Empresas serão ofertadas dias 26 e 30
Com Agência Brasil e poder 360
A presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministra Cármen Lúcia, negou nesta 2ª feira (23.jul.2018) pedido de liminar feito pela Aeel (Associação dos Empregados da Eletrobras) para suspender o leilão distribuidoras da estatal.
O leilão da Cepisa (Companhia Energética do Piauí) está marcado para esta 5ª feira (26.jul.2018). A distribuidora é uma das 6 a ser vendida. Já o leilão da Eletroacre (Companhia de Eletricidade do Acre), da Ceron (Centrais Elétricas de Rondônia), da Boa Vista Energia e da Amazonas Energia está previsto para 30 de agosto.
Na ação contra o leilão, a associação dos empregados contestou liminar (decisão provisória) do presidente do TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região), desembargador André Fontes. O magistrado liberou o leilão após decisão da 1ª Instância ter barrado a venda das distribuidoras.
Para a Aeel, a decisão do desembargador descumpriu decisão do ministro Ricardo Lewandowski, que proibiu o governo de privatizar, sem autorização do Legislativo, as estatais em todos os níveis da federação (União, Estados e municípios).
Ao analisar o caso, Cármen Lúcia entendeu que o desembargador não descumpriu a decisão de Lewandowski e que o caso não pode ser analisado profundamente por meio de uma reclamação constitucional, tipo de ação utilizada para questionar a liberação do leilão.
“A decisão reclamada não se afasta dessa exigência. Ao contrário, ao examinar os diplomas legislativos correspondentes, assenta a existência de autorização legislativa para a alienação do controle acionário das distribuidoras elencadas no edital de Leilão n. 2/2018. Eventual desacerto nesta avaliação deve ser questionado na via recursal própria, não podendo ser sanada pela reclamação”, decidiu a ministra.
(com informações da Agência Brasil)
Partido enfatiza candidatura de Eduardo Gomes ao Senado e que dará total apoio aos candidatos a deputado federal e estadual
Por Edson Rodrigues
A cúpula do Solidariedade (SD) vem mantendo reuniões diárias, afinando as articulações e abrindo diálogo com todas as vertentes políticas. O partido trabalha de forma organizada e uniforme e não deixa vazar uma pista sequer sobre qual será a coligação da qual fará parte nas eleições de outubro.
Segundo o ex-deputado federal Eduardo Gomes, a ideia é exatamente essa: reforçar a união e o sentimento de lealdade e companheirismo dentro do partido para que todos possam se empenhar na busca do voto sem se preocupar com picuinhas internas ou conflito de interesses.
O partido está tão concentrado nesse trabalho que Eduardo Gomes já deixou claro que a única vaga que disputará em outubro será uma das duas abertas para o Senado: “meu interesse é apenas o Senado. Não vou criar um clima de disputa em relação às vagas de deputado estadual e federal. Com muita humildade, reconheço, reforço e quero dar meu total apoio à intenção dos nossos companheiros em disputarem essas vagas. Dessa forma, nos partido segue, como diz o próprio nome, com solidariedade mútua entre os candidatos, todos apoiando todos”, enfatizou.
TRABALHO PLANEJADO
Em conversa na manhã deste sábado, na residência de Eduardo Gomes, o próprio candidato ao Senado nos fez uma explanação sobre os trabalhos que o partido vem desenvolvendo, sempre sob a coordenação do presidente estadual do partido, deputado estadual Vilmar do Detran.
Segundo Gomes, o trabalho está sendo feito de forma uniforme em todas as regiões do Estado, observando as especificidades e demandas locais, assim como fortalecendo o trabalho nas bases dos principais expoentes que compõem sua base de apoio, como a deputada federal Dorinha Seabra e o prefeito de Araguaína, Ronaldo Dimas, que, mais que um apoiador, vem sendo um verdadeiro avalista da candidatura de Gomes ao Senado.
Eduardo Gomes ressaltou, também excelente trabalho desenvolvido pelo ex-governador e atual deputado federal Carlos Gaguim, que deve ter uma reeleição tranquila, e do vice-governador Wanderlei Barbosa, “o maior líder nato de Palmas”, que vem contribuindo com um trabalho de muito valor na estratégia das candidaturas do partido.
