Comissão aprovou texto por 7 votos a 4
Por Karine Melo e Heloisa Cristaldo
Depois de um dia todo de debates, os senadores aprovaram nesta terça-feira (26) o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, elaborado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), por 7 votos a 4.
Um dos principais pontos do documento de 1.299 páginas sugere o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro por nove crimes que vão desde delitos comuns, previstos no Código Penal; a crimes de responsabilidade, conforme a Lei de Impeachment. Há também citação de crimes contra a humanidade, de acordo com o Estatuto de Roma, do Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia.
Além do presidente da República, mais 78 pessoas, entre elas três filhos do presidente, ministros, ex-ministros, deputados federais, médicos e empresários estão na lista. Há ainda duas empresas: a Precisa Medicamentos e a VTCLog.
De acordo com o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), o relatório será entregue pessoalmente ao procurador-geral da República, Augusto Aras, nesta quarta-feira (27) às 10h.
Como votaram os membros da CPI
Favoráveis ao relatório: Eduardo Braga (MDB-AM), Renan Calheiros (MDB-AL), Tasso Jereissati (PSDB-CE), Otto Alencar (PSD-BA), Humberto Costa (PT-PE), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Omar Aziz (PSD-AM).
Contrários: Luis Carlos Heinze (PP-RS), Eduardo Girão (Podemos-CE), Marcos Rogério (DEM-RO) e Jorginho Melo (PL-SC).
Exclusão
O nome do senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) chegou a ser incluído na lista de indiciados do relatório final da comissão a pedido do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE). No entanto, o próprio parlamentar solicitou ao relator Renan Calheiros a retirada do nome de Heinze.
A decisão de excluir o nome ocorreu após o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmar, por meio de nota, que os senadores reavaliassem a proposta de indiciamento, o que considerou um “excesso”.
Para o senador Alessandro Vieira, prevaleceu o entendimento de que o senador tem imunidade parlamentar ao se manifestar na CPI. Durante os trabalhos da CPI, Heinze defendeu o uso de medicamentos ineficazes para o tratamento da covid-19, além de divulgar estudos sem base científica.
Consequências
Sob protestos de senadores da base governista, no parecer aprovado hoje, Renan também detalha o atraso na aquisição de vacinas contra o coronavírus e a demora na resposta do governo brasileiro à Pfizer e ao Instituto Butantan, que em 2020 ofereceram doses de imunizantes ao Programa Nacional de Imunização.
O texto destaca ainda as repercussões das possíveis irregularidades em empresas que negociaram vacinas e a aquisição mais célere de imunizantes como consequência dos trabalhos da comissão de inquérito. Entre os pontos positivos destacados por Renan está ainda a abertura de uma CPI específica sobre a Prevent Senior na Câmara Municipal de São Paulo. Entre as várias denúncias, a operadora de saúde é acusada de obrigar médicos a prescreverem medicamentos comprovadamente ineficazes para tratamento da covid-19 a seus pacientes.
Próximos passos
Por ser um tribunal político, uma comissão parlamentar de inquérito não pode por si punir qualquer cidadão. Na prática, ao final dos trabalhos a CPI pode recomendar indiciamentos, porém o aprofundamento das investigações e o eventual oferecimento de denúncia dependem de outras instituições. Apesar da votação do relatório marcar o fim dos trabalhos da comissão, a cúpula da CPI garante que pretende acompanhar de perto os desdobramentos do que foi apurado pelo colegiado.
O vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues ( Rede-AP), disse que a análise de crimes imputados ao presidente da República, Jair Bolsonaro, cabe ao procurador-geral da República, Augusto Aras. Nesse sentido, ele reafirmou hoje que espera que Aras "cumpra seu papel" e dê encaminhamento às conclusões do relatório final. Rodrigues avaliou ainda que no caso de omissão do PGR ou, ainda, do Ministério Público, em relação a outros indiciados, a legislação brasileira sinaliza outros caminhos. Um deles seria levar o documento diretamente ao Supremo Tribunal Federal (STF), por meio de ação penal subsidiária da pública.
