De acordo com o levantamento, 54% dos entrevistados dizem ser ruim ou péssimo a administração federal

Por Pedro Caramuru

A popularidade do governo Jair Bolsonaro está no seu pior momento, indica pesquisa da XP Investimentos em parceria com o Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe).

 

Segundo levantamento divulgado nesta terça-feira, 54% dos brasileiros avaliam o governo como ruim ou péssimo - maior índice registrado desde o início do mandato -, e 23% como bom ou ótimo - menor índice.

 

Os que avaliam o governo como regular somam 20%, assim como em maio, também na menor marca. Dois por cento não responderam.

 

A pesquisa também avaliou a aprovação à administração Bolsonaro: 63% dos entrevistados disseram que desaprovam e 29% que aprovam.

 

Pela primeira vez, mais da metade dos brasileiros têm uma expectativa negativa para o restante do mandato: 52% disseram que Bolsonaro fará um governo ruim ou péssimo e 28%, ótimo ou bom. Para 63%, a economia percorre caminho errado e para 27%, o caminho certo.

 

A pesquisa realizou mil entrevistas entre 11 e 14 de agosto e tem margem de erro de 3,2 pontos porcentuais.

 

Legislativo

 

Sobre os trabalhos do Congresso, a proporção dos brasileiros que avaliam que a atuação do Congresso seguirá igual cresce desde abril e atingiu 56% neste mês. A pesquisa também apontou que 20% avaliam que a atuação vai piorar e 19% que irá melhorar. Dos entrevistados, 48% avaliam o Legislativo como ruim ou péssimo, 38% como regular e 9% como ótimo ou bom.

 

Do Senado, dois terços dos entrevistados disseram que acompanham os trabalhos da CPI da Covid, e um terço que não. Para 57%, o trabalho realizado pela comissão é aprovado e 31% disseram que desaprovam. Do total, 12% não responderam.

 

Posted On Terça, 17 Agosto 2021 16:22 Escrito por

Milton Ribeiro afirmou que crianças com deficiências "atrapalhavam" alunos sem a mesma condição

 

Por Nathalia Galvani

Uma nova declaração polêmica do ministro da Educação Milton Ribeiro está repercutindo nas redes sociais. Em entrevista ao programa 'Sem Censura', da TV Brasil, na última segunda-feira (9/8), o político disse que crianças com deficiências "atrapalhavam" os demais alunos sem a mesma condição quando colocadas na mesma sala de aula.

 

“O que é inclusivismo? A criança com deficiência é colocada dentro de uma sala de alunos sem deficiência. Ela não aprendia, ela ‘atrapalhava’ — entre aspas, essa palavra eu falo com muito cuidado – ela atrapalhava o aprendizado dos outros, porque a professora não tinha equipe, não tinha conhecimento para dar a ela, atenção especial”, declarou o ministro.

 

Outras declarações feitas por Milton Ribeiro na mesma entrevista também causaram irritação em parte da população. Entre elas, o ministro disse que a "universidade deveria, na verdade, ser para poucos, nesse sentido de ser útil à sociedade".

 

"Tenho muito engenheiro ou advogado dirigindo Uber porque não consegue colocação devida. Se fosse um técnico de informática, conseguiria emprego, porque tem uma demanda muito grande", completou.

 

Além disso, ele também afirmou que reitores das universidades federais não podem ser 'esquerdistas, nem lulistas'. “Alguns optaram por visões de mundo socialistas. Não precisa ser bolsonarista. Mas não pode ser esquerdidas, nem lulista. Reitor tem que cuidar da educação e ponto final. E respeitar todos que pensam diferente. As universidades federais não podem se tornar comitê político, nem direita, muito menos de esquerda”, disse.

 

 

 

Posted On Terça, 17 Agosto 2021 07:07 Escrito por

Presidente do Senado se manifesta após Bolsonaro afirmar que irá pedir impeachment contra ministros do STF e pede diálogo entre Poderes

 

Por Daniel Weterman

 

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), publicou uma mensagem no Twitter defendendo o diálogo entre os Poderes e criticando quem queira dividir o País. A declaração se dá após as ameaças do presidente Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF) e a pressão do chefe do Planalto para afastar os ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes da Corte.

 

"O diálogo entre os Poderes é fundamental e não podemos abrir mão dele, jamais. Fechar portas, derrubar pontes, exercer arbitrariamente suas próprias razões são um desserviço ao País", afirmou Pacheco. "Portanto, é recomendável, nesse momento de crise, mais do que nunca, a busca de consensos e o respeito às diferenças. Patriotas são aqueles que unem o Brasil, e não os que querem dividi-lo."

 

No sábado, o chefe do Planalto anunciou que vai apresentar um pedido de impeachment contra os ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes no Senado, a quem cabe decidir sobre esse tipo de procedimento. Senadores descartam qualquer possibilidade de dar andamento a um processo de afastamento dos magistrados.