DIVULGAÇÃO NA HORA CERTA
O comportamento do ex-deputado federal Eduardo Gomes tem surpreendido veículos de comunicação e profissionais da imprensa, que sempre tiveram trânsito livre, inclusive em sua residência, e com quem sempre teve uma relação de amizade e parceria.
Acostumados com a pessoa amistosa, acolhedora e ciente do papel da imprensa, os profissionais da imprensa encontram o mesmo Eduardo Gomes de sempre, só que com o diferencial de um silêncio estratégico na hora de falar sobre como andam as tratativas no Solidariedade: “tenho um compromisso com meus companheiros, com as pessoas que estão trabalhando pelo bem do nosso partido e pelo sucesso das nossas pretensões em outubro. Vou disputar uma vaga para o Senado. O restante, conto tudo pra vocês depois da convenção, no dia cinco”, brinca, deixando jornalistas boquiabertos e sem ação ante a elegância com que desconversa e se esquiva das perguntas.
“No momento, a prioridade número um é a coligação proporcional, encaixar meus amigos em uma composição coesa e lhes proporcionar um grupo político consolidado, oportunizando a todos possibilidades de disputarem, com reais chances de vitória, as vagas para deputado federal e deputado estadual. Isso lhes dará a tranqüilidade de realizar seus trabalhos e nos brindar com o apoio de suas bases, sem que ninguém tenha a mínima sensação de insegurança. Estamos dialogando com todos os candidatos a governador, mas apenas no dia cinco de agosto é que vocês, da imprensa, vão saber a decisão do nosso grupo político e com quem vamos caminha nesta campanha”, completou.
Bem humorado, Eduardo Gomes ainda fez mais um adendo: “se vou bater um pênalti, não conto pro goleiro em que canto vou chutar. Se não temos divergências políticas com ninguém, por qual motivo vou levantar especulações. A essência da política é a arte do debate de ideias. Estamos debatendo com todos. Dia cinco, nosso presidente estadual, Vilmar do Detran, conta pra vocês com quem viremos”, encerrou.
Um belo exemplo da prática da boa política!
ISTOÉ
A farra do boi
Em Raízes do Brasil, o historiador e sociólogo Sérgio Buarque de Holanda define as peculiaridades do brasileiro e seus traços singulares. Destaca a grande capacidade que o povo tem de encontrar soluções criativas diante das dificuldades. Aquilo que o a cultura popular batizou de “jeitinho”. Quando usado para o bem, é uma grande vantagem. Quando usado para o mal, porém, o jeitinho vira o caminho para burlar regras e se desviar de condutas. É o que estão fazendo os parlamentares na atual campanha eleitoral. Além de prepararem pautas-bomba que causarão um prejuízo de mais de R$ 100 bilhões aos cofres públicos, demonstrando que estão pouco se lixando para o futuro dos brasileiros, os políticos olham para o próprio umbigo: buscam alternativas para a redução de recursos provocada pela proibição das doações de empresas às campanhas. E uma delas é desviar a finalidade do dinheiro que recebem para exercer a atividade parlamentar. Seja para cuidar das suas próprias reeleições ou para ajudar nas campanhas de seus partidos, deputados e senadores têm abusado do uso das verbas disponíveis para passagens aéreas e divulgação do mandato. Na maioria das situações, a aplicação do recurso ocorre ao arrepio da lei.
É o caso das romarias à sala-cela de Lula em Curitiba. Como o ex-presidente não pode se deslocar pelo país em campanha, a solução encontrada pelos petistas foi inverter o movimento: os políticos do partido tratam de a toda hora viajar ao Paraná a fim de criarem ali algum fato que mantenha o presidiário petista em evidência. A arquitetura política dos petistas não sai de seus bolsos: é sustentada com dinheiro público. Para chegar a Lula, os parlamentares usam a cota de passagem aérea disponível para cada gabinete, bancada, claro, pelo contribuinte. De acordo com os dados do Portal da Transparência do Senado, a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), quintuplicou seus gastos com passagens no mês em que Lula foi preso. A média de R$ 1 mil por mês, em deslocamentos de Brasília a Curitiba, saltou para R$ 5 mil.
