Um grupo de 15 médicos que diz ter trabalhado na Prevent Senior encaminhou para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado um dossiê no qual informa que integrantes do chamado “gabinete paralelo” do governo de Jair Bolsonaro usaram a operadora de saúde como uma espécie de laboratório para comprovar a tese de que o chamado kit covid (hidroxicloroquina e azitromicina) era eficiente contra a doença e revelaram que pacientes não foram informados do tratamento experimental, o que é ilegal. O documento, assinado pelos profissionais, foi revelado pela GloboNews. O Estadão também teve acesso.
Por Julia Affonso
Em entrevista à emissora de TV, médicos acrescentaram que a operadora de saúde omitiu mortes pela doença num estudo na qual pretendia comprovar a eficácia do kit covid. Segundo os profissionais, nove pacientes vieram a óbito, mas o estudo relata que foram apenas dois casos. Esse estudo foi citado pelo presidente Jair Bolsonaro como prova da sua falsa tese de que as pessoas não precisavam fazer quarentena ou usar máscara porque a combinação de cloroquina e azitromicina cura a doença, o que contraria a Organização Mundial de Saúde (OMS).
O documento sob análise da CPI não é apócrifo. Dele constam os nomes dos 15 médicos e uma série de mensagens de WhatsApp apresentadas como prova. Uma delas é do diretor da Prevent, Fernando Oikawa. “Iremos iniciar o protocolo de HIDROXICLOROQUINA + AZITROMICINA. Por favor, NÃO INFORMAR O PACIENTE ou FAMILIAR, (sic) sobre a medicação e nem sobre o programa”, orientou o executivo no grupo de médicos, segundo revelou a GloboNews.
O dossiê apresentado aos senadores alerta que o estudo foi feito com mais de 700 pacientes – e não os 200 declarados no projeto inicial. Informa ainda que a média de idade das pessoas que foram submetidas à pesquisa é superior a 60 anos, o que sugere a inclusão de grande número de pessoas idosas “e, portanto, grupo considerado de maior risco da covid-19”.
A denúncia levada pelos médicos à CPI afirma ainda que, no ano passado, após críticas do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta a subnotificações de mortes de pacientes e ao atendimento da Prevent Senior a idosos, a diretoria da operadora “fez um pacto com o gabinete paralelo para livrar a empresa das críticas”. Segundo o dossiê, Nise Yamaguchi, que é oncologista, “frequentava a Prevent Senior para alinhar os tratamentos precoces”. Os médicos afirmam que ela “assessorava pacientes internados na Prevent Senior que eram considerados ‘especiais’ pelo governo”.
O “gabinete paralelo” é um grupo extraoficial que aconselhou Bolsonaro sobre ações a serem tomadas pelo governo no combate à covid-19. A existência de uma equipe fora da estrutura do Ministério da Saúde que era ouvida para definir políticas públicas foi revelada por Mandetta, que demitido do cargo após se negar a assinar protocolos que recomendavam o uso de medicamentos com ineficácia comprovada, como cloroquina, hidroxicloroquina e ivermectina, contra a doença.
A Prevent Senior anunciou, em março do ano passado, que faria o estudo para testar a eficácia da hidroxicloroquina associada ao antibiótico azitromicina contra a covid-19. A pesquisa foi suspensa logo em seguida, em 20 de abril, pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep). O órgão descobriu que os testes com pacientes haviam começado antes de a operadora receber o aval para a realização da pesquisa, o que é proibido no País.
Em 5 de abril do ano passado, Bolsonaro divulgou em seu Twitter uma ‘live’ sobre hidroxicloroquina em que participaram Pedro Batista Junior, diretor executivo da Prevent Senior, e o médico virologista Paolo Zanotto, suspeito de fazer parte do gabinete paralelo. “Esclarecedores dados e pró-atividade contra o covid-19”, escreveu o presidente.
Na transmissão ao vivo, Zanotto e Batista Jr. são questionados sobre o motivo de o governo Bolsonaro não ter adotado, até então, um protocolo para medicar hospitalizados com hidroxicloroquina.
Zanotto diz que, naquele momento, Yamaguchi e o médico Luciano Dias Azevedo – também apontado como integrante do gabinete paralelo – estavam com o “high brass” (alto escalão) do governo, em Brasília, discutindo a questão “muito mais perto do que vocês imaginam”.
