O único crime recebido pela PF das superintendências foi um caso de estelionato no Espírito Santo
Da CNN, em São Paulo
A Polícia Federal (PF) ainda não recebeu denúncias sobre fraudes em urnas eletrônicas das superintendências regionais. A informação é do jornal O Estado de São Paulo e foi confirmada pela CNN com fontes da PF.
De acordo com a analista da CNN Renata Agostini, a PF fez o pedido de todas as investigações realizadas desde 1996, quando os aparelhos começaram a ser usados, para atender uma solicitação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O único crime identificado até o momento foi um caso de estelionato no Espírito Santo.
Apesar de boa parte da busca ter sido feita, ainda não foi finalizada, visto que alguns casos precisam ser pesquisados manualmente.
O presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) tem sido um dos principais críticos das urnas eletrônicas, que, sem apresentar provas, diz que são alvos de fraudes. Dessa forma, o voto impresso passou a ser uma das bandeiras do líder do Executivo.
Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, e Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), foram nomeados para comandar a CBF por 30 dias, não são obrigados a aceitar e têm cinco dias para dar resposta
Com Estadão Conteúdo
A Justiça do Estado do Rio de Janeiro decidiu nesta segunda-feira, em primeira instância, destituir toda a direção da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que, nos termos da decisão, foi eleita segundo regras irregularmente alteradas. A Justiça determinou que a assembleia realizada em março de 2017 para alterar as normas da eleição perca seus efeitos e uma nova reunião seja realizada, no prazo de um mês, para debater e estipular essas regras.
Uma vez decididas as normas, nova eleição para a direção da entidade deve ser realizada no prazo de mais um mês. Os presidentes do Flamengo, Luiz Rodolfo Landim Machado, e da Federação Paulista de Futebol (FPF), Reinaldo Rocha Carneiro Bastos, foram nomeados para, transitoriamente, cumprirem as determinações judiciais, convocando o Colégio Eleitoral. Até que a nova diretoria eleita assuma, os atuais diretores da CBF devem permanecer nos cargos. A entidade já informou que vai recorrer.
Na eleição regida pelas regras alteradas na assembleia anulada, elegeu-se presidente da CBF Rogério Caboclo, que foi afastado do cargo em 6 de julho, após ser acusado de assédio sexual e moral por uma funcionária da entidade. Atualmente a CBF é dirigida interinamente por Antonio Carlos Nunes, que era o vice-presidente mais velho (a entidade tem vários).
A decisão foi tomada pelo juiz Mario Cunha Olinto Filho, da 2ª Vara Cível da Barra da Tijuca (zona oeste do Rio), em ação civil pública ajuizada em 2017 pela 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa do Consumidor e do Contribuinte do Rio de Janeiro. O argumento do MP-RJ foi de que a CBF desrespeitou a Lei Pelé ao realizar assembleia deliberativa para reforma do Estatuto, em 23 de março de 2017, sem respeitar a convocação obrigatória dos representantes dos clubes das séries A e B do Campeonato Brasileiro de futebol.
Durante essa assembleia, o peso dos votos dados pelas Federações e pelos clubes nas eleições foi alterado. Foram incluídos os clubes de segunda divisão, cujos votos ganharam peso 1, foi reduzido o peso dos votos dos clubes da primeira divisão (passaram a ter peso 2) e o voto de cada Federação passou de peso 1 para peso 3. Com isso, tornou-se impossível que a soma dos votos dos clubes das duas divisões, com os devidos pesos, alcançasse a maioria, em uma eleição para presidente da entidade. A escolha passou a depender dos votos das Federações.
A CBF argumentou que a Lei Pelé autoriza a adoção de pesos diversos para os votos, mas a Justiça considerou que os clubes da primeira divisão não foram convocados para a assembleia nem cientificados do que seria objeto de debate, além de não ter sido respeitada a composição mínima do colégio eleitoral. Por isso, a assembleia foi viciada, segundo a decisão desta segunda-feira, que tornou nulas as alterações das regras eleitorais ocorridas na reunião.
Uma nova assembleia deverá ser realizada no prazo de 30 dias, para a discussão das regras, e para ela devem ser convocadas as 27 Federações e os clubes membros do Colégio Eleitoral (apenas os da primeira divisão, nos termos do Estatuto de 2015, que estava em vigor à época, eis que a inclusão dos clubes de segunda divisão se deu justamente na assembleia considerada irregular).