Outros integrantes da comitiva “Lula livre” não ficaram para trás. Durante o julgamento do petista no TRF-4, em Porto Alegre, o deputado Zé Carlos (PT-MA) gastou R$ 4,3 mil no translado São Luís-Porto Alegre-São Luís com dinheiro da Câmara. Ele ainda fez refeições por conta do erário enquanto acompanhava o julgamento na capital gaúcha. Já o deputado Vicentinho (PT-SP) gastou aproximadamente R$ 7,6 mil em passagens nos deslocamentos para Porto Alegre. Um detalhe importante: Lula foi julgado em janeiro, mês em que a Câmara dos Deputados encontra-se em recesso.
O mau exemplo vem de cima. Presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Eunício Oliveira (MDB-CE), distorcem a regra que permite o uso de jatinhos da FAB para seus deslocamentos. Maia rechaça a utilização para fins eleitoreiros dos aviões da Aeronáutica. Diz que o objetivo é o de cumprir apenas “agendas políticas”. Nada menos que 52 somente em 2018. Mas o conceito de compromisso político de Rodrigo Maia é como coração de mãe: nele, cabe de tudo. Por exemplo, a bordo do jatinho da FAB, o presidente da Câmara foi a Vitória no dia 10 de janeiro para participar de “Solenidade de Liberação de Recursos para o Estado e municípios do Espírito Santo”. Também esteve em Foz do Iguaçu, no Paraná, para o “3º Simpósio Nacional de Varejo e Shopping”. Na lista de viagens, também foram registrados vôos para Campina Grande (PB), Petrolina (PE), Uberaba (MG) e Cabo Frio (RJ).
O uso dos aviões da FAB ainda contribui para que Rodrigo Maia e Eunício Oliveira driblem a legislação. Pela linha sucessória, eles deveriam assumir a Presidência da República quando Michel Temer se ausentasse do País. Mas isso os tornaria inelegíveis. Por isso, ambos arrumam viagens ao exterior toda vez que Temer deixa o País. E quase sempre usando os jatos da Força Aérea Brasileira, que, além de transportá-los, abarcam comitivas de assessores.
Ajuda da “viúva”
Quem não tem jatinho, caça com o chamado cotão – outro atalho encontrado pelos parlamentares para conseguir atenuar os efeitos das restrições eleitorais de 2018. Trata-se da cota para o exercício da atividade parlamentar (CEAP). Somente com passagens aéreas, os gastos em 2018 alcançaram R$ 1,1 milhão na Câmara. No Senado, a R$ 3 milhões. O pré-candidato à presidência da República Jair Bolsonaro (PSL), por exemplo, gastou R$ 49,6 mil apenas este ano. Na lista de passagens solicitadas por Bolsonaro, estão viagens para Goiânia e Curitiba, onde ele participou de atos políticos em apoio à sua candidatura. “A meu ver esses benefícios da verba indenizatória deveriam ser eliminados até mesmo para se tornar justo o processo eleitoral. Esses benefícios desequilibram o pleito. Inclusive, isso (privilégios do mandato) é um dos obstáculos para que a renovação que a sociedade aparentemente deseja não ocorra”, analisa o economista e presidente da Associação Contas Abertas, Gil Castelo Branco.
Como se não bastasse a superestrutura criada para perpetuar no Congresso aqueles que já ocupam suas cadeiras, as ações de divulgação de mandato também são custeadas com dinheiro público. É uma farra. Durante os seis primeiros meses do ano de 2018 foram gastos na Câmara aproximadamente R$ 27 milhões com publicidade da atividade parlamentar. No Senado, a rubrica totalizou R$ 1,3 milhão. Entre esses gastos, os deputados federais incluem um pouco de tudo: desde pagamento de provedores de internet de seus sites pessoais, propaganda, custeio de serviços de alimentação de redes sociais, impressão de jornais e criação de vídeos a aluguel de outdoors nos domicílios eleitorais. O senador que mais gastou com a divulgação da atividade parlamentar foi Valdir Raupp (MDB-RO): R$ 99,2 mil. Em seguida, Telmário Mota (PTB-RR), com R$ 80,9 mil, e Ângela Portela (PDT-RR), R$ 74,6 mil. Uma revista produzida pelo senador Jorge Viana (PT-AC) chama a atenção pela sua qualidade: papel cuchê e fotos de Sebastião Salgado. Impressa pela Gráfica do Senado, de acordo com dados do portal da Transparência, o custo de seu projeto gráfico ficou em R$ 15 mil.