"De quem a gente ouviu resposta, foi das pessoas de outro nível da administração pública. E essas pessoas imediatamente começaram a trabalhar com o nosso grupo e estão trocando informação e estão aprimorando todos esses dados que foram passados pelo Pedro. Existe um entendimento muito interessante entre a Prevent Senior e o governo federal brasileiro", disse Zanotto.
O grupo de médicos que apresentou a denúncia contra a operadora relatou à CPI que, no ano passado, a Prevent Senior comprou mais de 3 milhões de comprimidos de medicamentos do tratamento precoce, como cloroquina e ivermectina. “Quantidade suficiente para medicar cerca de 500 mil clientes da operadora”, dizem no documento.
Em 18 de abril, Bolsonaro publicou em uma rede social que a Prevent Senior havia lhe informado sobre alguns resultados do estudo. Segundo o presidente, 412 pacientes haviam optado por tomar hidroxicloroquina, 8 foram internados e nenhum intubado. “O número de óbitos foi zero. O estudo completo será compartilhado em breve”, registrou Bolsonaro.
O grupo que denuncia a Prevent afirma que o médico Rodrigo Ésper, da operadora, sugeriu, em um áudio no WhatsApp, revisar os números do estudo citado por Bolsonaro. Ésper, em 19 de abril, enviou um áudio ao grupo de pesquisadores do estudo. A GloboNews revelou a mensagem, que foi obtido também pelo Estadão (ouça abaixo).
“A gente precisa revisar esses dados no máximo até amanhã de todos os pacientes”, afirma. “A gente está revisando todos os 636 pacientes do estudo. Já tem mais ou menos uns 140 revisados, mas a gente precisa acabar isso até amanhã.”
Ésper diz ainda que os dados precisam ser “assertivos e perfeitos porque o mundo está olhando para a gente”. “A gente precisa ser perfeito”, afirma. “Até o presidente da República citou a gente. Esse áudio tem que ficar aqui, não pode sair.”
O relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), divulgou um vídeo em que Bolsonaro diz que quem toma cloroquina no início dos sintomas tem "100% de chance de cura". "A Prevent Senior fugiu da CPI.A operadora de plano de saúde ocultou mortes em estudo sobre cloroquina, prescreveu “kit Covid”,assediou clientes pelo uso de remédios ineficazes. Isso com apoio de postagens e propaganda de um presidente da República irresponsável e aliado do vírus", escreveu o senador.
A Prevent Senior fugiu da CPI.A operadora de plano de saúde ocultou mortes em estudo sobre cloroquina, prescreveu “kit Covid”,assediou clientes pelo uso de remédios ineficazes. Isso com apoio de postagens e propaganda de um presidente da República irresponsável e aliado do vírus. pic.twitter.com/cl2IXDUMpY — Renan Calheiros (@renancalheiros) September 16, 2021
Prevent Senior diz que vai processar médicos por 'denunciação caluniosa'
Procurada, a Prevent Senior divulgou nota em que “nega e repudia denúncias sistemáticas, mentirosas e reiteradas que têm sido feitas por supostos médicos que, anonimamente, têm procurado desgastar a imagem da empresa”. “Em decorrência disso, está tomando as medidas judiciais cabíveis para investigar todos os responsáveis por denunciação caluniosa (e outros crimes) sejam investigados e punidos. Os médicos da empresa sempre tiveram a autonomia respeitada e atuam com afinco para salvar milhares de vidas.”, afirma a operadora.
“Importante lembrar que números à disposição da CPI demonstram que a taxa de mortalidade entre pacientes de covid-19 atendidos pelos nossos profissionais de saúde é 50% inferior às taxas registradas em São Paulo”, continua.
A Prevent Senior informou, na nota, que vai pedir investigações ao Ministério Público para apurar “as denúncias infundadas e anônimas levadas à CPI por um suposto grupo de médicos”. “Estranhamente, antes de as acusações serem levadas à comissão do Senado, uma advogada que representa esse grupo de médicos insinuou que as denúncias não seriam encaminhadas se um acordo não fosse celebrado. Devido à estranheza da abordagem, a Prevent Senior tomará todas as medidas judiciais cabíveis”, afirmou a operadora.
O diretor executivo da operadora, Pedro Benedito Batista Júnior, tinha depoimento marcado para esta quinta-feira, 16, na CPI, mas ele não compareceu. A Prevent Senior justificou a ausência pela falta de “tempo hábil”, já que “o prazo mínimo para atender a uma convocação desta natureza é de 48 horas”.
