Em mais de 30 anos como Diretor-Presidente e como Editor-Chefe do mais antigo veículo de comunicação do Tocantins, eu e meu irmão, Edvaldo Rodrigues, respectivamente, sempre pautamos nossa linha editorial pela seriedade, compromisso com a verdade e tendo os nossos leitores, os cidadãos tocantinenses, como prioridade máxima em nossa atuação.

 

Por Edson Rodrigues

Pois é com a mais absoluta tristeza e estupefação que nos juntamos, eu e meu irmão, para escrever estas tão tristes e importantes linhas. Tristes pelo seu conteúdo, e importantes pelo que trarão de conseqüências para a classe política e para o povo tocantinense.

Nesses trinta anos de atuação, fomos testemunhas de muitas lutas, muitas vitórias, muitas conquistas, mas, também, de muitas mazelas que dizem respeito a este povo que sonhou com a criação do Seu Estado, dos mais bem sucedidos até os esquecidos e deixados à margem da história.

O Tocantins e o Brasil vêm mudando muito nestes 30 anos, alguma coisa para melhor, mas muita coisa para pior. As instituições, em sua maioria, silenciaram e se omitiram em muitos aspectos, ou por conveniência ou por solidariedade, ante muitas coisas erradas que foram perpetradas. Essa inércia consensual das instituições prejudicou muito o nosso desenvolvimento econômica e social, mas mesmo assim, ao fim de tudo, conseguiu-se algum progresso.

 

POLÍCIA FEDERAL
Antes de passarmos à parte terrível deste editorial, não podemos deixar de abrir um parêntese para aplaudir – de qualquer maneira - os órgãos fiscalizadores, dos Tribunais de Contas estaduais, até à Controladoria Geral da União, passando pelo TCU e pelo Ministério Público, é claro. Mas os grandes aplausos vão merecidamente para a Polícia Federal, que, mesmo “aparelhada” pelo PT, soube driblar os “aspones vermelhos” e, com um poder investigativo surpreendente, trouxe à tona os piores e mais insensíveis crimes já cometidos contra a nação brasileira, que nos acostumamos a chamar simplesmente de “corrupção”.

A Polícia Federal é, hoje, a instituição com maior credibilidade junto à população brasileira, ultrapassando até mesmo o Corpo de Bombeiros, que salva vidas de forma física. O trabalho da PF, segundo a população brasileira, mostrou que a ganância e a irresponsabilidade dos políticos ceifaram milhares de vidas, dependentes dos sistemas de Saúde e Segurança Pública, apenas desviando recursos e, ao começar a investigar e punir, vem evitando a morte de mais milhares, abrindo os olhos do povo e o levando às ruas.

A Operação Lava Jato, comandada pelo juiz Sérgio Moro, virou “Operação Lava Alma” e, por meio dela, a PF tem chegado a resultados impressionantes em descobertas de contas milionárias, bens suntuosos e até de malas cheias de milhões de reais, que deveriam estar nos hospitais e no sistema de Segurança Pública.

O povo elegeu a Polícia Federal como seu “anjo da guarda”, mas vê, agora, aflito, os políticos tentarem arrefecer sua força, numa troca de comando tão inesperada quanto questionável.

Todo respeito e força à nossa Polícia Federal.

 

O CEMITÉRIO POLÍTICO TOCANTINENSE
Agora vamos aos fatos dos quais temos a mais cruel das vergonhas, mas que temos que levar ao conhecimento da população.
Tivemos acesso aos anexos de uma delação premiada prestes a ser homologada pela Suprema Corte Basileira. A delação que, ao ser anunciada, deixou amedrontados muitos, mas muitos políticos tocantinenses.
Nesses 30 anos de atuação, O Paralelo 13 vem acompanhando a atuação de todos os que ocuparam cargos eletivos no Tocantins. Dos pioneiros na luta pela criação do Estado aos neófitos, que surgem e somem com a mesma velocidade. Homens e mulheres que, para entrar na vida pública – e continuar nela – vestiram a máscara da honestidade e quase que da castidade.