Outro caso é ainda mais esdrúxulo, não pelo valor, mas para demonstrar que a verba está pronta para assumir qualquer gasto. Em abril de 2015, o ex-ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra (MDB-RS) entregou nota pedindo o ressarcimento de um combo de pipoca e refrigerante que consumiu em um cinema de Brasília. O valor: R$ 26. Mais tarde, Osmar Terra voltou para a Terra: alegou que a entrega da nota fora um erro e pediu ressarcimento. O problema é que, antes disso, a nota passou batida e foi paga sem qualquer questionamento. Ou seja, se o dinheiro da campanha ficou mais curto, a classe política dá o seu jeitinho, como diria Sérgio Buarque de Holanda: pede ajuda à viúva.
VEJA
Bolsonaro critica Alckmin, elogia militares e fala em extinguir estatais
Às 12h45 deste domingo, Jair Bolsonaro foi oficialmente confirmado — por aclamação — como o candidato do Partido Social Liberal (PSL) à Presidência. O evento, contudo, não anunciou quem será o vice da chapa. Em seguida, foi chamado para discursar. Ao se levantar, fez o sinal da cruz, complemento às lágrimas que correram no início do evento, enquanto tocava o hino nacional.
Em seu discurso, voltou a atacar o Partido dos Trabalhadores (PT), chamando o grupo de facção, e fez críticas à Geraldo Alckmin (PSDB). “Eu queria agradecer ao Geraldo Alckmin por ter juntado a nata do que há de pior do Brasil ao seu lado.” Até a semana passada, entretanto, Bolsonaro mantinha negociações com o PR, partido comandado pelo mensaleiro Valdemar Costa Neto e que acabou optando pelo apoio a Alckmin. Após as críticas às articulações do candidato do PSDB, ele alegou que tem o apoio de 40% dos deputados do centrão.
Com um discurso marcado por citações religiosas, como “Deus não chama os capacitados, capacita os escolhidos”, Bolsonaro fez diversas promessas reforçando sua agenda liberal. Desde pontos aparentemente simplórios, como revogar a lei da palmada, até extinguir estatais. “Vamos, sim, mais que privatizar, quem sabe até extinguir a maioria das estatais”. Prometeu, contudo, preservar as estratégicas.
Ele também prometeu revogar a Emenda Constitucional 81, que permite a desapropriação de terras onde haja trabalho escravo. Bolsonaro acredita que a norma fere o princípio da propriedade privada e leva em conta critérios subjetivos sobre o que é trabalho escravo.
Sob aplausos, afirmou que irá valorizar os militares. “Vocês serão reconhecidos no meu governo. Vocês são o último obstáculo para o socialismo, disse.
VICE
Autora do parecer que embasou o pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), a advogada Janaína Paschoal disse neste domingo que ainda está conversando com o partido sobre ser vice na chapa de Jair Bolsonaro (PSL-RJ) para a Presidência da República.
Janaína falou brevemente antes do início da convenção do PSL, no Rio, que vai oficializar Bolsonaro como candidato a presidente. "Uma definição depende ainda de conversas, não é algo muito objetivo", disse ela,
acrescentando que não será anunciada vice neste domingo.
Questionada se sua preferência seria ser candidata a deputada estadual em São Paulo, como chegou a ser ventilado, Janaína disse que todas as opções estão em aberto. "Nada está descartado neste momento", disse.
Janaina tem sido cotada nos últimos dias para a vaga de vice numa eventual chapa puro-sangue do pré-candidato Jair Bolsonaro à Presidência da República. A advogada filiou-se ao PSL em maio deste ano.