 

A crise aumentou após apoiadores de Bolsonaro ameaçarem forçar o Senado a aceitar o impeachment de todos os ministros do tribunal. Um áudio atribuído ao cantor Sérgio Reis convoca uma greve de caminhoneiros para pressionar o Senado e "quebrar tudo e tirar os caras na marra" se não forem atendidos. Lideranças da categoria, porém, negam participar da mobilização.

 

O presidente do Senado afirmou que o Congresso não permitirá "retrocessos" na democracia. Mais cedo, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), também se manifestou no mesmo sentido.

 

Posted On Terça, 17 Agosto 2021 07:02 Escrito por

Um dos motivos seria "livrar" os postulantes da sigla ao Congresso de terem que apoiar um dos candidatos dos extremos ao Palácio do Planalto

Por Igor Gadelha

 

Conhecido por focar apenas em candidaturas competitivas à Câmara dos Deputados em eleições anteriores, o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, passou a ressaltar, nos últimos meses, seu desejo de lançar o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), ao Palácio do Planalto pelo partido em 2022.

 

Segundo aliados, a decisão tem dois motivos principais. Um deles seria “livrar” os postulantes da sigla ao Congresso Nacional de terem que apoiar um dos candidatos dos extremos à Presidência da República no primeiro turno, hoje representados pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ex-presidente Lula (PT).

 

O outro motivo seria puxar o chamado “voto de legenda” aos candidatos do PSD a deputado federal. O voto de legenda acontece quando, em vez de escolher um candidato específico, o eleitor prefere votar no partido, digitando apenas o número da sigla, de dois dígitos, na urna eletrônica.

Posted On Segunda, 16 Agosto 2021 17:01 Escrito por

Até o dia 26, Lula percorre os estados do Piauí, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte e Bahia

 

POR JOÃO PEDRO PITOMBO E JOÃO VALADARES

 

No momento em que Jair Bolsonaro (sem partido) inicia uma ofensiva sobre o eleitorado mais pobre do Nordeste, turbinando o programa Bolsa Família, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarca na região para estreitar as alianças com governadores e traçar estratégias para as eleições de 2022.

 

O objetivo da viagem é aparar arestas na construção de palanques locais e formar uma base de apoio mais ampla com apoio local de legendas como PSB, MDB, Cidadania, PP e Republicanos. Lula desembarca neste domingo (15) no Recife e fica na região até 26 de agosto, passando por Piauí, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte e Bahia.

 

Entre aliados do ex-presidente, a avaliação é que o apoio sólido dos governadores será crucial para barrar o avanço da máquina federal no Nordeste e atrair localmente apoios fora do campo da esquerda.

 

"A viagem será um momento de retomar contatos, ouvir opiniões e prestigiar os aliados em seus estados. Cada governador é uma liderança importante em seu estado e, no caso do Nordeste, temos muitos governadores do nosso campo", avalia o senador Jaques Wagner (PT-BA).

 

Pesquisas apontam que a maioria dos governadores de estados nordestinos têm boa avaliação e está bem posicionada para 2022, seja para concorrer à reeleição, seja para tentar emplacar seus sucessores.

 

Por outro lado, há uma preocupação com o avanço de aliados de Bolsonaro em suas bases eleitorais, atraindo prefeitos e líderes políticos locais com recursos de emendas parlamentares.

 

As torneiras abertas têm dado maior musculatura aos partidos do centrão. Nas eleições municipais, por exemplo, PSD e PP se consolidaram entre as siglas com mais prefeitos no Nordeste.

 

Bolsonaro também tem tentado ampliar sua inserção no eleitorado do Nordeste: tem concedido entrevistas a rádios da região e realizado visitas --na última semana foi a Juazeiro do Norte (CE).

 

Seu principal trunfo está na criação do Auxílio Brasil, programa que sucederá o Bolsa Família com a ampliação do valor médio pago às famílias de baixa renda. O projeto foi enviado nesta semana para a Câmara dos Deputados.

 

PT em Pernambuco

 

Mas o presidente ainda tem um longo caminho para reduzir sua rejeição no Nordeste. Pesquisas apontam Bolsonaro com baixa popularidade, sobretudo nas capitais. Nas análises qualitativas, a gestão da pandemia é apontada como principal problema.

 

Lula, por sua vez, segue como um dos principais cabos eleitorais nos estados da região e ganhou mais força após voltar a ser elegível. Nas qualitativas, é apontado como um candidato associado à estabilidade, mas enfrenta resistências do eleitor conservador.

 

Em sua visita a estados do Nordeste, Lula trabalhará para amarrar o apoio de governadores da região e seus respectivos partidos aliados. Para isso, contudo, precisa desatar alguns nós na construção de palanques locais.

