Por Edson Rodrigues
Os bastidores políticos tocantinenses foram movimentados por duas notícias no início desta semana. A primeira não é nada boa, pois trata da internação do Dr. Brito Miranda, pai do ex-governador Marcelo Miranda, em um hospital particular de Palmas. Segundo informações obtidas pelo Observatório Político de O Paralelo 13, a família dos Miranda recebeu orientações para providenciar a transferência do Dr. Brito para um hospital em São Paulo, com mais recursos.
Parentes e amigos do Dr. Brito Miranda estão em orações pelo restabelecimento da saúde do patriarca, uma pessoa amada e querida por milhares de tocantinenses.
Nós, de O Paralelo 13, nos juntamos nessa corrente de orações e nos prontificamos a ajudar no que estiver ao nosso alcance.
CONEXÃO IMPOSSÍVEL
A outra notícia que esquentou os bastidores políticos do Estado tem a ver com o ex-prefeito de Gurupi, Laurez Moreira, que vinha participando das reuniões políticas realizadas no Bico do Papagaio, acompanhando os senadores Kátia e Irajá Abreu e o empresário Edson Tabocão.
Irajá Abreu, Edson Tabocão e Ronaldo Dimas, centro da foto
Com a chegada de Wanderlei Barbosa ao principal gabinete do Palácio Araguaia e a manobra de aproximação ao novo governador por parte do grupo político da senadora Kátia Abreu e o fato do governador em exercício evitar falar sobre filiação partidária para concorrer à reeleição, um burburinho surgiu nos bastidores, aventando a hipótese de que a deputada federal Dulce Miranda seria a candidata à vice-governadora, na chapa de Wanderlei.
Mas, quem conhece minimamente a política tocantinense sabe que o Marcelo Miranda já deixou bem claro que jamais dividiria palanque com Carlos Amastha ou com Kátia Abreu, informação esta reiterada pelo próprio ex-governador após consulta de O Paralelo 13. Está descartada, também, uma composição com o grupo político que vem se formando em volta de Laurez Moreira, Oswaldo Stival e Eduardo Fortes com o próprio Carlos Amastha como integrante.
Marcelo Miranda e Eduardo Gomes
Na última vez que nosso Observatório Político conversou com o presidente do MDB estadual, Marcelo Miranda, ele nos garantiu que estava totalmente conectado aos trabalhos do senador Eduardo Gomes, líder do governo Jair Bolsonaro no Congresso Nacional, e que, no início de janeiro, o partido irá se reunir entre seus principais líderes, para decidir qual será o posicionamento da legenda na formação de uma chapa majoritária, as coligações e o acompanhamento das decisões da cúpula nacional do MDB em relação à Federações Partidárias.
NOVO GRUPO SULISTA AFETA RONALDO DIMAS
Laurez e apoiadores
E o fim de dezembro também traz outra novidade ao processo sucessório de 2022, que é uma nova peça no tabuleiro político, composta pelo grupo político do Sul do Estado, criado em Gurupi, Capital da Amizade, liderado pelo ex-prefeito da cidade, Laurez Moreira, pelo empresário Oswaldo Stival, pelo ex-prefeito de palmas, Carlos Amastha e pelo pré-candidato a deputado estadual, Eduardo Fortes – uma liderança atuante na região Sul, com um programa de hortas comunitárias e apoio aos jovens, por meio do esporte.
Essa saída “à mineira” de Laurez Moreira do grupo de apoiadores da candidatura de Ronaldo Dimas ao governo do Estado demonstra mais uma divisão entre a oposição, uma vez que, até então, tanto Laurez quanto o grupo político da senadora Kátia Abreu eram “satélites” da candidatura de Dimas que, esvaziado politicamente, está se esforçando para buscar novas composições que dêem musculatura á sua pretensão.
WANDERLEI BARBOSA SEGUE GOVERNANDO
O governador em exercício, Wanderlei Barbosa (foto) vem priorizando a administração do Estado, mas não deixa de lidar, também, com a formatação do grupo político que dará sustentação à sua candidatura à reeleição, que já conta com o apoio da maioria dos deputados estaduais e, por enquanto, dos senadores Kátia e Irajá Abreu e do empresário Edson Tabocão.