ÉPOCA
PT e PDT assediam Renata, a herdeira do espólio político de Eduardo Campos
Na tarde do dia 17 de agosto de 2014, com a então presidente Dilma Rousseff a tiracolo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrentou as vaias destinadas à candidata do PT por uma claque hostil presente ao velório do adversário Eduardo Campos, o ex-governador de Pernambuco e candidato à Presidência pelo PSB que morrera três dias antes num acidente aéreo em Santos. Com os olhos vermelhos, Lula pegou no colo Miguel, o caçula de Eduardo Campos, chorou e se abraçou com a devastada viúva, Renata. Passados quatro anos da tragédia da morte prematura do herdeiro de Miguel Arraes, a casa de Renata Campos voltou a ser endereço de uma romaria de políticos.
O PDT de Ciro Gomes e o PT de Lula estão travando uma briga de vale-tudo para selar uma aliança com o PSB, vista como decisiva para alavancar a campanha presidencial dos dois partidos. O voto da viúva Renata, que comanda o espólio político de Campos e conserva grande influência nos rumos do PSB, pode decidir para que lado penderá o partido, com seus dois minutos de TV e dez palanques estaduais de candidatos a governador. Pernambuco abriga o diretório mais forte do PSB.
Num ambiente hostil, já que o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), defende o apoio a Lula, o pré-candidato do PDT, Ciro Gomes, há duas semanas foi ao Recife pedir a bênção de Renata Campos. No encontro com a viúva, Ciro lembrou sua passagem pelo PSB, partido ao qual foi filiado por oito anos. Ele deixou o PSB em 2013 justamente por se opor à candidatura presidencial de Eduardo Campos. Apesar disso, Renata o recebeu muito bem. Não se manifestou, porém, nem contra nem a favor da aliança com o PDT.
Emissários do ex-presidente Lula, preso em Curitiba, também esperam um encontro com a viúva nos próximos dias. “Vamos procurá-la. Ela é uma liderança”, disse o deputado Paulo Teixeira (SP), um dos integrantes do Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE) do PT e um dos responsáveis, com a presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann, pelas negociações com o PSB.
Segundo interlocutores da viúva, ela demonstra “afeto” por Lula e se dá bem com Ciro. Mas dá prioridade à unidade do PSB e à reeleição do governador Paulo Câmara, cria política de Eduardo Campos. A reeleição de Câmara está sob ameaça por causa da pré-candidatura ao governo de uma prima de Campos, Marília Arraes, vereadora no Recife pelo PT.
Rompida politicamente com a família de Campos, Arraes está bem colocada nas pesquisas de intenção de votos, proclama falar em nome dos eleitores órfãos do avô Miguel Arraes e de Lula e resiste à decisão da direção nacional do PT de buscar a aliança com o PSB. A candidatura de Arraes não é consensual, porém, nem no PT pernambucano. Um dos principais defensores da aliança do PT com o PSB é o senador Humberto Costa, que quer tentar a reeleição na chapa do governador Paulo Câmara. Para pressionar a cúpula do PSB, a direção do PT diz que a candidatura de Arraes só será retirada se for fechada uma aliança nacional.
A exigência de uma aliança nacional para que a candidatura de Arraes seja retirada está sendo vista, porém, por alguns apoiadores de Paulo Câmara quase como uma “chantagem” do PT. “Os negociadores do PT estão jogando pesado”, queixou-se um dirigente do PSB. Quem participou da campanha presidencial de Eduardo Campos em 2014, depois substituído por Marina Silva, não se esquece também de como o PT e seu marqueteiro João Santana se esforçaram ao máximo para dinamitar a candidatura do partido. Esse ressentimento ajuda agora Ciro a arregimentar apoios dentro do PSB.
Ciro tem a preferência da maioria dos diretórios do PSB e está em vantagem em relação ao PT, mas enfrenta a resistência de alguns governadores importantes do Nordeste, como Paulo Câmara. Ele está também em um estágio mais avançado do que o PT para obter o apoio de outra peça importante no jogo de xadrez do PSB: o governador de São Paulo, Márcio França, que busca a reeleição.
