ISTOÉ MOSTRA O CONTRASTE ENTRE OS DOIS MUNDOS DE MICHELLE BOLSONARO. VEJA FALA SOBRE A FESTA NO MERCADO ECONÔMICO E ÉPOCA SOBRE O FIM DA ERA TEMER
ISTOÉ
Os dois mundos de Michelle Bolsonaro
Enquanto a realidade do poder aguarda a futura primeira-dama, seus familiares mantêm uma vida humilde num casebre a 500 metros de uma boca de fumo situada na precária Ceilândia, cidade a 26 quilômetros do centro da capital federal onde ela nasceu Na quarta-feira (21), a futura primeira-dama do Brasil, Michelle, mulher do presidente eleito Jair Bolsonaro, conheceu o suntuoso palácio em que poderá se instalar a partir do dia 1º de janeiro. Durante pouco mais de uma hora, foi conduzida pela atual primeira-dama, Marcela Temer, pelas salas e corredores dos sete mil metros quadrados do Palácio da Alvorada, construção de três andares em mármore e concreto concebida por Oscar Niemeyer no final da década de 1950.
A 26 quilômetros dali, seu pai, Vicente de Paulo, seguia sua rotina de motorista de ônibus aposentado, ao lado da atual mulher e madrasta de Michele, Maísa Torres, na casa em que moram numa quadra da Ceilândia Norte, periferia do Distrito Federal. Ali, Vicente e Maísa tocam seu pequeno negócio, uma serigrafia que imprime camisetas para a Igreja Adventista da qual fazem parte, e que Michele também frequentava quando vivia em Brasília.
A situação de vulnerabilidade é incontestável, principalmente em se tratando da família da mulher do futuro presidente do Brasil. Há uma boca de fumo instalada a 500 metros da porta, no final da rua. O casal admite preocupação. “Falta polícia para tirar esses criminosos daqui. A gente já pediu, mas não foi atendido”, revela a madrasta de Michelle Bolsonaro, a quem ela chama de “segunda mãe”.
Era ali, em outra casa próxima na mesma região de Ceilândia, que Michelle vivia antes de conhecer, se casar com Jair Bolsonaro e se mudar para o Rio de Janeiro, onde os dois vivem atualmente. Em tudo, o ambiente, a região, os hábitos, a realidade é diametralmente oposta da que Michelle encontrará quando retornar definitivamente a Brasília para viver.
Seja no Alvorada ou mesmo na Granja do Torto, caso opte por se acomodar lá. O cômodo reservado para ela no Alvorada foi decorado com sofás do renomado designer italiano Tobia Scarpa e tapetes persas. Já a casa de Vicente, seu pai, e Maísa, a madrasta, exibe no beco em frente um lixo acumulado, o que confere ao lugar um aspecto de abandono. O acesso ao local é feito por um asfalto maltratado pelas chuvas. Recentemente, nos arredores, houve uma tentativa de estupro. Por isso, eles não descuidam da segurança, com grades que ocupam do chão até o teto.
VEJA
A festa do mercado
O governo de Jair Bolsonaro ainda não começou, mas já pode contar com uma boa notícia. A economia brasileira ensaia finalmente um movimento de recuperação consistente, com a volta gradual da confiança de empresários e consumidores, depois de um quadriênio de recessão profunda seguida de baixo crescimento. Mais do que isso: tanto o mercado financeiro quanto o empresariado estão animados e confiantes para 2019, o que pode se tornar uma profecia autorrealizável: otimistas, financistas e executivos abrem a mão para contratar e investir, o que por si só ajuda a empurrar o crescimento do país.
Bancos e consultorias começam a revisar para cima a projeção de expansão do produto interno bruto (PIB) em 2019 — o consenso no mercado aponta uma alta de 2,5%, que, se confirmada, será o melhor resultado em seis anos.
Trata-se de um fenômeno avalizado por uma série de indicadores e acontecimentos nas últimas semanas. Entre os fatores mais significativos que trazem ânimo ao setor privado está a composição da equipe econômica do novo governo com profissionais experientes e tarimbados nos cargos-chave: é a sinalização de que o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, terá força e autonomia para implementar suas ideias, neutralizando, por ora, as suspeitas de que o estatismo histórico de Bolsonaro poderia prevalecer no governo.
