À frente da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República (SRI) e encarregada da articulação política do governo, a ministra Gleisi Hoffmann (PT) usou seu perfil no X, antigo Twitter, para criticar os governadores de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Goiás e Rio Grande do Sul, que fazem oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
Por Raisa Toledo
Sem citar os nomes dos gestores, ela lembrou a dívida paga em fevereiro pelo governo federal e cobrou gratidão por parte dos chefes do Executivo. Os estados são administrados por Romeu Zema (Novo), Cláudio Castro (PL), Ronaldo Caiado (União) e Eduardo Leite (PSDB).
“Ninguém ouviu, da parte dos governadores desses quatro grandes estados, uma palavra de agradecimento ao presidente Lula nem de esclarecimento à população”, escreveu Gleisi. “Ao contrário, eles estão entre os que mais atacam o presidente, fazendo oposição sistemática a quem os socorre na hora mais difícil”.
Na segunda-feira, 17, o Ministério da Fazenda divulgou o pagamento de R$ 1,33 bilhão em dívidas de unidades federativas. Em valores arredondados, foram R$ 854 milhões para dívidas de Minas Gerais, R$ 320 milhões para o Rio, R$ 76 milhões para Goiás e R$ 73 milhões do Rio Grande do Sul.
Com exceção de Cláudio Castro, que pode concorrer ao Senado em 2026, Zema, Caiado e Leite são considerados possíveis candidatos à Presidência nas próximas eleições. Um evento de lançamento da pré-candidatura do governador de Goiás está marcado para o dia 4 de abril.
Do montante de R$ 1,33 bilhão, R$ 2,8 milhões ainda foram para dívidas do Rio Grande do Norte e R$ 74 mil do município de Santanópolis (BA).
Assim como os quatro gestores alfinetados pela ministra da SRI, a governadora do RN, Fátima Bezerra (PT), e o prefeito de Santanópolis, Vitor do Povo (MDB), não se manifestaram sobre o pagamento das dívidas em redes sociais depois da divulgação dos valores pelo Ministério da Fazenda.
O pagamento das dívidas de Estados pelo governo federal ocorre quando o Tesouro Nacional informa o devedor e pede que se manifeste quanto aos atrasos nos pagamentos. Caso o ente não cumpra com as obrigações no prazo estipulado, a União paga os valores devidos.
Como garantidora de operações de crédito, a União, representada pelo Tesouro Nacional, é comunicada pelos credores de que o estado ou município não realizou determinada quitação de valores.
Foram ouvidas 1.205 pessoas entre os dias 9 e 13 de março; margem de erro é de 2,9 pontos percentuais, para mais ou para menos
Por Maria Clara Matosda CNN
Mais da metade dos habitantes da cidade de São Paulo desaprovam a administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), segundo levantamento do instituto Paraná Pesquisas divulgado nesta terça-feira (18).
Lula tem 58,1% de desaprovação entre os paulistanos e 38,2% de aprovação. Não sabe ou não opinou, ficou em 3,7%.
Houve um aumento na desaprovação e uma queda na aprovação quando comparado ao último levantamento, de setembro de 2024.
Veja o comparativo:
Aprova: 38,2% (51,1% em setembro)
Desaprova: 58,1% (46% em setembro)
Não sabe ou não opinou: 3,7% (2,9% em setembro)
Avaliação
Os entrevistados pelo instituto Paraná Pesquisas também avaliaram o atual mandato do presidente Lula.
Os que enxergam a gestão do petista como ótima ou boa somam 26%, enquanto 23,8% veem como regular. Na outra ponta, 48,5% pensam que a administração federal é ruim ou péssima. Não souberam responder ou não opinaram são 1,7%.
Em vídeo postado nesta terça, parlamentar afirmou que vai buscar as ‘justas punições’ ao ministro Alexandre de Moraes
Do R7
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) anunciou nesta terça-feira (18) que vai se licenciar do mandato parlamentar. Em vídeo postado nas redes sociais, o filho do ex-presidente afirmou que vai ficar nos Estados Unidos para buscar as “justas punições” ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.
“Abdico temporariamente [do mandato], para seguir bem representando esses milhões de irmãos de pátria. Irei me licenciar sem remuneração para que possa me dedicar integralmente e buscar as devidas sanções aos violadores de direitos humanos”, disse.
No vídeo, ele afirma que o ministro está tentando usar seu mandato como “cabresto, ferramenta de chantagem e coação do regime de exceção”, sendo um instrumento para prendê-lo e impedi-lo de representar os interesses do país.
“Não irei me acovardar, não irei me submeter ao regime de exceção e aos seus truques sujos. [...] Só retornarei quando você [Moraes] estiver devidamente punido”, ressaltou.
Segundo ele, “não é fácil” se afastar temporariamente do cargo de deputado federal. “Não é fácil saber que meu pai pode ser injustamente preso e talvez eu jamais tenha a chance de reencontrá-lo pessoalmente de novo. Não tenho dúvida: o plano dos nossos inimigos é encarcerá-lo para assassiná-lo na prisão ou deixá-lo lá perpetuamente”, reiterou.
