O ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) disse, em conversas gravadas pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, que uma possível delação premiada da Odebrecht na Operação Lava-Jato seria “uma metralhadora de (calibre) ponto 100”. O peemedebista também deu a entender que a presidente afastada Dilma Rousseff (PT) seria atingida, pois teria feito uma ação “diretamente” com a empreiteira durante a campanha eleitoral.
Agência Folha "Nesse caso, ao que eu sei, o único em que ela (Dilma) está envolvida diretamente é que falou com o pessoal da Odebrecht para dar para campanha do... E responsabilizar aquele (inaudível)", diz um os trechos divulgados na noite desta quarta-feira pelo site do jornal Folha de S.Paulo. Sarney também diz que os casos de corrupção denunciados na Lava-Jato eram de responsabilidade do governo federal. “Esse negócio da Petrobras, só os empresários que vão pagar, os políticos? E o governo que fez isso tudo, hein?", indagou o ex-presidente. Sérgio Machado diz que o PSDB também sabe que é a próxima bola da vez e indica que ninguém sairá ileso das investigações. “Tá todo mundo se cagando, presidente. Todo mundo se cagando. Então ou a gente age rápido. O erro da presidente foi deixar essa coisa andar. Essa coisa andou muito. Aí vai toda a classe política para o saco”, afirma. Machado chama o procurador-geral da República Rodrigo Janot de “mau caráter” e diz que ele está tentando seduzir seus advogados para que ele fale o que sabe. Em outro momento, o ex-dirigente da Transpetro diz que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acabou e Sarney concorda. “O Lula acabou, o Lula coitado deve estar numa depressão”, disse o peemedebista. Em uma segunda conversa divulgada, Sarney diz que o senado ter acatado a prisão do ex-líder do governo, senador Delcídio do Amaral, foi uma cilada. Segundo ele, a Casa se acovardou. “Não podia (ter aceitado a prisão), a partir dali ele acabou. Aquilo é uma página negra do Senado”. Sérgio Machado concordou e disse que não houve flagrante delito. Sarney emendou: “não tinha nem inquérito”. Em nota, o ex-advogado geral José Eduardo Cardozo disse à Folha que é impossível entender a totalidade das frases de Sarney. Afirmou ainda que a presidente afastada nunca pediu contribuições ilegais de campanha.
Da Assessória
O Deputado Federal Vicentinho Júnior (PR-TO) através de articulação, aprovou, na madrugada desta terça-feira (24), três destaques da Medida Provisória 708/15, sendo dois de sua autoria e um pedido do PSB, que retiraram trechos da BR-010 no Estado do Tocantins do anexo de rodovias a serem reincorporadas.
O objetivo é permitir que a capital do estado, Palmas e o município de Porto Nacional tenha acesso a uma rodovia federal por meio da federalização de outros trechos não previstos originalmente no texto aprovado na comissão.
“É um momento histórico, Palmas é a única capital do Brasil a não ter acesso a uma Rodovia Federal. Agora, esta demanda será resolvida. Em Brasília, acompanharemos o processo de federalização das TO´s em BR-010 com atenção e empenho para que durante este ano esteja federalizada", pontua o deputado tocantinense.
Sobre a conquista ao pleito destinado ao Tocantins, o deputado ressaltou que "o trabalho em conjunto com o senador Vicentinho Alves e a Bancada Federal do Tocantins, ampliará a oferta de serviços à população, pois já iniciaremos trabalho articulado junto ao DNIT e ao Ministério dos Transportes para a construção dos novos anéis viários de Porto Nacional e da Capital Palmas - obras que possibilitarão maior logística no tráfego de pessoas e escoamento de produtos".
A Medida Provisória 708/15, autoriza a União a reincorporar trechos da malha rodoviária federal transferidos aos estados e ao Distrito Federal com base na MP 82, de 2002. A matéria será votada ainda pelo Senado.
Entre esses critérios estão: promover a integração regional, interestadual e internacional; ligar capitais de estados entre si ou ao Distrito Federal; atender a fluxos de transporte de grande relevância econômica; e promover ligações indispensáveis à segurança nacional.
Deve ocorrer nos próximos dias, o início da execução das ações da Agência Tocantinense de Saneamento (ATS) nos municípios que o órgão atende no interior do Tocantins. Ao todo são 80, e para cada um, segundo Eder Fernandes, presidente da Agência Tocantinense de Saneamento, algum tipo de benefício está garantido.
