O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou no dia 22 de julho a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Características Gerais dos Moradores
Por Wendy Almeida
Os dados mostram que os moradores tocantinenses estão mais velhos. A população total do estado foi estimada em 1.594.000 em 2021, o que representa um aumento de 11% ante 2012. Nesse período, a parcela de pessoas com 60 anos ou mais saltou de 7,9% para 12,6% da população. Em números absolutos, esse grupo etário passou de 114 mil pessoas para 200 mil, crescendo 75,4% no período.
Por outro lado, os dados mostram a queda de participação da população abaixo de 30 anos e, também, dessa população em termos absolutos. “Essa queda é um reflexo da acentuada diminuição da fecundidade que vem ocorrendo no país nas últimas décadas e que já foi mostrada em outras pesquisas do IBGE”, observa o analista da pesquisa, Gustavo Fontes. O número de pessoas abaixo de 30 anos no Tocantins passou de 823 mil, em 2012, para 769 mil, no ano passado, um recuo de 6,7%.
O pesquisador explica que as estimativas de sexo e classes de idade para Brasil e os Estados, por serem alinhadas com as Projeções Populacionais, ainda não incorporam os efeitos da pandemia, como a queda no número de nascimentos e o aumento dos óbitos. “Com os resultados do Censo 2022, esses parâmetros serão atualizados”, diz. A coleta do Censo começa no dia 1º de agosto.
No ano passado, o número de pessoas de idades mais jovens (abaixo de 30 anos) aumentou na Capital, Palmas. Em 2012, eram cerca de 148 mil e, em 2021, 172 mil, um crescimento de 16,2%. Por sua vez, o número de pessoas com 60 anos ou mais teve um salto de 225%, de 8 mil para 26 mil. Na comparação com 2012, a participação da população idosa também cresceu. Em 2012, apenas 3,1% dos palmenses eram idosos, em 2021 o percentual era de 8,3%.
Entre as Unidades da Federação da Região Norte, o Tocantins possui o menor percentual da população residente de 0 a 17 anos (28,5%). No ranking nacional, o estado possui a 18º menor concentração de moradores mais jovens. Já em relação aos idosos, o Tocantins apresentou o maior percentual de população de 60 anos ou mais da região (12,6%) e o 14º lugar do país.
Entre 2012 e 2021, a participação da população que se declara branca no Tocantins caiu de 22,5% para 19,1%. No mesmo período, houve crescimento da participação das pessoas autodeclaradas pretas (de 7% para 11,7%) e recuo do percentual de pardos (de 69,8% para 67,8%). Apesar disso, desde o início da série histórica da PNAD Contínua, a maior parte da população residente no Tocantins é a que se declara parda.
Em dez anos, a população preta tocantinense cresceu 84,1% e a parda, 8%. Já a população branca caiu 5,6%. Na região Norte, Tocantins registrou, em 2021, o 3º maior percentual da população residente declarada de cor branca (19,1%) e o maior índice de habitantes que se autodeclararam pretos (11,7%). No ranking nacional, o estado é o 4º com maior percentual de pessoas pretas.
Morando sozinhas
Em 2021, haviam 522 mil domicílios particulares permanentes no Tocantins, contra 416 mil em 2012. Nesses domicílios, o arranjo mais frequente era o nuclear, estrutura composta por um único núcleo, seja formado por um casal com ou sem filhos ou enteados ou pelas chamadas famílias monoparentais, quando somente a mãe ou o pai criam os filhos, sem a presença do outro cônjuge.
Ainda em 2021, as unidades domésticas com arranjo nuclear correspondiam a 64,3% do total, percentual próximo ao de 2012 (64,8%). Nesse período, a proporção de unidades domésticas unipessoais (com apenas um morador) passou de 11,2% para 14,2% do total. Entre as pessoas que moram sozinhas, os homens eram maioria, representando 62,1% (ou seja, 46 mil eram homens e 28 mil eram mulheres).