Pessoas que praticamente se perpetuaram no cenário político do nosso Estado e que, nos últimos tempos, têm se esmerado em criticar o governador Marcelo Miranda e seus familiares, transformando as redes sociais em uma fonte borbulhante de boatos, piadas, maledicências e outras maldades. Muitos desses, diga-se de passagem, só estão na vida pública porque cresceram à sombra da família Miranda, dos quais Marcelo Miranda foi a “tábua de salvação” em diversas oportunidades.
Aliás, queremos, aqui, abrir um novo parêntese, para falar de Marcelo Miranda. Esse rapaz vem enfrentando uma vida política das mais difíceis e desafiadoras.

Alvo de processos, impeachment, eleito senador e impedido de tomar posse, nosso atual governador, eleito pela vontade do povo, vem sofrendo, mais uma vez, uma oposição velada por parte da Assembleia Legislativa, comandada pelo presidente Mauro Carlesse. Oposição essa, que vem provocando uma série de prejuízos para a população tocantinense, atrasando recursos para obras e áreas importantes e fazendo de tudo para que o governo mergulhe na impossibilidade de ação, tão importante para que eles, oposicionistas, façam suas campanhas da maneira mais vil de todas, que é “subindo nas costas” de um governo que eles mesmos fizeram estagnar.

Mas, já adiantamos, a partir de agora, que isso não vai mais acontecer a partir de 2018, pois o povo tocantinense terá que se unir para fazer uma votação maciça em novos políticos, em pessoas comprometidas apenas com o bem-comum e, não com os próprios bens.

 

OS FATOS
Falamos em votação maciça em novos nomes porque, depois que a delação citada for homologada e vier a público, será bom que a população tocantinense esteja com os estômagos preparados para não vomitarem anos e anos de más escolhas em relação aos seus representantes.
Em outras palavras, o conteúdo da delação representa um velório público das carreiras políticas de, pelo menos 95% dos políticos tocantinenses que o eleitor conseguiu identificar nas palavras escritas acima.

Os “lobos vestidos de cordeiros” serão abatidos, um a um, pela Justiça. De vereadores a detentores de mandatos federais, principalmente aqueles que sambam sobre patrimônios milionários, vão conseguir provar aos incautos eleitores que o ex-governador e atual detento do sistema presidiário federal é apenas um “trombadinha” se comparado aos esquemas de corrupção que tomaram forma no Tocantins, revelados pelo corruptor/delator .

O “velório” político já começou, pois, se O Paralelo 13 teve acesso aos anexos da delação, certamente muitos dos envolvidos também já têm conhecimento das revelações que vêm pela frente. Já o “sepultamento”, pode ocorrer a qualquer momento, daqui pra frente, pois vêm aí uma enxurrada de mandados de prisão, de condução coercitiva, de busca e apreensão, de bloqueio de bens e outras medidas judiciais tão desmoralizantes, que poucos conseguirão encostar a cabeça em seus travesseiros e dormir com tranqüilidade.

Isso significa, diretamente, pouquíssimos políticos, dos pioneiros aos “modernos”, com CPF limpo e condições de candidatura em 2018, assim como pouquíssimos partidos em condições de montar uma nominata.

Podemos afirmar com toda a tranqüilidade que, os poucos que se salvam – por mérito próprio, diga-se de passagem – terão suas pretensões eleitorais vitoriosas simplesmente pelo reconhecimento público de suas atitudes e firmeza de caráter.

PROVAS FARTAS
Estamos fazendo estas afirmações, porque, uma vez tendo acesso aos anexos, podemos afirmar que as provas são contundentes, fartas e robustas, e saltam aos olhos a quantidade de documentos, escrituras, extratos de saques e depósitos bancários, fotografias, gravações de vídeo e de áudio, listas de bens adquiridos, enriquecimento ilícito, crescimentos patrimoniais de mais de cinco mil vezes (!), políticos laranjas de outros políticos, laranjas midiáticos, e outras ilicitudes incontáveis, que vão fazer desmoronar pilares políticos não só no Tocantins, mas no Brasil.

HORA DA UNIÃO
Essa delação traz infelicidade e vergonha ao povo tocantinense, mas, podemos afirmar, chega no momento certo, nas proximidades de uma nova eleição majoritária que pode ser a mais importante da história do Tocantins, pois os poucos políticos que estarão aptos a concorrer, terão que formalizar um pacto de governabilidade, um projeto de governo e uma priorização de ações emergenciais voltadas ao povo tocantinense que terá quase que a mesma importância que a luta pela criação do Tocantins.

