Ação investiga desvio de R$ 200 mi em obras de transposição do rio São Francisco
A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira (11) o presidente da OAS, Elmar Varjão, na Operação Vidas Secas - Sinha Vitória, que investiga desvios de R$ 200 milhões em obras da transposição do Rio São Francisco. Segundo a Justiça Federal de Pernambuco, também foram presos na mesma operação os executivos Alfredo Moreira Filho, da Barbosa Mello; Mário de Queiroz Galvão e Raimundo Maurílio de Freitas, da Galvão Engenharia. Elmar Varjão também representa a Coesa.
As prisões foram realizadas no Rio de Janeiro, São Paulo, Distrito Federal e no Ceará.
Os investigados devem responder pelos crimes de associação criminosa, fraude na execução de contratos e lavagem de dinheiro.
Em entrevista coletiva na PF de Pernambuco, os investigadores confirmaram que as empreiteiras utilizaram empresas em nome do doleiro Alberto Youssef e do lobista Adir Assad, investigados na Operação Lava Jato, para maquiar os desvios.
Os valores eram destinados à transposição do rio, no trecho que vai do agreste de Pernambuco até a Paraíba, que compreendem dois dos 14 lotes da transposição do rio São Francisco. Os contratos investigados, até o momento, são de R$ 680 milhões.
Em agosto, a Justiça Federal em Curitiba já havia condenado executivos e ex-executivos da OAS, na Operação Lava Jato. Os acusados foram condenados por crimes em contratos e aditivos da OAS com a Refinaria Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, e com a Refinaria de Abreu e Lima (Renest), em Pernambuco.
Segundo a PF foram cumpridos 32 mandados judicias nos estados de Pernambuco, Goiás, Mato Grosso, Ceará, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Bahia e Brasília, sendo quatro mandados de prisão no Rio de Janeiro, Distrito Federal, São Paulo e Ceará, quatro mandados de condução coercitiva no Rio Grande do Sul, em São Paulo, Goiás e Rio de Janeiro. Ainda houve 24 mandados de busca e apreensão, sendo sete em Pernambuco.
Orçado em R$ 8,2 bilhões, o projeto, de iniciativa federal, tem o objetivo de garantir o abastecimento de água para 390 municípios dos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte, beneficiando aproximadamente 12 milhões de pessoas. A obra começou em 2006, quando tinha orçamento de R$ 4,5 bilhões. Devido aos atrasos, teve o custo praticamente dobrado.
Com Folha de São Paulo
O Governo do Tocantins, por meio do secretário da Administração, Geferson Barros, do secretário de Planejamento e Orçamento, David Torres, e do secretário da Fazenda, Paulo Afonso, esclarece que o 13º salário dos servidores públicos será pago, conforme determinação do governador Marcelo Miranda, até dia 20 de dezembro, dentro do prazo legal. “Estamos correndo atrás para prover este pagamento tão importante. Vamos honrá-lo no dia correto, visto que esta é uma prioridade desta gestão. O que houve foi uma interpretação equivocada dos presentes”, frisou o secretário da Fazenda, Paulo Afonso, se referindo a boatos de que não haveria o cumprimento do 13º. O pronunciamento aconteceu na tarde desta quinta-feira, 10, durante Audiência Pública com a Comissão de Defesa do Consumidor na Assembleia Legislativa. A folha de novembro será paga em dia e estará na conta dos servidores no sábado, dia 12.
De acordo com o doleiro, o ex-diretor da estatal, Paulo Roberto Costa, fez um acordo para que a chapa Cabral-Pezão recebesse diretamente a propina
Em depoimento ao Superior Tribunal de Justiça, (STJ) o doleiro Alberto Youssef, apontado como operador do PP no esquema de corrupção da Petrobras, reiterou nesta quinta-feira (10) que recursos desviados da estatal alimentaram as campanhas eleitorais de Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão (PMDB) ao governo do Rio em 2010.
De acordo com o doleiro, o ex-diretor da estatal, Paulo Roberto Costa, fez um acordo para que a chapa Cabral-Pezão recebesse diretamente a propina oriunda do consórcio para a Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). O valor, de R$ 30 milhões, seria originalmente dividido entre o PP e o PMDB.