Depois de discutidas as mudanças no sistema eleitoral (como os pesos, as exigências para candidaturas e a inclusão dos times de segunda divisão no Colégio Eleitoral), em até 30 dias deve ser realizada uma nova eleição para os cargos de presidente, vice-presidentes e/ou diretores da CBF. Os presidentes do Flamengo e da FPF foram nomeados para, transitoriamente, cumprirem as determinações, convocando o Colégio Eleitoral, e ficarão proibidos de concorrer na eleição. Eles têm cinco dias para informarem se aceitam ou não a função.
Apesar de ter decidido pela destituição da direção eleita no pleito de 2017, a Justiça determinou que os atuais dirigentes sejam mantidos em seus cargos até que se consagrem os novos eleitos, evitando-se vacância, descontinuidade e problemas administrativos para entidade.
O MP-RJ informou que nesta terça-feira vai requerer à Justiça o esclarecimento da sentença, para que seja imediatamente cumprida a destituição de todos os eleitos segundo as regras alteradas na assembleia anulada. Também vai solicitar que seja dado aos interventores o poder de demitir qualquer empregado da entidade que tenha, de qualquer forma, impedido o desenvolvimento da sua obrigação.
CBF - Em nota, a CBF informou que ainda não foi intimada nem tem conhecimento integral da sentença, mas anunciou que vai recorrer. "Ao longo de mais de quatro anos, a Justiça não enxergou urgência para examinar o pedido de anulação das referidas assembleias. Decidiu, inclusive, manter a realização da eleição da entidade em 2018, não tendo o MP-RJ recorrido daquela decisão. Agora, por conta de um suposto - mas inexistente - 'fato novo', o juiz entendeu de imprimir urgência para julgamento da ação, sem aguardar prévia manifestação do Superior Tribunal de Justiça acerca da competência para julgar o feito e mesmo sem ouvir a CBF", afirmou a entidade.
"Em prévio recurso, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro reconheceu que a discussão em questão não envolve a aplicação do Estatuto do Torcedor nem qualquer outro direito coletivo que justificasse a intervenção do Ministério Público na deliberação da associação privada", seguiu a CBF. "Para além de questionar a legitimidade do Ministério Público para ingressar com ação civil pública sob o falso pretexto de proteção dos torcedores, a CBF comprovou, no curso da ação, que as referidas assembleias foram realizadas respeitando integralmente a Constituição Federal, a legislação em vigor e o Estatuto Social da entidade, contando com a participação efetiva de Federações e clubes, que, instados pelo Ministério Público a se manifestarem nos autos da ação civil pública, não se opuseram às alterações", continua a nota da entidade.
"A CBF recorrerá da decisão, por sua clara afronta à Constituição Federal que, em seu artigo 217, confere autonomia de organização e funcionamento às entidades desportivas. A sentença também viola diversos dispositivos legais, dentre eles o art. 22 da Lei Pelé, que estabelece diretrizes acerca dos processos eleitorais das entidades esportivas, assim como o art. 90 da mesma lei, que proíbe dirigentes de clubes de exercerem cargo ou função em federações ou confederações", conclui a CBF.
Interventores. A Federação Paulista de Futebol divulgou nota em que informa que Bastos e Landim vão analisar a situação. "Os presidentes da FPF, Reinaldo Carneiro Bastos, e do Flamengo, Rodolfo Landim, informam que analisarão em conjunto com federações, clubes e advogados a decisão da Justiça do Rio de Janeiro que os nomeia interventores da CBF. Tão logo tomem uma decisão, (...) se manifestarão publicamente".
Seca e geada provocam desastre agrícola no Brasil que entra para a lista dos eventos climáticos com prejuízos bilionários no planeta no ano de 2021. Primeiro, a prolongada estiagem que assolou o Centro-Sul do país e ameaça os brasileiros também com crise de energia. E, na sequência, duas grandes massas de ar polar com intensa geada em diversos estados e que trouxe enormes prejuízos para o campo.
Do site Perfil News
A falta de chuva já tinha trazido imensa quebra na produção do milho segundo safra no Brasil, risco que desde o começo do ano a MetSul alertava. E, para piorar o cenário da cultura vieram duas grandes massas de ar polar, uma no final de junho e outra agora na terceira semana de julho, outro risco que era advertido, e que acabaram por agravar ainda mais a quebra do safrinha.
Os cálculos das perdas neste último evento de frio dos últimos dias ainda são feitos, mas já se sabe que no caso da café os prejuízos serão enormes e quase totais em algumas cidades, especialmente no Sul do estado de Minas Gerais, com reflexos não apenas neste ano, mas também em 2022, com reflexos para a produção nacional e as exportações.
Cenário devastador no café de Sul de Minas
A intensa massa de ar polar da última semana trouxe enormes prejuízos para a produção cafeeira nacional. A região mais atingida pela geada nas áreas produtoras de café foi o Sul de Minas Gerais, onde os prejuízos são descritos como os piores em 27 anos, desde a grande onda de frio de julho de 1994.