“Iremos acompanhar as consequências desse relatório e vamos exigir que as responsabilidades sejam apuradas", disse Randolfe. "No caso da ação penal subsidiária da pública, e isso só pode ocorrer em caso de omissão por parte do Ministério Público, ele será levado diretamente ao STF".
No caso de deputados federais cabe ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), abrir um processo por crime de responsabilidade. Já para denunciados por crime contra a humanidade, o andamento depende do Tribunal Penal Internacional.
O vice-presidente da CPI confirmou que a partir desta quarta-feira (27) começará uma "agenda de entregas" do relatório. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (sem partido-MG), e Aras serão os primeiros a receberem o texto.
Os senadores Omar Aziz e Renan Calheiros durante sessão para votação do relatório da CPI da Pandemia.
Saiba quem são os 80 indiciados pela CPI
• Jair Bolsonaro;
• Eduardo Pazuello;
• Marcelo Queiroga;
• Onyx Lorenzoni;
• Ernesto Araújo;
• Wagner Rosário;
• Élcio Franco;
• Mayra Pinheiro;
• Roberto Dias;
• Cristiano Carvalho;
• Luiz Dominghetti;
• Rafael Francisco Carmo Alves;
• José Odilon Torres Silveira Junior;
• Marcelo Blanco;
• Emanuela Medrades;
• Túlio Silveira;
• Airton Antonio Soligo;
• Frncisco Maximiano;
• Danilo Trento;
• Marcos Tolentino;
• Ricardo Barros;
• Flávio Bolsonaro;
• Eduardo Bolsonaro;
• Bia Kicis;
• Carla Zambelli;
• Carlos Bolsonaro;
• Osmar Terra;
• Fabio Wajngarten;
• Nise Yamaguchi;
• Arthur Weintraub;
• Carlos Wizard;
• Paolo Zanotto;
• Antônio Jordão de Oliveira Neto;
• Luciano Dias Azevedo;
• Mauro Luiz de Brito Ribeiro;
• Walter Braga Netto;
• Allan dos Santos;
• Paulo de Oliveira Eneas;
• Luciano Hang;
• Otávio Fakhoury;
• Bernardo Kuster;
• Oswaldo Eustáquio;
• Richards Pozzer;
• Leandro Ruschel;
• Carlos Jordy;
• Filipe Martins;
• Técio Tomaz;
• Roberto Goidanich;
• Roberto Jefferson;
• Hélcio Bruno de Almeida;
• Raimundo Nonato Brasil;
• Andreia da Silva Lima;
• Carlos Alberto de Sá;
• Teresa Cristina Reis de Sá;
• José Ricardo Santana;
• Maconny Nunes Ribeiro Albernaz de Faria;
• Daniella de Aguiar Moreira da Silva;
• Pedro Benedito Batista Junior;
• Paola Werneck;
• Carla Guerra;
• Rodrigo Esper;
• Fernando Oikawa;
• Daniel Garrido Baena;
• João Paulo Barros;
• Fernanda de Oliveira Igarashi;
• Fernando Parrillo;
• Eduardo Parrillo;
• Flavio Cadegiani;
• Heitor de Freire Abreu;
• Marcelo Bento Pires;
• Alex Lial Marinho;
• Thiago Fernandes da Costa;
• Regina Célia de Oliveira;
• Hélio Angotti Netto;
• José Alves Filho;
• Amilton Gomes de Paula;
• Precisa Medicamentos;
• VTCLog
Por Edson Rodrigues
Foi uma surpresa para a população e para a classe política do Tocantins a chegada de 250 agentes da Polícia Federal, na manhã de ontem, para cumprir mandados de busca e apreensão de documentos no Palácio Araguaia e no apartamento de Mauro Carlesse, após a decisão pelo afastamento, por seis meses, do governador, ordenado pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça, Mauro Campbell, e confirmado por unanimidade pelo pleno do STJ, em apuração sobre suposto pagamento de propina e obstrução de investigações.
Antonio Andrade presidente da AL
Os efeitos colaterais do afastamento de Mauro Carlesse começam pela mudança no comando do Estado, entregue ao vice-governador, Wanderlei Barbosa, e terminam nas ações políticas que o governador interino vai tomar a partir de agora, se dará continuidade ao que vinha sendo feito de bom ou não.
