Após intenso bate-boca e muito nervosismo, o presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Tasso Jereissati (PSDB-CE), desistiu de retomar a reunião em que estava prevista a leitura do relatório sobre o projeto de lei da reforma trabalhista.  Jereissati deu como lido o relatório e marcou a votação da reforma na comissão para a próxima terça-feira (30).

 

Com Agência Brasil

Antes, contudo, Jereissati tentou reabrir a reunião da comissão para a leitura do relatório após 50 minutos de interrupção, mas foi impedido pelos senadores de oposição. Exaltados, os senadores que se posicionavam contra a reforma puxaram os microfones do presidente – um dos aparelhos chegou a ficar avariado – e colocaram as mãos sobre a mesa, impedindo a continuidade dos trabalhos. Depois de muito bate-boca, Jereissati desistiu de reabrir a reunião, e os governistas seguiram para o plenário, onde discursaram queixando-se do impedimento ao presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE).

Mais cedo, a CAE realizou audiência pública para debater a reforma. Depois da audiência, quando o relatório começaria a ser lido, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) apresentou questão de ordem pedindo o adiamento da leitura. O requerimento foi posto em votação e vencido por 13 votos a 11.

Em seguida, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) apresentou nova questão de ordem solicitando que a matéria retornasse à Mesa do Senado para ser apensada a outras de assunto semelhante. A questão foi rejeitada pela presidência da comissão, e os oposicionistas levantaram-se e ficaram de pé, em frente à mesa diretora, inciando o bate-boca e anunciando que a reunião não teria continuidade.

“O governo não tem condição de colocar a reforma trabalhista nesta Casa. Eu faço um apelo ao senador Ricardo Ferraço. Isto é uma manobra, estão usando a CAE para dizer que o Temer tem força”, disse Lindbergh Farias (PT-RJ). Ferraço (PSDB-ES) é o relator da reforma trabalhista na comissão.

Com a continuidade do tumulto, Jereissati suspendeu a reunião, mas a tensão prosseguiu no ambiente. Senadores da base aliada e de oposição gritavam e erguiam os dedos uns contra os outros. Manifestantes que acompanhavam a reunião gritavam palavras de ordem dentro do plenário da CAE, e a segurança começou a esvaziar a audiência, inclusive com a retirada da imprensa.

Queixa de agressões Após a desistência de retomada dos trabalhos, os senadores da base aliada se queixaram de que houve tentativa de agressão por parte dos oposicionistas, que não aceitaram a derrota pelo voto. “Não podendo ganhar no voto, senadores e senadoras quiseram ganhar no braço, no grito”, disse o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB). “Aqui só existe uma arma: a palavra. O que se viu foi a tentativa de impedir o funcionamento físico, por agressões físicas, por agressões verbais.”

Também no plenário, Tasso Jereissati fez ao presidente Eunício Oliveira um relato do que houve e disse que se sentiu fisicamente ameaçado e injuriado tanto por senadores quanto pelos manifestantes que estavam dentro da comissão.

“Não lamento por mim, lamento por esta Casa. E chamo Vossa Excelência [Eunício Oliveira] à responsabilidade, porque isso não pode acontecer, porque acaba-se não só o que eles querem acabar, que é o governo – o que é outra questão –, mas acaba-se o Senado; acaba-se o Parlamento; acaba-se o contraditório; acabam-se as discussões; acabam-se, inclusive, as votações, e os vencidos não aceitam o resultado”, afirmou.

Em resposta, o senador Humberto Costa (PT-PE) alegou que houve agressões de parte a parte e pediu uma reunião de lideranças para superar os problemas ocorridos na CAE. “Esta aqui é uma Casa, por excelência, política, e acho que tudo que aconteceu hoje, e posso falar aqui com autoridade, porque eu era um dos que estavam tentando serenar os ânimos, apesar de ter levado um empurrão de um senador da base do governo, que ficou apoplético lá. Então, houve agressões, de parte a parte, acho que este não é um bom caminho. Temos que superar este episódio”, afirmou.

Também em discurso, a senadora Gleise Hofffmann (PT-RS) disse que a oposição não vai aceitar a decisão de dar o relatório como lido. “Nós vamos resistir, para não ler o relatório, até porque o senador que está apresentando o relatório [Ricardo Ferraço] tinha dito no seu Facebook que não apresentaria o relatório, porque estávamos vivendo tempos anormais, de crise, com o que aconteceu com o presidente da República [Michel Temer] e também com um senador [Aécio Neves (PSDB-MG), que foi afastado] desta Casa. Aí, depois muda de ideia, e vão para cima na força, para fazer a leitura de um relatório”, alegou.