A CPI também aprovou um requerimento e vai pedir informações ao Conselho Regional de Medicina de São Paulo relacionadas ao processo de sindicância que apura a conduta de profissionais da Prevent Senior.
O médico Paulo Zanotto afirmou à reportagem que “ninguém disseminou o tratamento” precoce. “Foi perguntando para nós o que estava acontecendo em termos de tratamento precoce. Foi perguntado pelo Arthur Weintraub (irmão do ex-ministro da Educação Abraham Weintraub). Eles tinham perguntado o que estava acontecendo nessa área”, disse. “O tratamento precoce não foi implementado como política de Estado, não houve essa realização. O que aconteceu no Brasil foi a disponibilização de fármacos em alguns lugares do Brasil”, afirmou.
Procurada, Nise Yamaguchi disse ao Estadão desconhecer que a Prevent Senior fosse validar protocolos do governo. A médica afirmou ainda que não tem nenhum vínculo científico com a operadora e nem interferência nos protocolos de pesquisa que eles realizam.
O Palácio do Planalto não se manifestou.
A 10ª Vara Cível de Brasília determinou o cumprimento da condenação de Joesley Batista. Segundo decisões judiciais, ele deve indenizar Temer
Por Isadora Teixeira
A 10ª Vara Cível de Brasília determinou que o empresário Joesley Batista pague R$ 300 mil ao ex-presidente Michel Temer (MDB). Joesley foi condenado a indenizar Temer após dizer, em entrevista à Revista Época, que o emedebista era chefe de uma organização criminosa.
Caso o pagamento não seja feito de forma voluntária, a juíza Monike de Araújo Cardoso Machado autorizou a penhora de ativos financeiros em nome de Joesley. Se a penhora não puder ser feita, também estão liberadas a pesquisa de veículos do empresário e a quebra do sigilo fiscal dele.
Em novembro de 2020, a Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve a condenação de Joesley nessa ação. Desde agosto de 2021, o processo de cumprimento provisório de sentença tramita no Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios (TJDFT).
Em decisão publicada em 30 de agosto deste ano, a juíza da 10ª Vara Cível de Brasília mandou o empresário fazer o pagamento do débito de forma voluntária, em até 15 dias, sob pena de multa de 10% e honorários advocatícios de 10% sobre o valor da dívida. Somente em caso de não pagamento é que a penhora deve ser executada.
O advogado de Temer nesse processo, Renato Ramos, disse à coluna que a expectativa da defesa é que o pagamento seja feito no prazo fixado pela Justiça.
A mesa diretora da Câmara dos Deputados acatou nesta quinta-feira (16) medida do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e, por unanimidade, cassou o mandato do deputado Boca Aberta (PROS-PR).
POR DANIELLE BRANT
No final de agosto, o TSE decidiu cassar o diploma do deputado, cujo nome é Emerson Petriv. O colegiado do tribunal também determinou a imediata retotalização das eleições para o cargo, de forma que fossem computados ao partido os votos nominais recebidos por Boca Aberta.
O deputado teve o mandato de vereador cassado pela Câmara Municipal de Londrina (PR) em 2017 por quebra de decoro parlamentar. Com isso, ele teria ficado inelegível por oito anos. Em 2018, no entanto, conseguiu registrar sua candidatura com a ajuda de uma liminar. Com isso, elegeu-se deputado federal.
A decisão do TSE foi encaminhada à mesa diretora da Câmara, responsável por dar a palavra final sobre o caso.
A mesa diretora é formada pelo presidente, Arthur Lira (PP-AL), pelo primeiro vice-presidente, Marcelo Ramos (PL-AM), pelo segundo vice-presidente, André de Paula (PSD-PE), e por quatro secretários titulares: Luciano Bivar (PSL-PE), Marília Arraes (PT-PE), Rose Modesto (PSDB-MS) e Rosângela Gomes (Republicanos-RJ).
Há ainda quatro suplentes: Eduardo Bismarck (PDT-CE), Gilberto Nascimento (PSC-SP), Alexandre Leite (DEM-SP) e Cássio Andrade (PSB-PA). Bivar, Nascimento e Bismarck não participaram do encontro.
Boca Aberta também era alvo de uma representação no conselho de ética da Câmara apresentada pelo PP. Na ação, ele era acusado de fazer denúncias infundadas contra o deputado Hiran Gonçalves (PP-RR) e de invadir uma UPA (unidade de pronto-atendimento) no Paraná.