O certo é que Wanderlei deve se encontrar com o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Toinho Andrade, haja vista que os dois mantêm uma amizade saudável, e discutir uma governança harmoniosa e, baseada no bom relacionamento de Wanderlei com os demais deputados estaduais, afinal, o Legislativo é sua Casa de origem, para iniciar as tratativas de governabilidade e manutenção dos índices atuais de desenvolvimento e progressão do Estado.
Secretário da Fazrenda Sandro Henrique Armando
O próximo passo será uma reunião entre Wanderlei e os representantes tocantinenses no Congresso Nacional para um entrelaçamento de ações que permitam a continuidade dos projetos em andamento e da liberação de recursos federais, via emendas e convênios, assunto que o governador interino conhece muito bem.
CONTINUIDADE E MARCA PESSOAL
Wanderlei Barbosa deve aproveitar tudo o que foi deixado de bom pelo governo de Mauro Carlesse, como o Tocantins Tocando em Frente e o grande projeto da secretaria do Trabalho e ação Social, que visa a inclusão de mais de cinco mil jovens o mercado de trabalho, intitulado de “TO Mais Jovem”. O projeto abrange jovens, de 16 a 21 anos, que onde vão desempenhar atividades laborais nos órgãos que compõem a Administração Direta e Indireta da Gestão Estadual.
O projeto é direcionado aos jovens que estejam cursando ou tenham cursado todo o ensino fundamental, médio ou de nível técnico na rede pública de ensino, municipal ou estadual, ou como bolsistas da rede privada.O contrato de trabalho será de até 14 meses, oportunizando o primeiro emprego formal remunerado, além de qualificação profissional e atendimento psicossocial e psicopedagógico aos jovens trabalhadores atendidos. O limite de idade não se aplica ao jovem com deficiência.
Secretário de Trabalho e Ação Social José Messias
A partir desse aproveitamento e dessa continuidade, Wanderlei poderá colocar em prática o seu sonho de ser governador, candidatando-se às eleições de 2022.
FAMÍLIA TRADICIONAL E FOLHA DE SERVIÇOS PRESTADOS
Wanderlei Barbosa é o mais articulado dos filhos da família Barbosa, tradicional na política tocantinense, principalmente em Palmas, onde Fenelon Barbosa foi o primeiro prefeito de palmas, sua mãe, uma primeira-dama exemplar, que tem seu trabalho refletindo até hoje nas classes menos abastadas da Capital, com distribuição de cestas básicas e cestas de material de construção, e o próprio Wanderlei foi presidente da Câmara de Vereadores, teve sua saudosa irmã, Berenice, secretária municipal de Educação, tem seu irmão, Marilon Barbosa em pleno mandato de vereador, tendo sido presidente da Câmara, e seu filho, Léo Barbosa, é deputado estadual, todos fichas-limpas, sem nunca terem respondido a um processo que seja, coisa rara na política atual.
Isso capacita Wanderlei a disputar a vaga de governador, calcado em um discurso que poucos podem ter no Tocantins, que é o da moralidade.
SUCESSÃO ESTADUAL
Com o afastamento de Mauro Carlesse, o tabuleiro da sucessão estadual vai ganhar muitas peças novas. Falar em nomes, neste momento, fica complicado por conta da insegurança política e dos muitos conflitos de interesses.
Wanderlei Barbosa ainda nem esquentou a cadeira e ainda não deu dicas do que se pode esperar de seu governo, quem fica, quem sai e como será a condução das ações. Acreditamos que o tempo será o grande conselheiro do governador. Logo, qualquer previsão, agora, é chute.
O Paralelo 13 torce para que os bons projetos, em andamento ou em implantação, tenham continuidade, que o funcionalismo continue recebendo seu salário pontualmente em dia, que o excelente desempenho econômico do Tocantins seja respeitado e reconhecido, que as ações sociais continuem com a mesma força com que estavam sendo implantadas e que o respeito e adequação à Lei de responsabilidade Fiscal seja cumprido.
Que continue o To Mais Jovem, o Tocantins Tocando em Frente, o “vale gás”, a distribuição de cestas básicas e de kits de higiene, como vinham sendo feitos.
Wanderlei Barbosa já demonstrou equilíbrio político e moral, e acreditamos que não mudará sua conduta, agora que vai comandar o Estado.