Dentre as demais formas de arranjo domiciliar, no Tocantins, 20,5% dos domicílios eram unidades estendidas, que são constituídas pela pessoa responsável com pelo menos um parente, formando uma família que não se enquadre em um dos tipos descritos como nuclear. As unidades domésticas compostas representavam apenas 1% e são aquelas constituídas pela pessoa responsável, com ou sem parente(s), e com pelo menos uma pessoa sem parentesco, podendo ser agregado(a), pensionista, convivente, empregado(a) doméstico(a) ou parente do empregado(a) doméstico(a).
Cenário nacional
A população total do país foi estimada em 212,7 milhões em 2021, o que representa um aumento de 7,6% ante 2012. De acordo com a pesquisa, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro são os três estados mais populosos do Brasil. No ranking nacional, o Tocantins ficou na 24ª posição. Roraima, Amapá e Acre são as Unidades da Federação menos populosas.
O número de pessoas abaixo de 30 anos de idade no país caiu 5,4%, enquanto houve aumento em todos os grupos acima dessa faixa etária no período. A parcela de pessoas com 60 anos ou mais saltou de 11,3% para 14,7% da população. Em números absolutos, esse grupo etário passou de 22,3 milhões para 31,2 milhões, crescendo 39,8% no período.
Nesses dez anos, o Centro-Oeste teve o maior aumento populacional (13,0%), seguido pelo Norte (12,9%). No entanto, as duas regiões mantiveram as menores participações na população total (7,8% e 8,7%, respectivamente). Já o Sudeste, região mais populosa, aumentou seu contingente em 7,3% e passou a concentrar 42,1% da população em 2021. O Nordeste, por outro lado, teve o menor crescimento populacional no período (5,1%) e concentrava 27,1% da população do país.
O quadro sucessório atual, no Tocantins, começa a se assemelhar com a sucessão presidencial, em que Lula e Bolsonaro lideram com folga as pesquisas de intenção de voto, tornando praticamente impossível uma “terceira via” se estabelecer como concorrente, tornando sua presença apenas decorativa no tabuleiro sucessório.
Por Edson Rodrigues
Wanderlei Barbosa e Ronaldo Dimas são os candidatos que polarizam as intenções de votos no Tocantins, tornando a sucessão estadual um terreno sem convencimento, sem sentimentos e sem segurança política para os demais candidatos.
O deputado federal e pré-candidato ao governo, Osires Damaso, por exemplo, recebeu o apoio do senador Irajá Abreu, presidente do PSD estadual, o que deu um ganho de musculatura política considerável à sua postulação, mas, ao mesmo tempo, colocou a sombra do próprio Irajá a ameaçar sua candidatura. Essa situação levou Osires a se encontrar, em Brasília, com um de seus adversários na corrida sucessória, Ronaldo Dimas, juntamente como coordenador da campanha dele, senador Eduardo Gomes.
Esse movimento de Damaso, sem a participação do coordenador de sua campanha, senador Irajá Abreu, demonstrou o quão frágil é esse apoio e essa aliança entre Osires e Irajá e que é certo que, caso a candidatura de Damaso não avance nas pesquisas de intenção de voto, o risco de Irajá “dar uma banda em Osires” e assumir, ele próprio, a candidatura ao governo.
Para deixar Osires com uma pulga ainda maior, atrás da orelha, as cúpulas nacionais do PT e do PSD iniciaram conversas sobre uma federação partidária, mesmo que isso ainda aconteça no terreno das especulações.
Mas, isso deixa claro que, a menos de 20 dias das convenções partidárias, assim como em nível nacional, a terceira via patina no próprio nascedouro, pois se apresenta sem uma bandeira, sem militância e, principalmente, com vaidades extremadas.
TRABALHO TRUNCADO
Ainda não passou da hora de acertar o trabalho pela eleição em cada grupo político. A questão é que faltam líderes que assumam o lugar dos atuais “chefetes” e imprimam sentimento de pertencimento dos militantes e das próprias chapas proporcionais em torno da causa da eleição da chapa majoritária.
O problema é que a maioria dos chefetes está mais preocupada em receber o fundo eleitoral que em eleger seus representantes. Esse “olho gordo” deixa, a cada dia, as siglas partidárias mais frágeis, com um discurso oco e sem sintonia com o que a população deseja.
