Os manifestantes portam faixas e cartazes com críticas contra a corrupção e as medidas econômicas adotadas pelo governo federal e alguns pedindo a saída da presidenta Dilma Rousseff
A Avenida Paulista, na região central de São Paulo, ficou tomada de manifestantes nos dois sentidos. Os manifestantes portam faixas e cartazes com críticas contra a corrupção e as medidas econômicas adotadas pelo governo federal e alguns pedindo a saída da presidenta Dilma Rousseff. Há também grupos de extrema direita que defendem a intervenção militar.
Segundo estimativa da Polícia Militar (PM), divulgada às 14h40, mais de 1 milhão de pessoas ocupam os dois sentidos da via e as ruas adjacentes. A corporação informou que não foi registrado nenhum incidente no ato. Levantamento feito pelo Datafolha indica a participação de 210 manifestantes em São Paulo.
Os manifestantes começaram a chegar no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp) no final da manhã e, por volta das 13h30, havia no local cerca de 9 mil pessoas, de acordo com a PM. Antes do início do ato, previsto para as 15h, mais de 200 mil pessoas estavam na avenida e nas ruas próximas, segundo a PM.
Segundo estimativa da Polícia Militar (PM), divulgada às 14h40, mais de 1 milhão de pessoas ocupam os dois sentidos da via e as ruas adjacentes. A corporação informou que não foi registrado nenhum incidente no ato. Levantamento feito pelo Datafolha indica a participação de 210 manifestantes em São Paulo
Durante a ditadura militar (1964-1985) o Estado brasileiro restringiu as liberdades individuais e praticou diversas violações de direitos humanos. Pelo menos 434 pessoas foram mortas ou desapareceram por ação dos agentes da repressão. Segundo o relatório final da Comissão Nacional da Verdade, o número não leva em conta os camponeses e indígenas que também sofreram com a ação dos agentes da ditadura. A identificação dessas pessoas deverá aumentar o número de vítimas do regime militar.
Petistas se assustam e ministros de Dilma chamam protesto de '3º turno'
O governo esperava uma adesão nacional de até 300 mil pessoas, mas projeções da Polícia Militar fazem uma conta maior.
Ainda não há uma avaliação fechada sobre os protestos deste domingo, mas ministros de Dilma Rousseff e petistas fazem considerações diferentes em relação às manifestações, sobretudo em São Paulo, espécie de epicentro dos atos contra Dilma Rousseff.
Para um ministro do PT ouvido pela reportagem, o tom é de terceiro turno das eleições. Em condição de anonimato, esse ministro afirmou que não há "povão" na avenida Paulista, e sim a classe média que votou no tucano Aécio Neves (PSDB-MG).
O governo esperava uma adesão nacional de até 300 mil pessoas, mas projeções da Polícia Militar fazem uma conta maior.
"A PM está inflando os números", disse esse ministro, pedindo para não ser identificado.
Já um outro importante petista, sem assento na Esplanada, faz análise diferente: mesmo que a PM esteja superestimando a contabilidade de manifestantes em São Paulo, as imagens deixam claro que os protestos estão "bombando".
Para esse petista, a multidão não é homogênea. Há grupos de "extrema direita, classe média insatisfeita, lunáticos, e setores que reivindicaram mudança nos atos de junho de 2013".
"Diferentemente de 2013, os protestos de hoje estão materializados nela (Dilma Rousseff). O pronunciamento de domingo, no qual pediu paciência aos brasileiros, o que foi um erro, não foi capaz de desmobilizar essa adesão toda. É um massacre", disse.
Por ora, a única semelhança nas avaliações internas é a percepção de que somente uma forte ofensiva do governo será capaz de reverter esse mau humor e, assim, evitar um quadro irreversível na baixa popularidade presidencial.
Da Agência Brasil
Os peemedebistas costuraram a derrubada do veto nos bastidores, com o apoio de alguns petistas, surpreendendo o governo
O PMDB tentou impor nesta quarta (11) mais uma derrota à presidente Dilma Rousseff no Congresso, mas a articulação acabou fracassando.
O partido liderou manobra para derrubar veto de Dilma à prorrogação de um acordo entre a Chesf (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco), subsidiária da Eletrobrás, e indústrias de energia do Norte e Nordeste --que garantia o repasse de energia elétrica mais barata a essas indústrias. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), foi o principal articulador da tentativa de derrubada do veto.