 

O principal deles está no Ceará, onde o governador Camilo Santana (PT) deve concorrer ao Senado e apoiar o PDT para o governo estadual. A manutenção da aliança, contudo, enfrenta resistências diante da estratégia do presidenciável Ciro Gomes (PDT), que aumentou o tom nas críticas a Lula.

 

"Querem deixar o PT de joelhos, em uma situação subalterna. Isso é inaceitável", critica o deputado federal José Airton Cirilo (PT-CE), que defende que o partido tenha candidatura própria ao governo.

 

Em Pernambuco, primeiro ponto de parada do ex-presidente no giro pelo Nordeste, a agenda prioritária é com o PSB.

 

O partido, considerado por Lula como aliado preferencial na esquerda para 2022, foi decisivo no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2016 e esteve afastado do PT nas eleições municipais do ano passado.

 

O prefeito do Recife, João Campos (PSB), que travou disputa acirrada com a prima Marília Arraes (PT) em 2020 e se elegeu usando o antipetismo como estratégia, vai se encontrar com o ex-presidente.

 

O convite para um jantar no Palácio do Campo das Princesas, sede do governo estadual, onde Lula será recebido pelo governador Paulo Câmara (PSB), foi feito por interlocutores do ex-presidente.

 

Até então, Campos e o ex-prefeito do Recife Geraldo Julio (PSB) representam os maiores pontos de resistência no partido à aliança nacional com o PT. Nos bastidores, líderes socialistas avaliam que a relação direta com Lula sempre foi bem mais tranquila do que com o próprio PT.

 

A ida de Campos ao encontro com o ex-presidente é vista como o primeiro passo para o distensionamento da relação entre os dois partidos, ainda com algumas feridas abertas.

 

"Essa viagem [de Lula] não vai precipitar uma decisão nossa, mas é um passo importante desta caminhada", avalia o deputado federal Tadeu Alencar (PSB-PE), que estará no encontro.

 

Existe ainda a possibilidade de o ex-presidente participar, em caráter pessoal, de um jantar com Renata Campos, mãe do prefeito João Campos e viúva do ex-governador Eduardo Campos (PSB), morto em acidente aéreo em 2014.

 

Apesar de ter deixado a Prefeitura do Recife desgastado e com baixa aprovação, Geraldo Julio é o nome mais cotado para a sucessão de Câmara. O ex-prefeito, que defende publicamente candidatura própria ou apoio a Ciro Gomes, não foi convidado para o jantar deste domingo.

 

No Recife, Lula também vai se encontrar com os deputados federais Dudu da Fonte (PP-PE) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE). Os dois tentam ser "o senador de Lula" na chapa que deve ser encabeçada por Geraldo Julio.

 

Silvio Costa Filho, que esteve próximo a Bolsonaro no início do mandato por defender a agenda econômica do governo federal, diz não ter constrangimento em se reaproximar de Lula.

 

"O pernambucano só se curva para agradecer. Tenho muita gratidão a Lula por tudo que fez por Pernambuco. Foi o melhor presidente para nosso estado", afirma.

 

No Maranhão, Lula tem outro nó para desatar. Aliado de primeira hora, o governador Flávio Dino (PSB) trabalha o nome do vice-governador Carlos Brandão (PSDB) para sua sucessão.

A candidatura, contudo, enfrenta resistências dentro do PT, que teria dificuldade em apoiar um tucano para o governo maranhense. Parte da cúpula do partido prefere que o candidato seja o senador Weverton Rocha (PDT-MA).

 

Na Bahia, está previsto um jantar com o governador Rui Costa (PT), contando com a participação de líderes como o senador Otto Alencar (PSD-BA) e o vice-governador João Leão (PP). A ideia é sacramentar a aliança local com apoio a Lula no momento em que o PP aproxima-se nacionalmente de Bolsonaro.

 

Lula ainda deve fazer uma segunda viagem a estados do Nordeste para visitar Paraíba, Alagoas e Sergipe. Na Paraíba, vai se reunir com grupos antagônicos que se enfrentarão na disputa pelo governo do estado.

 

É grande a possibilidade de palanque duplo. O governador João Azevêdo (Cidadania) já declarou que tem o aval do presidente do partido, Roberto Freire, para apoiar o petista no estado.

 

O senador Vital do Rêgo (MDB-PB) também pode disputar o governo com o apoio de Lula e encontrou-se com o ex-presidente na última semana. Nesta eventual chapa, o ex-governador Ricardo Coutinho, que deve migrar do PSB para o PT, tenta emplacar a vaga de candidato ao Senado.

 

 

Posted On Segunda, 16 Agosto 2021 05:41 Escrito por
Página 322 de 909