Guedes pretende imprimir medidas para melhorar o ambiente de negócios sem abrir mão de políticas fiscais e monetárias responsáveis. Será o grande teste de Bolsonaro no campo econômico. A prioridade, obviamente, é a reforma da Previdência, sem a qual o próximo governo não terá condições a curto e médio prazo de reequilibrar as finanças públicas — e isso pode minar o otimismo que está se espalhando. Com as contas no vermelho, será inviável melhorar a qualidade dos serviços públicos em áreas fundamentais como saúde, educação e segurança.
ÉPOCA
“Não vou sentir falta de nada”
Em um cair de tarde chuvoso, Michel Miguel Elias Temer Lulia, de 78 anos, o 37º presidente do Brasil, estava sentado na cabeceira de uma longa mesa de madeira em um dos salões do Palácio da Alvorada, em Brasília.
Dali a 42 dias, Temer deixaria o cargo a que foi catapultado depois do impeachment da presidente Dilma Rousseff, de quem era vice. Recebeu Época no palácio em que morou por apenas uma semana – por considerá-lo grande, frio, impessoal demais, voltou ao Jaburu.
Na conversa, falou sobre o que aprendeu no poder, os palpites dados ao seu sucessor, Jair Bolsonaro (em quem disse ter votado no segundo turno), e o futuro a partir de 1º de janeiro. "Não vou sentir falta de nada", disse sobre os anos na presidência. Istoé mostra o contraste entre os dois mundos de Michelle Bolsonaro Poder aguarda a futura primeira-dama; já seus familiares mantêm uma vida humilde. ISTOÉ Os dois mundos de Michelle Bolsonaro Enquanto a realidade do poder aguarda a futura primeira-dama, seus familiares mantêm uma vida humilde num casebre a 500 metros de uma boca de fumo situada na precária Ceilândia, cidade a 26 quilômetros do centro da capital federal onde ela nasceu Na quarta-feira (21), a futura primeira-dama do Brasil, Michelle, mulher do presidente eleito Jair Bolsonaro, conheceu o suntuoso palácio em que poderá se instalar a partir do dia 1º de janeiro. Durante pouco mais de uma hora, foi conduzida pela atual primeira-dama, Marcela Temer, pelas salas e corredores dos sete mil metros quadrados do Palácio da Alvorada, construção de três andares em mármore e concreto concebida por Oscar Niemeyer no nal da década de 1950. A 26 quilômetros dali, seu pai, Vicente de Paulo, seguia sua rotina de motorista de ônibus aposentado, ao lado da atual mulher e madrasta de Michele, Maísa Torres, na casa em que moram numa quadra da Ceilândia Norte, periferia do Distrito Federal. Ali, Vicente e Maísa tocam seu pequeno negócio, uma serigraa que imprime camisetas para a Igreja Adventista da qual fazem parte, e que Michele também frequentava quando vivia em Brasília. A situação de vulnerabilidade é incontestável, principalmente em se tratando da família da mulher do futuro presidente do Brasil. Há uma boca de fumo instalada a 500 metros da porta, no nal da rua. O casal admite preocupação. “Falta polícia para tirar esses criminosos daqui. A gente já pediu, mas não foi atendido”, revela a madrasta de Michelle Bolsonaro, a quem ela chama de “segunda mãe”. Era ali, em outra casa próxima na mesma região de Ceilândia, que Michelle vivia antes de conhecer, se casar com Jair Bolsonaro e se mudar para o Rio de Janeiro, onde os dois vivem atualmente. Em tudo, o ambiente, a região, os hábitos, a realidade é diametralmente oposta da que Michelle encontrará quando retornar denitivamente a Brasília para viver. Seja no Alvorada ou mesmo na Granja do Torto, caso opte por se acomodar lá. O cômodo reservado para ela no Alvorada foi decorado com sofás do renomado designer italiano Tobia Scarpa e tapetes persas. Já a casa de Vicente, seu pai, e Maísa, a madrasta, exibe no beco em frente um lixo acumulado, o que confere ao lugar um aspecto de abandono. O acesso ao local é feito por um asfalto maltratado pelas chuvas. Recentemente, nos arredores, houve uma tentativa de estupro. Por isso, eles não descuidam da segurança, com grades que ocupam do chão até o teto. VEJA A festa do mercado Com os sinais de retomada do crescimento e a composição da equipe econômica de Paulo Guedes, empresários e investidores voltam a car otimistas Da redação, 25 de novembro de 2018 Compartilhar 8 Tweetar 25/11/2018 Istoé