Será quase um recomeço uma recriação do nosso Estado. Um novo – e melhor – pode estar a nascer a partir de revelações tão fortes e incontestáveis.

Infelizmente, povo tocantinense, fomos traídos, enganados e roubados por muito tempo.

Felizmente, povo tocantinense, vamos saber quem nos traiu, roubou e enganou e poderemos, então, nos unir por um Tocantins livre do fantasma do voto de cabresto, do coronelismo e da corrupção.
Só depende de nós!

Posted On Quinta, 16 Novembro 2017 11:05 Escrito por

 

Presidente da Assembleia Legislativa age como legítimo representante do povo tocantinense ao se posicionar contra projeto

 

Por Edson Rodrigues

 

O presidente da Assembleia, Mauro Carlesse (PHS), lançou nesta segunda-feira, dia 13, a campanha online contra a transposição do rio Tocantins para o rio São Francisco. Ele conclama ao povo tocantinense a participar de um  abaixo-assinado para evitar que o Senado aprove a matéria. O projeto prevê um percurso de 733 KM de interligação entre o Tocantins e o rio Preto, na Bahia, vinculado à bacia do São Francisco. Para assinar o documento basta acessar o link  http://www.peticaopublica.com.br/pview.aspx?pi=BR103075.

 

Aqui no Tocantins, sabe-se que, pelo menos, o deputado federal Carlos Gaguim não assinará o abaixo-assinado, uma vez que já se posicionou a favor do projeto.

 

Já o ex-governador Siqueira Campos, nordestino de nascimento, se posicionou totalmente contra o projeto de transposição das águas do Tocantins para o São Francisco, mostrando que, realmente, se preocupa com os interesses do povo tocantinense mais que com suas raízes.

 

OS FATOS

Na verdade, os movimentos socioambientais sempre disseram que o São Francisco tinha pouca água para suportar uma transposição. Era um anêmico que não podia doar sangue. Agora, essa proposta de transpor o Tocantins para o São Francisco só comprova que está faltando água no São Francisco não só para as comunidades ribeirinhas, mas a falta de água inviabilizou a hidrovia do São Francisco, diminuiu a geração de energia e está faltando água até para os perímetros irrigados já instalados. Então, começou a bater o desespero também no setor econômico, naqueles que mais ganham com as águas do Velho Chico. Daí a proposta doida de transpor o Tocantins para aumentar o volume de água do São Francisco, água que ele já teve, mas agora não tem mais.

Algumas oras são propostas, acreditamos agora, por pessoas  com total desconhecimento que tem da realidade. O aquífero que abastece o Tocantins é um dos mesmos que abastece o São Francisco, isto é, o aquífero Urucuia. E esse é um dos aquíferos que está perdendo forças no Cerrado brasileiro. Portanto, sem o aquífero Urucuia morre o Tocantins e morre o São Francisco.

 

Acontece que a devastação da Amazônia que gera os rios voadores que fazem chover em todo território brasileiro, inclusive até na Argentina, está prejudicando a formação dos rios voadores. E o Cerrado brasileiro, onde estão os três maiores aquíferos do Brasil e da América Latina – Urucuia, Bambui e Guarani –, está sendo devastado para plantação de soja e criação de gado. Com seus solos compactados, perdeu a capacidade de alimentar seus aquíferos, ou pelo menos está perdendo essa capacidade. Portanto, nossa caixa d’água está cada vez mais seca.

 

POSICIONAMENTO CORRETO

O deputado Carlesse assumiu o posicionamento correto e alerta que o nível das águas do rio Tocantins baixa ano após ano, prejudicando o turismo e a pesca e a produção agropecuária. E, em alguns trechos, como no município de Tocantinópolis, região Norte do estado, já é possível fazer a travessia do rio a pé.

 

Por considerar a transposição prejudicial para o Estado, Carlesse apresentou no final de setembro um projeto de lei que visa a garantir a preservação dos recursos hídricos do Tocantins.

 

Pela proposta, que está na Comissão de Minas e Energia, e será votada na próxima semana, em plenário, fica proibida a outorga do direito de uso dos recursos hídricos para projetos de transposição ou interligação que utilizem rios pertencentes ao Estado do Tocantins para bacias hidrográficas localizadas em outros Estados.

 

É assim que tem que ser e é no link oferecido acima que os tocantinenses devem se manifestar.