Até o mês de abril a grande interrogação a respeito das eleições de 2022 será respondida, que será o sim ou o não do senador Eduardo Gomes ao convite feito pela maioria dos prefeitos e vereadores do Estado e para que seja candidato ao governo.
Vale ressaltar que o próprio presidente da República, Jair Bolsonaro colocou a candidatura de Eduardo Gomes ao governo do Tocantins com uma das campanhas que irá apoiar.
Os companheiros e seguidores de Eduardo Gomes precisam dessa resposta para decidir seus futuros políticos, principalmente os que serão candidatos nas chapas majoritárias e proporcionais. Mas, ao que tudo indica, terão que esperar até depois do carnaval.
PLENO DO SENADO DECIDE FUTURO DE KÁTIA ABREU
A senadora Kátia Abreu(foto) tem, nesta terça-feira, 14 de dezembro, mais um dia histórico em sua carreira política, equivalente ao dia em que derrotou o então presidente Lula na votação pela rejeição volta da CPMF.
No mesmo plenário em que conseguiu a vitória que turbinou sua carreira política, ela estará concorrendo com os senadores Fernando Bezerra e Antonio Anastasia pela indicação do Senado para o Tribunal de Contas da União.
Bezerra é o candidato do palácio do Planalto e Antonio Anastasia do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco. Kátia conta com seu próprio patrimônio político, sua atuação destemida e o apoio do senador Renan Calheiros e de um grupo de senadores “independentes”, que não são nem situação nem oposição.
A senadora tocantinense é conhecida pelo seu temperamento forte, sua determinação e sua seriedade, mas, também, por nunca ter perdido uma eleição desde que foi eleita presidente do Sindicato Rural de Gurupi, após perder, muito jovem, seu esposo em um acidente aéreo e assumir as rédeas da família e dos negócios.
Kátia empilhou eleições para a Federação da Agricultura do Estado do Tocantins, deputada federal, presidente da Confederação Nacional da Agricultura, senadora, foi ministra da Agricultura no governo Dilma Rousseff.
Esse histórico concede à Kátia um status que não pode ser, nunca, ignorado por quem concorre com ela por alguma coisa.
Presidente Jair Bolsonaro
Logo, o presidente do Senado e o presidente do Brasil que se cuidem nessa eleição, pois a senadora tocantinense é “boa de briga”.
O grande problema de Kátia Abreu é que Bolsonaro não é Lula, e não entra em briga pra perder, o que pode significar um fracasso retumbante da senadora tocantinense, com bem menos votos do que espera e, dessa forma, derrotada, sendo Kátia como é, ela “cairá atirando”, podendo sofrer consequências desastrosas para o seu futuro político, entrando definitivamente para o rol dos “inimigos do Palácio do Plnalto”, que sabemos não ser um bom negócio.
Esperemos, então, a decisão a ser mostrada no painel eletrônico do Senado Federal, nas próximas horas!
De repente, os colegas de andanças o deixaram à deriva e pousaram no palácio Araguaia, aproximando de Wanderlei Barbosa
Por Edson Rodrigues
Ingratidão e traição são irmãs gêmeas. Quem trai é ingrato. Começamos a análise de hoje lembrando que o maior traidor da História da humanidade, Judas Iscariotes (Mateus 26,14-25) traz à luz as tratativas de Judas com alguns dos sumos sacerdotes para trair seu Mestre: “O que me dareis se eu vos entregar Jesus?”. Então combinaram o preço: trinta moedas de prata. O episódio é tocante, especialmente por causa da ingratidão daquele que conviveu com Jesus por muito tempo.
Voltando ao Tocantins encontramos algumas situações semelhantes, que não são meras coincidências, mas igualmente preocupante. Recentemente abandonado pela senadora Katia Abreu, a caminho do altar, quando em um passado recente rodou o Bico do Papagaio e outras cidades, acompanhando os senadores Katia Abreu e Irajá Abreu e o empresário Edson Taboão, em pré-campanha para o cargo de governador em 2022, o ex-prefeito de Araguaína Ronaldo Dimas, passou a ser pré-candidato de si próprio. De repente, os colegas de andanças o deixaram à deriva e pousaram no palácio Araguaia, com aproximação política do também pré-candidato a governador Wanderlei Barbosa e deixando-o a ver navio.