Até um mês e meio atrás, o PSB de São Paulo defendia que o partido ficasse neutro na eleição presidencial — seria uma forma de ajudar a campanha presidencial do tucano Geraldo Alckmin, de quem França foi vice-governador até abril. Depois que Alckmin verbalizou apoio explícito ao candidato do PSDB ao governo de São Paulo, João Doria, adversário de França, lideranças paulistas do PSB passaram a dizer que não estão em condições de oferecer qualquer resistência a um acordo nacional entre o partido e Ciro.
“Advogamos pela neutralidade, mas resistência tem de vir acompanhada de inteligência. Por que vamos oferecer resistência a algo em que vamos ser vencidos?”, questionou o presidente estadual do PSB em São Paulo, Jonas Donizette, numa conversa com ÉPOCA na última terça-feira, 3 de julho. Segundo um interlocutor de França, havia um acordo entre Alckmin e o atual governador de que o tucano somente sinalizaria um apoio mais explícito a Doria após as convenções partidárias, em agosto. A antecipação foi vista como sinal de desrespeito de Alckmin ao aliado.
Aproveitando-se do clima conflagrado, Ciro ofereceu o apoio regional do PDT para fortalecer a candidatura de França e avisou de antemão que o atual governador estará liberado para dar seu palanque a Alckmin. A proposta inebriou a campanha do pessebista. “Ciro está jogando com o peso que o momento exige porque um apoio do PSB pode levá-lo ao segundo turno. O PDT está colocando em primeiro lugar seu projeto nacional. Já o PSDB esteve mais preocupado com picuinhas regionais do que com o projeto de Alckmin”, disse um auxiliar de França. Para Ciro, o apoio do PSB é visto como crucial para alavancar sua campanha. Aliado ao PSB, seu tempo diário de propaganda no rádio e na TV triplicará — se tiver apenas o apoio do PDT, Ciro ficará limitado a um minuto e 11 segundos diários de exposição.
Com a mudança de postura de França, dirigentes do PSB dizem agora que a neutralidade é uma opção praticamente descartada e que o único erro que o partido não poderá cometer em 2018 será deixar de apoiar algum candidato. “Alckmin é carta fora do baralho. O rompimento de Márcio França com ele é inevitável. É questão de tempo”, disse um dirigente nacional do PSB. Um anúncio formal de apoio do PSB a Ciro representará para Alckmin a derrocada de um plano desenhado quatro anos atrás com vistas a seu maior projeto político — chegar à Presidência da República. Na eleição de 2014, o tucano escolheu França como vice em São Paulo, acreditando que a atitude jogaria o PSB em seu colo em 2018. Faltou combinar com Doria. “A beligerância do PSDB paulista está empurrando o PSB nacional para uma aliança ruim para o Alckmin que o PSB de São Paulo não terá força para barrar”, afirmou um dirigente do PSB paulista.
Para tentar neutralizar a ofensiva de Ciro em São Paulo, os dirigentes do PT nacional, nas negociações com o PSB, passaram a acenar com a possibilidade de uma retirada da candidatura ao governo de São Paulo de Luiz Marinho, petista histórico, e o apoio a França. O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, desdenhou as possibilidades de êxito da manobra petista. “O antipetismo em São Paulo é muito forte. O PSB e o PT em São Paulo nunca se cruzaram, e eu acho que o Márcio França nem quer esse apoio do PT lá”, disse Lupi.
Na disputa entre PT e PDT, outra moeda de troca colocada nas negociações é a oferta ao PSB da vaga de candidato a vice-presidente. Um dos nomes cotados é o do ex-prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda, pré-candidato ao governo de Minas Gerais. Mas o PSB ainda não discutiu quem será o nome que o partido vai indicar, seja para vice de Ciro, seja do candidato do PT. Se for confirmado o nome de Marcio Lacerda, sua saída da disputa pelo Palácio da Liberdade mexerá no tabuleiro da eleição mineira. Na feroz competição entre petistas e pedetistas, além da eleição presidencial, está em disputa também a liderança do campo de esquerda, da qual o PT não quer abrir mão, mesmo com a prisão de Lula. O vencedor dessa queda de braço deverá ser anunciado neste mês, quando a Executiva Nacional do PSB se reunirá para uma decisão.