A Câmara chegou a derrubá-lo, mas o Senado manteve a não prorrogação do acordo após forte atuação do governo. Com a decisão dos senadores, o veto de Dilma continua em vigor --já que para um veto ser derrubado, as duas Casas têm que votar nesse sentido.
Os peemedebistas costuraram a derrubada do veto nos bastidores, com o apoio de alguns petistas, surpreendendo o governo. Ministros entraram em campo ligando para congressistas durante a votação. A pressão deu certo e não foram alcançados os 41 votos necessários de senadores para derrubar o veto porque apenas 63 dos 81 senadores compareceram à votação. Desse total, 39 votaram pela derrubada do veto e 24 pela sua manutenção.
O governo pediu a aliados que esvaziassem a sessão para evitar a derrubada do veto.
A crise entre PT e PMDB teve início na semana passada, quando Renan devolveu medida provisória encaminhada pela presidente Dilma. O partido havia sinalizado uma trégua ao ser fiador do acordo para manter o veto à correção de 6,5% na tabela do Imposto de Renda. Com a quase derrubada do veto da Chesf, os peemedebistas mandaram um novo recado ao Planalto, mas Renan acabou vencido pela articulação do Palácio do Planalto.
Treze empresas são beneficiadas com os preços mais baixos de energia, fixados em R$ 110 por megawatt/hora. Sem o subsídio, as empresas calculam que teriam gastos três vezes maiores no abastecimento de energia.
Se o veto fosse derrubado, o governo deixaria de ampliar sua arrecadação porque a Chesf teria que manter os subsídios às indústrias até o ano de 2042. O acordo termina em julho deste ano.
A tentativa de derrubada do veto foi articulada por Renan e líderes peemedebistas como Romero Jucá (PMDB-RR). Senadores nordestinos aliados do governo, como Walter Pinheiro (PT-BA), apoiaram a manobra porque consideram que as indústrias terão fortes prejuízos sem o acordo com a Chesf --com a possibilidade de fecharem as portas e provocarem desemprego em massa.
Pinheiro foi um dos autores da emenda à medida provisória, vetada por Dilma, que prorrogava o acordo da Chesf com as indústrias.
"Não se trata de uma birra nem de uma guerra, mas de uma justa ação para repor a questão da energia. Falo como nordestino e baiano. Essa questão é crucial para a economia do meu Estado", afirmou o petista.
Jucá disse que a derrubada do veto não representaria uma afronta ao governo, mas uma decisão política do Congresso de priorizar as regiões mais pobres do país. "Não é um ato contra o governo. Não é um ato contra o Ministério de Minas e Energia, contra o ministro Eduardo Braga. Ao votar assim, esta Casa sinaliza que quer um programa econômico de desenvolvimento, um ambiente econômico com segurança jurídica."
Irritado com a articulação do PMDB, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), criticou os aliados da presidente Dilma Rousseff no Congresso. "É preciso ter um pouco mais de decência nas negociações políticas desta Casa", atacou.
Com Folhapress
Eles serão substituídos por Beto Rosado (RN) e Covatti Filho (RS), cujo pai também está na lista
Os deputados Lázaro Botelho (PP-TO) e Sandes Júnior (PP-GO) pediram afastamento da CPI da Petrobras nesta terça-feira (10). Os parlamentares fazem parte da lista de 22 deputados com mandato que estão sendo investigados pelo STF (Supremo Tribunal Federal), suspeitos de envolvimento nos esquemas de corrupção da estatal.
Inicialmente, o PP havia decidido manter Botelho como integrante da CPI, alegando que a simples menção do nome do deputado, sem a apresentação de nenhum prova, não era suficiente para julgá-lo culpado e afastá-lo das funções.
No entanto, de acordo com informações da assessoria do parlamentar, ele pediu afastamento entendendo que sua presença iria atrapalhar as investigações, uma vez que a comissão poderia ficar presa à discussão sobre a sua participação nos trabalhos.
Com essa mesma justificativa, o deputado também pediu afastamento de suas funções no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.
O deputado ainda deu nenhuma declaração à imprensa, mas por meio da assessoria informou que ficou surpreso ao saber que seu nome estava na lista de investigados. Lázaro Botelho está em contato com seus advogados e aguarda ter acesso ao conteúdo do inquérito para depois prestar esclarecimentos.
Sandes Junior
Outro deputado do PP que também está na lista de investigados do STF e foi indicado pelo partido para compor a CPI da Petrobras é Sandes Junior (GO). Ele ocupava uma das vagas de suplente, mas também pediu afastamento nesta terça.