Posted On Quarta, 24 Mai 2017 04:26 Escrito por O Paralelo 13

Na ocasião, Marcelo Miranda destacou que o Governo tem como meta avançar ainda mais na execução das obras previstas com o Banco   Cláudio Paixão/Governo do Tocantins  Foto: Frederick Borges

O governador Marcelo Miranda recebeu na manhã desta terça-feira, 23, o gerente de projetos do Banco Mundial (Bird), Satoshi Ogita, que elogiou o andamento  do Projeto de Desenvolvimento Regional Integrado Sustentável (PDRIS) no Tocantins. De acordo com Satoshi Ogita, 60% das ações previstas já foram executadas.   Na ocasião, Marcelo Miranda destacou que o Governo tem como meta avançar ainda mais na execução das obras. “Queremos avançar ainda mais, nossa meta é entregar mais obras esse ano e garantir que os benefícios continuem chegando às comunidades de todo o Estado”, destacou.   Satoshi Ogita também comentou o desempenho da equipe do governo. “Temos até o dia 31 de março de 2019 para executar o restante das ações previstas no Projeto e as atividades estão andando de forma satisfatória. A equipe do governador, que está envolvida com as ações do PDRIS, é muito competente”, apontou.   A subsecretaria de Planejamento e Orçamento, Regina Martins, destacou que as lideranças do interior do Estado já têm dado um retorno positivo das obras que estão sendo executadas. “Estamos recebendo muitos elogios dos prefeitos, pela qualidade das obras que estão sendo executadas”, disse.   Abrangência   O PDRIS é abrangente, com ações em várias pastas do Governo, sendo coexecutores, por parte do Estado, do PDRIS, a Secretaria de Estado do Planejamento e Orçamento (Seplan); a Secretaria de Estado da Educação, Juventude e Esportes (Seduc); a Agência Tocantinense de Transportes e Obras (Ageto); a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh); a Secretaria de Estado de Desenvolvimento da Agricultura e Pecuária (Seagro); a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia, Turismo e Cultura (Seden); o Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) e o Instituto de Desenvolvimento Rural do Estado do Tocantins (Ruraltins).   Benefícios   O Projeto de Desenvolvimento Regional Integrado Sustentável contempla melhoria em 5.500 km de Estradas Vicinais em 27 municípios da Região Noroeste, 20 do Centro Oeste, e 25 da Sudoeste, num total de 72 municípios e 5 terras indígenas a serem beneficiados com a construção de pontes pré-moldadas de concreto, bueiros celulares e tubulares. Também engloba a reabilitação e manutenção de 1.500 km de rodovias pavimentadas, com possibilidade de ampliação.   Pactuações   Na ocasião, o governador assinou três termos de compromisso com a pactuação dos resultados previstos no Mapa Estratégico Institucional e no Plano Plurianual (PPA). Os documentos foram assinados com a Polícia Militar do Estado do Tocantins, com  a Secretaria de Estado da Habitação e Desenvolvimento Urbano, e com a Secretaria de Estado da Saúde.   Na área da segurança, o documento prevê a redução do índice de criminalidade, englobando a taxa de crimes de furtos e roubos no Estado do Tocantins; na área da habitação prevê a entrega de unidades habitacionais, incluindo unidades com execução contratada pela Secretaria, executadas em parceria com entidades públicas, privadas ou do terceiro setor; e na saúde prevê melhorar o desempenho, resolutividade e qualidade das unidades hospitalares do Estado e o percentual de execução da obra do setor.  

Posted On Terça, 23 Mai 2017 15:29 Escrito por O Paralelo 13

O Brasil vive atualmente um dos mais graves períodos da história, certamente bem pior que aquele consagrado com o massacrante, conhecido como Ditadura Militar. Nos últimos dez anos fomos governados pelo Partido dos Trabalhadores (PT), que tiveram como presidentes o metalúrgico Luis Inácio Lula da Silva e a economista Dilma Rousseff, em que para se manterem no poder instalaram a maior instituição de corrupção no País, em parceria com líderes políticos aliados, dentre eles o PMDB de Michel Temer, e oposicionistas ao governo como o caso do PSDB.