 

Isso não é uma eleição.  É uma questão de sobrevivência, aonde toda e qualquer vinculação partidária ou ideológica deve ser colocada de lado para o bem de todo o nosso Estado.

 

Que Deus nos abençoe!

Posted On Quarta, 15 Novembro 2017 04:42 Escrito por

Por Jesuino Santana Jr
Desde o último sábado, 11 de novembro, o Governo do Tocantins retomou a realização de procedimentos de cateterismo e angioplastias de emergência na Hemodinâmica do Hospital Geral de Palmas (HGP), regularizando assim o serviço que havia sido interrompido desde a prisão dos dois únicos médicos que atendiam na hemodinâmica do HGP, Ibsen Trindade e Andres Gustavo Sanchez Esteva na Operação Marcapasso da Polícia Federal.
De acordo com o secretário de Estado da Saúde, Marcos Musafir, a contratação do médico cumpre uma determinação do Ministério Público Federal (MPF), que havia recomendado ao Estado que providenciasse medidas para garantir o pleno funcionamento dos serviços de hemodinâmica do HGP. “Buscamos profissionais em outros Estados para atender a demanda local. Com isso, o serviço já está funcionando normalmente, atendendo urgências e emergências cardiovasculares”, garantiu o Marcos Musafir, informando ainda que brevemente o Governo retornará a continuação dos casos eletivos dos pacientes que estão aguardando, em casa, sua cirurgia.
Ainda no último sábado, foi realizada com o médico, uma vistoria no HGP, para avaliar o funcionamento do aparelho de hemodinâmica. “Temos materiais, insumos, equipamentos e a equipe técnica de enfermagem. Todos estão de plantão, caso haja necessidade de realizar procedimentos de emergência”, disse o secretário.
Ainda de acordo com o gestor da Saúde, por determinação do governador Marcelo Miranda, novos profissionais serão contratados para suprir a demanda, no mais breve tempo possível.
CRM
A presidente do Conselho Regional de Medicina, Jussara Martins, confirmou o CRM provisório do médico cardiologista intervencionista. O médico já está autorizado pelo Conselho a atender os casos.
Perfil O médico cardiologista intervencionista Marcello Sena, de 53 anos é formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mestre em cardiologia, membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia Intervencionista e staff do Instituto Nacional de Cardiologia (INC).
Operação Marcapasso
A Operação Marcapasso, realizada pela Polícia Federal, investiga um esquema de fraudes que pode ter causado prejuízo aos cofres públicos de mais de R$ 6 milhões. Os cardiologistas Ibsen Suetônio Trindade e Andrés Gustavo Sánchez Esteva estão na Casa de Prisão Provisória (CPP) de Palmas. Os demais investigados presos ganharam liberdade após pagamento de fianças.

Posted On Segunda, 13 Novembro 2017 16:54 Escrito por

O presidente Michel Temer disse ontem (9) que está “animado” com o avanço das negociações em torno da reforma da Previdência e uma possível aprovação da proposta. Temer fez reuniões ontem (8) e hoje com líderes da base aliada na Câmara e ministros para discutir o tema. O texto deve sofrer alterações antes de ser votado no plenário da Câmara.

 

Com Agência Brasil

 

“Eu estou animado porque hoje tem o apoio presidente [da Câmara] Rodrigo Maia, do presidente [do Senado] Eunício. Fizemos várias reuniões nesses dois, três dias”, disse a jornalistas após participar da cerimônia de lançamento do Programa Avançar.

Na avaliação de Temer, é preciso explicar o que é a “verdadeira reforma da Previdência” e sua importância para aprovar o texto. “O único objetivo dessa reforma é combater privilégios e preservar os mais pobres, os mais vulneráveis. O que há sim é uma quebra de privilégios que hoje não podem mais existir”, disse.

 

Após a reunião de hoje, na casa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que foi firmado entendimento entre os líderes partidários de que a reforma da Previdência deve ser votada “o mais rápido possível”.

 

Reforma Ministerial

Questionado se sofre pressão para fazer uma reforma ministerial, o presidente Temer respondeu que a reforma será “inevitáveil” e que saberá o momento certo para tomar a decisão. “Eu saberei o tempo certo para fazer a reforma [ministerial]. Toda vez que você governa, essas reformas estão sempre em cogitação. Eu saberei o momento certo de fazer. Eu reconheço que há pleitos e sobremais, como muitos ministros vão deixar seus cargos, é claro que a reforma será inevitável”.