Por Luiz Henrique /Luciene Lopes
Um orçamento, já estabelecido, de quase R$ 30 milhões. “Esse volume de investimento se dá em razão de os municípios com uma série de obras que precisam ser executadas, terem uma grande demanda de equipamentos e ainda precisamos assegurar a manutenção corriqueira que por anos deixou de ser executada, mas que são essenciais e urgentes”, argumentou.
De acordo com o gestor da ATS, a licitação para a perfuração dos poços artesianos já está com mais de 80% concluída e o próximo passo será a assinatura dos contratos com as empresas responsáveis pela a execução das obras. “Serão perfurados 80 poços artesianos e implantados 80 reservatórios com a instalação de 80 quilômetros de Rede de Extensão de Água – RDA. Só neste projeto a ATS deverá investir R$ 22 milhões, oriundos de recursos próprios”, pontuou o presidente.
Manutenção/aquisições
Outro investimento anunciado pela ATS e que vai atender as 80 cidades de concessão da Agência é o que visa a manutenção dos poços artesianos já existentes, e que desde a perfuração, nunca passaram por esse tipo de obra. “Essa é uma questão que exige rapidez, pois há casos em que a qualquer hora a população pode ficar sem água. Um poço artesiano sem manutenção gera risco de entupimento, água de má qualidade e, consequentemente, pode deixar a todos sem atendimento por não ter uma vazão adequada”, observou explicando que há casos de poços que estão há vinte anos sem manutenção”, explicou o diretor de Produção, Arlindo Lopes.
Na foto Arlindo Lopes, diretor de Produção, durante vistoria de obra
O projeto está em fase de licitação e vai atender 190 poços artesianos, com um volume de recursos na casa dos R$ 2,6 milhões.
O diretor de Produção também anuncia que há no orçamento R$ 1,1 milhão que serão destinados para a aquisição de 80 motocicletas com carretinhas e um caminhão munck. As unidades serão entregues para os escritórios da ATS nas cidades onde o órgão estadual fornece o atendimento. O caminhão será destinado para uso geral das cidades, conforme as necessidades. O processo também está em fase de licitação.
Operação caminhão-pipa
Diante da pouca incidência de chuva na região sudeste, após a operação caminhão-pipa executada no ano passado, quando mais de quatro mil famílias foram assistidas com água distribuída por 60 veículos, técnicos da ATS, Defesa Civil e Vigilância e Saúde já estão preparando a 3ª edição do programa emergencial.
De acordo com presidente da ATS, o setor de licitação já está finalizando a elaboração do termo de referência para o credenciamento dos caminhões-pipa. “Com base no que presenciamos e no que tivemos que fazer ano passado, desta vez teremos que aumentar a quantidade de caminhões e de cidades na lista de atendimentos”, comentou o gestor, assegurando que a busca pelos recursos junto ao governo Federal já teve início. Em 2015, a ATS investiu R$ 5 milhões, beneficiando, além dos 27 municípios do Sudeste, outros quatros de outras regiões.
Números
São 31 cidades com serviços de extensão de rede de água já concluídos desde o ano passado, num total de 44.600 metros lineares de canalização. O volume de recursos aplicados chega a R$ 2,2 milhões. Outras 22 cidades já estão com as Ordens de Serviços em execução, ou para serem executadas em breve. Serão mais 41 quilômetros no total e R$ 2,1 milhões em investimentos.
A parte de urbanização também está recebendo a devida atenção da ATS. A meta é concluir as obras até o final deste ano. São 17 cidades com os serviços concluídos (R$ 1,7 milhão), e outras 55 têm projetos em andamento ou os serviços serão iniciados nos próximos dias, recebendo R$ 3,7 milhões em investimentos.
Desafios
Ao destacar o desempenho do Governo do Estado com o planejamento e execução dos projetos voltados para o saneamento, Eder Fernandes ressaltou que promover a saúde e o bem-estar da população têm sido uma das metas desafiadoras da gestão do governador Marcelo Miranda. Para Fernandes, as políticas de desenvolvimento implementadas no governo tocantinense, em consonância com o trabalho de uma equipe focada no mesmo propósito, tem resultado em uma vultosa melhora na prestação dos serviços públicos. “O governador Marcelo Miranda tem sido incansável nas tratativas junto ao Governo Federal para que possamos ter sucesso nas nossas ações, argumentou, acrescentando que as boas relações do governador junto a conjuntura nacional tem sido fundamental para execução dessa empreitada”, finalizou.
