Desde março de 2013, foram apreendidos mais de 3,7 toneladas de cocaína, 230 mil euros, dez veículos, uma embarcação, 19 armas curtas e dois fuzis
A Polícia Federal (PF) cumpriu hoje (31) 46 mandados de prisão e 80 de busca e apreensão com o objetivo de desmontar um esquema de tráfico de drogas, no Porto de Santos. Duas facções criminosas enviavam cocaína à Europa, a Cuba e à África. Nesta segunda-feira, 23 pessoas foram presas. Desde março de 2013, foram apreendidos mais de 3,7 toneladas de cocaína, 230 mil euros, dez veículos, uma embarcação, 19 armas curtas e dois fuzis. De acordo com a PF, as investigações foram desmembradas em duas operações. Uma delas, a Hulk, concentrada na capital paulista, ficou responsável por acompanhar o grupo encarregado da compra da cocaína vinda da Bolívia. A droga entrava no país por meio da fronteira com o Paraguai. A outra operação, a Oversea, no Porto de Santos, descobriu a estratégia usada pelo bando para que o produto ilícito chegasse aos clientes no exterior. A cocaína era colocada em mochilas e sacolas e inseridas em contêineres por funcionários que atuavam nos Recintos Alfandegários de Exportação (Redex), áreas dos terminais privados. “A droga seguia junto com um lacre clonado. No local de destino, membros da organização criminosa rompiam os lacres, recuperavam a cocaína e colocavam os lacres clonados, para não gerar suspeitas”, informa a nota da PF.
Com informações da PF
O aumento dos gastos, em ritmo maior que o crescimento das receitas, fez o Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) registrar o segundo pior resultado primário da história em meses de fevereiro. Segundo números divulgados há pouco pelo Tesouro Nacional, o mês passado registrou déficit primário de R$ 3,079 bilhões. O resultado só não é pior que o de fevereiro do ano passado, quando o déficit mensal somou R$ 6,618 bilhões.
Com o resultado de fevereiro, o superávit primário nos dois primeiros meses de 2014 soma R$ 9,876 bilhões, pior valor para o período, desde 2009. O resultado seria ainda pior se as estatais não tivessem recolhido R$ 2,892 bilhões em dividendos ao Tesouro Nacional, no mês passado. Desse total, R$ 2 bilhões saíram do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); R$ 700 milhões, da Caixa Econômica Federal; e R$ 192,1 milhões, do Banco do Brasil.
O superávit primário é a economia que o governo faz para pagar os juros da dívida pública. O esforço fiscal permite a redução do endividamento do governo no médio e no longo prazo. Para este ano, a meta do Governo Central é economizar R$ 80,8 bilhões, equivalentes a 1,55% do Produto Interno Bruto (PIB - soma das riquezes produzidas no país). Os estados e municípios deverão fazer superávit primário de R$ 18,2 bilhões – 0,35% do PIB. No total, o superávit primário do setor público deverá fechar o ano em R$ 91,306 bilhões – 1,9% do PIB.
Até abril, o Governo Central deverá economizar R$ 28 bilhões, segundo o decreto de programação orçamentária. O superávit primário acumulado nos dois primeiros meses do ano equivale a 33,8% do total, o que indica que o governo terá de economizar R$ 18,5 bilhões em março e abril para alcançar a meta para o primeiro quadrimestre.
A expansão dos gastos, em ritmo maior que o crescimento das receitas, foi a principal causa do déficit primário em fevereiro. A receita líquida do Governo Central cresceu 7,3% no primeiro bimestre, na comparação com o mesmo período do ano passado. As despesas totais, no entanto, subiram 15,5%. Os gastos de custeio (manutenção da máquina pública) aumentaram 24,2%. Por causa de acordos de reajustes salariais fechados em 2011, e as despesas com o funcionalismo cresceram 13,5%.