Esse trabalho truncado nos demais grupos políticos, só aumenta a certeza de Ronaldo Dimas e de Wanderlei Barbosa de estarem no segundo turno, indo com tranquilidade para suas respectivas convenções partidárias. Trocando em miúdos, a desconfiança nos aliados, a falta d unidade política, a usura em relação ao fundo partidário e o excesso de chefetes fragilizaram as oposições, eliminando qualquer possibilidade de um terceira via vir a ser bem sucedida em dois de outubro.
UTI
E, para piorar a situação das oposições a Wanderlei Barbosa e a Ronaldo Dimas, essas estão sendo consideradas as “eleições UTI”, ou a última tentativa do indivíduo (político com mandato) de conseguir se manter vivos, politicamente, pois a não reeleição e a consequente perda de mandato, com o sentimento de mudança arraigado na mente dos eleitores e a quantidade de novos nomes a concorrer no pleito, vão significar o sepultamento de diversas carreiras políticas.
Se as “lideranças” políticas, os chefetes e os presidentes de comissões provisórias de partidos de oposição a Wanderlei Barbosa e a Ronaldo Dimas não se unirem, não firmarem um pacto, não juntarem propostas de governo que encantem a população e os eleitores, não haverá terceira via nem possibilidade de alguém, diferente de Ronaldo Dimas e Wanderlei Barbosa, estar em um segundo turno na eleição para o governo do Estado.
Ressaltando que esta análise política retrata apenas o momento atual da política tocantinense. A se levar em conta a velocidade das ações e transmutações, amanhã o cenário poderá estar totalmente diferente.
Fica a dica!
A Família O Paralelo 13, com suas raízes firmemente fincadas em solo portuense, a Capital da Cultura do Tocantins, jamais ficará omissa ou será conivente como os políticos que se intitulam representantes de Porto Nacional estão sendo há dias, desde que começou a circular nas redes sociais um vídeo em que o colombiano e pseudo-brasileiro (segundo os dicionários, o prefixo pseudo é usado para marcar algo que superficialmente parece ser uma coisa, mas é outra. coisa. Sujeito ao contexto, pseudo pode conotar coincidência, imitação, engano intencional ou uma combinação dos mesmos) carlos amastha afirma e reafirma que “Porto Nacional é a desgraça do Tocantins”.
Por Edson Rodrigues
Sim, caros leitores tocantinenses, principalmente os portuenses. “Desgraça do Tocantins”. É assim que o empresário de origens controversas e oportunista político se refere à nossa cidade durante o que parece ser uma entrevista. O paraquedista colombiano é tão enfático em sua afirmação, que os “entrevistadores” afirmam não ter argumentos para contestar esse impropério, esse tapa na cara de todos os portuenses.
A questão que queremos suscitar neste editorial não é nem a audácia do colombiano desterrado em sua afirmação, mas o porquê dos deputados estaduais e federais, das lideranças políticas, líderes de partidos, principalmente os filiados ao PSB, partido presidido pelo boquirroto ofensor da honra e da dignidade do povo portuense, não se pronunciaram, não se indignaram, não pediram uma retratação imediata após a divulgação do vídeo que, repetimos, já circula há dias nas redes sociais. (veja no final o vídeo)
Se os “representantes” do povo portuense nos parlamentos se calam, O Paralelo 13, não.
carlos amastha, você é um indivíduo irresponsável, mau caráter, boquirroto, petulante e, principalmente, desrespeitoso. Jamais nos causará surpresa suas falas histriônicas e debochadas, mas ataques à nossa Porto nacional, nunca ficarão impunes.
O povo portuense merece todo o pouco respeito que você parece ter pelas pessoas, e muito mais! Merece sua reverência, olha você de cima para baixo, do alto da sua importância histórica para a criação do Tocantins, enquanto você é apenas um paraquedista, um chegante, um passante que, certamente, será varrido da história política do Tocantins.
