Petrobras busca medidas cabíveis para garantir que a YPFB boliviana cumpra com o contrato de fornecimento do insumo, já que, a longo prazo, o corte poderia representar aumentos no mercado interno

 

Com Agência

Sem aviso prévio, a Bolívia cortou em 30% o fornecimento de gás natural à Petrobras neste mês e a estatal foi pega de surpresa. A empresa brasileira sofreu um corte equivalente a mais ou menos de 7 milhões de metros cúbicos de gás ao dia. A estatal boliviana YPFB vinha fornecendo a Petrobras algo em torno de 20 milhões de metros cúbicos por dia. Diante do não previsto, a Petrobras precisou buscar caminhos alternativos e está comprando volumes adicionais de gás natural de liquefeito (GNL) para atender compromissos e contratos com fornecedores no mercado interno. O principal problema da situação é que o GNL é muito mais caro do que o gás natural. Se essa situação persistir por muito tempo, o gás fornecido pela Petrobras pode ficar mais caro. A estatal brasileira de petróleo informou que já está buscando medidas cabíveis para garantir que a YPFB boliviana cumpra com o contrato de fornecimento de gás para ao Brasil. O gás que foi cortado estaria sendo realocado para a Argentina, que vive um período de temperaturas muito baixas e estaria precisando do insumo para aquecimento da população.

 

CORTE DO GÁS

 

O presidente Jair Bolsonaro (PL) comentou a redução do fornecimento de gás natural pela estatal boliviana YPFB (Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos) à Petrobras. Segundo o chefe do Executivo, o país vizinho e a estatal brasileira de petróleo agem juntos para prejudicá-lo e favorecer os seus rivais políticos.

 

“A Bolívia cortou 30% do nosso gás pra entregar pra Argentina. Como agiu a Petrobras nessa questão também? O gás, se tiver que comprar de outro local, é 5 vezes mais caro. Quem vai pagar a conta? E quem vai ser o responsável? É um negócio que parece orquestrado para exatamente favorecer vocês sabem quem”, disse Bolsonaro a apoiadores, sem citar nomes.

 

Durante o mês de maio, a Petrobras vem recebendo cerca de 30% a menos da quantidade de gás natural contratada com a YPFB. A importação média da estatal brasileira estava em torno de 20 milhões de metros cúbicos de gás, segundo fontes da empresa.

 

A Petrobras disse que a redução tem causado impacto no planejamento operacional da companhia e que está tomando as medidas necessárias para que o contrato seja cumprido.

 

Posted On Terça, 24 Mai 2022 05:33 Escrito por

Após o ex-governador João Doria (PSDB-SP) desistir de disputar a Presidência da República, o PSDB vai inaugurar, já nesta terça-feira (24), um novo capítulo de embates no partido sobre quem deve ser o candidato dos tucanos ao Palácio do Planalto.

 

POR JULIA CHAIB

 

A divergência se dará entre o apoio à candidatura de Simone Tebet (MDB-MS) e a tese de que outro nome do próprio PSDB deve ser lançado para se contrapor à polarização entre Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

 

De um lado, um grupo capitaneado pelo deputado Aécio Neves (PSDB-MG) defenderá que o partido tenha candidato próprio, posição já externada pelo parlamentar anteriormente.

 

A ideia é ressuscitar o nome do ex-governador gaúcho Eduardo Leite (PSDB), sob o argumento de que ele reúne condições para ser candidato à Presidência e porque ele foi o segundo colocado nas prévias do partido. Se Leite não topar, essa ala de tucanos defende pensar em outra alternativa interna.

 

Esse grupo vai se contrapor ao que quer o presidente do PSDB, Bruno Araújo, que defende apoiar a candidatura de Simone Tebet ao Planalto.

 

O ex-senador José Aníbal defende uma candidatura própria e diz que o PSDB pode discutir os nomes de Leite e do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) para representarem o partido.

 

"O candidato à Presidência que estava posto na conversa entre PSDB, Cidadania e MDB era o Doria. Agora nós queremos que o PSDB tenha outro candidato, inclusive podemos continuar a conversa com MDB. É essa a vontade que estou colhendo do Brasil inteiro", diz. "Tenho certeza que uma candidatura do PSDB vai despertar interesse na população", afirma Aníbal.

 

Após a desistência de Doria, o ex-governador Eduardo Leite publicou mensagem nas redes sociais na qual elogia o gesto do tucano, diz que foi "importante" e "merece respeito". "O PSDB teve candidato legítimo, oriundo das prévias, que agora faz gesto pela unificação da terceira via sob liderança de outro partido", diz.