O processo era relatado pelo deputado Alexandre Leite (DEM-SP) no conselho de ética. Em seu parecer, Leite tinha recomendado a perda do mandato de Boca Aberta.
Na avaliação dele, parece claro que o parlamentar cassado "desvirtuou o exercício do cargo de deputado federal, fazendo uso abusivo de suas prerrogativas constitucionalmente asseguradas para atingir a honra de colegas".
A representação contra Boca Aberta deveria ter sido votada nesta quarta-feira (15), mas Leite pediu que fosse retirada da pauta com o argumento de que, após a decisão do TSE, tinha perdido o objeto.
No encontro, Boca Aberta ameaçou e xingou o relator do processo. "Você é um ordinário, seu cafajeste. Vamos pro pau ali no Plenário", afirma Boca Aberta, que ofendeu a família de Leite.
Em nota divulgada na quarta, Leite afirmou que, "acuado pelo processo que corre no conselho de ética, do qual sou relator, o deputado Boca Aberta desferiu ataques histéricos e mentirosos contra mim e minha família".
"Essa é a típica reação de quem está sob risco de cassação e não tem outra alternativa a não ser o ataque injusto e calunioso. Não vou me dobrar a essas bravatas e ofensas, seguirei atuando de forma justa e correta no conselho de ética, ainda que a decisão final seja pela cassação do deputado."
Nesta quinta, Leite elogiou a decisão da mesa diretora da Câmara, que, segundo ele, demonstra respeito ao Judiciário e "está alinhada aos valores éticos e morais da sociedade e que repudia comportamentos destemperados".
"A permanência deste cidadão no Parlamento causaria um dano à imagem do Legislativo, já que não é a primeira vez que incorre em caso de quebra de decoro parlamentar", disse. "Ao dar efetivo cumprimento à decisão judicial de desconstituição do diploma e cassação de deputado federal de Boca Aberta, a Mesa da Câmara respeita e faz justiça aos brasileiros e, principalmente, ao povo paranaense."
"Aqueles sem comorbidades, independentemente da vacina que tomaram, não tomem outra, por questão de cautela", frisou o ministro
Por Otávio Augusto
Após suspender a vacinação de adolescentes sem comorbidades contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou, na tarde desta quinta-feira (16/9), que os jovens sem doenças crônicas que receberam a primeira dose não devem completar a imunização com a segunda aplicação.
Em entrevista coletiva na sede da pasta, em Brasília, além de alegar que há registro de cerca de 1,5 mil eventos adversos à vacina e atribui a suspensão da campanha ao que chamou de “desorganização” dos estados e municípios, ele afirmou que há casos em que vacinas como AstraZeneca, Coronavac e Janssen foram aplicadas nesse público.
Neste momento, a vacina da Pfizer é a única aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a faixa entre 12 e 17 anos no Brasil. O laboratório Janssen recebeu autorização para condução de estudos com menores de 18 anos no Brasil e está realizando a pesquisa.
Segundo o ministro, a determinação é uma medida de segurança. “Aqueles sem comorbidades, independentemente da vacina que tomaram, não tomem outra, por uma questão de cautela. Os com comorbidades podem completar o esquema vacinal”, frisou.
Inicialmente, o governo federal pretendia vacinar 20 milhões de pessoas desse público. Segundo balanço apresentado por Queiroga, 3,5 milhões de adolescentes foram vacinados. Ao todo, 1,5 mil apresentaram efeitos adversos.
Suspensão
O ministério cancelou a vacinação para adolescentes sem comorbidades. Em nota técnica enviada às secretarias de Saúde, a pasta informou que “revisou” a recomendação. Como justificativa, o ministério mencionou que a maioria dos adolescentes sem comorbidades acometidos pela Covid-19 demonstra evolução “benigna” e permanece assintomática.
O texto foi publicado no sistema do Ministério da Saúde às 21h30 de quarta-feira (16/9), ou seja, menos de 24 horas após o início da campanha para esse público.
“Os benefícios da vacinação em adolescentes sem comorbidades ainda não estão claramente definidos”, sustenta no texto a secretária Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, Rosana Leite de Melo.