Segundo o parlamentar, ele estava virando o foco das investigações e decidiu pedir para sair para evitar o desgaste.
— A imprensa está toda em cima de mim, se eu não sair vai continuar. Estou virando o foco, então pedi para sair. É muita exposição, só estavam falando de mim e do outro [Lazáro Botelho].
O deputado conta que o partido gostaria que ele fosse titular da CPI, mas ele temia não conseguir conciliar as atividades de radialista, que exerce em sua base eleitoral, por isso aceitou a suplência. O parlamentar conta que ficou surpreso ao saber que estava sendo investigado, mas que está tranquilo.
— A minha situação é tranquila, não tem consistência a denúncia feita contra mim. É fácil de responder.
O deputado afirma que vai entregar à Justiça dados bancários de toda sua família de seus funcionários que trabalham no gabinete parlamentar na Câmara dos Deputados.
O deputado federal Sandes Júnior (PP-GO) pediu que o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, pagasse por uma pesquisa de opinião do instituto Serpes sobre a disputa pela Prefeitura de Goiânia em 2012.
R7
O Supremo Tribunal Federal (STF) quebrou o sigilo dos depoimentos do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef, feitos em delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato. Os depoimentos se tornaram disponíveis nesta segunda-feira, 9, depois da decisão do ministro Teori Zavascki, na sexta-feira, 6, de retirar o segredo de Justiça sobre o material. A decisão atende a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que, na semana passada, encaminhou ao STF os pedidos de investigação contra os políticos envolvidos nos casos de corrupção da Petrobras. Os inquéritos foram abertos por Zavascki também na sexta-feira.
De acordo com o resumo do 61º termo de colaboração da delação premiada firmada por Paulo Roberto Costa, ele disse ao Ministério Público que as empreiteiras e os consórcios Engevix, Queiroz Galvão, CNCC (Camargo Correia CNEC), Iesa, Galvão Engenharia, Alusa, Techint, Tomé e Consórcio Conest pagaram propinas ao PT e ao PP durante as obras da Refinaria Abreu e Lima ou Refinaria do Nordeste (RNEST). Ele reconheceu ter recebido valores indevidos entre 2005 e 2012.
O documento confirma as informações já divulgadas pela imprensa, durante a delação premiada, de que as companhias citadas pagaram, a título de propina, 3% dos valores de seus contratos para a construção do empreendimento da Petrobras, sendo que 2% iriam para o Partido dos Trabalhadores (PT) e 1% para o Partido Progressista (PP). Segundo Costa, o responsável por receber os valores destinados ao PT era o secretário de Finanças e Planejamento do Partido, João Vaccari Neto. Em novembro do ano passado, quando a revelação da propina de 3% foi divulgada, as empreiteiras citadas negaram a prática de ilícitos.
Como prova do pagamento das propinas, Costa citou uma tabela constante em uma agenda de 2010 apreendida pela Polícia Federal. O próprio ex-diretor seria o responsável por receber os valores. Segundo ele, por se tratar de um ano eleitoral, os valores dos repasses das propinas foram mais altos naquele período, chegando a ultrapassar R$ 5 milhões para algumas pessoas.
Além do pagamento de propinas, as empresas também montaram um cartel nas obras da refinaria. Segundo Costa, as companhias Alusa e Tomé não participaram do cartel por serem de menor porte, mas também pagaram propinas. O ex-diretor detalhou ainda que a Tomé nunca fez repasses diretamente, mas pagou valores indevidos quando fez parte de consórcios com outras companhias do cartel.
Ele citou ainda a Toyo Setal, que também faria parte das obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), como parte do cartel. Segundo Costa, seu contato na Toyo era Julio Camargo, com quem o doleiro Alberto Youssef teria "uma relação bastante forte".
Quanto aos maiores contratos na RNEST, Costa citou que o do Consórcio Ipojuca Participações era de R$ 2,7 bilhões. O Consórcio Conest teria um contrato de R$ 3,1 bilhões na refinaria e o CNCC (Camargo Corrêa CNEC) de R$ 3,3 bilhões.
Apesar do depoimento se centrar nos contratos da Diretoria de Abastecimento da Petrobras, que era chefiada por Costa, o delator afirmou que o padrão era repetido em contratos de outras áreas, sobretudo na de exploração e produção, que detém o maior orçamento da estatal. Nessas áreas, continuou ele, como todos os diretores eram indicados pelo PT, as propinas de 3% seriam repassadas integralmente ao partido, sem divisão com o PP.