Não nos custa esforço nenhum nos referir a você como um malandro, moleque, canastrão e mentecapto, pois é isso que você é como pessoa e como político.
Suas palavras não ferem apenas aos portuenses. Ferem a todos os tocantinenses, pois foi de Porto Nacional que se irradiou o sentimento separatista que, décadas depois, se transformou em realidade, uma realidade chamada Estado do Tocantins, cuja Capital é Palmas. Sim, palmas, a cidade que o acolheu e que você enganou, ludibriou, primeiro construindo um shopping para ganhar o seu dinheiro, depois, se elegendo prefeito, para “recuperar o investimento”.
Aliás, se Porto Nacional é a “desgraça do Tocantins”, como você chamaria sua cidade natal, Barranquilla, berço dos piores cartéis de drogas colombianos, que levaram milhares e milhares de pessoas à morte em todo o mundo?
Leia as palavras abaixo, e pense duas vezes antes de vir à Porto Nacional. Você e os que lhe apoiam, pois quem estiver ao seu lado, no seu partido e quiser os votos dos eleitores de Porto Nacional, pode ter certeza que os terão. Terão os votos do mais absoluto fracasso, insucesso e derrocada em suas vidas políticas.
EDER BARBOSA, UM PORTUENSE DE BRIO
Pois se os nossos políticos portuenses não têm coragem de se manifestar após esse vídeo com as declarações de amastha – e nós sabemos os que viram e se esconderam, se omitiram e se acovardaram, o renomado advogado Eder Barbosa, portuense de nascença e de verdade, resumiu assim, sua indignação em relação às infames declarações do colombiano desterrado:
“Meus amigos e minhas amigas de todo o Tocantins. Aqui quem fala é o Eder Barbosa. Eu tomei ciência e vi o vídeo que está circulando nas redes sociais, em que o ex-prefeito de Palmas, carlos amastha, assaca uma série de inverdades, calúnias e imoralidades contra a nossa querida cidade de Porto Nacional. O ex-prefeito de Palmas, um oportunista que caiu de paraquedas no Tocantins, que sequer conhece a nossa história, teve a covardia e a indignidade de dizer que Porto Nacional é a desgraça do Tocantins.
Porto Nacional é o berço da Cultura e da Educação em nosso estado. Foi dali, de Porto Nacional, que saiu a ideia da criação do Estado do Tocantins. Foi ali que essa ideia germinou e se expandiu, na década de 50, com o juiz Feliciano Braga liderando esse movimento que pedia a criação do Estado do Tocantins. Se ouvem por aí muitas histórias a respeito de Teotonio Segurado, como sendo o homem que idealizou a história do Tocantins, mas isso é falso. Teotonio segurado era um homem de D. Pedro IV, antigo Dom Pedro I do Brasil, que procurou recriar uma colônia portuguesa no Brasil, na região Norte, a chamada Intendência do Norte não tinha absolutamente nada a ver com a ideia de Estado do Tocantins. Era um movimento separatista que queira implantar, do paralelo 13, aqui no Tocantins, até o Pará e a Amazonas, uma nova colônia portuguesa. E foi por isso que as tropas do Regente Feijó massacraram esse movimento. Não era porque se queria criara o Estado do Tocantins. A história do Tocantins começa, na década de 1950 em Porto Nacional.
O sr. amastha, que aqui chegou explorando um curso medíocre à distância, usando as estruturas da Universidade do Tocantins, explorando professores universitários que ganhavam muito mal, para produzir apostilas para o seu curso à distância, enriqueceu com isso. Caiu aqui de paraquedas. Não conhece a história do Tocantins, nem de Porto Nacional.
Meus amigos, a desgraça do Tocantins são políticos como o sr. carlos amastha.
Eu, como portuense, que queimei sola de sapato, andando pelas ruas de Porto e cidades vizinhas, colhendo assinaturas para a emenda que deu origem à criação do Estado do Tocantins, assim como centenas e centenas de outros grandes tocantinenses, não posso ficar calado diante de tamanha indignidade e imoralidade. Eu espero que, em Porto Nacional, ninguém, nenhum portuense, vote nesse senhor que está aí, querendo agora ser candidato a deputado, de olho em um dia ser governador de um Estado que ele não conhece a história, de um Estado que ele não conhece a história dos seus municípios.