Vexame em público
O encontro
Outra situação vexatória foi o evento por ele (Ronaldo Dimas) realizado recentemente com as presenças de políticos expressivos como o presidente do MDB estadual e ex-governador do Estado, Marcelo Miranda; ex-prefeito de Gurupi e pré-candidato a governador, Laurez Moreira; líder do governo federal no Congresso Nacional, senador Eduardo Gomes; coordenador da bancada tocantinense no Congresso Nacional deputado federal Thiago Dimas; deputada Luana Ribeiro e ex-prefeitos em que durante o evento um veículo de comunicação de Araguaína já anunciava a notícia que o senador Eduardo Gomes retiraria a possibilidade de se candidatar a governador em apoio à candidatura de Ronaldo Dimas, informação que foi desmentida pelo senador Gomes no mesmo evento. No dia seguinte, em forma de deboches, Ronaldo Dimas fez circular em sua conta na internet que "o senador Eduardo Gomes dava para um ótimo coordenador de campanha".
Ofensas ao governador em exercício
Acontece que nesta última segunda-feira, 06, o pré-candidato a governador Ronaldo Dimas concedeu uma entrevista ao site de notícias Gazeta do Cerrado, da jornalista Maju Cotrim, uma entrevista muito agressiva, tendo como alvo o governador interino Wanderlei Barbosa. Em um dos trechos da entrevista o ex-prefeito de Araguaína ataca a gestão de Wanderley Barbosa dizendo que “o governo continua o mesmo. Não consigo enxergar... mudou o quê? Continua as mesmas práticas e olha, pior ainda. Estamos vendo ataque político desenfreado e irresponsável, sem planejamento nenhum”.
Governador Wanderlei Barbosa
Sobre o processo de Impeachment, Ronaldo Dimas disse que “tinha que ‘impeachmar’ era tudo... acho estranho porque era uma paixão desenfreada pelo Carlesse, agora pelo vice-governador... é muito estranho, mas é uma questão da Assembleia, a Casa que tem que avaliar e resolver isso. Espero que no desenrolar destes problemas todos, não tenhamos surpresas mais negativas”.
Sem apoio, sem companheiros
Fraudneis Fiomare
Nem mesmo o ex-vice-prefeito de Dimas, Fraudneis Fiomare está com ele. Após essas publicações, o ex-vice e atual vereador de Araguaína pelo PSC, usou uma de suas redes sociais para chama o ex aliado, presidente do Podemos, de “oportunista” por em pedir impeachment de “todos”.
Fraudneis foi vice-prefeito de Ronaldo Dimas, em Araguaína, por dois mandatos (2013-2020), e não gostou das declarações do pré-candidato a governador, especialmente quando fala que “tinha que ‘impeachmar’ era tudo...” e o taxou de “oportunista”, lembrando que recentemente “o ex-prefeito de Araguaína estava com Carlesse, teve até dobradinha. Era amor ou paixão passageira?”, questionou. Se nem o aliado de oito anos (dois mandatos consecutivos) o apoia, quem apoiará?
Diante do exposto, tudo caminha negativamente para uma candidatura a governador, com mais de ano anunciada, e nenhuma declaração de apoio de nenhum grupo político e nenhuma liderança de peso a não ser o prefeito de Araguaína, Wagner Rodrigues e do deputado federal Thiago Dimas, seu filho. Desta forma, não há outra definição jornalística que não seja: a pré-candidatura a governador de Ronaldo Dimas está derretendo.
Fama de ingrato
Ronaldo Dimas tem uma fama de ingratidão política para com seus aliados, os ex-deputados federais Lazaro Botelho e Cesar Halum, que em seus três mandatos de deputados federais carregaram a gestão do então prefeito de uma das principais cidades do Tocantins, Ronaldo Dimas. Foram muitos milhões liberados pelos dois, via Emendas Impositivas e Convênios onde Ronaldo Dimas conseguiu realizar a maior e melhor administração da capital dos negócios e do boi gordo, sem falar nos milhões e milhões que o senador Eduardo Gomes trouxe para serem investidos em Araguaína, durante estes quase quatro anos.