A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) estima que até 30% da área pode ter sofrido danos com casos, inclusive, de 70% da produção queimada. Para 2022, a expectativa é que sejam produzidas quatro milhões de sacas de café a menos no Sul de Minas
Prejuízo no café no Sul de Minas Gerais é o maior em 27 anos com cafezais queimados pela geada
“Cada região está levantando quais foram os níveis de estragos, mas são danos que podem comprometer não só a safra do ano que vem. Muitas lavouras eram novas, isso vai influenciar as produções de 2023 e 2024”, avaliou a o pesquisador da Epamig César Botelho em entrevista ao jornal O Tempo.
De acordo com a Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg), as regiões mais atingidas foram o Sul, Mogiana e o Cerrado Mineiro. Com o clima mais propício, o estado é um dos principais produtores de café do país e do mundo. “A safra já estava prejudicada com a estiagem do último ano, não teve um bom crescimento.
Para o próximo ano, o mercado esperava uma colheita maior. Mas, agora, a tendência é diminuir ainda mais a oferta”, explica Botelho. ”O café é muito importante não só para a agricultura, ele afeta toda a economia do estado. Ele possui uma importância social enorme, emprega muitas pessoas”, completa. O preço da saca de café, já em patamares recordes, pode se elevar ainda mais após o golpe na produção causado pelo frio.
Devido aos prejuízos causados pela geada da última semana, a Prefeitura de Coqueiral decretou estado de calamidade pública no município. Quase metade das propriedades produtoras de café, segundo a Emater, foram afetadas pela geada. Na cidade, como em outros municípios, há registros de lavouras inteiras que não devem produzir até 2022. Outra região duramente castigada pela geada em Minas Gerais foi a de Patrocínio com perdas de mais de metade da produção de café em algumas propriedades.
Grandes perdas na cana-de-açúcar em São Paulo
Os prejuízos em razão do frio se avolumam também na produção de cana. A maior região produtora do Brasil de cana-de-açúcar, na área de Ribeirão Preto, no interior do estado de São Paulo, teve o frio mais intenso em duas décadas na última semana. A temperatura em algumas cidades do interior paulista, segundo dados da Ciagro, aproximou-se de 5ºC abaixo de zero com as geadas mais severas do ano.
A cultura de cana-de-açúcar já vinha sofrendo com a forte estiagem desde o ano passado e a sequência de massas de ar polar com geada forte a severa na última semana acabou por agravar ar perdas ainda mais. O setor já estima que a sucessão de episódios de frio muito intenso pode determinar uma quebra da safra. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima a safra 2021/22 de cana no Centro-Sul do Brasil em 574,80 milhões de toneladas, com uma queda de 4,6% ante 2020/21.
Enormes perdas no milho
O milho é outra cultura que está sendo duramente castigada neste inverno. Às perdas da estiagem forte e prolongada se somaram as do frio no final de junho e neste mês de julho com duas grandes ondas de frio que trouxeram geada forte a severa para muitas cidades do Centro-Sul do Brasil.
A agência de relatório de preços britânica AgriCensus aponta que o clima no País pode provocar uma “perda de safra histórica”. Os danos se concentram principalmente no Paraná e no Mato Grosso do Sul.
A mínima na última semana baixou a 7,9ºC negativos na estação do Instituto Nacional de Meteorologia em General Carneiro, no Sul do estado do Paraná. Várias cidades do Mato Grosso do Sul registraram mínimas negativas ou perto de 0ºC a ponto de ter geado no Sul do vizinho estado de Goiás.
Diversas empresas de análise do mercado avaliam que pode faltar milho no mercado brasileiro no segundo semestre em razão das perdas provocadas pela geada e o clima muito mais seco que o habitual, o que levaria o país a ter que importar grãos com reflexos para o consumidor e nos custos de toda a cadeia produtiva dependente do milho.
Perdas também nos cítricos
Outro setor que sente os efeitos da sucessão de intensas massas de ar frio é dos cítricos. A forte geada da última semana no interior do estado de São Paulo afetou pomares e lavouras com temor de perdas significativas.
Há grande preocupação com a produção de laranja na safra atual e com o estado das plantas para a próxima safra, uma vez que a geada atingiu as árvores em um momento crítico de desenvolvimento e que já estavam castigadas pela falta de chuva. Produtores antecipam que haverá perda de qualidade das laranjas que estão nos pés e em alguns locais ainda houve queda de frutos com o frio.