Eduardo informou que vai se dedicar integralmente a “fazer justiça” e “criar um ambiente para anistiar os reféns do 8 de Janeiro e demais perseguidos que fizeram parte do governo Bolsonaro”.
“Abro mão, de cabeça erguida, de toda essa pompa para seguir firme na minha missão de trazer justiça para todos os tiranos violadores de direitos humanos mais básicos”, anunciou.
Como confirmou o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), Eduardo seria o nome indicado pelo partido para assumir a presidência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara.
Ao anunciar a licença, Eduardo admitiu que o cargo “facilitava a abertura de portas internacionais”. “No entanto, essas portas já estão abertas. Agora, necessito de tempo e dedicação integral para seguir trabalhando e representando não só os paulistas, mas todos os brasileiros”.
O deputado sinalizou não ter sido proposital a volta aos Estados Unidos no mesmo dia em que o PT protocolou na PGR (Procuradoria-Geral da República) um pedido de retenção do passaporte dele.
“Em 27 de fevereiro, eu estava voando com a minha família para os Estados Unidos, num voo que havia comprado poucos dias antes”, disse, completando acreditar ter pego o PT e Alexandre de Moraes de surpresa, já que havia voltado ao Brasil dos EUA dois dias antes da nova viagem. “Nunca imaginei que eu faria uma mala de sete dias para não mais retornar para minha casa”, afirmou.
“Se Alexandre de Moraes quer apreender o meu passaporte ou mesmo me prender para que eu não possa mais denunciar os seus crimes nos EUA, então é justamente aqui que eu vou ficar e trabalhar mais do que nunca”, completou.
O projeto prevê que quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7 mil também receberia descontos sobre o que é cobrado atualmente; confira
Por Maria Clara Andrade
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou, nesta terça-feira, 18, de uma cerimônia em que assinou o projeto de lei que isenta o Imposto de Renda de quem ganha até R$ 5 mil. Com isso, a proposta seguirá para análise pelo Congresso Nacional. Confira, abaixo, os detalhes do projeto:
A partir de quando a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil valerá?
Caso seja aprovado pelo Congresso, a proposta do governo é que a isenção comece a valer já no ano de 2026. Atualmente, a isenção é dada para quem recebe até dois salários mínimos, com relação ao ano-base de 2024, o valor é de R$ 2.824,00.
Segundo projeção do governo, com a aprovação da proposta, 65% dos atuais declarantes do Imposto de Renda (mais de 26 milhões) estariam isentos.
Como ficará a cobrança de imposto para cada faixa salarial?
Além dos isentos até R$ 5 mil, o projeto prevê um desconto da atual tributação para aqueles que ganham até R$ 7 mil. A partir desse valor, porém, começaria novamente a aplicação da tabela progressiva de imposto, como ocorre hoje.
Renda mensal até R$ 5 mil: isento;
Renda mensal de R$ 5.500: desconto de 75%;
Renda mensal até R$ 6 mil: desconto de 60%;
Renda mensal de R$ 6.500: desconto de 25%.
Para quem recebe acima de R$ 7 mil, as alíquotas progressivas de 7,5%, 15%, 22,5% e 27,5%, permanecem conforme é hoje em dia, sem aumento.
Tributação sobre faixas de rendas maiores
A divulgação da proposta do governo afirma que quer buscar maior justiça na tributação das diferentes rendas no Brasil. Para isso, sobre as altas rendas deverá incindir uma alíquota de forma progressiva, para rendimentos acima de R$ 600 mil por ano -- ou cerca de R$ 50 mil mensais.
Primeiro, soma-se toda a renda recebida no ano, incluindo salário, aluguéis, dividendos e outros rendimentos. Se essa soma for menor que R$ 600 mil, não há cobrança adicional. Se ultrapassar esse valor, aplica-se uma alíquota que cresce gradualmente até 10% para quem ganha R$ 1,2 milhão ou mais, explica o Ministério da Fazenda.
Já na hora de calcular o valor do imposto devido, alguns rendimentos são excluídos, como ganhos com poupança, títulos isentos, herança, aposentadoria e pensão de moléstia grave, venda de bens, outros rendimentos mobiliários isentos, além de indenizações.
Confira os percentuais de tributação mínima para alguns exemplos de alta renda anual:
Renda anual de R$ 600 mil: não paga cobrança adicional de imposto;
Renda anual de R$ 750 mil: alíquota de 2,5%, o que dá o valor de R$ 18.750;
Renda anual de R$ 900 mil: alíquota de 5%, o que dá o valor de R$ 45 mil;
Renda anual de R$ 1.050.000: alíquota de 7,5%, o que dá o valor de R$ 78.750;
Renda anual de R$ 1.200.000: alíquota de 10%, o que dá o valor de R$ 120 mil.
Por Edson Rodrigues
Na tentativa de definir uma fusão com o PSDB, o Podemos preparou um relatório sobre o impacto que a eventual junção das duas legendas teria nos números da união entre elas. O documento foi obtido pelo site da revista Veja e é tido internamente como um trunfo para convencer os tucanos a aceitar a proposta, ao invés de fecharem negócio com o Republicanos.