Goiânia, aos 16 dias do mês de setembro de 2021
Muito se esperou das manifestações dos patriotas, também chamados de “bolsonaristas”, no último dia sete de setembro. Tudo o que estava sendo alardeado, disseminado nas redes sociais e provocando medo e pânico na população, acabou acontecendo, mas, tirando as estradas bloqueadas pelos caminhoneiros, nada de antidemocrático ou violento aconteceu
Por Edson Rodrigues
As pessoas foram pra rua de verde e amarelo. Muitas pessoas. Milhares de pessoas. Centenas de milhares de pessoas em todas as capitais brasileiras. Mesmo portando cartazes e gritando palavras de ordem contra o STF, ninguém cruzou a linha do bom senso e a manifestação não passou de uma manifestação.
Dos esperados “atos radicais”, o maior – e talvez o único deles – foram as palavras infelizes do próprio Bolsonaro contra o ministro Alexandre de Moraes, o que lhe valeu um “pito” do Poder Judiciário e provocou a divulgação de uma carta, com a ajuda do ex-presidente Michel Temer, do MDB, que cumpriu o seu propósito de amenizar o clima e abrir um diálogo com os demais poderes.
Considerada pelos radicais direitistas uma “baixada de bola” do “mito”, na verdade quem aconselhou Bolsonaro a agir assim pode ter salvado seu governo e preparado seu futuro.
Presidente Jair Bolsonaro sempre atrai muita gente por onde passa
A verdade é que Bolsonaro ganhou fôlego e credibilidade junto a políticos e militares e tempo para repensar seus atos, suas bravatas e domar seu gênio difícil, moldando-o para o que se espera de um presidente da república.
OPOSIÇÕES
Os fogos de artifício que as oposições soltaram depois do pronunciamento acima do tom de Bolsonaro no sete de setembro e do pito que ele levou do Judiciário, ao invés de “espocarem” juntos, acabaram se desviando uns dos outros no caminho para o céu, mostrando o retrato desconexo do que é a oposição, hoje, no Brasil: grupos dispersos, distintos, sem bandeiras em comum e sem afinidades ideológicas, o que torna impossível que se juntem para conseguir seus objetivos de longo prazo, que é voltar ao poder.
Tudo parecia mais fácil após as anulações das condenações do ex-presidente Lula ante a “benevolência do STF” e o autoderretimento da popularidade do presidente Jair Bolsonaro por seus próprios ataques às instituições. O problema é que cada vertente da esquerda passou a “puxar a sardinha para o seu lado”, escancarando toda a desunião e a falta de propósitos comuns.
Manifestações no Rio de Janeiro
A primeira prova disso foi o “Vem pra Rua”, um ato convocado para o último domingo (12) para que as ruas das capitais, antes ocupadas por dezenas de milhares de bolsonaritas, fossem igualmente tomadas por militantes dos partidos de esquerda. O que se viu foi uma meia dúzia de gatos pingados em algumas capitais e cidades do interior, que deixou claro a fragilidade do discurso esquerdista e a falta de diálogo entre eles.
RESUMINDO
Para os principais analistas políticos, mesmo com todo o revés que sofreu ao ter que baixar o tom dos ataques e publicar uma carta à nação (idealizada por Michel Temer), se dizendo arrependido dos ataques ao Poder Judiciário, feitos “no calor do momento”, Bolsonaro saiu maior do episódio de demonstração de forças, pois conseguiu mobilizar dezenas de milhares de pessoas, unidos por sua causa, enquanto a esquerda não demonstrou a mesma capacidade, numa demonstração de que, se as eleições fossem hoje, mesmo com todos os problemas enfrentados por seu governo, Bolsonaro estaria garantido, pelo menos, no segundo turno, enquanto a esquerda teria que articular, às pressas, uma união que nunca conseguiu, em torno de um só candidato para enfrentar o Presidente da república.
Vale ressaltar que o PT, o mais desgastado dos partidos de esquerda na atualidade, mesmo com a presença de Lula como líder, preferiu não se expor e não participou dos atos do último dia 12. Uma decisão acertada ou uma aceitação da própria impopularidade?
Enquanto o presidente Bolsonaro precisa resolver problemas inerentes a todo e qualquer governo, como a inflação e a perda do poder de compra das classes C e D – que podem ser resolvidos com ações governamentais bem planejadas e executadas com seriedade – contando com uma equipe capaz e com a participação dos militares, as oposições precisam partir do zero, definindo um só discurso, afinando as ações e tentando transparecer que é uma instituição coesa para o povo.