 

A política atualmente é feita de maneira repugnante, a corrupção se tornou o maior legado, estamos vivendo em tempos de circo, onde infelizmente a palhaçada exercida pela corte política está sendo aplaudida forçosamente pelos milhões de eleitores que não conseguem escolher um candidato menos pior para votar.

A sociedade está diante de uma grande encruzilhada, mas, nenhuma das opções se mostram esperançosas, pois as escolhas postas diante de nós não são nenhum pouco agradáveis. As propostas estão escassas, não há oferta de melhorias, e as poucas que se fazem estão desacreditadas, pois diante de tantas promessas sem cumprimento, não dá mais para acreditar em político.

 

Estamos vendo políticos detentores de mandato no Tocantins, na Assembleia ou no Congresso Nacional que pregam lições de ética e moralidade, no entanto muitos deles são investigados pela Polícia Federal e outros além de buscas, apreensões e mandados de prisões coercitivas em algumas operações policiais.

 

Classe política Tocantinense

Não tão distante da realidade brasileira, 90% dos principais líderes respondem processos de improbidade administrativa nos principais órgãos como Justiça Federal, Tribunal de Contas da União, Controladoria Geral da União, Superior Tribunal de Justiça, Supremo Tribunal Federal, Controladoria Geral do Estado, Tribunal Regional Eleitoral, dentre outros.

 

Diante disto, podemos concluir que estão dando uma de “santos”, mas precisam esclarecer algumas situações diante das instituições fiscalizadoras. Isso vale tanto para os governistas quanto oposicionistas, em todos os casos, com algumas exceções.

Tentar desestabilizar publicamente o  Governo Marcelo Miranda, por ex companheiros do governador, pode, caso tenha êxito parcialmente estaguinar a economia do Estado, trazendo o Tocantins a atrasar salários, e principalmente não pagar fornecedores tampouco continuar investimentos fundamentais.

 Obstruir a aprovação dos empréstimos do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, e os empréstimos internacionais para serem investidos na Infraestrutura do Estado hoje tornou-se meta de alguns legisladores.

 

O ataque pessoal tornou-se a maior propaganda política. Em um tempo em que a política deveria ser bem melhor, mais benéfica ao povo, ao país, em razão dos recursos tecnológicos, da rapidez com que a informação chega as pessoas, da facilidade da comunicação, observa-se que está cada vez mais decadente.

 

Se fazer oposição é importante e crucial para o equilíbrio da democracia, mas picuinhas partidárias ou oposição em benefício próprio torna-se mesquinho e irresponsável. O momento aconselha equilíbrio emocional, político e acima de tudo amadurecimento para que o Estado cresça.

 

A tentativa de desestabilizar publicamente o governador Marcelo Miranda por ex-companheiros, pode caso tenha êxito parcialmente estagnar economia do Estado, trazendo inúmeros prejuízos aos servidores, empresários e demais poderes

 

O Tocantins, por enquanto, tem se destacado no cenário nacional por estar com as contas em dia, o que o credibiliza diante dos demais estados como Minas Gerais que tem atrasado o pagamento dos servidores. Este atraso, devido ao déficit monetário pode ainda acontecer  ainda no Distrito Federal, Paraná, Bahia, Goiás, Maranhão, Alagoas. Segundo os economistas a arrecadação de tributos podem sofrer ainda mais quedas nos próximos 90 dias, agravando a situação econômica dos estados, municípios e até da federação.

 

E assim vamos seguindo, nesse caminho que não sabemos aonde vai chegar, onde a esperança se tornou utópica, refletindo desespero em todas as camadas sociais, criando em grande parte da sociedade a visão que o trabalho honesto deixou de existir, onde se alguém tem alguma coisa, ou aparenta ter, adquiriu de maneira ilegal.

 

Governo de Minas volta a atrasar salário de servidores; Mais de 35 mil não receberam

 

Anunciado há exatos dois meses, o governo de Minas descumpriu o novo calendário de parcelamento dos salários dos servidores da administração direta. Pelo menos 35 mil funcionários que contavam com o depósito da última parcela, nesta segunda-feira,22, ficaram desapontados com o não cumprimento do acordo, além da falta de comunicação oficial do governo.

 

“Essa situação gera uma insegurança muito grande. Na verdade, o governo já vinha dando indícios de que isso iria acontecer. O salário sempre entrou na parte da manhã e, de uns tempos para cá, começou a entrar apenas no final do dia. As datas do pagamento também estão sendo jogadas cada vez mais para o final do mês”, reclamou um servidor do governo, que concordou em falar com O Tempo sob condição de anonimato.