O caminho está definido. Só falta percorrê-lo!
O senador alagoano Renan Calheiros está prestes a entregar o relatório final da CPI da Covid-19, criada para investigar a aplicação dos recursos liberados pela União para o combate à pandemia de Covid-19 que assola o país e já ceifou mais de 600 mil vidas em todos os estados e no Distrito Federal.
Por Edson Rodrigues
Mas, se já era estranho e desconfiável uma Comissão Parlamentar de Inquérito comandada por um político campeão de processos contra si na esfera federal, que já foi cassado e ficou inelegível por crime de corrupção, que responde pela alcunha de “peruquinha” em planilhas da Odebrecht e que tinha os pagamentos da pensão de uma filha fora do casamento pago com propinas, a CPI da Covid-19 corre o risco de se tornar a maior “pizza” já produzida em Brasília.
Afinal, Renan Calheiros, enfim, revelou ser verdade o que todos desconfiavam. Ao iniciar os trabalhos da CPI desviando o objetivo, que era investigar estados e municípios, mirando todas as baterias contra o governo federal, quem liberou os recursos, viu-se que a CPI seria transformada em um palanque eleitoral e em uma fábrica de acusações contra o governo de Jair Bolsonaro, com quem Renan tem uma rixa particular.
Os trabalhos se desdobraram por meses sob essa suspeita, com convocações descabidas, ataques pessoais aos depoentes, ordens de prisão, no mínimo, arbitrárias e muita pirotecnia. Eis, então, que é chegada a hora de apresentar o relatório e Renan Calheiros consegue desagradar até os que se juntaram a ele no desvio dos objetivos da CPI, incluindo o próprio presidente, senador Omar Aziz, ferrenho combatente de oposição ao Palácio do Planalto.
Senadores Omar Aziz, Renan Calheiros e Randolfe Rodrigues
Aziz reclama que Renan “vazou” o conteúdo do relatório antes de repassar para os membros da CPI, principalmente do chamado “G7”, formado pelos oposicionistas a Bolsonaro. O próprio G7 reclama que o relatório só foi entregue a cinco deles. Nos agradecimentos,coincidentemente, Calheiros cita apenas cinco senadores, pisando sobre os trabalhos dos demais e, finalmente, o senador alagoano não entregou o relatório para os membros governistas da CPI.
Mais absurdo que isso, Renan Calheiros incluiu e retirou indiciamentos de pessoas ao seu bel prazer, ignorando os acordos e sugestões dos demais membros da CPI.
E, ainda mais absurdo, imputa ao presidente Jair Bolsonaro o crime de “genocídio de indígenas”, contrariando o sentido da palavra “genocídio”, usada apenas uma vez na literatura jurídica para caracterizar os crimes nazistas contra os judeus, abrindo uma oportunidade para que todo o trabalho desenvolvido na CPI seja em vão, pois não há baseamento jurídico para as acusações.
Ou seja, Renan fez da CPI da Covid-19 um “circo” para si mesmo, um arremedo de palanque eleitoral para 2022 e, no fim, dá um tiro no próprio pé e nos pés dos demais membros oposicionistas da Comissão, produzindo um relatório que já nasce contaminado e que, muito provavelmente será derrubado em votação no Congresso Nacional, jogando por terra algumas revelações e descobertas importantes a respeito de desvios de recursos, promovidas por governadores e prefeitos.
Renan se revela um político de intelecto limitado ao ter “a faca e o queijo na mão” e preferir “embrulhar uma pizza” a ser entregue no Congresso Nacional.
O governo Federal agradece...
Ciro Nogueira comunica aliados filiação de Bolsonaro ao PP
Com Assessoria
O ministro chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, está avisando lideranças estaduais do seu partido, o PP, que acerta os últimos detalhes para a filiação do presidente Jair Bolsonaro, que está sem partido após ter deixado o PSL.
Nogueira tem dito que está 90% certa a filiação ao PP, dependendo de ajustes nos estados. Nem todos os bolsonaristas devem migrar com o presidente. Existem interesses do PP em alianças estaduais que chocam com os planos de alguns aliados de Bolsonaro. Por isso, parte dos bolsonaristas devem ir para o Republicanos e PRTB.