Deputado Lazaro Botelho, César Halum e o prefeito Ronaldo Dimas
Mas o observatório de O Paralelo13, em conversa reservada com lideranças políticas de Araguaína, ouviu a seguinte previsão: "o próximo a ser traído por Dimas será o senador Eduardo Gomes". E falam porque depois que os dois aliados mais próximos ao ex-prefeito Ronaldo Dimas, que fizeram de tudo para sua gestão ser de excelência, e na ‘hora H’ ele os abandonou, apoiando a candidatura a senador do então deputado federal Irajá Abreu, ficando contra Cesar Halum, que também almejava uma vaga no senado. E ainda, e em vez de apoiar seu outro aliado Lazaro Botelho, lançou seu filho como candidato a deputado federal, sem contar o descaso com os outros aliados como o deputado Jorge Frederico e Elenil da Penha.
Ex-juiz Sergio Moro e o ex-prefeito de Araguaína Rolando Dimas
E, baseado no que ouvimos, e pelo andar da carruagem, todo cuidado é pouco ao senador Eduardo Gomes sobre a previsão de ser o próximo a ser traído. Inclusive, se Dimas permanecer filiado ao Podemos do presidenciável ex-ministro da justiça Sergio Moro, de ex-ministro do presidente Jair Bolsonaro, passa de adversário a inimigo, já que o senador Eduardo Gomes é líder do governo federal de Jair Bolsonaro no Congresso Nacional e que, trouxe, deste mesmo governo, muitos e muitos milhões para gestão de Ronaldo Dimas.
O tempo dirá!
A prerrogativa da indicação dessa para o TCU cabe ao presidente do Senado Rodrigo Pacheco, mas o Palácio do Planalto tem força para influenciar decisivamente
Por Edson Rodrigues
O Observatório Político de O Paralelo 13 detectou, em Brasília, que o embate do Palácio do Planalto para a aprovação do nome do ex-ministro da Justiça, André Mendonça para o STF, que vinha sofrendo atrasos e “pequenas sabotagens” nos mais diversos níveis, principalmente por ser “extremamente evangélico”, enfraqueceu as pretensões da senadora tocantinenses, Kátia Abreu, em ser indicada para a vaga no Tribunal de Contas da União, a ser aberta pela ida do ministro Raimundo Carreiro, indicado para a embaixada do Brasil em Portugal.
O Planalto teria identificado um “forte atuação” de Kátia Abreu contra a ida de André Mendonça para o STF e, com isso, arrefeceu seu apoio à senadora tocantinense para a vaga no TCU, passando a ter no senador Fernando Bezerra, seu novo “favorito” na votação que terá palco no plenário do Senado Federal.
Vale salientar, que a escolha do senador para a vaga no TCU, quando há, tende a ser por consenso. Na última vez que houve a necessidade de votação no plenário, também havia um tocantinense na disputa, o ex-senador Leomar Quintanilha, que acabou perdendo a vaga para o pernambucano José Jorge, em 2008.
Senador Fernando Bezerra Coelho, MDB-PE
Nossa fonte em Brasília cita, também, que houve indícios da participação de Kátia Abreu no levantamento da questão que está tirando da disputa pela vaga no TCU o Líder do Governo, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), por conta de uma decisão do próprio TCU, por ser réu em ação de improbidade administrativa no Tribunal Regional Federal da 4ª Região.
Mesmo assim, uma decisão do STJ anulou a ação de improbidade contra Bezerra, deixando o líder do governo livre para concorrer a vaga e, por conta da desconfiança do Planalto sobre Kátia Abreu, Bezerra passou a ser o favorito, com o apoio do presidente da ala tradicional do MDB e de membros da base política do governo no Senado Federal.
Mesmo assim o Planalto ainda guarda um “plano B” na manga que, confirmadamente, não é Kátia Abreu.
FUTURO POLÍTICO DE KATIA ABREU
Senadora Kátia Abreu PP-TO
A senadora Kátia Abreu tem se mantido em sua vida pública como uma espécie de “imortal”, sem jamais saber como é o sabor de uma derrota política. Não ser a indicada para a vaga no TCU, como almeja, pode significar uma catástrofe para seu futuro político.
No Tocantins, Kátia se aproximou do governador em exercício, Wanderlei Barbosa que, mesmo fazendo um bom governo, pelo tempo que puder permanecer no cargo, não terá a mesma oxigenação financeira por parte do governo federal, justamente por conta da presença de Kátia Abreu como sua aliada.