mostra o contraste entre os dois mundos de Michelle Bolsonaro - Notícias - Revistas semanais - Nominuto.com http://www.nominuto.com/noticias/revistas-semanais/istoe-mostra-o-contraste-entre-os-dois-mundos-de-michelle-bolsonaro/177921/ 2/3 O governo de Jair Bolsonaro ainda não começou, mas já pode contar com uma boa notícia. A economia brasileira ensaia nalmente um movimento de recuperação consistente, com a volta gradual da conança de empresários e consumidores, depois de um quadriênio de recessão profunda seguida de baixo crescimento. Mais do que isso: tanto o mercado nanceiro quanto o empresariado estão animados e conantes para 2019, o que pode se tornar uma profecia autorrealizável: otimistas, nancistas e executivos abrem a mão para contratar e investir, o que por si só ajuda a empurrar o crescimento do país. Bancos e consultorias começam a revisar para cima a projeção de expansão do produto interno bruto (PIB) em 2019 — o consenso no mercado aponta uma alta de 2,5%, que, se conrmada, será o melhor resultado em seis anos. Trata-se de um fenômeno avalizado por uma série de indicadores e acontecimentos nas últimas semanas. Entre os fatores mais signicativos que trazem ânimo ao setor privado está a composição da equipe econômica do novo governo com prossionais experientes e tarimbados nos cargos-chave: é a sinalização de que o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, terá força e autonomia para implementar suas ideias, neutralizando, por ora, as suspeitas de que o estatismo histórico de Bolsonaro poderia prevalecer no governo. Guedes pretende imprimir medidas para melhorar o ambiente de negócios sem abrir mão de políticas scais e monetárias responsáveis. Será o grande teste de Bolsonaro no campo econômico. A prioridade, obviamente, é a reforma da Previdência, sem a qual o próximo governo não terá condições a curto e médio prazo de reequilibrar as nanças públicas — e isso pode minar o otimismo que está se espalhando. Com as contas no vermelho, será inviável melhorar a qualidade dos serviços públicos em áreas fundamentais como saúde, educação e segurança.
ÉPOCA
“Não vou sentir falta de nada”
Os últimos dias de Michel Temer no poder Em um cair de tarde chuvoso, Michel Miguel Elias Temer Lulia, de 78 anos, o 37º presidente do Brasil, estava sentado na cabeceira de uma longa mesa de madeira em um dos salões do Palácio da Alvorada, em Brasília. Dali a 42 dias, Temer deixaria o cargo a que foi catapultado depois do impeachment da presidente Dilma Rousseff, de quem era vice. Recebeu Época no palácio em que morou por apenas uma semana – por considerá-lo grande, frio, impessoal demais, voltou ao Jaburu. Na conversa, falou sobre o que aprendeu no poder, os palpites dados ao seu sucessor, Jair Bolsonaro (em quem disse ter votado no segundo turno), e o futuro a partir de 1º de janeiro. "Não vou sentir falta de nada", disse sobre os anos na presidência. Leia em Época desta semana os detalhes dessa conversa e também um poema inédito escrito por Temer.
Leia em Época desta semana os detalhes dessa conversa e também um poema inédito escrito por Temer.
Desde o dia 12 de novembro, os tocantinenses nos noticiários acompanham inúmeros episódios de um estardalhaço público, após a Polícia Civil deflagrar a Operação Expurgo, conhecida em todo o País como o Escândalo do Lixo
Por Edson Rodrigues
Uma situação desconfortável para muitos que gostariam de ver o Estado em manchetes positivas, e não o oposto. O enredo traz a tona cada vez mais nomes, personalidades, supostos envolvidos. Não podemos fingir que não há gravidade na Operação que investiga sobre o descarte de lixo hospitalar. As irregularidades já foram comprovadas, e estas envolvem a família do deputado estadual Olyntho Neto.
Começa com um contrato com licença de licitação no valor de R$500 mil reais, apesar de até o momento nenhuma mensalidade ter sido paga pelo governo do Tocantins, por meio da Secretaria de Saúde. Há poucos dias a 2ª fase da operação trouxe a público um aterro clandestino, supostamente na fazenda de propriedade do parlamentar, que era líder do governo Mauro Carlesse na Assembleia. O deputado entregou a função após o início das investigações.