Bolsonaro ainda tem a CPI da Covid, que passou de um meio de fiscalização e investigação da aplicação dos recursos federais a um palanque oportunista para políticos decadentes, como Omar Aziz – com dezenas de processos contra si – e Renan Calheiros, velho conhecido dos tribunais por atos da mais perversa corrupção, e que se escondem por rãs de seus mandatos para manter foro privilegiado.
A mesma esquerda acostumada a chamar Renan Calheiros de corrupto e a defenestrar sua imagem, agora virou fã do senador paraense, torcendo para que ele cause um “ferimento de morte” nas pretensões de reeleição de Bolsonaro.
Do jeito que está sendo conduzida, deixando de lado as falcatruas praticadas por membros de escalões inferiores do governo federal e tentando acertar o coração do governo Bolsonaro, é mais fácil que a CPI da Covid termine em pizza do que em alguma punição contundente ao governo federal.
Senador Renan Calheiros relator da CPI da covid-19
Para que os trabalhos da CPI incomodem Bolsonaro, será necessário um verdadeiro milagre, pois seu relatório final, após a Câmara Federal estudar e aprovar o relatório de Calheiros para, finalmente, fazer uma denúncia à Procuradoria Geral da República... até lá, o Vasco da Gama já voltou para a primeira divisão e, como essa dimensão de milagre necessária, vai ser o campeão brasileiro da Série A em 2022.
TOCANTINS
No Tocantins, em se falando em oposição, em partidos de esquerda, fica difícil até definir quem é quem. Está evidente que o governador Mauro Carlesse anulou todas as possibilidades de oposição ao vencer três eleições consecutivas em um mesmo ano.
Mesmo com esse exemplo do passado, as oposições ao governador Mauro Carlesse, já, devidamente, domesticadas por ele, já estão, a um ano das eleições, costumeiramente divididas, sem um líder aglutinador e, de algum tempo pra cá, decidiu mirar em um alvo inalcançável, que é o senador Eduardo Gomes, que vem demonstrando ser o único capaz de reunir as mais diversas vertentes políticas em torno das suas postulações sem forçar a barra.
Governador Carlesse com deputados
Pois a oposição “inteligente” vem tentando desacreditar o potencial já mais que comprovado de Eduardo Gomes em articular acordos, junções e promover a harmonia política e, o mais importante, em carrear recursos federais para os 139 municípios – e para o Estado do Tocantins, como um todo – o que, para os principais analistas políticos é mais difícil ainda que conseguir suplantar qualquer pretensão política do governador Mauro Carlesse, seja para o Senado, seja para uma hipotética volta ao governo do Tocantins.
Essa manobra vil, sem pé nem cabeça, típica dos desesperados, tenta falar mal de quem é o líder em liberação de recursos, equipamentos e insumos hospitalares no combate à pandemia de Covid no Tocantins, leitos de UTIs e UTIs móveis, e vem sendo conclamado pelos vereadores e prefeitos nos encontros regionais dos quais vem participando a convite.
Sem falar que foi Eduardo Gomes quem trouxe para o Tocantins a Codevasf e o Programa Calha Norte que, antes, não abrangiam o Tocantins e já liberaram quase um bilhão de reais para os municípios tocantinenses para a revitalização e recapeamento de estradas – rodovias e vicinais – obras de infraestrutura, aquisição de maquinário pesado e fortalecimento dos pequenos produtores, dentre outros, e já têm garantidos mais um bilhão para 2022.
Eduardo Gomes é líder do governo Jair Bolsonaro no Congresso Nacional, agindo como um dos principais articuladores para dar governabilidade ao país em meio aos embates entre o Executivo e o Judiciário, colocando o MDB no centro da harmonização, mantendo reuniões com os baluartes do partido e costurando apoios que, nas últimas semanas, deram oxigênio e uma nova abordagem em relação á atuação do presidente da República.
Essa “oposição inteligente” que se manifesta no Tocantins, tenta atingir o nome do político mais influente do Estado, em um momento em que o Estado mais precisa dele, e ele vem correspondendo com galhardia e diplomacia, beneficiando a todos, sem olhar cor partidária.
Senador Eduardo Gomes com prefeitos
A questão das oposições em relação ao senador Eduardo Gomes, é o temor de que ele aceite o chamamento geral que vem recebendo e lance sua candidatura ao governo do Estado. O próprio senador já avisou que só fala sobre isso em 2022, até porque tem amigos pleiteando o governo do Estado e, seguindo sua linha diplomática, não quer atrapalhar, muito menos iniciar um embate, desnecessário, no momento.