Enquanto pacientes dos hospitais públicos e alunos da rede pública passam fome, um grupelho de deputados estaduais realizam dois shows em Porto Nacional de caráter beneficente duvidoso. Através de emendas impositivas, eles usaram os recursos públicos para fazer politicagem, tentando ludibriar o povo e as autoridades constituídas antecipando a corrida eleitoral no município.
Da Redação
Caros leitores de O Paralelo 13, cidadãos, amigos, políticos, governantes. Vimos, por meio deste editorial, testemunhar que a pior dor de todo e qualquer ser humano é a fome.Quando estamos com fome não conseguimos raciocinar com clareza, pois ela invade nossa mente ante a necessidade mais primária de qualquer ser vivente, que é manter-se vivo.
A fome não deixa quem a sente dormir, a tortura, associando tudo o que acontece a sua volta com comida. Qualquer imagem, qualquer cheiro, qualquer sensação.A única coisa pior que sentir fome é sentir fome sentindo o cheiro da comida, vendo a comida sem ter cesso a ela.
Pois é nessa situação que estão os pacientes e acompanhantes do hospital e maternidade Tia Dedé e do Hospital Regional de Porto Nacional.Essas pessoas são, em sua maioria, oriundas de cidades distantes, que vieram buscar em Porto Nacional melhores condições para seus enfermos, mas que acabaram encontrando a fome e a falta de medicamentos.
Dirigentes e profissionais da saúde das duas unidades vêm fazendo milagres para dar condições mínimas de dignidade a esses pacientes e acompanhantes. Somos sabedores, também, dos esforços da secretaria estadual da Saúde, dos seus servidores e do governador Marcelo Miranda em carrear recursos para sanar a sangria da Saúde, da Educação e da Segurança Pública estaduais, mas gostaríamos de salientar que alimentação e saúde são questões emergenciais, urgentes, que precisam ser resolvidos logo, sob pena de perda de vidas humanas.
Mas, ao que parece, há pessoas na equipe do governo estadual, detentores de cargos eletivos e membros da “base” aliada que ou são cegos ou não estão querendo enxergar de propósito o sofrimento da nossa boa gente.
Estamos falando do um grupelho de deputados estaduais de olho nas eleições para prefeito de Porto Nacional. Eles são autores de emendas impositivas que neste último dia 14 de maio, serviram para pagar dois shows politiqueiros na Orla da Avenida Beira Rio, na cidade portuense. Segundo se comenta as emendas somaram 400 mil reais para o pagamento dos artistas e da infraestrutura. Só para constar, emenda impositiva é aquela em que o deputado indica o destino do recurso a que tem direito e o governo do Estado é obrigado a pagar.
“Pano de fundo”
Aliás, segundo apuramos, os shows seriam beneficentes, com o recolhimento de donativos para o abrigo João XXIII. Mas, ao que parece, esse caráter beneficente serviu apenas de “pano de fundo” para que o evento fosse realizado sem gerar críticas ou protestos – que seriam naturais ante a crise que assola o Estado e o Brasil – pois não houve nenhum tipo de divulgação dessa intenção de beneficiar o abrigo, nem com carros de som nem panfletos, muito menos comunicados via rádio ou TV, o que resultou em alguns quilos de feijão, arroz, farinha e macarrão para os idosos segregados nas dependências, quase abandonadas, desta quase centenária instituição, agora usada irresponsavelmente por estes deputados..
Já que perguntar não ofende, se a intenção era realmente beneficiar o abrigo João XXIII, porque não carrear os recursos direto para a entidade? Por que ajudar apenas o abrigo, se temos o Hospital Dr. Francisco Aires e ao Hospital Maternidade Tia Dedé,em situações precárias, ou as escolas estaduais de Tempo Integral, que no momento passam por dificuldades por falta de merendas oferecida aos estudantes?
Há algum outro sentido em realizar um show beneficente com dinheiro público, advindo dos impostos que os cidadãos pagam com dificuldade, senão a autopromoção? E é total falta de conhecimento destes parlamentares sobre a nobre secular história politica e cultural da coletividade portuense, que nunca se vendeu e não se venderá por circo, ou patrocínios de troças. Se quer o voto deste povo tem que militar nas propostas, no campo das ideias, agindo como um homem público de princípios notadamente éticos e morais.
Nestas terras de Felix Camoa não valem as maracutaias rotineiras, os nós em pingo d’água, as gambiarras politiqueiras, que muitos dos que nos representam elegem como princípios doutrinários para a prática política. Porto Nacional, é diferenciada é por isso merece ser tratada com respeito, mesmo pelos que somente aparecem na cidade no período eleitoral, para vociferar inverdades, na tentativa de armar o circo dos horrores e do lamaçal da corrupção. Aqui não!!!