O Executivo, no decorrer destes dias se posicionou conforme os fatos foram aparecendo e os questionamentos realizados. Se convenceu a população ou não, não cabe a nós. Mas, diante de todo este cenário o silêncio do Legislativo causa intriga e questionamentos. Aqueles que têm a função de fiscalizar, ser o porta-voz dos interesses sociais hoje estão em silêncio. Uma Assembleia muda e surda, talvez cega. Se eles veem e ouvem o que esta acontecendo não se sabe, mas não falam, não comentam, seguem suas atividades normalmente.
Lixo encontrado na Fazenda da Família Olyntho Neto
Neste sábado, 24 de novembro, o caso foi exibido em três telejornais a nível nacional, em apenas uma emissora. Mas tem ganhado destaque em noticiários de rádio e sites do País. Transbordou os limites estaduais e tornou-se um escândalo nacional. É momento do Poder Legislativo via Conselho de Ética, se posicionar, abrir um expediente para a apuração dos fatos, se ouve ou não a prática de decoro parlamentar do ex-líder do governo.
A abertura deste procedimento vai mostrar transparência da Casa de Leis, e até caso, se for concluído que o deputado não tenha envolvimento trazer a verdade à tona restabelecendo a paz e demonstrando o respeito da Assembleia pelos cidadãos.
O que não justifica é a omissão da Mesa Diretora da Assembleia, o que demonstra conivência, mesmo que involuntária, com a situação. A deputada Luana Ribeiro, presidente da Casa e do mesmo partido do deputado Olyntho, fez parte da mesma base política, em que reelegeram o governador Mauro Carlesse, mas isso não pode interferir na imagem do Legislativo, que tem se mostrado fraco e sem postura.
O deputado Olyntho Neto a presidente Luana Ribeiro e deputado Elenil da Penha
Uma declaração da Assembleia é aguardada por todos da área de comunicação, e a sociedade espera que a nobre deputada se pronuncie, pois instituições como o Ministério Público Estadual (MPE), Tribunal de Contas do Estado (TCE) e Polícia Civil já se posicionaram sobre o caso, em que tem contribuído com as investigações.
Por presidir a Casa de Leis, Luana Ribeiro deve levar a discussão aos membros da mesa diretora. É inadmissível fingir que não existe uma situação desconfortável no Tocantins que envolve dinheiro público, um membro da Assembleia. O caso tem repercussão nacional e se a deputada continuar com o mesmo posicionamento de não mencionar o fato, corre o risco de ser tachada de presidente faz de conta.
Unitins oferece expertise profissional e estrutura para oferta dos cursos nas modalidades presencial ou a distância
Por Charlyne Sueste
A Universidade Estadual do Tocantins (Unitins), por meio da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, está aberta a parcerias, contratos e convênios com instituições públicas ou privadas para a oferta e realização de pós-graduação Lato Sensu (MBA ou especialização).
A exemplo cita-se o convênio assinado nesta sexta-feira, 23, com o Governo do Estado por meio da Secretaria de Estado da Educação, Juventude e Esportes (Seduc), para a realização da pós-graduação – especialização em Gestão Educacional, que será ofertada a professores das redes públicas estadual e municipal do Tocantins. O convênio entre Unitins e Governo do Estado/Seduc foi assinado pelo reitor, Augusto Rezende, e pela secretária Adriana Aguiar.
A Unitins dispõe de equipe técnica e docente para atendimento a diferentes áreas de conhecimento e atuação profissional, além de expertise comprovada em anos de ensino a distância com equipe técnica própria, estrutura física e tecnológica, inclusive com ambiente virtual de aprendizagem próprio, e equipamentos para gravação de videoaula, seminários, entrevistas e outras ações e eventos. Para os cursos ofertados na modalidade presencial, a Unitins dispõe de Câmpus Universitário em Palmas com salas de aula devidamente equipadas.
Instituições públicas ou privadas interessadas em firmar parceria com a Unitins para a oferta de pós-graduação Lato Sensu podem entrar em contato pelos telefones (63) 3218-2940 ou 3218-4949, ou ainda pelos e-mails Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
Convênio com Seduc
Durante a assinatura do convênio com a Seduc, o reitor da Unitins, Augusto Rezende, enfatizou que parcerias entre os órgãos públicos do Estado são importantes e fortalecem o Tocantins ao ponto que valorizam os profissionais que aqui atuam, as instituições daqui e, principalmente, uma instituição estadual como a Unitins.