Os investimentos do governo federal – que englobam os gastos com obras e compras de equipamentos – acumulam alta de 22,7% nos dois primeiros meses de 2014. Os gastos passaram de R$ 12,3 bilhões, em janeiro e fevereiro do ano passado, para R$ 15,1 bilhões no primeiro bimestre deste ano. No mesmo período, as despesas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) aumentaram ainda mais, passando de R$ 7,7 bilhões para R$ 11,1 bilhões na mesma base de comparação - salto de 43,3%.
Informações do Agencia Brasil
O Tesouro Nacional voltou a captar recursos no mercado internacional em euros após oito anos. De acordo com a instituição, foram captados, por meio da emissão de papéis no mercado externo, € 1 bilhão em títulos com vencimento em 2021. A última operação em euros havia acontecido em 2006.
Segundo o governo brasileiro, a taxa de retorno ao investidor da captação externa, ou seja, quanto os investidores receberão de juros, ficou em 2,96% ao ano - abaixo da remuneração paga há oito anos atrás na última operação em euros (5,44% ao ano). O spread, por sua vez, ficou em 165 pontos base acima do mid-swap de 7 anos.
Rebaixamento da nota brasileira
A operação no mercado externo é a primeira após a agência de classificação de risco Standard&Poors (S&P) ter anunciado o rebaixamento da nota da economia brasileira de "BBB" para "BBB-". Em comunicado, a S&P disse que o rebaixamento do rating reflete a combinação de "derrapagem orçamentária" em meio às perspectivas de "crescimento moderado nos próximos anos", baixo volume de investimentos, "capacidade restrita" a ajustar a política antes das eleições presidenciais de outubro e "algum enfraquecimento das contas externas do país".
Referência para empresas
Nas emissões da dívida externa do país, que não podem ser adquiridas por investidores nacionais, o governo capta recursos no mercado externo, mas tem por objetivo principal proporcionar referência para o mercado privado brasileiro em termos de taxas de juros.
Com os resultados das captações do Tesouro Nacional, as empresas podem calcular quanto teriam de pagar para fazer captações de recursos no mercado internacional. Ou seja, servem como referência em termos de taxas de juros. As captações também geram aumento da dívida externa brasileira.
Como funciona
Nas emissões de títulos da dívida pública no mercado externo, os investidores estrangeiros "compram" os papéis e pagam em dólar ou em outras moedas, como euro, ienes, ou até mesmo em reais. Na data do resgate, recebem o equivalente ao emitido no momento da captação. No meio termo, ou no fim do contrato, recebem juros.
O processo de lançar bônus no mercado internacional funciona como um leilão. Os investidores fazem sua proposta ao governo brasileiro, informando a taxa de juros e a quantidade de títulos que desejam receber, e o Tesouro Nacional as aceita ou não.
Com informações BC
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e a presidente da Petrobras, Graça Foster, serão convidados para audiência pública conjunta nas Comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) para esclarecer a compra pela Petrobras da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, em 2006. O negócio pode ter causado um prejuízo de cerca de US$ 1 bilhão à empresa.
Lobão também será questionado sobre a situação do sistema elétrico e o risco de racionamento de energia. Requerimentos propondo a audiência pública, apresentados pelos senadores Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e Rodrigo Rollemberg (PSB-SE), foram aprovados nesta terça-feira (25) pela CMA. Na CAE, o autor do requerimento foi o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF). Ele afirmou que o seu partido, antes de subscrever um eventual pedido de instalação de comissão parlamentar de inquérito (CPI) para apurar a transação, gostaria de ouvir os esclarecimentos do governo.
Para Rollemberg, a presença do ministro e da presidente da Petrobras em uma audiência pública do Senado interessa a todos, inclusive ao governo Dilma Rousseff. Os senadores Eduardo Suplicy (PT-SP) e Pedro Taques (PDT-MT) também apoiaram o pedido.