A fusão do DEM com o PSL, sacramentada na semana passada, continua dando o que falar em terras tocantinenses. Mesmo ainda faltando a aprovação pelo Tribunal Superior Eleitoral, a presidência do União Brasil em alguns estados já está praticamente definida e, no Tocantins, deve ir mesmo para as mãos do governador Mauro Carlesse, presidente estadual do PSL.
Por Edson Rodrigues
Caso não haja um pacto entre os presidentes das legendas que vão dar vez e voz ao União Brasil no Tocantins, a presidente estadual do DEM, professora Dorinha Seabra, fica em uma situação muito difícil, quase que sem outra alternativa, senão nem deixar que seu nome seja associado à nova nomenclatura e sair em busca de novos horizontes, levando consigo seus apoiadores e correligionários.
Isso porque ficou bem claro o limite de tolerância entre o grupo político de Dorinha e o do governador Mauro Carlesse, quando este último se filiou ao DEM, onde foi recebido com um cargo decorativo e teve que amargar um período sabático, até deixar a legenda e se filiar ao PSL. Os grupos políticos de Dorinha e Carlesse, definitivamente, não se bicam, o que transforma a possibilidade de um pacto um tanto quanto remota.
E deixar - ou nem entrar no – o União Brasil, não seria nenhum fim de mundo para a deputada Dorinha Seabra, que tem um patrimônio político enraizado no Estado, com uma grande folha de serviços prestados e reconhecimento interno e externo como uma parlamentar atuante e colaborativa, construído durante sua carreira pública, como secretária de Estado da Educação no Tocantins e como deputada federal.
Resta saber qual será o caminho a ser seguido por Dorinha Seabra, se do entendimento (o que depende, também de Mauro Carlesse) ou se vai optar por se filiar a outro partido, mesmo tendo que encarar pela frente uma eleição diferenciada, com a Federação Partidária, sem as coligações proporcionais, e com a imensa maioria das legendas sem querer aceitar candidatos à reeleição para os cargos em disputa em 2022.
Já Mauro Carlesse também tem uma coisa com que se preocupar, que é a hipótese de não ser confirmado como presidente do União Brasil no Tocantins ou o partido não ser reconhecido pelo TSE (esta última, bem improvável). Neste caso, Carlesse também ficaria em situação delicada.
Mas, é senso comum entre os principais analistas políticos que tanto Carlesse quanto Dorinha irão sobreviver, politicamente, independente de quem fique com a presidência do União Brasil.
OPOSIÇÃO DIVIDIDA TURBINA CANDIDATO DO PALÁCIO ARAGUAIA
Presidente Jair Bolsonaro
Em se tratando de política e de eleições, o que vale são números e resultados positivos. As oposições do Brasil estão divididas entre esquerda com seus vários – e conflitantes - líderes, direita “pura”, liderada por Jair Messias Bolsonaro, e os centros, com viés para um lado ou outro.
Enquanto a direita “pura” vem unida pela reeleição do presidente da República, as diversas candidaturas à presidente pelos partidos de esquerda pulveriza os votos entre esses pretendentes, esquecendo que seus votos ainda são insuficientes para “bancar” qualquer um deles, o que coloca, diretamente, Bolsonaro em um segundo turno contra ou um candidato oriundo de uma das outras vertentes.
SITUAÇÃO ESPELHADA NO TOCANTINS
Ex-Deputado Paulo Mourão
Enquanto isso, no Tocantins, o cenário nacional da esquerda desunida propiciando a tranquilidade das demais vertentes é espelhada. Há apenas uma candidatura ao governo do Estado definida, que é a de Paulo Mourão, do PT, com o apoio total do ex-presidente Lula, que lidera as pesquisas de intenção de voto na corrida pelo Palácio do Planalto.