 

Reforma da Previdência é essencial para melhorar gestão de recursos públicos, diz Temer

Presidente participou de programa de rádio na noite desta quinta-feira (9), e respondeu a perguntas de ouvintes do programa A Voz do Brasil

 

O presidente da República, Michel Temer, reafirmou a importância de se usar com eficiência o dinheiro dos impostos pagos pelos contribuintes. Durante entrevista para o programa A Voz do Brasil, ele argumentou que a aprovação da reforma da Previdência é essencial para melhorar a administração dos recursos públicos.

 

“O Brasil voltou e agora é hora de olhar pra frente e dar mais eficiência ao dinheiro que você paga em impostos”, afirmou. “Por isso, a gente precisa fazer a reforma da Previdência. Queremos uma reforma que garanta direitos a quem mais precisa”, explicou o presidente.

 

Ele relatou que a proposta do governo quer acabar com privilégios e garantir renda a quem realmente precisa. “É por isso que precisamos e estamos buscando o empenho de todos, Congresso Nacional, sociedade, para fazer uma reforma justa que promova o desenvolvimento do Brasil para os próximos anos”, disse.

 

Temer ainda explicou que o Brasil saiu da pior recessão da história e citou dados que mostram queda da inflação, aumento do Produto Interno Bruto e recuo dos juros para exemplificar a mudança para um cenário melhor.

 

O presidente também tirou dúvidas de ouvintes sobre a nova lei trabalhista. “Quero falar a você e aos nossos ouvintes dA Voz do Brasil que a nova lei, que começa a valer no próximo sábado, não retirou nenhum direito do trabalhador”, garantiu. “Você continua tendo direito a férias, décimo terceiro, FGTS. Tudo isso continua”, relatou.

Posted On Sexta, 10 Novembro 2017 04:20 Escrito por

Como falar em penalizar os trabalhadores quando benefícios e regalias dos dois poderes permitem salários milionários???

 

Por Edson Rodrigues

 

“Existe um aparelhamento estatal muito robusto e um orçamento que o Brasil não suporta pagar.  É preciso, antes de tratar da reforma da Previdência, que é quem apara quem menos tem, tratar da reforma dos privilégios.  Se for tratar das duas reformas ao mesmo tempo, que se mexa, primeiro, na camada de cima”.

 

Essas foram, simplesmente, as palavras mais sábias que ouvi de um político brasileiro nos últimos tempos.  Elas foram proferidas, em entrevista, pelo deputado federal Pedro Cunha Lima, do PSDB da Paraíba.

 

É fácil pessoas que ganham aposentadoria de mais de 30 mil reais por mês, achatarem os rendimentos dos trabalhadores. Todo exemplo deve começar de cima. Se querem tanto fazer uma reforma da previdência, e não digo que não seja necessária, acho que em primeiro lugar deveriam alterar o sistema de aposentadoria dos políticos de todos os níveis.

Segundo publicou o site Consultor Jurídico em setembro do ano passado, “os que exercem cargo público sujeitam-se ao teto estabelecido para os vencimentos de ministro do Supremo Tribunal Federal. O artigo 37, inciso XI, da Constituição, estabelece que a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal”. Que na época era de R$ 33.763,00.

 

Ora, nós trabalhadores temos que contribuir décadas para conseguir alcançar o teto máximo que em janeiro de 2017 passou a ser de R$ 5.531,31, e em 2016 era de R$ 5.189,82, enquanto políticos, juristas etc aposentam com cerca de R$ 30 mil, trabalhando por um período bem menor.

 

Concordo totalmente com a reforma, desde que ela seja para todos, e não só para a classe que não tem como se defender. Só não acho que o sistema proposto por essa PEC seja o ideal. Não pela idade de aposentadoria, já que é a média mundial.

 

Um dado importante é que na maioria dos países as pessoas só trabalham até idades entre os 60 e 66 anos.

 

Se tomarmos como base o sistema de aposentadoria do resto do mundo, o grande problema desta PEC é a forma de remuneração que estão impondo, pois ninguém nunca vai conseguir atingir o teto máximo, ao não ser que comece a contribuir com 19 anos, ininterruptamente, para conseguir aposentar com 69 anos.