“Esse é um momento interessante e importante que sela mais uma vez o compromisso do Governo de estabelecer relações entre suas Secretarias e demais órgãos, buscando discutir e encontrar em conjunto as melhores soluções para os desafios do Estado. Muitas vezes temos todas as soluções aqui, internamente a nível de Tocantins, mas achamos que a solução do nosso problema está fora, em São Paulo, Brasília, em qualquer outro lugar do país, enquanto na verdade temos a solução ao nosso lado, bastando apenas reconhecer e acreditar nesse potencial”, pontuou o reitor.
Augusto Rezende enfatizou que a Unitins é uma instituição de ensino que está a serviço da sociedade, participando ativamente do desenvolvimento do Tocantins e estando à disposição para ajudar outras instituições que tenham interesse em promover o ensino por meio de pós-graduações Lato Sensu.
A secretária da Educação, Adriana Aguiar, destacou que “esse convênio com a Unitins é a primeira de muitas ações que realizaremos com a Universidade. Acreditamos na importância da universidade para a disseminação do conhecimento e da pesquisa como fator de fortalecimento da ciência. Desejamos que todos os gestores aptos a participarem da especialização aproveitem o máximo proporcionado pela parceria”.
Especialização em Gestão Educacional
Ao todo serão abertas 540 vagas aos professores e gestores de escolas públicas municipais e estaduais do Tocantins que fizeram o Programa de Capacitação a Distância para Gestores Escolares (Progestão). O edital será publicado no Portal da Unitins ( www.unitins.br ) na próxima segunda-feira, 26, quando também serão abertas as inscrições, que seguirão até o dia 10 de dezembro.
Ex-presidentes, Antonio Palocci, Guido Mantega e João Vaccari Neto se tornaram réus em ação contra 'quadrilhão do PT' junto à Justiça Federal
Por iG São Paulo
Os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos do Partido dos Trabalhadores, tornaram-se réus por organização criminosa em processo contra o chamado quadrilhão do PT .
A denúncia foi aceita nesta sexta-feira (23) pelo juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília. Além de Lula e Dilma, também viraram réus nessa ação penal os ex-ministros Antonio Palocci e Guido Mantega, e o ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores João Vaccari Neto.
O quinteto é acusado de ter integrado organização criminosa ao supostamente cometerem "diversos crimes contra a Administração Pública (entre os quais corrupção) e lavagem de dinheiro". A denúncia, oferecida ainda no ano passado pelo então procurador-geral da República , Rodrigo Janot, cita supostas práticas criminosas no âmbito do Ministério de Minas e Energia, da Petrobras, construtoras Odebrecht, Andrade Gutierrez, OAS e UTC, e J&F/BNDES.
"Considero ser a denúncia idônea e formalmente apta a dar início à presente ação penal
contra os denunciados, razão pela qual a recebo em face de LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA, DILMA VANA ROUSSEF, ANTONIO PALOCCI FILHO, GUIDO MANTEGA e JOÃO VACARI NETO, como incursos nas condutas tipificadas acima", escreveu o juiz Vallisney em seu despacho.
A senadora Gleisi Hoffmann, presidente nacional do Partido dos Trabalhadores , e seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, também foram denunciados pelo ' quadrilhão do PT' , mas a denúncia contra eles foi desmembrada devido ao fato de eles possuírem foro privilegiado.
Ao receber a denúncia, o magistrado do Distrito Federal determinou prazo de 15 dias para as defesas dos agora réus apresentarem resposta às acusações, pedirem preliminares e alegarem "tudo o que interesse às defesas", bem como oferecer documentos e justificações, especificar ou produzir provas, arrolando e qualificando testemunhas para serem ouvidas em audiência.
De acordo com a denúncia recebida nesta sexta-feira, os crimes praticados pelos integrantes do 'quadrilhão' foram cometidos entre 2002 (quando Lula assumiu a Presidência) e maio de 2016 (quando Dilma deixou o Planalto por ocasião do impeachment).
Janot especificou na acusação que a atuação do grupo possibilitou o recebimento de propina no valor de R$ 1,485 bilhão, por meio da utilização de órgãos públicos como a Petrobras, o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) e o Ministério do Planejamento.