Independente que qualquer coisa que aconteça nessa jornada, ninguém conseguirá tirar de Eduardo Gomes uma sílaba sequer contra o ex-prefeito de Araguaína, e seu amigo pessoal, Ronaldo Dimas. Os dois estão vacinados contra esses “entreveros” de período eleitoral.
O único compromisso de Eduardo Gomes, por enquanto, é em dar governabilidade ao governo federal e auxiliar seus companheiros, prefeitos, vereadores e o próprio governador Mauro Carlesse a manter o Tocantins com a cabeça erguida, na dianteira dos estados brasileiros em relação à evolução econômica e de desenvolvimento em tempos de pandemia.
ENQUANTO ISSO...
Enquanto isso, essa mesma oposição, tão inteligente, que já foi “surrada” por Carlesse em três eleições consecutivas em um mesmo ano, disputando por um partido que, antes, nem existia no Tocantins. Isso, caro leitor, significa força pessoal, capacidade de formação de grupo e de despertar lealdade em quem está ao seu lado.
Se as oposições se unirem em torno de um só nome para senador, outro para governador e outro para vice, uma vez que, mesmo com toda desunião, tem bons nomes para colocar no páreo, podem até ter chances de vitórias ou, ao menos, de uma participação honrosa no pleito majoritário e no pleito proporcional. Caso contrário, será mais uma derrota acachapante, principalmente se Mauro Carlesse resolver as pendências com Wanderlei Barbosa e vier “de cara para o vento”, para o cargo que escolher.
Senador Eduardo Gomes e Ronaldo Dimas
O único problema de Mauro Carlesse, hoje, é em relação à quem ficará em seu lugar caso resolva se candidatar ao Senado e tenha que renunciar, já que Wanderlei Barbosa, o vice-governador, que tem demonstrado certo grau de descontentamento, pois deseja ser o candidato ao governo, enquanto os melhores caminhos apontam para que ele se candidato a deputado federal, devendo renunciar, junto com Carlesse. Os dois ainda precisam se entender e aparar as arestas para passarem a falar a mesma linguagem política.
Mauro Carlesse precisa, também, implantar um “conceito” em seu governo, deixando claro para todos quais são as suas obras e qual a marca que deixa em sua passagem pelo comando do Estado do Tocantins. Quanto mais publicidade, quanto mais reconhecimento do muito que já fez e ainda está por fazer, melhor para seu posicionamento junto ao eleitorado.
A oposição ao governo de Mauro Carlesse precisa acordar. Até que o TSE diga o contrário, não haverá uma candidatura à reeleição. Carlesse tem dado um “baile” na oposição, criando dificuldades para que ela eleja até um deputado federal, quem dirá um senador ou um governador.
Com o Diário Oficial e a caneta em mãos até abril do ano que vem, Carlesse tem tempo para colocar todos os seus projetos, inclusive o de dar conceito ao seu governo, condição perfeita para que seja lembrado como um governador realizador e tocador de obras.
E contando que Carlesse decida dar uma pausa em sua vida política e não seja candidato a nada, a “oposição inteligente” está mudando sua “mira” para atacar o senador Eduardo Gomes, plantando matérias inverídicas na mídia nacional que não surtiram efeito nenhum, nem no país nem no Tocantins, pelo conteúdo estapafúrdio que abordavam. Eduardo Gomes, enquanto isso, seguirá líder do governo de Jair Bolsonaro em 2022, um ano eleitoral e com um Orçamento ainda “virgem”.
Ou seja, a oposição está “inteligentemente” atacando quem pode ser a grande fonte de recursos para os 139 municípios tocantinenses, inclusive os que são governados por representantes dessa própria oposição.
Trocando em miúdos, as oposições aos governos de Mauro Carlesse e de Jair Bolsonaro, divididas como estão, serão derrotadas fragorosamente nas urnas em 2022, pois, quem tiver “bala na agulha” até outubro do ano que vem, sai muito na frente nessa corrida eleitoral.
Não há vitoriosos nem derrotados, por enquanto. Há, apenas, quem sabe jogar e atira direto no alvo, e os que estão “atirando para todos os lados”, podendo, inclusive, acertar a si mesmos...
Coisa para se parar e observar!
Até breve!