Paulo Roberto Costa também disse que "provavelmente" haveria pagamento de propinas em contratos assinados pela Diretoria de Serviços, na época chefiada por Renato Duque, que, segundo o delator, havia sido indicado para o cargo pelo ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu. Essa diretoria assinou diversos contratos para compra de navios plataformas e sondas de perfuração de empresas de Cingapura, Coreia do Sul e China.
Ainda de acordo com Costa, todos os diretores das áreas de serviço, internacional e abastecimento "sabiam e se beneficiavam do esquema". Para o ex-diretor, os presidentes da Petrobras no período - José Eduardo Dutra, José Sergio Gabrielli e Maria das Graças Foster - "provavelmente" sabiam do esquema, mas o delator não pode confirmar essa afirmação por nunca ter tocado no assunto com eles.
"Todas as licitações das quais as grandes empreiteiras citadas participaram tiveram cartelização e manipulação do resultado da disputa", afirmou Costa. Como algumas fontes de referência de custos da estatal eram as mesmas das empresas, as companhias do cartel se manteriam dentro de margens competitivas mesmo com um sobrepreço médio de 3%.
Agência Estado
Deputados definem presidentes de 16 das 23 comissões da Câmara, A definição de qual partido comandaria determinada comissão seguiu a regra da proporcionalidade e do tamanho dos blocos ou bancadas de cada legenda.
Após a definição do comando das comissões permanentes da Câmara dos Deputados, terça-feira (3) à tarde, a escolha dos presidentes das 23 comissões ocupou a atenção dos parlamentares na manhã de hoje (4) quando foram escolhidos aqueles que vão comandar 16 delas.
Ainda falta definir a presidência das comissões de Cultura, Direitos Humanos e Minorias, Turismo, Esporte, Legislação Participativa, Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado e a da mais nova delas, criada este ano, a de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência, o que deve ocorrer nesta tarde.
A definição de qual partido comandaria determinada comissão seguiu a regra da proporcionalidade e do tamanho dos blocos ou bancadas de cada legenda. O período de comando de cada comissão é um ano, ou seja, vai até fevereiro de 2016.
Considerada a mais estratégica das comissões, a de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) será presidida pelo deputado Arthur Lira (PP-AL), que teve o apoio de 47 dos 59 parlamentares que votaram. Cabe à CCJ decidir sobre a constitucionalidade e admissibilidade das proposições que tramitam na Casa. Ao tomar posse, Lira disse que dará prioridade à discussão da reforma tributária, do Código de Defesa do Contribuinte e à análise de projetos que possam melhorar as relações jurídicas na sociedade.
Para comandar a Comissão Fiscalização Financeira e Controle, o eleito foi Vicente Cândido (PT-SP). Filho da ministra da Agricultura, Kátia Abreu, o deputado Irajá Abreu (PSD-TO) foi escolhido presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural.
A deputada Jô Moraes (PCdoB-MG) ficou com a presidência da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional. As comissões da Integração Nacional e Desenvolvimento Regional e da Amazônia e de Viação e Transportes serão presididas pelas deputadas Júlia Marinho (PSC-PA) e Clarissa Garotinho (PR-RJ), respectivamente.
Para a Comissão de Seguridade Social e Família, foi eleito o deputado Antonio Brito (PTB-BA). A Comissão de Defesa do Consumidor elegeu Eli Correa Filho (DEM-SP) para presidi-la este ano, e a de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável elegeu Átila Lira (PSB-PI) presidente.
Rodrigo de Castro (PSDB-MG) presidirá a Comissão de Minas e Energia. Os também tucanos Saraiva Felipe (MG) e Fábio Sousa (GO) foram escolhidos para comandar as comissões de Educação, criada no ano passado após o desmembramento da Comissão de Educação e Cultura e a de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática, respectivamente.
Os integrantes da Comissão de Desenvolvimento Urbano elegeram o deputado Júlio Lopes (PP-RJ) para liderar o colegiado. Já a Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio escolheram o deputado Júlio César (PSD-PI) como presidente. Benjamin Maranhão (SD-PB) foi eleito para presidir a Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público, e Soraya Santos (PMDB-RJ), a de Finanças e Tributação.
Com a instalação e a eleição das mesas diretoras, as comissões iniciam suas atividades. Cabe às comissões permanentes discutir e votar matérias em tramitação na Câmara.