 

Entre os argumentos usados pelo grupo de Aécio, está o de que existe um risco de o próprio MDB não homologar a candidatura de Tebet. A direção do MDB rechaça essa hipótese e diz que levantamentos apontam que a maior parte do partido está com a senadora.

 

Integrantes do MDB inclusive acusam Aécio de agir para favorecer a candidatura de Bolsonaro ao tumultuar a terceira via. Apesar disso, lideranças emedebistas admitem que pode não ser fácil aprovar o nome da parlamentar.

 

Após o pronunciamento de Doria, Araújo, que acompanhou a fala do ex-governador paulista, afirmou que uma candidatura presidencial própria do partido é um "assunto vencido, no sentido de que a aliança é absolutamente fundamental".

 

Araújo disse à imprensa, nesta segunda-feira (23), que a coligação com MDB e Cidadania em torno de um candidato único vai avançar. "O PSDB está firme nessa coligação."

 

A manter-se a indicação do presidente tucano, o partido não terá candidato a presidente pela primeira vez desde a redemocratização.

 

Os próximos passos, segundo Araújo, são a discussão de programa conjunto e de alianças nos estados, além da escolha de um vice. "É natural é que vice seja do PSDB, mas é um processo de construção", disse.

 

O dirigente também deu um recado para as alas do PSDB que ainda defendem a candidatura própria tucana.

 

"O Brasil não precisa neste momento de mais divisão interna no nosso campo. O gesto de João Doria nos obriga moralmente a todos nós. Quem fizer um movimento diferente desse está demonstrando que tem mais compromisso com si mesmo do que com o projeto de Brasil. Vamos seguir firmes no sentido de uma candidatura que una, no mínimo, esses três importantes partidos", disse.

 

Araújo minimizou as divisões internas no PSDB a respeito da adesão ao MDB. "Claro, como presidente do PSDB, eu gostaria muito que nós tivéssemos uma candidatura própria, mas há algo maior do que tudo isso, maior do que a vontade de João Doria, maior do que a minha vontade. A vontade agora é coletiva", disse Araújo.

 

As divergências devem ser abordadas nesta terça, quando está marcada uma reunião da executiva do partido. O encontro foi convocado por Araújo para que o PSDB chancele o nome de Tebet como candidata da chamada terceira via à Presidência da República.

 

Mesmo que a executiva resolva por apoiar a emedebista, como é a tendência segundo aliados de Araújo, um grupo de tucanos já prepara o argumento de que só a convenção partidária pode decidir por formalizar alianças com outros partidos.

Ou seja, a briga dentro do ninho tucano pode perdurar até julho, com a tentativa de uma ala da sigla de encampar um nome próprio, de preferência o de Leite.

 

A desistência de Doria ocorre depois de a cúpula do partido executar um roteiro que previa escolher o nome de Tebet como a representante da terceira via para rifar o nome de Doria de uma vez por todas, como mostrou a Folha de S.Paulo.

Essa estratégia foi criticada por Aécio, que defendia que a cúpula do partido se reunisse com Doria para apontar a ele os problemas da candidatura para que ele desistisse, o que acabou ocorrendo.

 

Mas Aécio espera que a desistência de Doria libere os tucanos para rediscutirem o melhor caminho para a eleição presidencial —na sua visão, Leite.

 

A reunião do PSDB ocorrerá ao mesmo tempo em que MDB e Cidadania reunirão as próprias executivas. A decisão de convocar os encontros na mesma data foi deliberada na semana passada, em reunião dos presidentes de cada partido.

 

Na última quarta-feira (18), os dirigentes decidiram levar às direções de cada sigla o nome de Simone Tebet para ser escolhida a candidata única dos três partidos.

 

A decisão ocorreu após análise dos resultados de uma pesquisa encomendada pelas siglas que, segundo interlocutores, apontou alta rejeição de João Doria.

 

O levantamento também indica, de acordo com quem teve acesso aos resultados, que Tebet seria o nome com maior possibilidade de crescimento. A realização da sondagem foi a estratégia que tucanos lançaram para tentar isolar Doria e suspender sua candidatura ao Palácio do Planalto.

 

Os detalhes da pesquisa realizada não foram oficialmente divulgados. A conclusão geral, de acordo com interlocutores, foi que Tebet é menos conhecida e tem mais potencial de crescimento em campanha.

 

Posted On Terça, 24 Mai 2022 05:31 Escrito por

O Ministério da Educação (MEC) revogou uma portaria publicada neste mês e desistiu de facilitar a criação de novas vagas em cursos de Medicina ofertados no País

 

Por Ítalo Lo

 

A medida, que foi publicada nesta segunda-feira, 23, no Diário Oficial da União (DOU), ocorre após pressão de entidades da área, que falavam em precarização do ensino.