E aí perguntamos novamente: será que é esse o retorno que os cidadãos esperam para os altos impostos que pagam mês a mês? Será que não seria melhor ter aplicado estes milhares de dinheiro público, gasto com esses shows politiqueiros nas carências da Saúde, da Educação e da Segurança Pública?
Merenda escolar
Nesta última sexta-feira presenciamos uma professora do colégio de tempo integral Dom Pedro Segundo, em Porto Nacional, aflita, nervosa e emocionada, abordando um político, clamando por comida, merenda escolar, para os alunos.
Ela explicava que 470 crianças estavam no colégio desde as sete horas da manhã, e já era quase meio-dia, sem um lanche sequer, e sem previsão de almoço. “Como elas podem aprender, se a fome está a lhes turvar a mente e corroer o estômago?”, perguntava a professora.
APELO
Por conhecer de perto e intimamente a fome, venho, aqui, fazer um apelo ao governador Marcelo Miranda, pois parece que os senhores deputados estão mais preocupados em fazer shows.
Acredito piamente que o governador não esteja sabendo dessa realidade enfrentada pelos cidadãos portuenses, pois com sua boa criação religiosa, de princípios e valores, jamais deixaria que algo semelhante acontecesse, principalmente em se tratando de pessoas enfermas e de crianças de baixa renda.
Portanto, venho aqui, em nome do povo portuense, desses pacientes e dessas crianças, suplicar aos seus princípios morais, familiares e éticos, Sr. Governador, para que o senhor olhe para essas pessoas, compreenda sua dor e providencie o alívio que lhes é de direito.
O abrigo João XXIII, inclusive, não recebe nenhum tipo de ajuda do Estado há anos. Os homens e mulheres que, hoje, precisam recorrer ao abrigo para ter um teto sobre suas cabeças, não têm um fisioterapeuta, um enfermeiro, um médico custeado pelo Estado a lhes servir. Esses homens e mulheres são os mesmos que num passado próximo, ajudaram a construir o Tocantins como o conhecemos hoje. São pessoas que mereciam muito mais. Não por dó ou comiseração, mas por reconhecimento pelo papel que representaram na história deste Estado.
Esta situação, talvez, não tenha culpados imediatos ou atuais. Pode tanto ser por acúmulo de descaso dos governos que passaram ou dos próprios dirigentes do abrigo. Mas, a verdade, é que o que menos importa agora é encontrar culpados. O que importa é ajudar, amparar e proteger essas crianças, esses pacientes e esses idosos.
São cidadãos, Sr. Governador, que necessitam da sua atenção, da sua intermediação e, principalmente, da sua ação.
“No poder público não se visa o lucro, mas o bem-estar social. Não se pode administrar uma prefeitura como uma máquina arrecadatória”
Em entrevista ao O Paralelo 13, o presidente da Câmara de Palmas, Rogério Freitas explicou a atual situação do Legislativo e os motivos pelos quais os vereadores não estão aprovando ou discutindo matérias nos últimos dias. Rogério Freitas foi eleito em 2012 pelo PMDB – Partido do Movimento Democrático Brasileiro, como o vereador mais bem votado da Capital e é o presidente da Câmara Municipal de Palmas.
Rogério é docente do ensino básico de Palmas, graduado em letras e pós-graduado em gestão escolar.
Presidente, nas últimas semanas a Câmara não tem aprovado nem discutido matérias de interesse da população. Existe algum motivo pelo qual os vereadores não tem realizado as votações?
“Hoje nós estamos com a pauta trancada por uma medida provisória do executivo para repassar recursos para servidores da saúde para a aquisição de equipamentos de trabalho. Pela legalidade este é motivo pelo qual a Câmara não tem realizado essas atividades, no entanto nos bastidores, é notório que há uma intenção do executivo em não permitir a abertura de CPIs – Comissão Parlamentar de Inquérito para que a gestão do prefeito Amastha não seja investigada, eles têm medo de serem investigados”, explicou.
“Eles têm medo de serem investigados”
O vereador lembrou ainda que na gestão anterior o contrato de coleta de lixo no município era de R$ 1,3 milhões. Hoje, na gestão do governo Amastha esse contrato inexplicavelmente passou a custar R$ 3,3 milhões”.