Resta saber se Wanderlei irá aceitar negociar um “casamento político” com alguém que pode lhe trazer não um dote, mas um prejuízo econômico que pode afetar sua imagem pública.
Em um momento de grande turbulência política interna, no Tocantins, em que a assembleia Legislativa debate o acolhimento ou não de um pedido de impeachment do governador afastada, Mauro Carlesse, que se encontra em análise na Procuradoria da AL, com entrega marcada para a próxima terça-feira, o aconselhável a Wanderlei é que não tome nenhuma decisão que comprometa seu futuro político.
Governador Wanderlei Barbosa e senadora Kátia Abreu
O certo é que a senadora Kátia Abreu não entra nesse hipotético “casamento político” de mãos vazias, afinal, é presidente estadual do PP e seu filho, o também senador, Irajá Abreu, presidente estadual do PSD. Na gestão do próprio Wanderlei Barbosa, há a presença do presidente estadual do PDT, e aliado dos Abreu, Jairo Mariano, além de vário prefeitos filiados nessas três legendas.
Resta saber qual será a frente política escolhida pela senadora, se virá como candidata á reeleição, com seu filho, Irajá, candidato ao governo, ou se a própria senadora encabeçará uma chapa formada pelos três partidos que concentra à sua volta, como candidata ao governo e com seu aliado de primeira-hora, o empresário Edson Tabocão, como vice nos dois casos.
Seja qual a decisão for, o que se pode ter como certo é que Kátia já não tem mais a mesma força na indicação para a vaga no TCU e a decisão sobre seu futuro político só poderá ser tomada depois que todas as questões apontadas nesta análise estiverem resolvidas, ou seja, lá para o início de 2022.
A solução é dar tempo ao tempo...
Impeachment, Igeprev, Força-tarefa e Folha de pagamento podem inviabilizar gestão em 2022
Por: Edson Rodrigues
Nesta manhã de quarta-feira, 1º de dezembro, o presidente da Assembleia Legislativa do Tocantins, deputado Antônio Andrade (PSL), receberá o parecer da procuradoria-geral da casa, sobre os dois pedidos de impeachment contra o governador afastado Mauro Carlesse (PSL) e já demonstrou que não abre mão das prerrogativas de presidente de um dos principais poderes do Estado, sendo, portanto, apenas sua a decisão final.
Mesmo detendo o poder que o cargo lhe confere, o presidente Toinho Andrade levará ao conhecimento dos 23 deputados estaduais para, em conjunto, discutirem o assunto e, somente após esse feito, é que ele tomará uma decisão sobre o impedimento, ou não, do govenador afastado Mauro Carlesse.
Presidente da Assembleia Legislativa Antonio Andrade
Vale destacar que processo ‘político-jurídico’ ora experimentado no Tocantins, nos faz olhar no retrovisor político vivido no Estado, por ocasião da cassação do mandato de governador de Marcelo Miranda. Lembrando aqui que, tanto quem viveu tal período ou quem não viveu, mas conhece a história, têm memória curta.
Um processo de impeachment, para ter validade de condenação ou absolvição do governador afastado Mauro Carlesse, precisa cumprir o regimento interno do poder legislativo que, segundo o observatório político de O Paralelo13, está totalmente defasado e fora de órbita. Para que esse processo seja legal se faz necessário que o presidente da casa, em colegiado e respeitando as normas constitucionais, apresente um projeto de lei com modificações e atualização do tal regimento interno e este ser aprovado em maioria absoluta, em duas sessões. Só então, após a decisão da maioria, em votação colegiada, aprovar o pedido de impedimento e mesmo assim, somente depois que a procuradoria facultar o parecer recomendando o acolhimento do pedido de impeachment.
De acordo com alguns juristas e profissionais de direito, consultados por nossa equipe, os pedidos ora protocolados na Assembleia Legislativa não possuem elementos para sustentar a instauração de um pedido de impeachment do governador afastado, Mauro Carlesse. Caso o presidente da AL, deputado estadual Toinho Andrade, seja convencido da legalidade do pedido de impeachment e acolher, o documento terás que ser subscrito pela maioria dos nobres deputados.
