A decepção de Bebianno não parou por aí. De acordo com o colunista, Bebianno teria afirmado ao mesmo interlocutor que “perdeu a confiança” no presidente. “Tenho vergonha de ter acreditado nele. É uma pessoa louca, um perigo para o Brasil.”
Se houver “sujeira embaixo do tapete” e se Bebianno realmente “cair atirando”, temos tudo para ver acontecer, de novo, algo semelhante com o que aconteceu com o governo Collor.
Tomara que não.
Só o tempo tem essa resposta.
Clã Bolsonaro negocia deixar PSL e migrar para nova UDN
Com informações do site Terra
Com o PSL em crise e sob suspeita de desviar verba pública por meio de candidaturas "laranjas" nas eleições de 2018, os filhos do presidente Jair Bolsonaro (PSL) negociam migrar para um novo partido, que está em fase final de criação. Trata-se da reedição da antiga UDN (União Democrática Nacional).
Segundo três fontes ouvidas pela reportagem em caráter reservado, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) se reuniu na semana passada em Brasília com dirigentes da sigla para tratar do assunto. Ele tem urgência em levar adiante o projeto. Eleito com 1,8 milhão de votos, Eduardo teria o apoio de seu irmão, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ). Com esse movimento, a família Bolsonaro buscaria preservar seu capital eleitoral diante do desgaste do partido.
Enquanto ainda estava internado no hospital Albert Einstein, em São Paulo, Jair Bolsonaro acionou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, para que determinasse investigações sobre o caso.
As suspeitas atingiram o presidente da legenda, deputado federal Luciano Bivar (PSL-PE), e foram pano de fundo da crise envolvendo o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gustavo Bebianno, que foi chamado de mentiroso por Carlos Bolsonaro depois de afirmar que tratara com o pai sobre o tema. Após cinco dias de crise, Bebianno deve ser exonerado do cargo nesta segunda-feira, 18, por Bolsonaro.
Além de afastar a família dos problemas do PSL, a nova sigla realizaria o projeto político de aglutinar lideranças da direita nacional identificadas com o liberalismo econômico e com a pauta nacionalista e conservadora, defendida pelo clã Bolsonaro.
No começo do mês, Eduardo foi ungido por Steve Bannon, ex-assessor do presidente americano Donald Trump, como o representante na América do Sul do The Movement, grupo que reúne lideranças nacionalistas antiglobalização.
O projeto do novo partido é tratado com discrição no entorno do presidente. Em 2018, a UDN foi um dos partidos - embora ainda em formação e sem registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) - sondados por interlocutores do presidente para que ele disputasse a eleição, mas a articulação não avançou. Depois de anunciar a adesão ao Patriota, Jair Bolsonaro acabou escolhendo o PSL.
Assinaturas
A nova UDN é um dos 75 partidos em fase de criação, conforme o TSE. Segundo seu dirigente, o capixaba Marcus Alves de Souza, apoiadores já reuniram 380 mil assinaturas - são necessárias 497 mil para a homologação da legenda. O partido já tem CNPJ e diretórios em nove Estados, como exige a legislação eleitoral para a homologação. Ela tem em Brasília um de seus principais articuladores, o advogado Marco Vicenzo, que lidera o Movimento Direita Unida e coordena contatos com parlamentares interessados em aderir ao novo partido. A articulação envolveria ainda o senador Major Olímpio (PSL-SP), que nega.
Souza prefere não comentar as tratativas do partido que estão em curso. Ele, porém, admitiu que a intenção é criar o maior partido de direita do País. Como se trata de uma sigla nova, a legislação permite a migração de políticos sem que eles corram o risco de perder seus mandatos. "O único partido que tem o DNA da direita é a UDN. A gente não pode ter medo de crescer, mas com responsabilidade", afirmou.
Souza deixou o Espírito Santo, onde atuou na Secretaria da Casa Civil do ex-governador Paulo Hartung, e mudou-se para São Paulo para concluir a criação da nova UDN, que adotou o mesmo mote de sua versão antiga: "O preço da liberdade é a eterna vigilância". "Nosso sonho é que a UDN renasça grande e se torne o maior partido do Congresso", afirmou seu presidente. Ele disse ainda que a legenda pretende apoiar o governo Bolsonaro e está aberta "para receber pessoas sérias do PSL e de qualquer partido".
Palácio
Procurada pelo Estado, a assessoria do Palácio do Planalto informou que não ia se manifestar sobre o assunto. A reportagem procurou ainda as assessorias do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), do deputado Eduardo Bolsonaro e do vereador Carlos Bolsonaro, mas nenhuma delas se manifestou.
Em processo de homologação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a UDN, sigla que pode abrigar o clã Bolsonaro, foi inspirada no partido que nasceu em 1945 para aglutinar as forças que se opunham à ditadura de Getúlio Vargas.
Com o discurso de moralização da política e contra corrupção, a frente unia originalmente desde a Esquerda Democrática - que romperia um ano depois com a sigla e fundaria o Partido Socialista Brasileiro - a antigos aliados de Vargas, como o general Juarez Távora e o ex-governador gaúcho Flores da Cunha, rompidos com o ditador.
Em 1960, o partido apoiou a eleição de Jânio Quadros, eleito presidente, e, em 1964 , a deposição do governo de João Goulart. "O PSL é um partido de aluguel, já a UDN tem um apelo histórico e popular. Os Bolsonaros podem usar isso", disse o historiado Daniel Aarão Reis, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF).
Líderes
Ele lembra que a antiga UDN, embora "muito ideologizada", tinha um perfil heterogêneo. O mesmo pode acontecer com a nova versão do partido. Enquanto a versão original da UDN tinha líderes como o brigadeiro Eduardo Gomes, o jurista Afonso Arinos e os ex-governadores Carlos Lacerda (Guanabara), Juracy Magalhães (Bahia) e Magalhães Pinto (Minas), a nova legenda tem potencial para atrair lideranças do DEM ao PSDB, passando pelo MBL.
Entre os políticos que são vistos como "sonho de consumo" da UDN em 2019 está o governador de São Paulo, João Doria, que descarta a ideia de deixar o PSDB.