O presidente da Câmara explicou a necessidade de compreender e mostrar à sociedade o porquê desse aumento de valores, que ultrapassa os 100% de reajuste. “Vemos uma cidade limpa, com meios fios pintados, no entanto a população desconhece como essas ações estão sendo executadas. Esse é o “x” da questão, a sociedade tem sofrido com o aumento das taxas e tribunos que foram elevados sem justificativa alguma. Isso não pode ser aplicado em um período notório de crise econômica. O mercado imobiliário acompanha a crise, então porque os impostos como IPTU tem sofrido aumento? São esses questionamentos que precisam ser trazidos a público para que a população entenda.
É de conhecimento público que a arrecadação de Palmas cresceu, porque que os serviços prestados continuam escassos? A câmara o que tem feito para compreender este processo?
Acredito que é temerário pensar que a administração pública deve ser gerida como a privada. No poder público não se visa o lucro, mas o bem-estar social. Não se pode administrar um órgão público como uma máquina arrecadatória que só visa o lucro. Na Câmara, votamos a favor do estacionamento rotativo, e coube ao executivo regulamentá-lo. O objetivo era disciplinar e dinamizar o estacionamento. Antes da tarifa, era comum não encontrarmos lugares para estacionar no centro da cidade, mas sem nenhum critério, a prefeitura terceirizou o trabalho entregando a administração do serviço a uma empresa que repassa apenas 7% do que é arrecadado ao executivo e não sabemos como esse recurso é revertido ao palmense. Sem falar das péssimas condições que este serviço é prestado. Não há um tempo mínimo de tolerância, isso vai na contramão do que era a proposta inicial.
“No poder público não se visa
o lucro, mas o bem-estar social”
O consumidor tem prejuízos e o empresário está sofrendo sérias consequências com a redução nas vendas. Isso torna claro que o objetivo do estacionamento rotativo é apenas de arrecadação, sem defender o interesse social, salientou.
“Estamos presenciando um governo que busca a arrecadação a todo custo, sem investimento algum”. Rogério Freitas explicou que o prefeito se comprometeu recentemente a destinar R$ 400 mil para fomentar o comércio através de convênio com a Acipa. Ação vista com bons olhos pelo legislativo, uma vez que isso gera empregos, faz com que o dinheiro circule na capital, mas, no entanto a base do governo na Câmara foi orientada pelo prefeito a manter a pauta trancada, nada foi votado. Freitas considerou a atual gestão como “um governo de faz de contas” que combina as coisas, mas não cumpre.
Porque o senhor acredita que esse governo não está cumprindo com as promessas? O que o executivo tem feito para que esse título fosse lhe dado?
É muito simples, o executivo tem subestimado a inteligência dos palmenses, são inúmeras “artimanhas” realizadas. A exemplo são as pautas que precisam ser votadas na Câmara. Atualmente dos 19 vereadores, 12 apoiam a gestão. Para que uma sessão ocorra, é preciso que pelo menos sete vereadores estejam presentes, no entanto para que os projetos sejam votados é necessário a presença de no mínimo dez vereadores. Atualmente não conseguimos juntar quórum para debatermos e votarmos diversas questões, com isso o executivo ganha tempo, faz promessas e não as cumpre. O prefeito adotou ainda o discurso de vítima do sistema político, onde se intitula sozinho, contra todos, no entanto atualmente possui o apoio quase dez partidos na capital. Se ele é contra o sistema político e está sozinho, porque tem o apoio de diversos partidos? Questionou.
O senhor acredita que a mudança no cenário político nacional, se aplica ao Tocantins?
“Certamente. Tanto que fizemos uma revisão no nosso regimento interno, uma vez que o cenário tem se atualizado, e é preciso que nós também o acompanhemos”. O BRT, por exemplo, uma necessidade futura que não se aplica a nossa realidade atual. Hoje para mantermos esse tipo de transporte em Palmas, seria necessário um fluxo dez vezes maior para suprir os gastos e manter o transporte. O BRT foi mais uma promessa de campanha não cumprida pelo prefeito, porque é necessário o apoio do governo federal. Para se ter uma ideia, para manter o BRT, com o número de usuários do transporte coletivo, o bilhete sairia uma média de 20 reais. Portanto ficou a promessa e o desgaste social. Foram moradores encantados com a possibilidade do sistema, e outros vivendo o terrorismo da desapropriação. Com o fluxo atual de usuários o sistema não se manteria. “Não se constrói um político com meias verdades ou mentiras, se constrói com verdade e com compromissos cumpridos”, pontuou.