Mas, antes de tudo isso acontecer, o nobre presidente, deputado estadual Toinho Andrade, precisa fazer uma convocação extraordinária dos seus Pares, suspender as férias parlamentares e também as dos funcionários do poder legislativo. E mais: antes de tudo isso, ainda tem duas prioridades urgentíssimas que são a votação e aprovação da LOA e do Orçamento Estadual de 2022.
Rito processual na Assembleia Legislativa
Mauro Carlesse afastado do governos pelo STJ
O processo de impeachment na Assembleia terá que seguir um rito processual de 10 sessões; a convocação de cinco desembargadores e cinco deputados. Em todas as etapas terá que permitir o direito de defesa do governador afastado Mauro Carlesse, o que tem uma previsão de no mínimo 90 dias para ser votado em definitivo, o impeachment aprovando ou absolvendo o cliente Mauro Carlesse.
Igeprev
Não podemos esquecer de mencionar a bomba-relógio que está por explodir no primeiro semestre de 2022, com o rombo orçamentário do Instituto de Previdência do funcionalismo público do Tocantins – Igeprev, honrando os pagamentos mensais das aposentadorias e dos afastamentos remunerados para tratamentos de saúde e outras obrigações previdenciárias. Um fato que precisa ser esclarecido.
Funcionários públicos não podem ter aumento nem correção salarial e muito menos promoções. Uma PEC aprovada pelo Congresso Nacional - câmara e senado - em duas votações, veta qualquer aumento ou promoções pelo período de um ano, prazo este que termina no dia 31 de dezembro deste ano. Por este motivo, o orçamento do estado que já foi protocolado na Assembleia Legislativa não tem um centavo de correção da folha de pagamento do funcionalismo público.
Dessa forma, mesmo que o governador interino, Wanderlei Barbosa, tenha a boa intenção de conceder, a lei federal vetará qualquer iniciativa neste sentido.
Força tarefa
A criação de uma força-tarefa paralela às investigações da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF), podem criar um grande imbróglio nos poderes judiciais federal e estadual, podendo abrir um conflito de interesses em um mesmo objetivo e desabar para uma batalha jurídica e policial sem controle.
É preciso saber administrar informações conflitantes para evitar que a política partidária contamine as investigações, até porque os nobres delegados da Polícia Civil do Tocantins vêm demonstrando muito profissionalismo e capacidade técnica e jurídica na condução dos fatos. Por isso, todo cuidado precisa ser assegurado para não abrir espaço para questionamentos jurídico.
Para tanto abrimos um parêntese para lembrar aqui o caso do ex-presidente Lula, que foi condenado em primeira e segunda instancias pelo Tribunal Federal Regional de Curitiba e por unanimidade pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e todo o processo anulado pelo Superior Tribunal Federal (STF), que não julgou se houve crimes ou não, mas o ritual processual que foi atropelado.
Folha de pagamento do funcionalismo público estadual
O chamamento de 600 a mil policias para integrar o quadro da respeitada Polícia Militar (PM) tocantinense, como despesa permanente, precisa ser avaliado e constar na LOA e no Orçamento do Estado para o exercício de 2022. Todos estes cuidados e responsabilidades estarão sob a responsabilidade do poder legislativo tocantinense presidido pelo nobre presidente da AL, deputado Toinho Andrade. O prazo é somente até o próximo dia 17 de dezembro para ser lido, aprovado e publicado nos Diários Oficiais e sancionado pelo governador interino Wanderlei Barbosa. Tudo isso acima descrito está nas mãos dos 24 deputados estaduais sob a presidência do deputado Toinho Andrade.
O presidente Jair Bolsonaro oficializou a sua filiação ao Partido Liberal nesta terça-feira, 30, em uma cerimônia realizada em Brasília. Além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, o evento contou com a presença do filho do presidente Flávio Bolsonaro - que também se filiou à sigla - e aliados políticos
Com informações da Reuters e do Estadão Conteúdo
Antes de falar, Bolsonaro pediu uma oração e minimizou sua chegada à legenda ao iniciar o seu discurso. "Não estamos lançando ninguém a cargo nenhum", afirmou. "É um evento simples, mas de muita importância. A filiação é uma passagem para que possamos pleitear algo ali na frente", resumiu o presidente, que deve tentar a reeleição em 2022.
No discurso, Bolsonaro afirmou que escolher o PL como seu partido não foi uma decisão fácil. "A filiação é como um casamento. Não seremos marido e mulher, mas seremos uma família", brincou o presidente ao dirigir-se a Valdemar Costa Neto.