Youssef disse que Paulo Roberto Costa o orientou, então, a deixar de cobrar das empresas Odebrecht, Toyo e UTC, integrantes do consórcio, a propina que seria destinada ao PP. O recurso seria pago pela própria Odebrecht diretamente aos então candidatos Cabral e Pezão, que também embolsariam a outra metade destinada ao partido do qual fazem parte.
"Eu me lembro muito bem deste fato porque questionei o doutor Paulo Roberto sobre essa transferência, porque estávamos em campanha pelo PP e necessitávamos de recursos para integrantes do partido. Ele me disse que esse era um assunto que já havia negociado e era dessa maneira que iria ocorrer", respondeu o doleiro durante o depoimento.
As informações já constavam na delação premiada de Costa à Polícia Federal e foram reiteradas nesta quinta-feira por Youssef, que afirma não ter participado das negociações do repasse dos recursos à campanha de Pezão e Cabral. Os peemedebistas são alvo de um inquérito no STJ que apura o envolvimento deles no esquema investigado no âmbito da Lava Jato e negam participação no esquema e o recebimento de propina desde que o inquérito foi aberto.
O depoimento de Youssef, que está preso em Curitiba, foi colhido por meio de videoconferência pelo juiz Ricardo Coimbra e pelo subprocurador-geral da República, Oswaldo Barbosa.
Cabral
O ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) divulgou nota na noite desta quinta-feira, 10, em que "reitera a sua indignação pelo envolvimento de seu nome no caso, destacando que o depoente, conforme declaração registrada nesta quinta-feira (10/12) no STJ, afirmou desconhecer Cabral". Na nota, Cabral refere-se ao doleiro Alberto Youssef, que em depoimento ao Superior Tribunal de Justiça reafirmou que as campanhas do ex-governador e do então vice, o hoje governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), foram abastecidos com dinheiro desviado da Petrobras.
Dilma perde seu mais fiel escudeiro no PMDB e, junto, o controle efetivo dos seus representantes no Congresso. Destino de ministérios prometidos a Picciani também é incerto
Principal interlocutor de Dilma Rousseff no PMDB, o deputado Leonardo Picciani (RJ) deixará de ser o líder da bancada do partido na Câmara. Ele será destituído por meio de um abaixo-assinado subscrito pela maioria dos deputados que imaginava liderar. O documento será protocolado na Mesa Diretora da Câmara nesta quarta-feira. Assumirá a liderança, também por vontade expressa da bancada, o deputado Leonardo Quintão (MG).
“Queremos na liderança um representante da nossa bancada, não um preposto do governo”, disse o deputado Osmar Terra (RS), um dos peemedebistas que coletaram assinaturas para apear Picciani da liderança. “O resultado da votação desta terça-feira deixou claro que o Picciani foi desastroso na condução da bancada”,
Picciani havia negociado com o Planalto a seleção de nomes 100% fechados com Dilma. Com o resultado que deu a vitória do grupo oposicionista na formação da comissão, os desafetos de Picciani não tiveram dificuldades para reunir as assinaturas necessárias à destituição do líder.
A destituição de Picciani ocorre menos de 48 horas depois de o vice-presidente Michel Temer ter mencionado o nome dele na carta-desabafo que enviou a Dilma. “Sou o presidente do PMDB e a senhora resolveu ignorar-me chamando o líder Picciani e seu pai para fazer um acordo sem nenhuma comunicação ao seu vice e presidente do partido”, queixou-se Temer.
Picciani, com seu novo posicionamento pró-Dilma, já havia indicado os ministros da Saúde, Marcelo Castro e da Ciência e Tecnologia, Celso Pansera. O destino desses ministérios e de outros prometidos por Dilma, agora, só Deus sabe.
DELAÇÃO DE DELCÍDIO PREOCUPA
Enquanto isso, as notícias de Curitiba não são nada boas para as pretensões do Planalto em manter o poder. O senador Delcídio do Amaral além de fechar acordo de delação premiada, contratou a mesma banca de advogados que defende o doleiro Alberto Youssef e ao seu primeiro depoimento podem se seguir fatos assustadores para todos os petistas e membros de outros partidos que tiveram alguma proximidade com a Petrobras nos últimos cinco anos.
Delcídio do Amaral é a próxima bomba a explodir no colo de Dilma Rousseff.
Quem viver verá!