 

De acordo com o servidor, a falta de compromisso com os salários está gerando transtornos financeiros dos funcionários. “Existem contas que não há como mudar a data de vencimento, como o financiamento habitacional, por exemplo. Está muito difícil manter a motivação com toda essa insegurança”, desabafou.

 

A assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Fazenda (SEF) confirmou a falha no depósito e admitiu falta de dinheiro em caixa para efetivar o pagamento. “Foi um problema no fluxo de caixa, mas que só afetou servidores da administração direta. Funcionários da Polícia Militar, por exemplo, não foram comprometidos”, esclareceu o assessor.

 

 

Posted On Terça, 23 Mai 2017 11:02 Escrito por O Paralelo 13

O presidente da OAB, Claudio Pacheco Prates Lamachia, fala com a imprensa, para esclarecer detalhes do pedido de impeachment do presidente Temer que deverá ser protocolado na Câmara dos Deputados

 

Por Heloisa Cristaldo - Repórter da Agência Brasil

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) deve protocolar o pedido de impeachment do presidente da República, Michel Temer, até a próxima quinta-feira (25). Para o presidente da entidade, Carlos Lamachia, Temer cometeu crime de responsabilidade ao não informar às autoridades competentes o teor da conversa que teve com o empresário Joesley Batista, dono da JBS, no Palácio do Jaburu, no início de março deste ano.

“A peça da OAB e a decisão que foi tomada têm como base as declarações do próprio presidente da República. Em nenhum momento, ele nega os fatos e a interlocução que teve. Mesmo que os áudios pudessem ter alguma edição, as próprias declarações do presidente da República reconhecem o diálogo que ele teve com o investigado”, disse Lamachia.

Joesley Batista gravou conversa que teve com Temer e entregou cópias do áudio à Procuradoria-Geral da República (PGR), com a qual firmou acordo de delação premiada, já homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Para a Ordem, Temer infringiu o Artigo 116 da Lei do Servidor Público, conhecido como crime de prevaricação, que prevê o dever de levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra autoridade competente para apuração. O Palácio do Planalto informou que não vai comentar o pedido de impeachment da OAB.

“Para nós, o ponto central não é se o áudio teve uma ou outra edição. A Ordem tem o áudio dentro do contexto, dentro do conjunto probatório. A OAB levou em consideração as manifestações do presidente da República, que em momento algum desqualifica o que foi dito na conversa. Desqualifica, sim, o seu interlocutor. Essa postura significa a confirmação da veracidade do que foi colocado”, afirmou.

Para Lamachia, o presidente Temer terá oportunidade de exercer o pleno direito à defesa e ao contraditório, caso a peça seja admitida pela Câmara. “Se o presidente sabia que estava diante de um 'fanfarrão', um 'delinquente' [palavras usadas por Temer para descrever Joesley], o presidente não deveria nem tê-lo recebido. Na minha avaliação, o mínimo que o presidente deveria ter feito era encerrar a conversa e acionar as autoridades”, ressaltou.

Lamachia também criticou o acordo de delação entre a PGR e os empresários Joesley e Wesley Batista, que estão em liberdade. “Os dois irmãos estão hoje nos Estados Unidos, e o que estamos passando para sociedade em uma situação como essa, senão como um verdadeiro escárnio: eles foram punidos ou receberam um prêmio?”, questionou.

Aécio Neves O presidente da OAB afirmou ainda que a entidade vai apoiar a cassação do mandato do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG). Para ele, as acusações contra Neves são “gravíssimas”, e as explicações da defesa foram insuficientes. Também em depoimento de delação premiada, Joesley disse que pagou este ano R$ 2 milhões em propina a Aécio.

O dinheiro teria sido entregue a um primo de Aécio, Frederico Pacheco de Medeiros, que foi preso na última quinta-feira (18). A entrega foi registrada em vídeo pela PF, que rastreou o caminho do dinheiro e descobriu que o montante foi depositado na conta de uma empresa do senador Zezé Perrella (PMDB-MG).

Histórico A decisão pelo pedido de  impeachment de Temer foi tomada pelo conselho pleno da OAB na madrugada deste domingo (21), por 25 votos a 1. Este é o terceiro pedido de afastamento de presidentes da República na história da Ordem. O primeiro, em conjunto com a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), ocorreu em 1992 em relação a Fernando Collor. O mais recente, no ano passado, envolveu a então presidenta, Dilma Rousseff.