 

Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) “O que esse projeto vai fazer é estender, na verdade, sob a capa de igualdade de tratamento ao impor idade mínima e ampliar o tempo de contribuição, é condenar a maior parte dos trabalhadores brasileiros a não se aposentar mais”, disse a economista do departamento, Patrícia Pelatieri. “Para garantir o valor integral do benefício, a pessoa trabalhadora teria que contribuir por 49 anos, tempo que demonstra a utopia que será o desejo de se aposentar com valor integral, mesmo que calculado com base em toda a trajetória contributiva”.

 

Pelas regras propostas, o trabalhador precisa atingir a idade mínima de 65 anos e pelo menos 25 anos de contribuição para poder se aposentar. Neste caso, ele receberá 76% do valor da aposentadoria – que corresponderá a 51% da média dos salários de contribuição, acrescidos de um ponto percentual desta média para cada ano de contribuição. A cada ano que contribuir a mais o trabalhador terá direito a um ponto percentual. Desta forma, para receber a aposentadoria integral (100% do valor), o trabalhador precisará contribuir por 49 anos, a soma dos 25 anos obrigatórios e 24 anos a mais.

 

OS RESPONSÁVEIS

E quem é o “pai dessa criança”, senão os políticos, membros dos Poderes Executivo e Legislativo?

 

Ora, são eles, governadores, presidentes, prefeitos e deputados federais, estaduais e senadores que criam, votam, aprovam e sancionam as Leis que regem o País.

 

Foram eles, que administração após administração, legislatura após legislatura deram condições para que o “monstro eleitoreiro” dos benefícios fosse criado, dando condições para que – com todo respeito às profissões – motoristas, garçons, porteiros e ascensoristas, chegassem a salários acumulados que passam dos 200 mil reais mensais.

 

E isso não acontece apenas em Brasília.  Em todos os estados, em todas as capitais, há servidores públicos com salários irreais e surreais, justamente por conta das regalias que os próprios políticos criam para si e que vão se espalhando, feito vírus, pela máquina funcional administrativa.

 

TOCANTINS 

De acordo com a LOA – Lei Orçamentária Anual – de 2017, no Tocantins,, na divisão total da despesa por poderes e órgãos, o Poder Executivo contou com R$ 4,824 bilhões para a Administração Direta. Já a Administração Indireta R$ 4,903 bilhões.

Para o Poder Legislativo, o orçamento destinado foi de R$ 257,047 milhões e para o Judiciário, R$ 596,502 milhões. Para o Ministério Público (MPE), o orçamento foide R$ 198,220 milhões. A Defensoria Pública do Estado (DPE) terá R$ 124,517 milhões e o Tribunal de Contas (TCE) R$ 129,363 milhões de reais.

 

Só na Saúde, 92% do Orçamento vão para pagar salários de servidores.

 

Isso não é culpa da atual administração.  É culpa do acúmulo de benefícios e regalias que, governo após governo, os sindicatos foram amealhando, conseguindo por meio de greves e outros tipos de negociação nada ortodoxas, que deixaram os governos de mão atadas para tentar modificar a situação.

 

Enquanto isso, parlamentares que estão acumulando mandato sobre mandato, aprovando essas irresponsabilidades com o erário público, ao invés de tentar corrigir os erros do passado, só acumulam mais desmandos, deixando tudo explodir nas mãos dos atuais governantes.

 

A culpa não é do servidor que tem o salário inflado, muito menos dos comissionados, como querem imputar os cegos políticos, pois os salários só chegam aonde chegam, por conta de quem legisla e de quem sanciona.  É preciso que anomalias como um mesmo servidor, com a mesma função que outro, ganhe seis vezes menos, como vemos em Brasília, no Tocantins e nos demais estados da federação.

 

Se o Brasil, hoje, fala de Reforma da Previdência, que ela venha, mas que comece, como disse de forma messiânica o deputado federal Pedro Cunha Lima, reformando regalias, mordomias e supersalários.

 

Está na hora do povo gritar por si mesmo, cuidar do que é seu e não dar espaço para manobras que permitam aos poderosos continuarem nadando no dinheiro dos nossos impostos e contribuições.

 

Está na hora de dar um basta!

Posted On Quarta, 08 Novembro 2017 22:49 Escrito por
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