A reunião deve ser realizada no Palácio da Alvorada e está prevista para as 19h30
Depois da ampliação da crise no governo por conta da carta enviada pelo vice-presidente Michel Temer, para a presidente Dilma Rousseff, se queixando do tratamento dado por ela a ele, o Palácio do Planalto acertou um encontro entre os dois que, a princípio, seria realizado nesta terça-feira, mas acabou adiado para amanhã. A reunião deve ser realizada no Palácio da Alvorada e está prevista para as 19h30, depois que a presidente Dilma retornar de Boa Vista, em Roraima, onde participará de uma solenidade de entrega de casas do Programa Minha Casa, Minha Vida. O encontro só não acontecerá amanhã e, neste caso, seria transferido para quinta-feira, se houver atraso no regresso de Dilma a Brasília.
Nesta terça-feira (8), a presidente Dilma mandou dois emissários procurarem o vice-presidente Michel Temer, para tentar amenizar o clima ruim que se estabeleceu entre os dois, aumentando ainda mais a temperatura da crise que tomou conta de Brasília. A "bandeira branca" foi levantada por Dilma para Temer, que aguarda o chamado da presidente para a conversa. Ao ser avisado do pedido do encontro, Temer sinalizou que o aceitaria dizendo que "não se recusa convite de presidente".
O primeiro emissário de Dilma para Temer foi o ministro da Advocacia Geral da União, Luiz Inácio Adams, que chegou ao Palácio do Jaburu, perto da meia-noite de segunda-feira, para tentar agir como "bombeiro" na crise que se instalara, depois de Temer se queixar que o governo o trata como traidor e que estava conspirando contra a presidente para assumir o seu lugar após o impeachment. O segundo emissário foi o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, que, no meio da tarde desta terça-feira, telefonou para Temer, a pedido de Dilma, para levar um recado da presidente que ela gostaria de encontrar com ele, ainda na terça, para uma conversa. Até o início da tarde de terça, este encontro seria impossível de ser imaginado e estava completamente descartado. Mas, depois das intermediações, ficou acertado que Temer aguardaria o chamado de Dilma, que poderia acontecer ao final da agenda de ambos. Só que, ao final do dia, Temer foi avisado pelo Planalto que o melhor era deixar a reunião para quarta-feira, assim que Dilma chegasse de viagem.
Até agora, a disposição do vice-presidente Michel Temer em ajudar a presidente Dilma na derrubada do processo de impeachment no Congresso é zero. Assessores do vice dizem que ele sempre trabalhou pela governabilidade de Dilma e que ela não reconhece nada que ele faz. Ao contrário, despreza todo o potencial que Temer tem, já que é um constitucionalista reconhecido. Mas apesar de toda a crise política que atingiu níveis ainda mais altos com a divulgação da carta de Temer, os interlocutores do vice-presidente asseguram que não há um rompimento entre os dois, apenas um distanciamento, uma espécie de "dar um tempo" para que, neste período, possam "fazer uma DR - discussão da relação". Os interlocutores de Temer lembram ainda que "o primeiro tempo" na relação dos dois foi dado pela própria presidente Dilma que chegou a ficar 45 dias sem falar com o vice-presidente, enquanto se aproximava do líder do PMDB, Leonardo Picciani, durante o período de preparação da reforma ministerial, anunciada em outubro. Nesta época, de acordo com os interlocutores do vice-presidente, Dilma e Temer ficaram sem se falar 45 dias.
Ao final do dia, o governo estava convencido de que a derrota no plenário que aprovou que a comissão que julgará o impeachment será comandada pelos oposicionistas foi resultado também deste embate entre Dilma e Temer, em decorrência da carta escrita pelo vice.
Dilma e Temer foram muitos criticados neste episódio. Temer, porque os aliados de Dilma dizem que ele trabalha contra a presidente e tem alimentado o processo de impeachment e Dilma porque não ouve os aliados e não os consulta para tomar as decisões de seu governo. O clima esquentou na noite de segunda-feira quando, além da divulgação da carta com as queixas de Temer, o vice-presidente desabafou a interlocutores que o processo de impeachment tem lastro jurídico. A afirmação foi entendida como uma declaração de guerra contra o governo petista.
Dilma quer a reaproximação com Temer porque sabe que o governo não tem nada a ganhar com este rompimento já que a presidente precisa de cada voto, de cada partido aliado e, se possível, até da oposição, para barrar o processo de impeachment contra ela. O clima no Congresso não tem sido nada favorável à presidente Dilma e ela precisa do PMDB de Temer para reverter isso.