Eu digo a todos os tocantinenses; rejeitem esse senhor. amastha não merece o voto de nenhum tocantinense. Fez uma péssima administração em Palmas. Passou seis anos e meio reinaugurando obras do seu antecessor, Raul Filho, ou fazendo algum “puxadinho” nessas obras.
Então, eu quero aqui, demonstrar toda a minha indignação como portuense. E dizer a todos os outros municípios deste Estado, que hoje ou amanhã esse senhor pode assacar também contra qualquer outra cidade, não só contra Porto Nacional.
Porto Nacional é o Berço da Cultura do nosso Estado, foi ali que os primeiros colégios desta região surgiram. O colégio das irmãs dominicanas, Sagrado Coração de Jesus, e o colégio estadual Professor Florêncio Aires, para onde iam os filhos de todas as pessoas que queriam que seus filhos tivessem uma boa educação, vindo de outros municípios.
Porto Nacional era o centro cultural do nosso Estado. Ali germinou um movimento extraordinários, estudantil, chamado Conorte, que lutou fortemente contra a ditadura e foi, por ela, destruído.
Ao sr. amastha eu digo: respeite a nossa história, respeite o nosso Estado! Respeite Porto Nacional! Tome o seu rumo! Vaze daqui!! Porque aqui não tem lugar para espertalhões e oportunistas.
A desgraça do Tocantins, são políticos como carlos amastha! Isto, sim, é uma grande desgraça para nossa terra!
Que todos se sintam indignados!”
O paralelo 13, assina embaixo!
Plano Safra 2022/2023 anuncia R$ 340,8 bilhões para a agropecuária
Por Pedro Rafael Vilela
O governo federal lançou nesta quarta-feira (29) o Plano Safra 2022/2023, que vai disponibilizar um total de R$ 340,88 bilhões em financiamentos para apoiar a produção agropecuária nacional até junho do próximo ano. O valor, segundo o Ministério da Agricultura, representa aumento de 36% em relação ao Plano Safra anterior, que disponibilizou R$ 251 bilhões a produtores rurais.
O novo plano foi anunciado durante cerimônia no Palácio do Planalto, com a presença do presidente Jair Bolsonaro, do ministro da Agricultura, Marcos Montes, além de diversas outras autoridades. Do total de recursos disponibilizados, R$ 246,28 bilhões serão destinados ao custeio e comercialização, uma alta de 39% em relação ao ano anterior. Outros R$ 94,6 bilhões serão para investimentos, um incremento de 29%.
"Estamos lançando um plano safra capaz de atender aos diversos segmentos do agro e atento aos compromissos do governo e da sociedade de responsabilidade fiscal, um plano safra com valor muito expressivo, R$ 341 bilhões diante de R$ 252 na safra passada, e com taxas de juros compatíveis e inferiores às taxas de mercado, inferiores até à taxa Selic", destacou o ministro Marcos Montes.
Os recursos com juros controlados somam R$ 195,7 bilhões e aqueles com juros livres totalizam R$ 145,18 bilhões. O montante de recursos equalizados, que é aquela parte do juros que não é cobrada do tomador, cresceu 31%, chegando a R$ 115,8 bilhões na próxima safra, segundo o governo.
O novo Plano Safra também aumentou, de 50% para 70%, a possibilidade de uso dos recursos das Letras de Crédito do Agronegócio (LCA). A LCA é um título de renda fixa emitido pelos bancos para financiar atividades agropecuárias. A expectativa, segundo o governo, é que a medida gere uma maior participação do mercado de finanças privadas do agro, com a expansão de títulos como a CPR, CDCA, CRA, além da LCA.
Pronaf e Pronamp
Os recursos para os pequenos produtores rurais, por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), subiram 36%, totalizando R$ 53,61 bilhões, com juros de 5% ao ano (para produção de alimentos e produtos da sociobiodiversidade) e 6% ao ano (para os demais produtos).