 

A medida anterior, revelada pelo Estadão na semana passada, valia para todas as escolas criadas por chamamento público, no âmbito do Mais Médicos. Desde 2013, quando a iniciativa foi criada, o número de escolas no Brasil passou de 210 para 354, alta de 69%. A nova norma iria possibilitar que cada instituição aumentasse a oferta de vagas em até cem alunos.

 

Ao ser publicada na última semana, a portaria do MEC que facilitava a criação de mais vagas recebeu críticas de entidades médicas, que apontaram risco de piorar as condições da formação dos alunos. Nesta segunda, o Conselho Federal de Medicina (CFM) comemorou a revogação. Em nota, a entidade afirmou que a mudança “sinalizava o ápice de um processo inadequado, caracterizado pela ausência de debate sobre o tema com o CFM e demais entidades médicas, setores diretamente envolvidos com a formação médica no País”.

 

À época da divulgação da medida, o CFM pediu a imediata revogação da portaria. Acrescentou ainda que ela possibilitaria a criação de 37 mil vagas em cursos já existentes, “milhares delas em municípios que não oferecem condições necessárias para o pleno processo de ensino e aprendizagem”. A Associação Médica Brasileira (AMB) também se posicionou de forma contrária à medida.

 

Já os grupos ligados à educação superior, principalmente a privada, vinham reclamando de dificuldades para criar vagas na área e a necessidade de atender à demanda. Procurada pela reportagem, a Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes) não quis se posicionar.

 

"Estão de parabéns o movimento médico e a sensibilidade do governo brasileiro ao revogar essa portaria que criaria uma fragilidade na formação dos nossos médicos”, disse nas redes sociais o deputado federal Hiran Gonçalves (PP-RR), presidente da Frente Parlamentar da Medicina. Segundo ele, houve acordo com os Ministérios da Saúde e da Educação para formar um grupo de trabalho com as entidades médicas para avaliar os cursos existentes e a criação de vaga.

 

Em nota, o MEC informou que a área técnica da pasta "identificou a necessidade de retomar as atividades do Grupo de Trabalho (GT), instituído por meio da Portaria nº 328, de 5 de abril de 2018, para debater mais amplamente o tema".

 

USP projeta 816 mil médicos em 2030, mas má distribuição continua no País

Juntas, as 354 faculdades de Medicina atuais oferecem 35.642 vagas por ano, segundo dados do MEC. O Estado de São Paulo tem o maior número de cursos, 68, seguido de Minas com 48. Os Estados da Bahia (24), Rio (22) e Paraná (22), completam os cinco primeiros no ranking. Já a concentração de médicos ativos é maior nos Estados mais populosos, como São Paulo (165.418), Rio (69.156) e Minas (63.409), segundo dados do Conselho Federal de Medicina (CFM).

 

Para Mario Scheffer, pesquisador da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), era preciso ampliar o número de médicos no Brasil, mas isso já foi feito de forma totalmente desordenada. “Acabamos de fazer, na Faculdade de Medicina da USP, dentro do nosso estudo de Demografia Médica, uma projeção da oferta de médicos. Se fosse congelado o número de vagas, sem novas aberturas, teremos 816 mil em 2030.” / COLABOROU JOSÉ MARIA TOMAZELA

 

 

Posted On Terça, 24 Mai 2022 05:29 Escrito por

Vice na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na corrida ao Palácio do Planalto, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) deverá atuar na conquista do apoio de tucanos já no primeiro turno da disputa presidencial.

 

POR CATIA SEABRA E VICTORIA AZEVEDO

 

Essa é a aposta de integrantes da coordenação da pré-campanha de Lula após a desistência do ex-governador João Doria (PSDB).

 

Segundo esses colaboradores, a expectativa é que setor importante do PSDB irá aderir à candidatura da dupla, graças a um movimento encampado por Alckmin, que foi chamado de "vice dos sonhos" pelo ex-presidente, na tarde desta segunda-feira (23), durante reunião com dirigentes de partidos aliados.

 

"Se vocês encontrarem um vice dos meus sonhos é o Alckmin", afirmou Lula, durante o encontro, segundo relato de alguns dos presentes.

 

Além de Alckmin, a expectativa é que o ex-ministro Aloysio Nunes Ferreira busque apoio no tucanato. Na avaliação de um integrante da cúpula petista, "a saída de Doria abre a porteira e acelera este movimento".

 

Aloysio Nunes diz, no entanto, ser importante que o próprio Lula defina como será essa articulação.