Aproveitando a presença de Ciro Nogueira, presidente do Progressistas - que tentou atrair Bolsonaro para a legenda, o chefe do Executivo se explicou: "Ciro, não foi fácil essa decisão; [você] sempre tentando puxar a brasa para sua sardinha, e isso nos deixa feliz, sinal de que somos queridos, mas obviamente não podemos agradar a todos, mas fazemos o possível".
Tentando emplacar uma fala conciliadora, após colocar obstáculos na filiação por causa de alianças do PL com partidos de esquerda em alguns Estados, Bolsonaro acrescentou que não tomará decisões de forma individual e que nenhum partido será esquecido. "Eu e o Valdemar não vamos decidir nada sozinhos, queremos compor e fazer o melhor para o Brasil", pontuou.
Nono partido
O Partido Liberal é a nona casa de Jair Bolsonaro. Em quase 30 anos de carreira política, o atual chefe do Executivo já passou por PDC, PPR, PPB, PTB, PFL, PP, PSC e, por último, PSL - sigla pela qual foi eleito presidente da República em 2018.
Após deixar o PSL em 2019, em meio a conflitos com lideranças do partido, Bolsonaro tentou formar sua própria legenda, a Aliança Pelo Brasil, mas não obteve assinaturas suficientes para a criação.
Desde então, partidos como PP e Republicanos - que cresceram com a onda bolsonarista em 2018 - tentavam atrair Bolsonaro para a legenda, mas foi o PL de Valdemar Costa Neto que bateu o martelo.
'Filhos' do casamento
Junto com Bolsonaro, assinaram ficha de filiação ao PL o já citado senador Flávio Bolsonaro (RJ), filho mais velho do presidente, e o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, que disputa com o ministro das Comunicações, Fábio Faria, a vaga de candidato de Bolsonaro ao Senado pelo Rio Grande do Norte.
Outros nomes do primeiro e do segundo escalão do governo também estavam presentes e devem se filiar ao partido. Entre eles, o terceiro filho do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que precisa esperar a janela de filiação partidária para mudar, sob risco de perder o mandato. É a mesma situação de Onyx Lorenzoni, ministro do Trabalho e deputado licenciado atualmente no DEM, que pretende concorrer ao governo do Rio Grande do Sul.
Devem ainda migrar para o PL cerca de 20 parlamentares bolsonaristas que hoje ainda estão no PSL, mas esperavam uma decisão para seguir o presidente.
Ainda fazem parte da lista o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, que Bolsonaro quer ver candidato ao governo de São Paulo, e o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, que pode ser candidato ao Senado ou à Câmara por São Paulo.
Em seu discurso, Bolsonaro deixou claro que quer fazer composições estaduais para eleger governadores e senadores - o Senado, especialmente, tem sido sua obsessão, já que é onde os principais projetos do governo têm empacado. "Nenhum partido será esquecido por nós, queremos compor nos Estados para senador e governador."
Críticas
Durante seu discurso de filiação, Flávio Bolsonaro aproveitou a ocasião para fazer críticas ao PT, Lula e Sergio Moro, ex-ministro do governo Bolsonaro que deixou o cargo após conflitos com o chefe do Executivo.
Flávio classificou Moro, ex-ministro da Justiça e Segurança Público, de "traidor" e disse que o pai foi "humilhado" por ele. "A política pode perdoar traição, mas não perdoa o traidor. Obrigado por não terem traído o presidente Bolsonaro", disse Flávio. "Traidor é aquele que por ação ou omissão interfere na Polícia Federal. Traidor é quem não tomou providências para descobrir quem mandou mandar Jair Bolsonaro."
Flavio também disse que o ex presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder em pesquisas de intenção de voto, "é um ex-presidiário" e que a "farsa está aí". O senador disse que "vamos vencer o vírus, vamos vencer qualquer traidor e qualquer ladrão de nove dedos pelo bem do Brasil".
Em mais uma frente e apressar da campanha contrária empreendida pelo presidente, Flávio afirmou que todas as vacinas contra covid-19 aplicadas no Brasil "se devem ao governo Bolsonaro", uma forma de neutralizar o ativo eleitoral do pré-candidato do PSDB, João Doria.