Para o médio produtor, no âmbito do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), foram disponibilizados R$ 43,75 bilhões, um aumento de 28% em relação à safra passada, com juros de 8% ao ano.
Os recursos disponibilizados no âmbito do Pronaf e do Pronamp são integralmente com taxas de juros controladas.
Para os demais produtores e cooperativas, o total disponibilizado é de R$ 243,4 bilhões, com taxas de juros de 12% ao ano. Os produtores rurais também podem optar pela contratação de financiamento de investimento a taxas de juros pós-fixadas.
Sustentabilidade
Este ano, o Programa ABC, que financia a recuperação de áreas e de pastagens degradadas, a implantação de sistemas de integração lavoura-pecuária-florestas e a adoção de práticas conservacionistas de uso, manejo e proteção dos recursos naturais, contará com R$ 6,19 bilhões. As taxas de juros serão de 7% ao ano para ações de recomposição de reserva legal e áreas de proteção permanente e de 8,5% para as demais.
Também foi criado o ABC+ Bioeconomia, que prevê investimentos em sistemas de exploração extrativista não madeireira, de produtos da sociobiodiversidade e ecologicamente sustentáveis. Outra novidade anunciada pelo governo é o financiamento de remineralizadores de solo (pó de rocha), que tem o potencial de reduzir a dependência dos fertilizantes importados.
O governo também anunciou R$ 1,95 bilhão para o programa Proirriga, que contempla o financiamento de todos os itens inerentes aos sistemas de irrigação, inclusive infraestrutura elétrica, reserva de água e equipamento para monitoramento da umidade no solo.
Tecnologias
Outra linha de financiamento do Plano Safra, o Inovagro, terá R$ 3,51 bilhões em recursos, com juros de 10,5% ao ano. A categoria disponibiliza financiamento para o incentivo à inovação tecnológica e para investimentos necessários para a adoção de boas práticas agropecuárias e de gestão da propriedade.
Entre os financiamentos previstos no Plano Safra 2022/2023 estão os investimentos relacionados a sistemas de conectividade no campo, softwares e licenças para gestão, monitoramento ou automação das atividades produtivas, além de sistemas para geração e distribuição de energia produzida a partir de fontes renováveis.
Armazéns
O Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA), que financia investimentos necessários para a ampliação e construção de novos armazéns, terá R$ 5,13 bilhões disponíveis na próxima safra, com taxas de juros de 7% ao ano para investimentos relativos à armazenagem com capacidade de até 6 mil toneladas, e de 8,5 % ao ano para os demais investimentos. O prazo de reembolso desses empréstimos é de até 12 anos, com carência de até 3 anos.
Neste ano, segundo o governo, foi instituído um limite de financiamento de R$ 50 milhões para investimentos relativos a armazenagens de grãos. Para o armazenamento dos demais itens, o limite continua sendo de R$ 25 milhões.
Barroso critica voto impresso e diz que “pensamento conservador foi capturado pela grosseria”
No WhatsApp, Bolsonaro critica Barroso por fala sobre voto impresso
O presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou o ex-presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso neste sábado (25.jun.2022), em grupos de WhatsApp, por causa de uma declaração de Barroso durante o Forum Brazil UK, no Reino Unido.
Por Gabriel de Arruda Castro, especial para a Gazeta do Povo
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso foi contestado por membros da plateia durante uma palestra para brasileiros na Universidade de Oxford, na Inglaterra, neste sábado (25). O bate-boca envolveu uma declaração de Barroso sobre a adoção do comprovante impresso do voto, o que ele chamou de “abominável retrocesso”. O ministro do STF participou da abertura do Brazil Forum UK, evento realizado por estudantes brasileiros no Reino Unido desde 2016.
Como costuma fazer em suas palestras, Barroso iniciou afirmando que não é um ativista, e sim um representante do Judiciário: “Não sou um ator político, eu sou um ator institucional”, disse ele. Entretanto, em sua fala de meia hora, ele distribuiu suas opiniões sobre temas que fogem à responsabilidade do STF.