“Esta é uma demonstração clara para sociedade brasileira de que esta é uma Casa da democracia e [de que] o partido da OAB é o Brasil. A nossa ideologia é a Constituição da República, e essas decisões demonstram isso\; que ideologias partidárias e paixões não estão à frente das decisões que a OAB tem que tomar”, disse o presidente da entidade.

Posted On Terça, 23 Mai 2017 04:53 Escrito por O Paralelo 13

A JBS, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, afirmou ter entregue R$ 1,4 bilhão em propinas nos 42 anexos de seu acordo de delação premiada, conforme informou “O Estado de S. Paulo”. Os valores nominais de 214 pagamentos constam dos depoimentos e planilhas apresentados pelos delatores envolvendo 28 partidos – não está claro, porém, o período que engloba os repasses. Em valores, o grupo concorre com a Odebrecht, cuja delação listou R$ 1,68 bilhão em repasses para 26 partidos.

Os repasses envolvendo a JBS podem ser maiores ainda se forem consideradas todas as doações eleitorais legais. O total relatado nos anexos é mais que o triplo do que Joesley Batista havia admitido ter pagado como propina – R$ 400 milhões – e mais do dobro do que afirmara Ricardo Saud, ex-diretor de Relações Institucionais da empresa (R$ 600 milhões).

Edinho Silva ex-tesoureiro do PT (foto)

Os pagamentos a políticos, provados pelas planilhas, mostram que a JBS é mais governista do que a Odebrecht. No ranking da quantidade de verba que o grupo direcionou a políticos o PT lidera com R$ 616 milhões (43,5% do total) e R$ 453 milhões para o PMDB, partido de Michel Temer, que foi vice de Dilma Rousseff. A Odebrecht havia reservado 25,4% de seus repasses para os petistas e 14,7% ao PMDB.
No caso específico de Dilma e Lula, que comandaram o país antes de Temer, o empresário Joesley Batista disse que abasteceu duas contas para os ex-presidentes na Suíça. O saldo chegaria, só em 2014, a cerca de US$ 150 milhões (sendo US$ 80 milhões de Dilma e US$ 70 milhões de Lula), o que em valores atuais representariam R$ 487,5 milhões, ou seja, quase meio bilhão de reais.

Irmaõs Batista do JBS

A cifra pode ser ainda maior se for considerada a informação dada por Joesley Batista de que contas de Lula no exterior teriam recebido, em 2010, outros US$ 50 milhões (R$ 162,5 milhões, valores atuais) e de Dilma outros US$ 30 milhões (R$ 97,5 milhões). Somando os valores que teriam sido repassados a Dilma e Lula, juntos, em 2010 e 2014 chega-se à surpreendente cifra de R$ 747,5 milhões (em valores atuais). Só não está claro ainda se o cálculo de toda a propina paga ao PT inclui os valores das contas que os ex-presidentes teriam no exterior.

Decisão do STF definirá apoios O encontro que reuniria a cúpula do PSDB e do DEM ontem à tarde, em Brasília, para discutir a crise política foi cancelado. Segundo integrantes dos partidos, a informação de que o encontro determinaria se as legendas continuariam ou não apoiando o governo fez com que se optasse pelo recuo. A matéria foi veiculada nesta segunda-feira, no Correio Braziliense.

Principais pilares de sustentação ideológica do governo, DEM e PSDB estão divididos sobre o que fazer. Por enquanto, tanto tucanos quanto democratas avaliam que o melhor é aguardar o julgamento que o Supremo Tribunal Federal (STF) fará, na próxima quarta-feira, sobre a lisura ou não das provas apresentadas pelo empresário Joesley Batista à Procuradoria Geral da República (PGR) contra Michel Temer. A decisão da Corte será a baliza para que os aliados decidam como se comportar diante da crise.

A defesa de Temer afirma que os áudios de conversa entre o presidente e o empresário foram adulterados e, por isso, recorreu ao Supremo pedindo a suspensão da investigação até que seja feita perícia no material gravado. Temer é investigado por corrupção passiva, obstrução de Justiça e formação de organização criminosa.