"Nesse sentido, Lula, de 2002 até maio de 2016, foi uma importante liderança, seja por que foi um dos responsáveis pela constituição da organização e pelo desenho do sistema de arrecadação de propina, seja por que, na qualidade de presidente da República por 8 anos, atuou diretamente na negociação espúria em torno da nomeação de cargos públicos com o fito de obter, de forma indevida, o apoio político necessário junto ao PP e ao MDB para que seus interesses e do seu grupo político fossem acolhidos no âmbito do Congresso Nacional", escreveu Janot na denúncia.
À época do oferecimento da denúncia, o PT divulgou nota afirmando que "não há fundamento" nas acusações e que elas eram uma tentativa de Janot em "desviar o foco de outras investigações". O partido também disse que há "perseguição e seletividade de agentes públicos que tentam incriminar a legenda para enfraquecê-la politicamente".
As defesas de Lula , Dilma, Palocci, Guido e Vaccari Neto ainda não se manifestaram sobre o recebimento da denúncia.
Segundo investigações, propina milionária foi distribuída a partir do superfaturamento em obras para sede da Petrobras na Bahia; inicialmente orçado em R$ 320 milhões, empreendimento custou R$ 1,3 bilhão à estatal
Por iG São Paulo
O Partido dos Trabalhadores (PT), diretores da Petrobras e do fundo de pensão Petros repartiram propina superior a R$ 68 milhões no âmbito do superfaturamento nas obras do conjunto Pituba, construído para sediar a estatal na Bahia. A conclusão é dos investigadores da força-tarefa da Operação Lava Jato, que deflagrou nesta sexta-feira (23) sua 56ª fase para combater o esquema.
De acordo com a procuradora Isabel Vieira Groba, da Lava Jato , as investigações revelaram a existência de um "esquema bastante orquestrado e organizado" para a "sangria dos cofres da Petrobras e atentado à higidez do fundo de pensão Petros".
Os pagamentos de propina, segundo apuraram Polícia Federal e Ministério Público Federal (MPF), foram acertados entre dirigentes da Petrobras e da Petros ao contratarem a empresa Mendes Pinto Engenharia para ser a gerenciadora das obras para construção do conjunto Pituba.
"O fundo Petros aportou recursos para construção do conjunto Pituba, a fim de abrigar a nova sede da Petrobras, em contrapartida ao recebimento de aluguéis por um prazo de 30 anos. Há indicativos que houve direcionamento para a Odebrecht e OAS para que elas ganhassem essa obra e a superfaturassem", explicou o delegado da PF Felipe Eduardo Hideo Hayashi.
A Mendes Pinto recebeu R$ 69 milhões para contratar as empreiteiras responsáveis pelas obras e para gerenciar os trabalhos. Os preços previstos na cotação, no entanto, teriam sido previamente acertados pelas próprias construtoras Odebrecht e OAS, que, desse modo, venceram a concorrência. Segundo as investigações, outras empresas foram cooptadas para apresentarem propostas e, assim, dar ar de legalidade à concorrência.
"Vários grupos de trabalho foram montados e seus integrantes se conluiaram com os dirigentes da Petrobras e também da Petros para fraudar todo o procedimento que culminou com a contratação da Odebrecht e da OAS para tocar a obra", disse Isabel.
De acordo com as investigações, houve pagamentos mensais de pagamento de propina nessa obra, entre 2011 e 2016. A construção do conjunto Pituba, cotada em R$ 320 milhões em 2008, totalizou custos de R$ 1,3 bilhão à Petrobras devido a aditivos nos contratos.
A propina ao PT, a diretores da Petrobras e da Petros, conforme apuraram os investigadores, girava entre 7% e 9% dos valores recebidos pelas empreiteiras. A OAS efetuava pagamentos em espécie em hotéis em São Paulo e na própria sede da construtora. Já a Odebrecht usava contas offshore sediadas no exterior e distribuía valores por meio do chamado departamento da propina.
De acordo com a procuradora da Lava Jato, 1% de todo o valor da obra era destinado ao Partido dos Trabalhadores por meio da cunhada de João Vaccari Neto, então tesoureiro do partido. Os valores eram pagos em espécie e também por meio de doações ao diretório do PT.
As investigações que resultaram na 56ª fase da Lava Jato tiveram início a partir de sindicância realizada pela Petrobras em 2014, e também nos depoimentos prestados por dois operadores ligados ao doleiro Alberto Youssef. Os mandados da nova fase da operação foram autorizados pela juíza Gabriela Hardt, de Curitiba, a partir de duas representações apresentadas pela PF e pelo MPF