De mãos dadas com a deputada, o médico Daniel França se pronunciou após suspeitas de violência doméstica
Com CNN
Ao lado da deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP), que ainda apresenta hematomas pelo rosto, o médico Daniel França, marido da parlamentar, negou as acusações de que ele teria relação com o incidente que ocorreu com sua esposa. Nas redes sociais, a possibilidade de violência doméstica foi levantada, argumento que a deputada sempre negou.
Falando à imprensa e de mãos dadas com Joice durante toda a entrevista, Daniel afirmou que nunca teve uma postura agressiva com alguém. "Nunca agredi ninguém, nunca dei tapa em ninguém, murro em ninguém", pontuou neste domingo, 25, ao receber jornalistas no apartamento que divide com a parlamentar. "Jamais faria isso", completou.
O marido da parlamentar acrescentou achar "natural" a suposição de violência doméstica, mas que está "tranquilo" diante dessas suspeitas. "Tudo que for possível fazer para esclarecer isso, estou fazendo. O maior interessado na solução disso sou eu; é minha família, é minha esposa", afirmou.
Ainda assim, Daniel assumiu que a suspeita o entristece. "Não vou dizer que não, claro que entristece, mas tenho recebido muitas mensagens de solidariedade de pessoas que me conhecem há muitos anos".
Investigação
Joice informou ainda que passou dois nomes suspeitos, que poderiam ter relação com o incidente, à Polícia Legislativa (Depol). "Um deles é um desafeto político, com acesso muito fácil [ao prédio]", detalhou a deputada, que acredita que possa ter sido vítima de um atentado.
A deputada já prestou depoimento ao Depol - responsável por cuidar da segurança dos parlamentares - que abriu investigação; o caso corre em sigilo.
Entenda
Joice Hasselmann relatou ter acordado ensanguentada no domingo passado, dia 18, em seu apartamento funcional em Brasília. A parlamentar diz que não se lembra do que ocorreu. Ela sofreu fraturas no rosto e na costela, além de hematomas no joelho, tórax e cabeça.
Em SP, manifestantes colocam fogo na estátua de Borba Gato
De acordo com a Polícia Miitar, monumento do bandeirante paulista foi danificado; ninguém foi preso
Por Emilio Sant'Anna
Cerca de 20 pessoas atearam fogo em pneus na base da estátua do Borba Gato, na zona sul de São Paulo, no inicio da tarde deste sábado, 24. De acordo com a Polícia Militar, o monumento foi danificado. Tratou-se de uma manifestação e ninguém foi detido.
Uma equipe do Corpo de Bombeiros foi enviada ao local às 14h06 e o fogo foi extinto rapidamente. Não houve registros de feridos ou qualquer outro incidente.
A estátua é alvo de reiterados protestos nos últimos anos. Nas redes sociais o incêndio levantou novamente a discussão sobre o papel de Borba Gato na escravidão de índios e negros no Brasil.
Borba Gato foi um bandeirante paulista que no século 18 caçou indígenas e negros. Atualmente, o papel desses pioneiros na interiorização do País é conhecido e a condição de símbolo do Estado é questionada. Além de caçar, aprisionar e traficar a população indígena, há fartos registros de estupros e mortes.
Os bandeirantes eram homens que trabalhavam na região sudeste com a exploração de minérios, escravização de indígenas e captura de escravos fugitivos no século 17. São Paulo estava na margem da colônia brasileira; foi, por muito tempo, uma região indígena e jesuítica, e veio a se urbanizar com maior intensidade apenas no final do século 19.
Monumento às Bandeiras e Borba Gato
Localizado na praça Armando Salles de Oliveira, parte do complexo do Parque Ibirapuera, na zona sul da cidade, o Monumento às Bandeiras é uma obra esculpida em granito por Victor Brecheret (1894-1955). A escultura foi inaugurada em 1954 em comemoração aos 400 anos de São Paulo. Nela, se pode ver um bandeirante, montado em um cavalo, à frente de um grupo formado por indígenas, mamelucos e portugueses que puxam uma embarcação.
Já a estátua que representa o bandeirante Manuel de Borba Gato está situada entre as Avenidas Santo Amaro e Adolfo Pinheiro, também na zona sul. A peça de cerca de 13 metros de altura, contando o pedestal, esculpida em argamassa e trilhos, foi criada por Júlio Guerra (1912-2001) e concluída em 1963.
As homenagens aos bandeirantes, contudo, não param apenas nessas esculturas: a sede do governo do Estado é conhecida como Palácio dos Bandeirantes. As principais rodovias de São Paulo também têm nomes que remetem aos sertanistas - como Anhanguera, Fernão Dias e a dos Bandeirantes.