O PSDB ocupa quatro ministérios no governo (Cidades, Relações Exteriores, Secretaria de Governo e Direitos Humanos), e dá sustentação a Temer no Congresso com 47 deputados e dez senadores. Trata-se do maior aliado do PMDB na coalizão governista. Logo após o escândalo, Temer pediu que os tucanos mantivessem seu apoio em nome da estabilidade econômica e política. Temer fica ou cai? Jornal traça cenários possíveis

O presidente Michel Temer fica ou não fica no governo?

Confira como fica a situação com um eventual afastamento  do presidente ou em caso da permanência do peemedebista, segundo análise do Correio Braziliense. Com Temer
 
Depois das revelações em delação premiada dos irmãos Joesley e Wesley Batista, do grupo JBS, que paralisaram o país, a semana começa em clima de incerteza e os rumos dependem de uma simples pergunta (de solução bem complicada): o presidente Michel Temer fica ou não fica no governo?
 

Ministros e aliados de PSDB e DEM foram a reunião com Temer

Quatro dias após as primeiras informações da delação do empresário Joesley Batista, o presidente Michel Temer se reuniu na noite deste domingo, no Palácio da Alvorada, com ministros e líderes do governo no Congresso Nacional. O objetivo da reunião, considerada informal por aliados, foi discutir a crise política deflagrada depois que vieram a tona as delações premiadas dos executivos da JBS, que envolvem a gravação de uma conversa entre Temer e Joesley.


Durante o encontro, o presidente voltou a afirmar que não vai renunciar e fez críticas ao seu delator. Em um apelo, pediu para que Congresso não fique paralisado pela crise e mantenha as votações previstas.

Os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha; da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco; da Fazenda, Henrique Meirelles; da Integração Nacional, Helder Barbalho; e do Trabalho, Ronaldo Nogueira, participaram do encontro.

O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB), chegou ao Alvorada por volta de 20h, assim como o líder do governo no Congresso, André Moura (PSC-SE). Segundo Moura, o fato de o Planalto ter agendado inicialmente um jantar com lideranças partidárias não foi um recuo.
“Trata-se de uma reunião como as demais e que têm ocorrido desde quarta-feira. No momento certo, vamos convocar a base para uma reunião formal”, afirmou, sem informar a data.

Joesley diz que Lula pediu ajuda para o MST

Segundo delação do empresário da JBS Joesley Batista, ele disse ao deputado Rocha Loures (PMDB/PR) que a última vez que conversou pessoalmente com Lula foi no fim de 2016, mas contou que recentemente recebeu uma ligação do ex-presidente com um pedido de ajuda ao Movimento dos Sem-Terra (MST). "Ele me ligou esses dias, pediu pra mim (sic) atender os sem-terra. Eu digo: ô presidente (risos)… Joesley, eu tô aqui com o (João Pedro) Stédile, não sei o que ele precisa falar com você… Tá bom presidente, manda ele vir aqui. Eu atendo ele, tá bom?\'", relatou o empresário ao deputado. A matéria foi veiculada pelo Globo.com.

A conversa com Loures foi gravada pelo próprio Joesley, já no curso da delação premiada que ele fechou com a Procuradoria-Geral da República. O áudio tem uma hora e 14 minutos de duração e foi anexado aos autos da Operação Patmos, que mira o presidente Michel Temer, o senador Aécio Neves (PSDB) e o próprio Loures.

O encontro do delator Joesley com o parlamentar - afastado do mandato por ordem do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal -, ocorreu no dia 13 de março, apenas uma semana depois que o executivo da JBS gravou a conversa com Temer. Na ocasião, Joesley recebeu Loures em sua própria residência, no Jardim Europa, em São Paulo.

Aos procuradores da Lava Jato, Joesley contou que abriu uma conta corrente de US$ 80 milhões no exterior para atender ao ex-presidente. Ele disse que não tem amizade com o petista como as pessoas imaginam.

"Sobre o Lula, eu acho assim, primeiro, que eu não tenho amizade com ele igual o povo acha que eu tenho. Eu conheci o Lula tem dois anos atrás, fim de 2013", contou Joesley ao deputado Loures.
Segundo ele, o parlamentar foi indicado por Temer como uma pessoa de sua estrita confiança para ajudar o empresário em seus negócios. O deputado foi filmado pela Polícia Federal pegando uma mochila com R$ 500 mil em dinheiro vivo, em São Paulo.
Loures comenta com Joesley que tem boa relação com Lula. "Sempre me dei bem com ele, sempre fui não-ideológico, mas prático. Agora, me parece que muito desse movimento (investigações da Lava Jato) é para alcançá-lo, né Joesley, a ele e ao entorno", disse o deputado. "Com certeza", respondeu o empresário. No diálogo, ambos concordaram que a única coisa que resta a Lula é enfrentar a Lava Jato.