Em convenção, o PDT oficializou a indicação do ex-ministro, que é conhecido como uma pessoa 'sem papas na língua', à Presidência; não há vice definido
Com Agência Brasil
O PDT oficializou, nesta sexta-feira (20), o lançamento de Ciro Gomes como candidato da legenda à Presidência da República. A indicação do partido foi feita na convenção nacional, que reuniu uma série de filiados. “Ciro tem a responsabilidade de ser a síntese do Brasil soberano, mais justo e mais soberano”, afirmou o presidente do PDT, Carlos Lupi.
O candidato, que é conhecido por ser uma pessoa 'sem papas na língua', foi eleito por aclamação dos filiados que participaram do evento. Em seu primeiro discurso como candidato, Ciro Gomes afirmou que, por falar "10 horas por dia", pode errar "aqui e ali", mas, mesmo nos acertos, não espera agradar a todos em seus discursos. "Nunca tive pretensão de ser um anjo", afirmou.
A convenção reuniu integrantes do Diretório Nacional e do Conselho Político, representantes de movimentos sociais vinculados ao partido, senadores, deputados federais e estaduais, delegados e presidentes das comissões provisórias.
Ainda em sua fala, o candidato a presidente afirmou que é preciso acabar com "a cultura de ódio" no País e com "essa ideia de brasileiro contra brasileiro se ferindo pela internet". Para ele, é necessário unir todos os segmentos da sociedade para resolver os problemas do Brasil, "porque ninguém é dono da verdade". Na convenção, o partido não definiu o candidato a vice-presidente nem as demais legendas que integrarão a chapa.
A expectativa da cúpula do PDT é que a eleição presidencial alavanque o partido nos estados. O presidente do PDT tem falado, inclusive, em eleger este ano uma bancada de pelo menos 40 deputados federais. Atualmente o partido tem 19 deputados federais e três senadores.
Até agora, o PDT tem oito nomes para disputar os governos estaduais: Waldez Góes (AP), Lígia Feliciano (PB), Carlos Eduardo Alves (RN), Jairo Jorge (RS), Pedro Fernandes (RJ), Acir Gurgacz (RO), Odilon de Oliveira (MS) e Osmar Dias (PR).
Conheça o candidato: quem é Ciro Gomes?
Esta é a terceira vez que Ciro será candidato à Presidência da República. Isso porque, em 1998 e 2002, ele concorreu ao cargo pelo PPS. Candidato de 60 anos, ele tem quatro filhos.
Natural de Pindamonhangaba (SP), o político construiu sua carreira no Ceará, onde foi prefeito de Fortaleza, eleito em 1988, e governador do estado, eleito em 1990. Renunciou ao cargo de governador, em 1994, para assumir o Ministério da Fazenda, no governo Itamar Franco (1992-1994), por indicação do PSDB, seu partido na época.
Depois disso, Ciro Gomes foi ministro da Integração Nacional de 2003 a 2006, no governo do ex-presidente Lula, e tocou o projeto de Transposição do Rio São Francisco. Logo após, deixou a Esplanada dos Ministérios para concorrer a deputado federal e foi eleito. Ciro está no sétimo partido desde que entrou para a política (também foi filiado a PDS, PMDB, PSDB, PPS, PSB e PROS).
Após longo tempo de indefinição, a cúpula do centrão finalmente decidiu nesta quinta-feira (19) que vai apoiar Geraldo Alckmin (PSDB), isolando Ciro Gomes (PDT) na disputa pela Presidência da República.
Com Folhapress
O anúncio oficial do acordo só deve ocorrer na próxima quinta (26). Até lá, os comandos de DEM, PP, PR, SD e PRB vão informar as instâncias inferiores de seus partidos e resolver questões de alianças nos estados.
Apesar do poder que têm sobre suas legendas, os líderes têm que contornar divergências internas provocadas, principalmente, por acordos regionais.