Dentre outros assuntos, Barroso criticou a proposta que criaria um comprovante impresso para o voto eletrônico. “Durante a minha gestão na presidência no TSE, eu precisei lidar com a pandemia, precisei oferecer resistência aos ataques à democracia e impedir esse abominável retrocesso que seria a volta do voto impresso com contagem pública manual, que sempre foi o caminho da fraude no Brasil", disse ele.
Neste momento, o ministro foi interrompido por uma mulher que, da plateia, respondeu: “Isso é mentira”. Ela disse que “ninguém falou na contagem manual”. Também foi possível ouvir um homem afirmando: “Como a gente vai confiar nas urnas se o cara que vai presidir foi o cara que liberou o maior ladrão (inaudível)?”. Barroso insistiu que tanto o presidente Bolsonaro quanto a autora do projeto (a deputada Bia Kicis) falaram em “voto impresso com contagem pública manual”. Ele também demonstrou incômodo com a manifestação vinda da plateia. "Esse é um dos problemas que nós estamos enfrentando no Brasil: um déficit imenso de civilidade", queixou-se o ministro.
Barroso deixou de mencionar que a proposta do voto impresso não abolia as urnas eletrônicas: apenas adicionava o comprovante impresso como uma segurança adicional que permitisse uma recontagem dos votos físicos caso necessário.
Após o fim da palestra, Barroso continuou a trocar palavras com a mulher sobre o tema, mas a transmissão foi interrompida em seguida.
O voto impresso não foi o único tema abordado por Barroso. Em sua fala no evento, o ministro do STF afirmou que “o grande papel do Estado e da sociedade é gerar riquezas e distribuí-las de uma forma justa”. Disse que, ao redor do mundo, a democracia está sob “ataque cerrado” do “populismo autoritário”. Lamentou a perda do “espaço público compartilhado” criado pela imprensa tradicional e desfeito, segundo ele, com a emergência das redes sociais.
O ministro também defendeu a adoção de cotas para mulheres em cargos eletivos. Declarou apoio à adoção do voto distrital misto para o Legislativo. Atacou o modelo de combate às drogas do país, que segundo ele “não serve para nada” e gera um “imenso encarceramento inútil de jovens primários, com bons antecedentes”.
Além disso, afirmou que o “pensamento conservador” foi “capturado pela grosseria, pela ofensa, pelo ataque, pela falta de respeito.”
Críticas ao governo
Na abertura do evento, um dos responsáveis pelo fórum, o estudante de mestrado João Arthur Reis fez pouca questão de esconder o perfil anti-governo do evento. Para ele, as “instituições democráticas sob ameaça e sob ataque” por causa de “uma agenda fascista de desmanche sistemático de políticas consolidadas”. Também segundo ele, a lógica de segurança pública no Brasil é “estruturalmente racista”.
Sem se referir explicitamente ao governo federal, Reis disse ainda que a organização do evento não convidou “pessoas que não possuem compromisso com o estado democrático de governo e com o processo democrático”. Nenhum membro do Executivo federal participa do evento, que tem dentre os palestrantes o ex-governador João Doria e o pré-candidato à Presidência Ciro Gomes. Os painéis do Brazil Forum UK incluem um debate sobre a desmilitarização da polícia.
Pouco sutil em sua postura contrária ao governo atual, o fórum tem como tema “Amanhã vai ser outro dia”. O vídeo de apresentação traz um trecho da canção “Apesar de Você”, de Chico Buarque — um símbolo da oposição ao regime militar — e inclui os versos “Hoje você é quem manda falou tá falado não tem discussão / A minha gente hoje anda falando de lado e olhando pro chão”.
Os ingressos para um dia do evento (que vai até este domingo) custam pouco menos de R$ 200. Dentre os patrocinadores e apoiadores do evento, estão a Natura, a Fundação Lemann e a Haddad Foundation, uma organização sediada no Reino Unido que tem um histórico de colaboração com entidades de esquerda.
O STF informou à Gazeta do Povo que a viagem de Barroso não gerou custos para a Corte.