A expectativa dentro do Podemos é que os tucanos definam o seu futuro nos próximos dias. Apesar de negarem publicamente a possibilidade de incorporação, lideranças do PSDB avaliam, nos bastidores, que o partido não conseguirá atingir, em 2026, a cláusula de barreira por desempenho eleitoral — o que deixaria a sigla sem fundo partidário e sem horário gratuito de rádio e televisão.
Nas eleições municipais do ano passado, o Podemos teve direito à oitava maior fatia do Fundo Especial de Financiamento de Campanha, conhecido como fundão eleitoral: 236,66 milhões de reais. Os tucanos, com 147,95 milhões, ficaram na décima posição.
Juntos, teriam, segundo os cálculos do Podemos, 381.189.494,95 reais, ficando com o sétimo maior valor do FEFC, superando o Republicanos e bem próximo aos 404,6 milhões do MDB. A dotação de recursos do Fundo Partidário é outra questão destacada pelo Podemos. Em 2024, a legenda teve direito a 57,2 milhões de reais, e o PSDB, 33 milhões. Juntos, teriam aproximadamente 90,3 milhões, o quinto maior valor, superando Republicanos (83,6 milhões), MDB (81,3 milhões) e PSD (80 milhões).
MUNICÍPIOS
Com a fusão, o Podemos e o PSDB teriam juntos o quinto maior número de vereadores espalhados pelo Brasil, um total de 5.330 (2.330 do primeiro e 3.000 do segundo). A sigla ficaria atrás apenas de MDB (8.109), PP (6.953), PSD (6.620) e União Brasil (5.493), ultrapassando PL (4.958), Republicanos (4.651), PSB (3.591), PT (3.129) e PDT (2.503) no top 10.
O Podemos ressalta no relatório que possui uma distribuição de vereadores mais predominante em capitais, enquanto o PSDB tem mais maior em Câmaras Municipais em cidades do interior. Por isso, seria a opção “mais complementar” entre as que estão em negociação.
Além disso, o “novo” partido de centro-direita governaria 401 prefeituras — hoje o PSDB tem 274 e o Podemos, 127. Com isso, seria a sétima maior força do país nesse quesito, superando legendas de esquerda — PDT (151), PT (252) e PSB (309). Com 887 prefeitos, o PSD está no topo do ranking, seguido por MDB (856), PP (747), União Brasil (584), PL (516) e Republicanos (433).
Em população governada, a junção entre as duas legendas teria a sexta maior fatia (16,3 milhões de pessoas), superando o Republicanos (14 milhões).
PSDB NA UTI
Depois de perder a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, que foi para o PSD de Gilberto Kassab, o PSDB pode ter mais uma grande revés. O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite admitiu a possibilidade de participar do processo eleitoral de 2026 por outro partido que não o PSDB. Questionado sobre sua disposição em permanecer na legenda, que luta para não desaparecer, e tenta negociar algum tipo de união com outras siglas, para evitar a extinção, o governador disse que sua vontade é esta, a da permanência.
E, para piorar a situação do PSDB, o o Diretório Nacional do Cidadania decidiu não renovar a federação com o PSDB, que estava válida desde as eleições de 2022. O martelo foi batido de forma unânime em reunião em Brasília.
O partido alega que a parceria gerou desvantagem ao Cidadania, como a redução de sua representação nas prefeituras, câmaras municipais e estaduais, além da diminuição do número de cadeiras no Congresso Nacional.
A própria legenda divulgou que representantes dos estados relataram uma “convivência difícil e desvantajosa” para o Cidadania. Agora, a intenção é recuperar a identidade e definir os novos rumos, pensando nas eleições de 2026.
De acordo com o presidente do partido, Comte Bittencourt, o Cidadania ainda não decidiu se vai disputar o próximo pleito sozinho ou se vai realizar outra federação.
TOCANTINS
Ex-prefeita Cinthia Ribeiro
Na hipótese cada vez mais forte dos tucanos fecharem com o Podemos as consequências no Tocantins seriam diretas, lembrando sempre que as províncias não são ouvidas nem consultadas nesses tipos de negociação e têm que engolir as determinações goela abaixo.
As circunstâncias que seriam criadas pela fusão entre os dois partidos, colocariam o Podemos em uma ótima situação política, pois além do prefeito da Capital, Eduardo Siqueira Campos, e de Tiago Dimas, presidente estadual da sigla, e que deve assumir como deputado federal após a decisão do STF, na semana passada sobre as sobras eleitorais, os membros do partido serão priorizados no comando da legenda que surgir da união com o PSDB, por conta da superioridade na representatividade política.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite e o deputado Eduardo Mantoan
A ex-prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro, presidente estadual do PSDB, conta apenas com o deputado estadual Eduardo Mantoan e dois prefeitos de cidades pequenas, e serão minoria na nova agremiação, com poder mínimo de decisão na formação da Comissão Provisória.
Dessa forma, caberá aos políticos tocantinenses descontes com a provável fusão entre PSDB e Podemos, usar a brecha legal, dentro do prazo, e se filiar a outras legendas.