Com o apoio do centrão, Alckmin, que tinha sozinho 1 minuto e 18 segundos na propaganda eleitoral na TV (em cada bloco de 12 minutos e 30 segundos), somará 4 minutos e meio, quase 40% de toda a fatia da disputa. Adversário histórico do PSDB, o PT, que ainda não fechou nenhuma aliança, tem 1 minuto e 34 segundos.
Logo após se reunirem na residência oficial da presidência da Câmara, representantes do bloco viajaram a São Paulo para encontrar Alckmin.
Participaram do encontro ACM Neto, Rodrigo Maia (foto) (ambos do DEM), Marcos Pereira (PRB), Paulinho (SD), Agnaldo Ribeiro (PP) e Luis Tibé (Avante). O PR não mandou representante, mas avalizou o acordo.
Segundo a reportagem apurou com participantes da reunião, o presidenciável se comprometeu, se eleito, a avaliar com o Congresso uma alternativa de financiamento para os sindicatos, que ficaram sem dinheiro após o fim do imposto sindical.
Outro compromisso do tucano foi apoiar a candidatura de Eduardo Paes (DEM) ao governo do Rio de Janeiro.
Alckmin deve acatar a indicação do empresário Josué Alencar (PR-MG) para ser seu candidato a vice e já sinalizou positivamente ao apoio para a reeleição de Maia à presidência da Câmara.
Nos estados, Minas Gerais é o principal foco de atenção, já que PSDB e DEM têm pré-candidatos.
Oficializada, a aliança muda a correlação de forças da eleição, dando a Alckmin capilaridade e o maior tempo de TV.
Apesar de alguns tucanos já comemorarem após as conversas ao longo do dia, Alckmin, oficialmente, se mantém cauteloso e disse, por meio de sua assessoria, que nada foi definido. A convenção do PSDB será em 4 de agosto.
Antes dividido e com uma tendência maior de apoiar Ciro Gomes, o grupo mudou de postura com a entrada do PR, de Valdemar Costa Neto.
O líder do PR tentava costurar apoio a Jair Bolsonaro (PSL), mas a negociação de alianças locais emperrou.
Encerradas as tratativas com o capitão reformado, Valdemar sinalizou preferência pelo ex-governador de São Paulo durante jantar na noite desta quarta-feira (18) com a cúpula do centrão.
Nesta quinta, em reunião na casa de Maia, Valdemar manteve discurso pouco assertivo, mas repetiu seu diagnóstico de que Ciro é explosivo, politicamente pouco confiável e com uma agenda de propostas muito diferente daquela defendida pelo grupo.
Alckmin, ponderou o comandante do PR, é mais previsível e, com até 7% nas pesquisas, pode crescer com o apoio massivo do bloco.
Outra avaliação é de que o candidato que será lançado pelo PT quando o ex-presidente Lula for impedido de disputar o Planalto deve desidratar Ciro, principalmente entre os eleitores do Nordeste.
Alckmin e seus auxiliares passaram a semana em conversas individuais com integrantes do centrão. O tucano se reuniu com Valdemar na segunda (16). Nesta quinta, o ex-governador cancelou compromisso que teria em Minas e ficou em São Paulo para acompanhar as negociações.
Um aliado de Valdemar negou que o manda-chuva do PR seja pró-Alckmin, mas fez uma série de ponderações contrárias a Ciro que vão na mesma linha das críticas dos outros partidos.
Todos citam a verborragia do ex-governador do Ceará e a dificuldade em acreditar que ele cumprirá acordos firmados na pré-campanha.
O PRB também apresentava resistência em apoiar Ciro e ameaçava abandonar o barco. Com o discurso do pré-candidato do PDT, considerado à esquerda do mercado, a sigla temia perder o trânsito com o empresariado, que ganhou ao comandar o Ministério da Indústria e Comércio Exterior.
Além disso, havia a preocupação de que a pauta de costumes da esquerda não fosse bem recebida por seu eleitorado evangélico. O PRB é ligado à Igreja Universal do Reino de Deus.
Para não deixar azedar as negociações, aliados de Alckmin adotaram imediatamente, após a confirmação informal do apoio, discurso em defesa da importância de Maia na articulação.
Como o presidente da Câmara defendia apoio a Ciro Gomes, os tucanos temem que ele seja tratado como derrotado.