“Estão” pré-candidatos os ex-prefeitos de Araguaína, Ronaldo Dimas - : CANDIDATISSIMO A GOVERNADOR PORÉM COM MUITOS NÓS A DESATAR SEM O DPOIO DOS ABREU PODE TER SUA CANDIDATURA A VER NAVIOS FATO - e, de Gurupi, Laurez Moreira, que retornou de Brasília, aonde deu sua palavra à cúpula nacional do Patriota de que concorreria ao governo do Estado caso tivesse o comando da legenda, prometendo, ainda, que elegerá deputados federais. Logo, uma situação ainda dependente das convenções partidárias. Quem também está pré-candidato é o deputado federal Osires Damaso, do PTB, que tem uma boa atuação parlamentar, mas que, até o momento, não tem grupo político para dar suporte à uma guinada tão para o alto, ou seja, uma pré-candidatura que, talvez, nem se torne uma candidatura.
Ex-prefeito de Araguaína Ronaldo Dimas
Já o Palácio Araguaia aposta suas cartas na candidatura de um técnico de excelência, que responde pelo nome do secretário de Fazenda do Estado, Sandro Henrique Armando, responsável pela elaboração do Plano de Reestruturação Econômica, que colocou o Tocantins dentre os três únicos estados brasileiros com as contas no azul, apto a receber recursos e firmar convênios e parcerias com o governo federal, com as obrigações em dia, como pagamento da folha salarial dos servidores, dos prestadores de serviço e fornecedores e com dinheiro em caixa para investir em obras estruturais, de Estado e Ações Sociais, com aplicação preestabelecida pelos programas como o Tocantins Tocando em Frente.
Até agora, o secretário Sandro Henrique Armando jamais confirmou ou se declarou pré-candidato, mostrando que, além de profissional competente, é humilde o bastante para aguardar o momento certo, se dizendo apenas um “soldado” do seu grupo político, pronto para ajudar onde e quando for preciso, o que deixa transparecer que assumiria a pré-candidatura, caso receba a missão.
Secretário Sandro Henrique Armando
Enquanto isso o Palácio Araguaia ganha tempo e força para focar em ações administrativas, juntando a parte de retomada de obras e de ações sociais que beneficiem e impactem, positivamente, a população, angariando patrimônio político para bancar a candidatura de Sandro Henrique Armando, uma candidato que representaria uma guinada política e técnica em busca de melhores e mais palpáveis soluções para as demandas da população tocantinense.
IMBRÓGLIO À VISTA
Já os senadores Kátia e Irajá Abreu vêm se movimentando para ganhar estabilidade, com um pé na embarcação da candidatura do ex-prefeito de Araguaína, Ronaldo Dimas e o outro na possibilidade de virem a lançar um candidato próprio. Esse é outro grupo político que dificilmente terá “combustível” para decolar.
Senadora Kátia Abreu
Isso tudo em meio à possibilidade da senadora Kátia Abreu se ver envolvida por um imbróglio político sem precedentes na sua vida política, que pode surgir a partir da provável filiação do presidente Jair Bolsonaro ao PP.
Como dizia o saudoso Jarbas Passarinho “há momentos em que não tem como engolir certos acordos feitos na Capital Federal e empurrados ‘goela abaixo’ das províncias”.
Mesmo estando em dificuldades de reconquistar um novo mandato de senadora, Kátia Abreu jamais deixará de ser uma candidata competitiva, valente e corajosa, assim como será muito corajoso, politicamente, de sua parte, dividir um palanque, no Tocantins, como presidente Jair Bolsonaro.
O problema é que esse será um “palanque Titanic” e o eleitor tocantinense já demonstrou que sabe detectar esse tipo de perigo e, principalmente, que não gosta de “ajuntamento” de jacaré, onça, leão, gato, papagaio, urubu, girafa, jiboia e macaco, já tendo sepultado tentativas semelhantes.
Vice Governador Wanderlei Barbosa
O certo é que a intenção de Kátia é que ela e seu filho, Irajá, tomem o mesmo caminho nas eleições de 2022, apesar de o exemplo não “vir de casa”, uma vez que os dois já demonstraram momentos de desunião e, apesar disso, Kátia Abreu jamais poderá ser criticada por omissão ou medo.