Curiosamente, foi nesse período em que Joesley disse ter conhecido Lula pessoalmente que ganhou força o boato nas redes

Uma Casa sem moral
A hecatombe política criada pela delação de Joesley Batista, dono da JBS, pode ter como consequência perversa aos brasileiros, ao jogar nas mãos de um Congresso Nacional sem nenhuma credibilidade, a escolha do novo presidente da República, caso Michel Temer tenha que deixar o cargo. Nada menos que um terço dos parlamentares é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). São 197 deputados e senadores respondendo a 445 inquéritos e ações penais na Suprema Corte.

O rito da escolha é previsto pela Constituição, que prevê que o Legislativo é quem deve definir o novo chefe do Executivo caso ocorra a vacância do cargo. Porém, quando os constituintes redigiram o texto de 1988, não se imaginava que grande parte dos legisladores pudesse estar tão afundada em suspeitas de corrupção e investidos em salvar suas próprias peles, maquinando meios para uma anistia geral aos crimes que cometeram.

O rol de crimes dos congressistas é extenso. Vai de corrupção e lavagem de dinheiro, passando pelo uso de caixa dois, dinheiro de propina em campanhas, até a lesão corporal. Até recentemente, chegou-se a ter no Congresso parlamentares acusados de homicídio e tentativa de assassinato. Hoje, a maioria dos crimes refere-se também à suspeitas de desvio de dinheiro, falsidade ideológica, tráfico de influência, formação de quadrilha e organização criminosa. Há também crimes eleitorais, contra a lei de licitações, contra o meio ambiente e contra a fé pública.

No Senado, 52% do plenário de 81 senadores respondem a 107 inquéritos e 15 ações penais. Na Câmara, 33% dos 513 deputados são alvo de 252 inquéritos e 71 ações penais. “É um quadro deplorável, não é bobagem”, reconhece o professor do Insper Carlos Melo. “Traz problemas de credibilidade precária, mas não de legitimidade”, pondera. Fabiano Angélico, consultor em transparência, vai mais além: “Esses números indicam que o Congresso não está em condições de escolher o rumo e dar estabilidade política à sociedade”.

Contradição
Para o diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antônio Queiroz, a renúncia ou afastamento do presidente são a certeza da realização de uma eleição indireta. “É uma contradição o parlamentar ter uma acusação semelhante (de corrupção), podendo julgar o outro, e não ser julgado por isso”, analisou Queiroz. No horizonte, são várias as saídas possíveis para a nova crise que abala o País. O cenário mais provável hoje, caso Temer se inviabilize política e administrativamente, é da realização de eleição indireta, o que seria um desastre com um Congresso apinhado de processados e sem qualquer moral.
 

Falta de adesão leva Temer a cancelar jantar com aliados

De acordo com a Agência O Globo, a baixíssima adesão entre líderes governistas e entre o próprio ministério de Michel Temer levou o presidente a cancelar, na noite deste domingo, um jantar previsto para as 19h30 no Palácio do Alvorada. Alguns políticos da base de sustentação de governo, mesmo estando em Brasília, decidiram não comparecer ao chamamento em uma sinal de que endossam a posição de deixar o grupo de apoio do Executivo federal. Outros líderes simplesmente ignoraram o convite enviado pelo ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, e permaneceram em suas bases políticas.

Entre os ministros, as confirmações para o jantar foram tímidas. Por isso, o governo passou a reajustar o discurso, afirmando que o Palácio da Alvorada sediará nesta noite apenas um “encontro informal” de aliados. Neste momento, estão reunidos com Temer os ministros Imbassahy, Moreira Franco (Secretaria-geral), Eliseu Padilha (Casa Civil), Raul Jungmann (Defesa) e Osmar Serraglio (Justiça). São esperados ainda hoje os também ministros Osmar Terra (Desenvolvimento Social), Helder Barbalho (Integração) e Mauricio Quintella Lessa (Transportes). Por ora, nenhum representante do PSDB nem do Democratas, dois dos principais partidos aliados de Michel Temer.
 

Posted On Segunda, 22 Mai 2017 07:38 Escrito por O Paralelo 13
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