Sabemos que uma cidade não consegue sobreviver sem um relacionamento com o governo do Estado. O prefeito Amastha vem há algum tempo provocando o governador do Estado. No último episódio o senhor foi ao gabinete do governador e disse que estaria rompendo com o prefeito. Como o senhor vê essa relação?
Rogério lembrou do rompimento da prefeitura de Palmas com o Governo do Estado, durante uma solenidade que abrangia os governo Federal e Estadual. O vereador se limitou a dizer que “a única coisa que não se espera de um gestor público, é o rompimento de parceria com outro gestor”. Não estamos falando de alianças partidárias, mas de parcerias de gestão. O gestor precisa estar em harmonia com o governador, com o presidente, isso independente da posição político partidária. O Governador Marcelo Miranda, por exemplo, é a autoridade maior do Estado, ele representa o Estado do Tocantins, ele não foi eleito apenas para aqueles que o apoiaram, mas para todos, o que ele fez é inadmissível, pois não consegue ainda que Palmas cresça sem o apoio de parceiros e do Governo.
“Todos conhecem o perfil do governador Marcelo Miranda que foi construído e validado pela humildade que tem, pelo bom relacionamento com as pessoas. A esposa, Dulce Miranda, com relevantes serviços prestados pelos mais necessitados e conhecida nos quatro cantos do Estado, como a primeira-dama do povo. Eles não mereciam um tratamento desse tipo, na verdade ninguém merece, mas se o prefeito faz isso com a autoridade máxima do estado, o que fará com um cidadão sem poderes políticos, uma pessoa simples” questiona o vereador Rogério.
Para se ter uma ideia, na Constituinte de 1988 o deputado estadual Brito Miranda era o Presidente da Assembleia de Goiás, e que o Congresso Federal colocou como condição para que novos estados fossem criados seria necessário ter autorização de 100% dos deputados estaduais. Tanto que naquele período o Pará não foi dividido porque não conseguiu os 100% de aprovação dos deputados do Estado. O líder de governo na época era Brito Miranda que teve a missão de trabalhar a família Caiado, e a família Borges para tentar ter 100% da votação na assembleia de Goiás. Esse gesto foi primordial para a criação do Tocantins. De nada valeria as outras ações dos demais deputados engajados caso não conseguisse esse feito. Essa parte da história muita gente desconhece, e quem nega sua história não merece estar à frente do destino da nossa cidade, enfatizou o vereador.
Rogério Freitas ressaltou ainda que durante o processo eleitoral não apoiou o atual governador do Estado, mas que sempre teve um bom diálogo. Não podemos por diferenças políticas omitir a história de um povo, e o governador Marcelo, fez e faz parte dessa história, foi eleito deputado estadual, governador por três mandatos e senador da república. Estamos falando de uma autoridade que tem carisma, que tem um serviço prestado a população. Palmas não consegue se mover sem apoios, não somos uma instituição autosuficiente, essa parceria faz-se importante para que todos sejam beneficiados. E quando me refiro a parceria não falo apenas do poder público, mas também do setor privado, que hoje com a crise econômica tem prestado um número menor de serviços, e ainda se depara com o alto valor do tributo cobrado. Como que o empresário que vende pouco e paga taxa alta tem condições de gerar emprego? Nenhuma capital sobrevive sozinha, nenhuma cidade. Não podemos caminhar pro futuro e esquecer o passado e é lá que estão as nossas referências, os nossos erros, é de lá que temos a oportunidade de fazer melhor, fazer diferente, ou até continuar com o que tem dado certo.
O senhor acredita que diante dessa crise econômica há uma saída para Palmas?
Eu conheço o palmense, sei da sua capacidade em inovar, assim como sei que é pouco provável que ele apanhe na mesma esquina duas vezes, exemplificou. As pessoas tem sobrevivido ao sistema, mas em outubro conheceremos de fato a realidade da sociedade. Ela é quem julga, quem faz a diferença e vamos ver se esse discurso está agradando ou não a sociedade, finalizou o presidente da câmara.
“Palmas não consegue se mover sem apoios”
“O prefeito é bom de discurso, de marketing, acredita que vivemos em uma Palmas diferente desde 2012, e ela é diferente, com um custo mais elevado, com uma indústria de multas, com um sistema bruto de arrecadação, nisso ela se tornou diferente até de muitas capitais do Brasil. A coisa pública precisa ser gerida com mais clareza, transparência e respeito”, finalizou