 

"Não estou tentando angariar apoio de tucanos ao Lula. Acho necessário esperar que o próprio candidato diga como pretende ampliar sua campanha para além da coligação que lançou a chapa Lula/Alckmin", afirmou.

 

Petistas apostam, por exemplo, na aproximação com tucanos como os ex-governadores Tasso Jereissati e Marconi Perillo, além do ex-prefeito Arthur Virgílio Neto.

 

Apesar do assédio, Perillo descarta, neste momento, uma declaração de apoio a Lula já no primeiro turno. Segundo ele, o PSDB deve ter candidato à Presidência. "Na minha opinião, a saída deveria ser caseira, lançando Eduardo Leite à Presidência", afirmou.

 

Minutos após saber da desistência de Doria, Lula afirmou que conversará com todos os setores sociais.

 

Em reunião com dirigentes partidários, o petista disse que ninguém gosta mais de diálogo do que ele. O ex-presidente citou o agronegócio, o mercado financeiro e o empresariado como exemplos de setores com os quais está disposto a conversar.

 

Segundo o deputado Ivan Valente, presente na reunião, Lula disse que sempre dialogou e vai continuar dialogando, mas vai falar olho no olho com o trabalhador.

 

Coube à presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, informar aos participantes da reunião da desistência de Doria, segundo ela, por ter se isolado no partido.

 

 

 

Posted On Terça, 24 Mai 2022 05:27 Escrito por

Estimativa é que mais de 800 veículos pesados trafegam, diariamente, pela rodovia TO-335

 

Por Guilherme Lima

 

As obras de recuperação asfáltica já iniciaram na rodovia TO-335, localizada no município de Colinas do Tocantins. Após assinatura da Ordem de Serviço do Governo do Tocantins, a rodovia vai receber novo asfalto e outras melhorias, como dispositivos de drenagem para escoamento da água pluvial, o que gera entusiasmo de condutores e moradores da região que utilizam a via.

 

Devido à localização estratégica, a rodovia, conhecida também como Transcolinas, é bastante utilizada, pois liga Colinas do Tocantins ao Entroncamento com a TO-010, em Palmeirante; interliga as cidades da região à BR-153 e é um dos trechos que direcionam ao Terminal Integrador de Palmeirante. Assim, a TO-335 é um dos principais percursos de caminhoneiros no Estado. A estimativa é que mais de 800 veículos pesados trafegam diariamente pela rodovia, sendo que o quantitativo pode aumentar nos períodos sazonais, como na colheita e no transporte de grãos.

 

O caminhoneiro Cláudio Oliveira está otimista com a reforma do trecho, diz que vai ajudar muito, economizar tempo e combustível - Foto: Antonio Gonçalves

 

Fato comprovado pelo motorista Diego da Silva Neves, que dirige um caminhão, transportando grãos, como milho e soja. O caminhoneiro conhece a realidade da TO-335 e afirma que a reforma irá melhorar bastante o tráfego e o trabalho para quem utiliza a via. “Vai melhorar muito o trânsito, vai facilitar, ficar mais rápido, a gente já quer há bastante tempo esse asfalto”, reforça.

 

O caminhoneiro Cláudio Oliveira também utiliza bastante a rodovia e não esconde a insatisfação com as atuais condições da TO-335. “É uma buraqueira do início ao fim. Demoramos muito para fazer uma viagem, que poderia durar uma hora, acaba se tornando quatro, só por conta das condições da rodovia. Agora, estou otimista com a reforma do trecho, pois ajudará muito. Nós economizaremos tempo e combustível”, finaliza.

 

Mas, não são só os que transitam pela TO-335 almejam a reforma da via. O comerciante Paulo Barbosa tem uma borracharia próximo à rodovia e, diariamente, recebe inúmeros veículos que precisam de manutenção, justamente por conta das más condições do trecho. “Já tem um bom tempo que a via está assim, meus clientes reclamam muito. Aqui, tenho muita demanda, fica lotado o tempo todo de caminhões que quebram na via”. O empresário acredita que, com a revitalização, além de garantir melhorias para os condutores, trará mais movimentação para o comércio local. “Graças a Deus, essa obra se tornará realidade, isso é muito bom! Ter um asfalto bom vai ajudar ainda mais aqui, o número de veículos pode aumentar, pois muita gente está deixando de utilizar a via por conta da situação e, com a reforma, teremos mais clientes”, afirma.

 

A Ordem de Serviço foi assinada pelo Governo do Tocantins, no último sábado, 21, e as obras estão sendo realizadas pela Agência Tocantinense de Transportes e Obras (Ageto). O evento de assinatura teve a participação do governador Wanderlei Barbosa.

 

 

Posted On Terça, 24 Mai 2022 05:24 Escrito por