EDUARDO GOMES AGINDO COMO PRÉ-CANDIDATO
Senador Eduardo Gomes
Nos últimos dias, o senador Eduardo Gomes vem, notadamente, redobrando seus já hercúleos esforços para direcionar o máximo de recursos federais para os 139 municípios e para o governo do Tocantins. Ainda esta semana, o senador volta à região do Bico do Papagaio para levar boas notícias, vindas de Brasília. Na última semana, deputados e senadores aprovaram créditos suplementares para vários ministérios. Créditos suplementares são verbas adicionais para reforçar o orçamento de ministérios em aplicação de despesas já previstas na lei orçamentária. Desde o início da pandemia, as sessões conjuntas têm ocorrido separadamente, com os deputados votando primeiro e remetendo os projetos para o plenário do Senado.
Só o Ministério da Infraestrutura vai receber R$ 967 milhões. Desse total, R$ 624 milhões são destinados à construção de ponte sobre o Rio Araguaia em Xambioá, na BR-153/TO, e para a adequação de diversos trechos rodoviários, todos frutos de emendas impositivas do senador Eduardo Gomes, que vem se reunindo com prefeitos, vereadores e líderes partidários e classistas em seu gabinete, que se transformou em um porto seguro das administrações municipais, ante as dezenas de prefeitos que buscam o líder do governo federal no Congresso Nacional para dirimir as demandas da população e que vem correspondendo às expectativas de todos, sempre com algo a mais que a reivindicação inicial.
Mesmo assim, quando perguntado sobre sucessão estadual, Eduardo Gomes assume a postura da humildade e da diplomacia, transformando em tarefa inatingível colher alguma informação da sua boca sobre a participação – ou não – na corrida sucessória estadual em 2022.
FUTURO INCERTO
Mais que nunca o futuro da sucessão estadual é incerto e nebuloso. Há muitos nós a serem dados e, depois, desatados, muitos “soldados”, muitos pactos a serem firmados e, em meio a tudo isso, As movimentações do presidente Jair Bolsonaro em busca de um partido que, se for, mesmo, o PP, vai complicar a caminhada política da senadora Kátia Abreu, que foi e ainda é, uma das poucas figuras públicas com ligação direta com a ex-presidente Dilma Rousseff, com ótima convivência com os membros da cúpula nacional do PT, mesmo ela tendo sido considerada, por anos, a “inimiga número um” do partido, após impor uma derrota acachapante contra o ex-presidente Lula, a respeito da volta da CPMF.
Até 2022 chegar, a se valer o desempenho do governador Muro Carlesse, com todos os incrementos proporcionados pela injeção de recursos federais, que possibilitam programas como o Tocantins Tocando em Frente e parcerias das mais variadas com prefeitos, e o posicionamento adotado pela chapa encabeçada por Paulo Sardinha Mourão, bancada pelo PT, a dúvida é saber como a família Abreu e a candidatura do deputado federal Osires Damaso, vão se posicionar em relação a possíveis aliados e candidaturas majoritárias.
Por enquanto, ninguém incomoda ninguém. Por enquanto!ÚLTIMO PÁREO
Como nas corridas de cavalo, em que muitos fazem apostas nos jockeys clubs pelo Brasil afora, gostaríamos de colocar, aqui, algumas variáveis quer podem modificar a formulação das chapas majoritárias no Tocantins.
Escolha uma delas, e faça suas apostas!
1 – Quem fica no comando do União Brasil no Tocantins? Mauro Carlesse ou Dorinha Seabra?
2 – A senadora Kátia ABREU FICA NO PP, CASO Bolsonaro se filie ao partido?
3 – Ronaldo Dimas conseguirá manter sua candidatura ao governo sem o apoio do clã dos Abreu?
4 – Mauro Carlesse renunciará o governo do Estado para ser candidato a senador?
5 – Em caso de renúncia de Carlesse, Wanderlei Barbosa assumirá o governo ou irá renunciar ao cargo de vice para voltar a ser candidato a vice-governador ou a deputado federal?
6 – O senador Eduardo Gomes será candidato a governador pelo MDB?
Todas essas perguntas vêm sendo o fio condutos do processo sucessório do Tocantins e serão fator determinante para o desenrolar dos trabalhos e vêm sendo fator recorrente nas discussões de bastidores entre todos os partidos envolvidos.
Trocando em miúdos, o Tocantins ainda não tem um “Norte” político definido, sem a certeza de quem será ou não candidato a governador no ano que vem.
Quem se habilita a palpitar?Por hoje é só. Até breve!