Acordo de lideranças
O convite ao ministro para discutir o setor elétrico já estava na pauta da CMA e, em acordo com líderes da base de apoio ao governo, foi ampliado para que Lobão possa tratar do caso da compra da refinaria. Também por entendimento foi incluído requerimento para chamar a presidente da Petrobras.
Os senadores querem saber por que a Petrobras pagou valor 30 vezes maior que o montante pago pela empresa belga Astra Oil para adquirir a mesma refinaria, um ano antes. Querem também explicações sobre declarações da presidente Dilma Rousseff de que "parecer falho" teria embasado a compra da refinaria.
Sobre os problemas no setor elétrico, Randolfe quer saber a opinião do ministro sobre relatório da consultoria PSR, que aponta a probabilidade de o Brasil ter de decretar racionamento este ano, e esclarecimentos sobre notícias de problemas na Eletrobrás.
Dois outros requerimentos, convidando Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras à época da compra da refinaria no Texas, e o ex-diretor da área internacional da estatal Nelson Cerveró, apontado como o responsável pelo “parecer falho” que teria orientado o negócio, foram lidos na reunião da CMA desta terça-feira e devem ser votados na próxima semana.
Com informações da Agencia Brasil
Corte de nota pode levar à saída de investimentos
O rebaixamento da classificação de risco do Brasil é inconsistente com as condições da economia brasileira, informou há pouco o Ministério da Fazenda. Em nota oficial, a pasta informou que a redução da nota é contraditória com a solidez e os fundamentos do país.
No texto, o ministério reafirmou o compromisso com a meta de superávit primário – economia para pagar os juros da dívida pública – de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014 e com o equilíbrio fiscal nos próximos anos. Além disso, a pasta informou que o governo continuará a trabalhar para dar prioridade ao investimento e promover o crescimento sustentável no longo prazo.
Para o Ministério da Fazenda, a avaliação sobre a situação fiscal brasileira está equivocada por não levar em conta que o país tem gerado um dos maiores superávits primários do mundo nos últimos 15 anos e está reduzindo o endividamento público. “Em 2013, cabe salientar, fizemos um superávit primário de 1,9% do PIB, suficiente para reduzir o endividamento público, tanto bruto (de 58,8% do PIB para 57,2% do PIB) quanto líquido (de 35,3% do PIB para 33,8% do PIB)”, destacou a pasta.
Em relação ao crescimento econômico, uma das causas apontadas pela agência para o corte da nota de classificação, o ministério ressaltou que o país cresceu 17,8% desde o início da crise econômica internacional, em 2008, e acumula uma das maiores taxas de crescimento no período entre os países do G20 (grupo das 20 maiores economias do planeta). “No ano passado, o país cresceu 2,3%, desempenho superior à maioria dos países deste grupo”, destacou.
Nos bastidores, a equipe econômica avalia ser possível um novo rebaixamento no ano que vem, o que retiraria o Brasil do grupo de países mais confiáveis, o chamado “investment grade”. O anúncio, no início da noite de hoje, serviu também de combustível para críticas da oposição.
A decisão da S&P, cujos especialistas visitaram o Brasil há duas semanas, chegou em momento em que o governo julgava estar superando as dificuldades dos dois últimos anos. O drama no governo é que o anúncio da S&P pode desencadear um efeito em manada, isto é, outras agências de classificação de risco, como Fitch e Moody’s, podem seguir a onda. Esse rebaixamento foi emblemático porque a S&P foi a primeira agência a elevar a nota do Brasil, há seis anos. O governo confiava na melhora da economia brasileira, ao longo deste ano, para driblar o corte.
De acordo com uma fonte graduada da equipe econômica, o que surpreendeu foi o peso dado ao ritmo de crescimento econômico. “O tema fiscal é momentâneo, todo mundo sabe que tem a ver com a transparência e os problemas de 2012, mas isso não se repetiu e nem se repetirá”, disse a fonte. “Mas apontar o crescimento, justamente neste momento de retomada da economia foi surpreendente.”